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CLÍNICA INTEGRADA I – GUSTAVO MESQUITA – MARC 02

PUERICULTURA
Objetivos:
1. Listar os marcos de desenvolvimento neuropsicomotor (escala de
Denver)
2. Compreender o plano alimentício até 2 anos de vida
3. Entender quais são as vacinas do 1º ano de vida
4. Estudar o crescimento e desenvolvimento na puericultura

MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR


Denver II é o teste de rastreamento de risco de desenvolvimento infantil
mais utilizado no Brasil, que inclui avaliação de comportamento social e
pessoal, linguagem e habilidades motoras preconizadas como típicas do
desenvolvimento. O desenvolvimento cognitivo da criança é avaliado pela
capacidade de compreensão de instruções, conceituação de palavras,
nomeação de figuras e habilidades pessoal-social.

PLANO ALIMENTAR ATÉ DOIS ANOS DE IDADE


DOZE PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL:
1. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6
meses.
2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite
materno, a partir dos 6 meses.
3. Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos,
refrigerantes e outras bebidas açucaradas.
4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros
alimentos além do leite materno.
5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à
criança até 2 anos de idade.
6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança.
7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de
experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família.
9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com
ela durante a refeição.
10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da
família.
11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa.
12. Proteger a criança da publicidade de alimentos.

PRÁTICAS QUE PODEM PREJUDICAR NA AMAMENTAÇÃO:


 Dar outros leites ou fórmulas infantis para “complementar” o leite
materno desnecessariamente
 Começar com alimentos sólidos ou pastosos antes dos 6 meses de
idade
 Oferecer mamadeira
 Oferecer chupeta
 Fumar durante a amamentação
 Usar medicamentos por conta própria
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 Ingerir qualquer bebida alcoólica


PRINCIPAIS DIFICULDADES NA AMAMENTAÇÃO:
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A partir dos 6 meses, o leite materno deve ser mantido, e novos alimentos
devem ser oferecidos, com diversidade de cores, sabores, texturas e cheiros
apresentada à criança.

Desmame: é o término da amamentação, não deve ser forçado, e costuma


ocorrer naturalmente após os 2 anos de idade, sob a liderança da mãe.
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CRIANÇAS MENORES DE 6 MESES QUE NÃO ESTÃO SENDO


AMAMENTADAS EXCLUSIVAMENTE
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DIFERENÇA ENTRE FÓRMULA INFANTIL E LEITE DE VACA MODIFICADO


EM CASA:
Fórmula infantil: elaborado pela indústria a partir da modificação do leite de
vaca, buscando elaborar um produto compatível com a maturidade do
organismo de crianças pequenas e que atenda às suas necessidades
nutricionais. Para oferecer à criança, use as quantidades de pó e água para
reconstituição indicadas no rótulo do produto.
Leite de vaca modificado em casa: modificação caseira sob orientação de
profissional de saúde a fim de diminuir as quantidades excessivas de proteínas,
sódio, potássio e cloro do leite de vaca, evitando a sobrecarga dos rins da
criança. O leite desnatado e semidesnatado não são indicados para crianças
menores de 2 anos, porque possuem menor quantidade de gordura e ela é
importante para o desenvolvimento neurológico da criança. Não oferece todas
as vitaminas e minerais de que a criança precisa.
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TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO


Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite
materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem
outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo
vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos.
Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite
materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões),
sucos de frutas e fluidos rituais.
Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da
mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos.
Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do
leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de
complementá-lo, e não de substituí-lo.
Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite
materno e outros tipos de leite.

OBESIDADE INFANTIL:
A obesidade entre crianças e adolescentes é resultado de fatores
 Genéticos
 Individuais/comportamentais
 Ambientais
Fatores que podem contribuir para a obesidade infantil na vida intrauterina e
nos primeiros anos de vida (períodos críticos para o desenvolvimento da
obesidade):
 Nutrição inadequada
 Obesidade da gestante
 Ganho excessivo de peso durante a gravidez
 Diabetes gestacional

Fatores individuais/comportamentais:
 Ausência ou curta duração do aleitamento materno
 Consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, densamente
calóricos e ricos em gorduras, açúcares e sódio,
 Inatividade física
 Aumento do comportamento sedentário
 Sono inadequado
Fatores ambientais: ambientes de escolhas alimentares não saudáveis e de
comportamentos sedentários, os quais dificultam a adoção e manutenção de
hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física.

