PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS EM ORTODONTIA

MALOCLUSÕES QUE REQUEREM TRATAMENTO ORTODÔNTICO

1. Discrepância relativa entre tamanho de dentes e maxilares (componente
dentoalveolar)
Objetivo: correção dento-alveolar
Magnitude: forças leves (<400g)
Tipos de aparelhos: fixos e removíveis

2. Padrões esqueléticos desarmônicos (componente esquelético)

a) Retrognatismo maxilar
Objetivo: 1º correção esquelética transversal
Magnitude: forças pesadas (>400 g – 500g)
Tipo de aparelho: disjuntor palatino permite aplicar força que separa a sutura
média palatina

2° sagital
Tipo de aparelho: máscara facial (removível) → permite aplicar força que
direciona o crescimento da maxila no mesmo sentido do crescimento natural
ou aparelho fixo → disjuntor maxilar
Magnitude: forças pesadas (>400 g – 500g)

b) Retrognatismo mandibular
Tipo de aparelho: Aparelho Ortopédico-Funcionais
Ex: Bionator de Balters; durante a deglutição: lábios fecham de forma mais
eficiente e a língua assume posição correta
→ Muda a posição da mandíbula para estimular a expressão do
crescimento em uma direção ideal. O objetivo é ativar a função
normal ao mesmo tempo que elimina o mal posicionamento espacial e
morfológico que exacerba a maloclusão = FORÇAS ORTOPÉDICAS
FUNCIONAIS.
2° objetivo: forças musculares
 Condicionar
 Fortalecer
 Redistribuir
Ex: Regulador da Função de Fränkel
Paciente que apresenta retrognatismo mandibular e a musculatura torna-se
mais rígida, o que causa uma pressão inadequada sobre toda a superfície
dentoalveolar limitando o crescimento transversal e sagital. Com o aparelho
Regulador da Função de Fränkel com os discos vestibulares inibindo a pressão
inadequada muscular perioral liberando o crescimento natural.

3. Combinação dos componentes dentoalveolar + esquelético

 COMPONENTE ESQUELÉTICO

RECURSOS TERAPÊUTICOS

Forças ortodônticas: independente do crescimento;

limitação: anquilose dentária
Forças ortopédicas: só durante a fase do
crescimento

FORÇAS ORTODÔNTICAS
Deve obedecer aos princípios básicos que regem a movimentação dentária sem causar efeitos
deletérios aos dentes e as estruturas de suporte.

PRINCÍPIOS BÁSICOS
I. ANCORAGEM
RESISTÊNCIA que um ou mais elementos dentários oferecem à movimentação,
quando submetidos à aplicação de uma força de pressão ou de tração.

Se aplicarmos uma força com magnitude adequada,

com duração e direção apropriada, se
desencadearam reações teciduais a nível ósseo que
vão permitir que o dente continue a se deslocar. A
presença de reabsorções e aposições ósseas vão
permitir esse movimento induzido. No momento em que se desencadeiam essas
reações teciduais e que permitem o deslocamento progressivo do dente →
ancoragem.
3ª Lei de Newton: a toda força de ação surge uma força de reação da mesma magnitude e em
sentido contrário.

Ancoragem absoluta com mini-implantes ortodônticos → a força de reação é absolutamente

anulada.
Fatores na preservação da ancoragem:
 Correção sequencial
 Características do corpo acrílico:
o Adaptação
o Extensão
o Espessura

II. RETENÇÃO OU FIXAÇÃO

Mecanismo por meio do qual o aparelho é mantido na posição correta, para evitar
o seu deslocamento e com isto, comprometer a sua eficácia.

III. APLICAÇÃO DA FORÇA

Transmissão da força aos dentes por meio dos componentes ativos → elementos
capazes de induzir a movimentação dentária.
1. Molas
Aplicação da força:
 Perpendicular ao longo eixo do dente
 Paralela à superfície do dente
 Através do centro de resistência (transversal)

2. Parafusos
3. Elásticos
4. Lâminas de aço
5. Gutapercha etc

MOVIMENTOS ORTODÔNTICOS COM APARELHOS

REMOVÍVEIS
Mola em “L” com um único braço de ação → ativação angular → deslocamento com rotação
Mola com duplo braço de ação → ativação angular OU paralela

POR QUÊ INCORPORAR UM HELECOIDE?

Objetivo: aumentar a elasticidade da mola e diminuir a força que será aplicada, quando
ativada

Rotação pura do incisivo central direito. Para criar um binário de forças, uma será aplicada no
arco vestibular num ponto mésio vestibular do dente e a outra força em sentido contrário num
ponto disto lingual do dente por meio da mola de protrusão, obtendo como resultado a
rotação pura do dente.

 Laminação
 Trefilação

PARÂMETROS QUE DETERMINAM A ELASTICIDADE DE UM FIO ORTODÔNTICO

 Espessura do fio
 Comprimento
 Seção transversa
  Material
 Manuseio

CARACTERÍSTICAS IDEAIS DOS FIOS ORTODÔNTICOS

 Espessura (permite dobrar os grampos de retenção e elementos ativos)
 Elasticidade (transmitindo força aos dentes sem sofrer deformação permanente)
 Módulo de elasticidade (baixo módulo de elasticidade)
 Resistência limite (realizar as dobras com deformação permanente sem que atinja o
limite de resistência e se frature)