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Técnicas de Sobrevivência Pessoal (TSP)

EFOMM 2020

2 Situações de Emergência

2.1 Emergências que podem ocorrer a bordo de uma embarcação:

- Perda de Governo;

- Incêndio;

- Explosão;

- Perda de Energia;

- Colisão ou Abalroamento;

- Encalhe;

- Derramamento de Óleo;

- Água aberta;

- Perda de Propulsão.

2.2 Precauções para Evitar Situações de Emergência

As precauções necessárias para evitar as situações de emergência citadas têm início


na boa qualificação dos profissionais escolhidos para embarque, na manutenção do seu
bom estado de saúde, na sua conscientização da necessidade de participar ativamente de
todos os exercícios e treinamentos obrigatórios ou programados a bordo pelo comandante
ou em terra, quando programados pela empresa após verificação da necessidade, inclusive,
pelo GSSTB (Grupo de Saúde e Segurança do Trabalho a Bordo).

2.3 Prevenção e Combate a Incêndios

Todos são responsáveis pela prevenção de incêndios a bordo e, desse modo, devem
obedecer a todas as instruções existentes no que concerne ao uso de chamas abertas, tais
como:
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- O uso de cigarros e isqueiros, utilizando-os somente nos locais indicados;

- Não utilização de luzes desprotegidas ou realização de trabalhos a quente em áreas


onde haja possibilidade da presença de líquidos ou gases inflamáveis;

- Descarte de materiais utilizados em limpezas, sujos de óleos ou outro produto


inflamável somente nos locais apropriados;

- Cuidados com a utilização de materiais elétricos, não fazendo ligações não


autorizadas (gambiarras);

- Observar as regras de utilização dos equipamentos da cozinha, copas, refeitórios e


lavanderias; e

- Evitar o envolvimento em situações que possam representar a possibilidade de um


princípio de incêndio.

O combate a incêndio se inicia no momento em que é dado o alarme da ocorrência real


de um princípio de incêndio. Os meios de combate a incêndios existentes a bordo, de
maneira geral, se constituem nos extintores portáteis, nos extintores móveis e nos socorros
básicos, quais sejam:

- Sistema fixo de água;


- Sistema fixo de espuma;
- Sistema fixo de pó químico seco;
- Sistema fixo de CO2.

Dependendo da proporção do incêndio, ele poderá ser extinto pela utilização dos
equipamentos portáteis, por um dos sistemas fixos ou pela combinação de quaisquer destes
equipamentos ou sistemas.

É necessário observar que os equipamentos portáteis estão distribuídos a bordo de


acordo com um projeto que os qualifica de acordo com o combustível existente no local, o
que torna desnecessário perder tempo procurando saber se aquele é o extintor adequado
ou não.
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Para a utilização dos sistemas fixos, estes serão escolhidos apropriadamente, de


acordo com o método de extinção que se deseja utilizar, quais sejam: resfriamento,
abafamento ou quebra da reação em cadeia.

Para o abafamento de espaços fechados, como casas de bombas e praças de


máquinas, é necessário que todos conheçam o alarme de alagamento por CO 2 e que
entendam que é necessário abandonar o local imediatamente, sob pena de vir a falecer por
asfixia. A utilização destes sistemas, principalmente o sistema fixo de CO2, somente deve
ser efetuada por pessoal bem treinado e capaz e, mesmo assim, somente após ordem do
comandante ou de seu substituto na ocasião.

2.4 Afundamento

Algumas situações de emergência podem levar a um sinistro em que seja necessário


abandonar a embarcação. O abandono poderá ocorrer sob a luz do dia ou à noite, sob mau
tempo, debaixo de mar grosso, ou em condições meteorológicas favoráveis e até mesmo
com mar espelhado. O naufrágio poderá levar várias horas ou acontecer em questão de
alguns minutos, portanto, a tripulação deve estar preparada para reagir de maneira pronta e
eficaz para qualquer das situações que se apresente.

Após o navio ter sido abandonado, os líderes desempenharão papel importante na


sobrevivência dos náufragos, pois todos estarão sujeitos a condições psicológicas adversas
causadas, principalmente, pelo medo, tristeza, solidão, fadiga e pela existência de pessoas
feridas ou mortas.