A obesidade infantil não deve ser vista como resultado de escolhas voluntárias
individuais de estilo de vida, especialmente por parte da criança e sua família,
pois é influenciada por fatores biológicos e contextuais. Por isso, são
necessárias ações estruturantes e políticas públicas que visem:
 A promoção da saúde
 Implementação de medidas de prevenção do ganho de peso excessivo
 Diagnóstico precoce
 Cuidado adequado à criança, adolescente e gestantes
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 Estabelecimento de políticas intersetoriais e outras que promovam


ambientes e cidades saudáveis

VACINAS DO PRIMEIRO ANO DE VIDA

Idade Vacinas
Ao nascer – BCG (dose única)
– Hepatite B
2 meses – Pentavalente 1ª dose (Tetravalente +
Hepatite B 2ª dose)
– Poliomielite 1ª dose (VIP)
– Pneumocócica conjugada 1ª dose
– Rotavírus 1ª dose
3 meses – Meningocócica C conjugada** 1ª dose
4 meses – Pentavalente 2ª dose (Tetravalente +
Hepatite B 2ª dose)
– Poliomielite 2ª dose (VIP)
– Pneumocócica conjugada 2ª dose
– Rotavírus 2ª dose
5 meses – Meningocócica C conjugada 2ª dose
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6 meses – Pentavalente 3ª dose (Tetravalente +


Hepatite B 3ª dose)
– Poliomielite 3ª dose (VIP)
– Influenza (1 ou 2 doses anuais; de 6
meses a menores de 6 anos)
9 meses – Febre Amarela**** 1ª dose
12 meses – Pneumocócica conjugada reforço
– Meningocócica C conjugada reforço
– Tríplice Viral 1ª dose

CRESCIMENTO
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do
tamanho corporal. É um dos indicadores de saúde da criança, sendo
influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais),
entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os
cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo tal
processo.
A vigilância nutricional e o monitoramento do crescimento objetivam promover
e proteger a saúde da criança e, quando necessário, por meio de diagnóstico e
tratamento precoce para sub ou sobrealimentação, evitar que desvios do
crescimento possam comprometer sua saúde atual e sua qualidade de vida
futura.
O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro
periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da
Criança.
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação do
crescimento de crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos:
 Perímetro cefálico (de zero a 2 anos);
 Peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos);
 Comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e
de 5 a 10 anos)
 Índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5
anos e de 5 a 10 anos).
A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a criança seja
mais bem avaliada na sua relação peso vs. comprimento (para menores de 2
anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos).
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DESENVOLVIMENTO
Transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do
crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais.
Costuma-se falar em desenvolvimento de forma distinta entre desenvolvimento
físico, cognitivo e psicossocial, como uma forma de facilitar o estudo do
desenvolvimento humano. Mas cabe apontar que tais aspectos estão
interligados e influenciam-se mutuamente durante a vida do indivíduo.
O desenvolvimento da criança será sempre mediado por outras pessoas, pelas
famílias, pelos profissionais de saúde, da educação, entre outros, que
delimitam e atribuem significados à sua realidade. A criança deve atravessar
cada estágio segundo uma sequência regular, e caso não seja estimulada ou
motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu
desenvolvimento, pois o desenvolvimento infantil se dá à medida que a criança
vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo com os estímulos oferecidos
pelo meio.
A identificação de problemas é fundamental para o desenvolvimento e a
intervenção precoce para o prognóstico dessas crianças, tais como:
 Atraso no desenvolvimento da fala,
 Alterações relacionais,
 Tendência ao isolamento social,
 Dificuldade no aprendizado,
 Agressividade;
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Os fatores de risco para problemas de desenvolvimento podem ser


classificados em:
 Genéticos: síndrome de Down.
 Biológicos: prematuridade, hipóxia neonatal, meningites.
 Ambientais: fatores familiares, de ambiente físico, fatores sociais.
No entanto, a maior parte dos traços de desenvolvimento da criança é de
origem multifatorial e representa a interação entre a herança genética e os
fatores ambientais.
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