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“Após a farsa revelada pela Folha em maio, a Rede TV! está processando
a Cia. Brasileira de Bebidas Premium (…)
A cervejaria nordestina contratou duas mulheres que conseguiram um
quadro no programa "Pânico", transmitido pela emissora, fazendo-se
passar por tchecas apaixonadas pelo Brasil (…)
A Folha noticiou que, na verdade, a dupla fazia parte de uma estratégia
de marketing do lançamento da cerveja Proibida, projeto de R$ 60 milhões
da cervejaria.
Devido à farsa, a Rede TV! enfrentou problemas comerciais com o
patrocinador do ‘Pânico’, a gigante de bebidas Ambev.
A liminar conseguida pela emissora determina que a cervejaria exclua de
seus canais de comunicação qualquer menção ao "Pânico", à Rede TV! e
aos apresentadores da emissora - incluindo redes sociais e menções em
vídeos e textos.
A pena prevista é o pagamento de multa diária; o valor não foi divulgado
(…)”
Hoje vamos ver o que um bom magistrado analisa antes de conceder uma
liminar, e para isso vamos usar o caso acima.
Um bom juiz vai analisar três coisas diferentes (sim, acima falamos apenas
de fumus boni iuris e periculum in mora , mas existe uma terceira coisa
que os bons magistrados precisam analisar).
Parece ter direito significa que a interpretação mais simples da lei parece
ser a dada por quem está pedindo a liminar. A liminar não é o lugar para se
discutir a lei. Ou a lei é clara ou não é clara. Se for clara, é possível pedir a
liminar. Se não for clara, é melhor o magistrado esperar até a sentença
final. No caso da matéria acima, ele só concedeu a liminar porque o direito
à proteção à imagem é clara na lei.
Além disso, os fatos precisam estar claros. Uma coisa é a lei, a outra são
os fatos. Se no caso acima não estivesse claro que se tratava de uma
campanha de marketing baseada em uma mentira, o magistrado não
deveria te concedido a liminar. Ele só concedeu porque (para ele) as
provas apresentadas mostravam indícios claros de que a agência tentou
enganar a rede de TV.
O que é pedido
Por fim, o magistrado precisa analisar se o que está sendo pedido
liminarmente vai resolver o problema. O pedido (solução proposta) precisa
ser adequado ao problema. Adequado significa que vai mitigar ou resolver
o problema, que é a melhor forma de resolver o problema, e que não vai
causar mais danos do que o problema em si.