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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO

DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CARUARU –


PERNAMBUCO.

PROCESSO Nº 0004158-21.2019.8.17.2480

VALDILENE FERREIRA DOS SANTOS SILVA E OUTROS, já


qualificadas nos autos do processo em epígrafe, vem tempestivamente a
Vossa Excelência, através de sua advogada, em razão da sentença de fls. ID
118792248, interpor
APELAÇÃO
Com fundamento nos artigos 1.009 do Código de Processo Civil, pelo que
expõe nas razões em anexo.
Requer a intimação da parte adversa para, querendo, apresentar
contrarrazões.
Requer ainda, o recebimento do recurso e encaminhamento a superior
instância.

Caruaru, 13 de março de 2023.

Respeitosamente,
Pede e espera deferimento.

LARISSA MARIA BEZERRA PEREIRA LIMA OAB/PE 41.733


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
PERNAMBUCO

PROCESSO:0004158-21.2019.8.17.2480
VALDILENE FERREIRA DOS SANTOS SILVA E OUTROS.
UNIMED CARUARU COOPERTIVA DE TRABALHO MÉDICO.
RAZÕES DA APELAÇÃO.

VALDILENE FERREIRA DOS SANTOS SILVA E OUTROS,


brasileira, casada, professora, inscrita no CPF sob o nº 471.711.624-00, RG
nº 317.873.5 SSP-PE, residente e domiciliada na Rua Travessa Marcílio
Dias, nº 200, Bairro Centro, Bezerros-PE, CEP: 55660-000, SUELY
FERREIRA DO NASCIMENTO, brasileira, casada, professora, inscrita
no CPF sob o nº 775.692.024-49, RG nº 4171508, residente e domiciliada
na Rua Dom José Lamartine Soares, nº 310, Bairro Santo Amaro I,
Bezerros-PE, CEP:55660-000, por intermédio de sua procuradora, a Vossa
Excelência, apresentar
RAZÕES DO RECURSO (APELAÇÃO)
Pelo que aduz:

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA
NOBRES JULGADORES

SÍNTESE DA DEMANDA
A apelação tem o fito de reformar a sentença de ID 118792248, que
julgou e condenou parcialmente a Apelada, não sendo acatado a
indenização por danos morais, após demonstrado e confirmado todos os
fatos e acontecimentos sofridos pela Apelante. A Apelante ingressou
com a ação ordinatória de restituição de danos (materiais e morais) e
pedido de tutela de urgência, com a finalidade de restabelecimento (de
maneira) urgente do plano de saúde coletivo (familiar), a fim de que os
beneficiários pudessem realizar exames importantes pelo referido
convênio, e a devida continuação dos serviços para todos os beneficiários
inclusos.
As Apelantes são clientes há mais ou menos 19 (dezenove) anos, o
plano reincidiu o contrato de maneira unilateral pela SEGUNDA VEZ, e
sem o devido aviso prévio ao titular e favorecidos, não apresentando
qualquer outra justificativa plausível, mesmo com todas as mensalidades
devidamente pagas, exceto a do mês de Abril/2019 a qual a empresa
bloqueou a emissão do boleto.
A parte Autora do referido processo, Sra. Lindalva, faleceu antes de
ser proferida a sentença. E infelizmente, “pagou” com a vida. A mesma
tinha a saúde debilitada, e realizava exames com certa regularidade, e
precisava de acompanhamento médico intenso, além de psicológico, devido
a vários problemas de saúde. Que, infelizmente, pelo motivo de rescisão do
contrato unilateral, pela SEGUNDA vez pela Apelada, a Sra. Lindalva veio
a óbito. Contudo, importante destacar que a família não teria condições
financeiras de arcar de forma extra, todos os exames que a mesma
necessitava. Ficando todos a mercê, e a espera da continuidade do plano de
saúde para que com dignidade, priorizar os cuidados da saúde da Sra.
Lindalva.
E, não só ela, que era uma das prioridades, mas atualmente, os outros
beneficiários possuem doenças graves que precisam de acompanhamento
com certa regularidade, conforme documentação anexa.
Conforme se denota da documentação acostada e contrato de
prestação de serviços de saúde, em anexo, as Apelantes contrataram com a
Apelada a proteção concernente a riscos futuros contra sua saúde, através
de prestação de serviços médico-hospitalares a serem custeados pela
entidade contratada, alcançando todos os procedimentos e materiais
necessários à cura das patologias eventualmente apresentadas. 
Houve também, reajuste abusivo dos valores do plano de saúde a
qual foi contratado.
Até o presente momento a Apelada não regularizou o contrato do
plano de saúde.
DAS RAZÕES E VERDADE DOS FATOS
A Apelada sempre buscou se desvencilhar das obrigações e
responsabilidades pelos constrangimentos e principalmente pelos prejuízos
gerados as requerentes, além de apresentar infundados argumentos e provas
sem fundamentação. Não é à toa que esse já é o SEGUNDO
acontecimento de RESCISÃO UNILATERAL, sendo os beneficiários
severamente prejudicados. Só que desta vez, com um AGRAVANTE, que
não existirá reparação, o falecimento da Sra. LINDAVAL, mãe, avó, dos
beneficiários do plano de saúde.
A Apelada em todo processo sempre sustentou que: “havia
irregularidade no CNPJ”, o que não condiz e nunca se enquadrou essa
situação. O que ocorreu de fato foi a forma imprópria e inconveniente da
Apelada, reajustar o contrato com taxas altíssimas, e fazer de forma
arbitrária atingir o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Excelência, o CNPJ da empresa “Escola Pequenos Vencedores ME”,


encontra-se e sempre esteve devidamente ATIVO, pois os beneficiários do
plano atualizaram dados cadastrais em janeiro de 2019, e o mesmo seguiu
normalmente com os serviços. O cadastro da empresa passou a ser
constituído no nome de VALDENICE FERREIRA DOS SANTOS – CNPJ nº
04.248.366/0001-35, familiar dos beneficiários e, representante da mesma
empresa (Cadastro Nacional anexado).

