Você está na página 1de 3

Periodontia Diagnóstico – Aula 15 1

PERIODONTIA DIAGNÓSTICO – ERGONOMIA


Para isso, devemos trabalhar três pilares importantes:
ERGONOMIA E POSIÇÃO DE TRABALHO
equipamentos, adaptação e distribuição.
Ergonomia é uma área do conhecimento que estuda o
homem em relação ao seu ambiente de trabalho. Visa
favorecer uma economia de movimentos e a
simplificação de trabalho resultando em economia de
tempo e aumento de produtividade.

ECONOMIA DE MOVIMENTOS
Os equipamentos devem ser adequados ao nosso
biotipo e aos procedimentos que serão realizados no
consultório.

A adaptação diz respeito ao equipamento que se


adapte ao profissional e não o profissional que se
Como podemos aumentar a produtividade no adapte ao equipamento – como ocorre na faculdade.
consultório? Aumentando a velocidade de trabalho, Então, o equipamento deve ser capaz de sofrer
atendendo os pacientes em períodos mais curtos e modificações a ponto de se adaptar ao profissional de
descontínuos. O problema desse aumento é que é vai utiliza-lo.
muito difícil manter esse ritmo ao longo dos anos e,
com o passar do tempo, nos sentiremos cada vez mais A distribuição dos equipamentos no espaço de
cansados. trabalho e a distribuição dos procedimentos que
iremos realizar ao longo do dia exige um planejamento
Outra maneira de aumentar a produtividade sem de agenda para que não falte material ou para que não
aumentar a fadiga é lançar mão dos métodos de façamos muitos procedimentos cansativos
simplificação do trabalho. sequencialmente, de maneira que sejam intercalados
por procedimentos mais leves, etc.

Os movimentos corporais realizados pelo dentista


durante seu trabalho são muito importantes. A postura
de trabalho piora no decorrer do dia. No final do dia já
é cansativo ajustar a posição do paciente, de modo que
já estamos totalmente tortos para tentar realizar o
procedimento da maneira adequada. Isso gera
movimentos corporais inadequados que culminam em
lesões. O ideal seria:

• Movimentos que utilizem o menor tempo para


ser realizados;
• Minimizar o número de movimentos;
Essa simplificação do trabalho se baseia num tripé de
• Reduzir a amplitude dos movimentos (esticar o
economia de movimentos que vai gerar uma redução
braço para pegar instrumentos que estão
da fadiga e a uma maior produtividade por um maior
longe);
período de tempo.
• Os movimentos devem ser suaves e contínuos;
Periodontia Diagnóstico – Aula 15 2

• Utilizar instrumentos previamente separados e


materiais pré-posicionados;
• Os armários, bandejas e equipo devem ficar 5
cm abaixo do cotovelo do operador para que
não precise abaixar e levantar o braço
repetidas vezes – o que pode, futuramente,
resultar em lesões;
• Mocho em altura adequada;
• Boa iluminação.

O ajuste do mocho deve ser de tal forma que as coxas


fiquem paralelas ao solo, com a coluna ereta e porção
lombar apoiada no encosto do mocho (tronco ereto ou
levemente inclinado para a frente). Em geral, os Acima, vemos exemplos de péssimas posturas de
mochos permitem o ajuste do encosto. Importante trabalho. O excesso de proximidade do tronco do
prestar atenção nos ângulos retos das articulações operador com a cabeça do paciente – efeito travesseiro
(tornozelo, joelho e cotovelos). Os ombros devem estar – não é adequado porque é desagradável (manter uma
eretos e relaxados, braços ao longo do corpo, sem distância de 20 cm em relação à cabeça do paciente).
torcer joelhos e tornozelos para acionar os pedais.

Os pés completamente apoiados no chão, coxas


paralelas ao solo e as articulações de joelho, cotovelo
e tornozelos a 90º. Os ombros relaxados e paralelos ao
tronco e os cotovelos na altura da comissura labial do
paciente – isso para qualquer procedimento.
Outro exemplo de péssimas posturas de trabalho que
O operador pode fazer pequenas inclinações do tronco irá causar fadigas e lesões futuramente.
e, nesses casos, pode-se ajustar a inclinação do encosto
do mocho.
Periodontia Diagnóstico – Aula 15 3

POSIÇÃO DO OPERADOR X PACIENTE deverá ficar à direita do profissional destro, facilitando


o alcance dos instrumentos e materiais.
Para que possamos adotar posições adequadas de
trabalho, levaremos em consideração a posição do
operador destro em relação à cabeça do paciente. No
exemplo, o paciente é um relógio com centro no nariz
ou boca. A partir disso, definiremos a posição do
mocho do operador.

Para o trabalho no arco inferior, o encosto da cadeira é


levemente reclinado para frente e o apoio de cabeça
também. O arco superior é melhor visualizado com a
cadeira praticamente na horizontal.

Para os trabalhos em molares e pré-molares inferiores,


o mocho deverá estar na posição das 7h.
Procedimentos no arco superior são melhor
executados na posição das 9h (visão direta), mas alguns
profissionais gostam da posição de 12h para trabalhar
na face vestibular dos anteriores superiores ou na face
palatina dos mesmos, mas com uma visão indireta. Os
dentes anteriores inferiores ficam com as 11h.

Essas posições do paciente nos permitirão posicionar o


plano oclusal do paciente na melhor condição de
trabalho.

Plano oclusal inferior: aproximadamente 45° com o


solo.

Plano oclusal superior: ângulo maior ou igual a 90º


com o solo.

Todas essas posições com todos os matérias dispostos


adequadamente ao alcance do operador e auxiliar irão
reduzir o tempo de trabalho, reduzir os riscos de lesões
Nessas posições de 9, 11 e 12h (destro) ou 1, 3 e 5h e aumentar a produtividade dos procedimentos.
(canhoto), as pernas do operador não ficarão em baixo
da cadeira, mas ficarão abertas. Para reduzir o número
de movimentos e torções da coluna vertebral, o kart

Você também pode gostar