2.5 Treinamento

O bom treinamento das brigadas de incêndio em suas tarefas, listadas na tabela- mestra
do navio, poderá fazer a diferença entre extinguir imediatamente um princípio de incêndio,
apagar rapidamente um incêndio de maiores proporções, demorar em extinguir um incêndio,
resultando em vítimas, além de perdas materiais, ou, até mesmo, perda da embarcação
pelo incêndio ou pelo afundamento ocasionando o abandono e suas terríveis
conseqüências.
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Nas situações de abandono iminente, somente através dos exercícios de abandono,


conforme as ações previstas na mesma tabela-mestra, é que se poderá assegurar que as
pessoas reagirão favoravelmente, mesmo sob fortes condições emocionais, porque agirão
de maneira quase automática e, assim, correta no desenvolvimento de suas tarefas
previstas naquela tabela.

Para a maioria das situações de emergência, são previstos exercícios periódicos que
visam manter a tripulação capaz de reagir de forma a minimizar os efeitos advindos destas
situações.

Um tripulante bem-adestrado não entra em pânico, não causa pânico e contribui para o
seu próprio salvamento e o de outras pessoas. Portanto, mantenha-se sempre treinado.

2.6 Tabela-Mestra e Alarmes de Emergência

A tabela-mestra tem por objetivo mostrar os detalhes do alarme geral de emergência, as


ações a serem realizadas pela tripulação e pelos passageiros quando soar esse alarme e
como será dada a ordem de abandonar o navio.

Nesta tabela, estão indicados quais os oficiais designados para assegurar que os
equipamentos salva-vidas e de combate a incêndio sejam mantidos em boas condições e
prontos para utilização imediata; os substitutos das pessoas-chave que possam ficar
inválidas, levando em consideração que diferentes situações de emergência podem exigir
ações diferentes; e as tarefas designadas aos diversos membros da tripulação com relação
aos passageiros, em caso de emergência.

Na tabela-mestra, também será encontrada a tripulação designada para o bote de resgate


com suas respectivas ações nas situações de emergência.

O alarme geral de emergência consta de sete ou mais sons curtos seguidos de um longo,
dados através do apito do navio ou da campainha de alarme geral.

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2.7 A Tripulação e Instruções de Emergência

Logo ao embarcar, cumprindo procedimentos existentes, os tripulantes são


familiarizados para que possam reagir corretamente nas situações de emergência
com o seguinte:

- Alarme de emergência;
- Os significados de todos os diferentes alarmes existentes;
- Instruções da tabela-mestra e suas funções;
- A localização e o uso dos equipamentos salva-vidas;
- A localização e o uso dos equipamentos de combate a incêndios;
- As rotas de fuga e equipamentos de fuga;
- Emergências que podem resultar em afundamento do navio;
- Meios de sobrevivência a bordo e nas embarcações de sobrevivência;
- SOPEP;
- Local de guarda e correta utilização dos equipamentos de localização:
EPIRB, SART, VHF e sinais visuais.

2.8 Equipamentos Extras e Sobrevivência

Além do EPIRB, SART e VHF, em caso de abandono, se houver tempo, o


seguinte material adicional deverá ser levado para as embarcações de sobrevivência:

- Água;
- Alimentos;
- Remédios;
- Apetrechos de pesca;
- Lanternas;
- Cobertores.

As embarcações infláveis que não forem usadas no momento do abandono


também poderão ser levadas como melhor for possível;

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2.9 Complicações Durante um Abandono

O abandono de uma embarcação poderá ocorrer em situações favoráveis, com


tempo suficiente para um abandono organizado, usando-se todos os equipamentos
disponíveis. Porém, pode haver complicações, muitas vezes inesperadas, causadas
por:

- Impossibilidade de lançamento de qualquer embarcação de sobrevivência


ou resgate;
- Falta de iluminação;
- Falta de tripulante designado para certas funções;
- Pânico;
- Desconhecimento das saídas de emergência;
- Falta de conhecimento do equipamento;
- Tripulantes não treinados;
- Desembarque de feridos;
- Estado do mar;
- Condições meteorológicas;
- Águas infestadas por tubarões;
- Tripulantes que não obedecem à ordem de aguardar abandono;
- Navio adernado;
- Incêndio na superestrutura;
- Falta de tripulantes.

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