                   Infelizmente a empresa Apelada não lançou ao sistema a


atualização cadastral fornecida, que resultou na rescisão unilateral. Essa
irresponsabilidade resta tão clara, que, a testemunha da Apelada em
depoimento confessa que tinha conhecimento da situação das Apelantes, e
é claramente perceptível que durante todo depoimento pessoal da
testemunha é manipulada, e pode também ser observadas pessoas dentro da
sala o instruindo, e claramente em sua fala que o mesmo ler algo que está
no computador a sua frente.

                  Em depoimento, de uma das Apelantes, ficou esclarecido e


confirmado que a atualização cadastral se deu de forma presencial, e desde
a intimação para mesma, as Apelantes mantiveram e conservaram a sua
inscrição corretamente nos órgãos competentes, bem como a regularidade
cadastral junto à Receita Federal, atendendo os requisitos de contrato
coletivo empresarial.

EXISTÊNCIA DO DANO MORAL


Conforme ficou mais do que comprovado em audiência instrutória, a
não atualização dos danos cadastrais no sistema da empresa Apelada
conforme os dados fornecidos pelas Apelantes são de inteira
responsabilidade da empresa do plano de saúde, e que causou, sérios
prejuízos, um deles IRREPARÁVEIS, que foi a morte da beneficiária do
plano, Sra. Lindalva, que durante todo o período de existência contratual,
sempre teve acompanhamento médico especializado para manutenção de
sua saúde. Além de que, ainda os outros beneficiários estão e ficaram sob
sérios prejuízos já que possuem doenças graves.

                  Reforço que a empresa Apelada há 10 anos já reincidiu o contrato,


e também se deu de forma unilateral. O fato foi levado a juízo (autos
processo nº 001032/2009 – Juizado Especial Cível), e o atual CNPJ nº
04.248.266/0001-35 de Valdenice Ferreira dos Santos, foi devidamente
informado, e os serviços do plano restituídos.   E, no ano de 2019, essa
mesma situação se REPETIU. Porém com severos e devasto danos,
conforme relatado anteriormente.

A situação cadastral de Valdenice Ferreira dos Santos foi juntada no


ID de nº 46220124 – (documento de comprovação) – e desde então, a
inscrição cadastral do CNPJ prossegue ativa, sem nenhuma alteração ou
impedimentos. Quanto ao período de abertura, à época, é normal a data de
registro de empresa ou CNPJ aparecer com data posterior, o que é normal,
não significando fraude, como alega a Apelada. Argumentos vagos e sem
fundamentos utilizados.  

                  Importante destacar também que, se a Apelante não tivesse


comparecido conforme intimação encaminhada para atualização de dados
cadastrais no local apontado pela empresa, a Apelante não havia indicado
ou sequer falado o nome EXATO da pessoa que a atendeu no dia, que foi o
Sr. Edson Antônio testemunha que foi ouvida e indicada pela Apelada.
Então, fica claro que houve sim o atendimento pelo Sr. Edson Antônio para
a atualização de dados, e ele sabia a respeito de toda situação.

                  A testemunha mesmo informa que não é feito nenhum registro de


protocolo de atendimento dos clientes. Ora, o não registro de atendimento
estará causando também outros prejuízos a mais pessoas.

                  A testemunha também confessa a respeito do aditamento


contratual entre as partes em seu sistema, além de que nos 1:01:56, o
Sr. Edson Antônio ainda a respeito do Aditamento contratual fala as
seguintes palavras: “...que o outro Advogado me pediu pra não ser
indagado”.

                  Excelência, SEQUER houve qualquer outra manifestação da parte


Apelada, e, durante o depoimento da testemunha, o Sr. Edson Antônio
nota-se de forma clara, e ululante toda a manipulação do depoimento do
mesmo. Absurdamente pode ser observada a leitura, pessoas falando ao
redor, sempre o induzindo. Deixando clara a má-fé da parte da
Apelada. O depoimento da testemunha da Apelada foi totalmente
manipulado, covarde, mentiroso, confrontante e contraditório.

                  Ora, são 20 (vinte) anos de contrato com o plano de saúde, as


Apelantes jamais descumpriram com nenhuma cláusula, ao contrário da
parte Apelada que agiu pela SEGUNDA VEZ com desumanidade, e quebra
contratual unilateral, além de prejuízos morais irreparáveis.

Por fim, houve e ficou mais do que comprovado o cancelamento


indevido do plano de saúde familiar. As restrições de atendimento, bem
como a rescisão indevida de forma unilateral, e todo o tempo de espera,
ensejaram, infelizmente na morte da Sra. Lindalva, o que ultrapassa o mero
aborrecimento.

Mais que devida a indenização por danos morais, pela empresa


Apelada ter quebrado mais uma vez, e ter causado danos, prejuízos
irreparáveis e quebra da segurança à saúde.

CONCLUSÃO/PEDIDOS
Diante de todo o exposto, e argumentos e provas trazidos aos autos,
requer a esse Egrégio Tribunal de Justiça, seja o recurso conhecido e
processado o presente, sendo-lhe dado provimento para que seja, estipulado
e majorados os danos morais, nos termos elencados, além de honorários
advocatícios.

Respeitosamente,
Termos em que,
Pede deferimento.

LARISSA MARIA BEZERRA PEREIRA LIMA OAB/PE 41.733

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