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VERDADE VALIDADE E SOLIDEZ

Para se avaliar um argumento temos que responder a 4 questões

- As premissas verdadeiras?
- As premissas oferecem apoio à conclusão?
- O que é um bom argumento?
- O que é um mau argumento?
1. AS PREMISSAS SÃO VERDADEIRAS?
Para saber se são verdadeiras devemos confrontá-las com a realidade

Ex. Todos os cães são aves – premissa falsa


Ex. Todos os cães são mamíferos - premissa verdadeira
2. AS PREMISSAS OFERECEM APOIO À
CONCLUSÃO?
1º temos que ver se o argumento é dedutivo ou não-dedutivo

Num argumento dedutivo as premissas oferecem apoio decisivo/garantia para a


conclusão

Num argumento não-dedutivo as premissas fornecem um apoio provável mas não


decisivo para a conclusão.
ARGUMENTOS
Não-
Dedutivos
dedutivos
Quando as informações da conclusão Quando as informações da conclusão
derivam inteiramente das informações ultrapassam as informações das premissas
das premissas

Fortes
Premissas parecem dar
Válidos Inválidos boas razões para acreditar
que a conclusão é verdadeira
A verdade das premissas não é Fracos
Todo o F é G garantia da verdade da conclusão
Todo o H é F Premissas sem força para
Logo, todo o H é G Todo o A é B apoiar a conclusão
Todo o C é B
Logo, todo o C é A
DEDUTIVOS
• Quando as informações contidas na conclusão derivam inteiramente das
premissas

• Podem ser válidos ou inválidos: A validade deste argumento depende da forma


lógica

 Válidos: as premissas dão apoio decisivo à conclusão – conclusão necessária


 Inválidos: as premissas não apoiam/garantem a conclusão

Ex. Todos os cães são mamíferos Ex. Se chover o chão fica molhado
Os Dálmatas são cães O chão está molhado
Logo, todos os Dálmatas são mamíferos Logo, choveu
DEDUTIVOS
Ex. Todos os cães F são mamíferos G (premissa verdadeira)
Os Dálmatas H são cães F (premissas verdadeira)
Logo, todos os Dálmatas H são mamíferos G

Forma lógica:
Todos os F são G
Todos os H são F
Logo, todos os H são G

Se a validade do argumento depende da sua forma lógica, então, podemos afirmar que
este é um argumento válido.
DEDUTIVOS
Ex. Todas as formigas F são aves G (premissa falsa)
As girafas H são formigas F (premissa falsa)
Logo, as girafas H são aves G (conclusão fala)

Forma lógica:
Todos os F são G
Todos os H são F
Logo, todos os H são G

Apesar das premissas serem falsas, a estrutura do argumento está correta


DEDUTIVOS
Ex. Todos os políticos F são inteligentes G
António Costa H é inteligente G
Logo, António Costa H é político F

As premissas não oferecem uma garantia para aceitar a conclusão. Se não soubermos
quem é António Costa poderíamos pensar que embora seja inteligente poderia ter outra
profissão que não político. A estrutura do argumento não torna impossível que a conclusão
seja falsa.
NÃO-DEDUTIVOS
 Quando as informações presentes na conclusão ultrapassam as informações contidas
nas premissas

Forte: premissas oferecem boas razões para acreditar que a conclusão é verdadeira
Fraco: premissas não têm força suficiente para apoiar a conclusão

Ex. Até hoje, todos os cães nasceram quadrúpedes


Logo, o próximo cão a nascer será também quadrúpede

Ex. Algumas pessoas gostam de ir à praia


Logo, todas as pessoas gostam de ir à praia

Aqui os argumentos não são válidos ou inválidos, são fortes ou fracos, pois não depende da
forma lógica do argumento mas sim do conteúdo das proposições, acerca do mundo,
contexto, etc, da sua força.
3. O QUE É UM BOM ARGUMENTO?
Argumento dedutivo bom:
- É sólido, ou seja, válido (constituído por premissas verdadeiras)
- Bom e racionalmente convincente (premissas mais aceitáveis do que a conclusão)

Argumento bom é: válido, constituído por premissas verdadeiras e que são mais plausíveis
do que a conclusão.

Validade + verdade de todas as premissas = solidez


Todos os argumentos sólidos têm conclusão verdadeira

Ex. Todos os homens são humanos


João é homem
Logo, João é humano
3. O QUE É UM BOM ARGUMENTO?
Argumento não-dedutivo bom:

- Ser cogente (é um argumento forte com premissas verdadeiras e mais plausíveis


do que a conclusão)
4. O QUE É UM MAU ARGUMENTO?
Quando o argumento (seja dedutivo ou não-dedutivo) não cumpre algum dos
requisitos anteriores = mau argumento

Mau argumento = falácias (quando o argumento parece válido, sólido, forte ou bom
mas não o é)

Falácias formais: quanto à forma do argumento


Falácias informais: quanto ao conteúdo do argumento
Argumentos válidos:
• Pode ser válido com premissas falsas (todas as aves são formigas, a girafa é ave, a girafa é formiga)
• Quando a conclusão decorre necessariamente das premissas
• Pode ter uma conclusão falsa
• Devem ter premissas verdadeiras para serem argumentos sólidos

Argumentos inválidos:
• Quando a conclusão não decorre necessariamente das premissas (ver forma lógica)
• Nenhum argumento inválido é bom
• É inválido se tiver as premissas verdadeiras e a conclusão falsa
• Pode ser inválido e ter conclusão verdadeira

 Argumento bom:
Nem todos os argumentos válidos são bons
Os argumentos válidos com premissas verdadeiras são bons

 Argumento sólido:
Nenhum argumento com conclusão falsa é sólido
Argumentos sólidos têm sempre conclusão verdadeira
Os argumentos válidos só com premissas verdadeiras são sólidos
PROPOSIÇÕES E OPERADORES
PROPOSICIONAIS
Proposições podem ser:
• simples Ex. A Maria é aluna (simples)

• complexas (em que está presente um ou mais operadores proposicionais), ligam


proposições e permitem formar novas proposições) Ex. A Maria é aluna e a Júlia
é desempregada (complexa)

Operadores proposicionais podem ser verofuncionais ou não-verofuncionais


Verofuncionais: operadores que a partir do valor de verdade de uma proposição
simples nos permite determinar o valor da proposição complexa
OPERADORES PROPOSICIONAIS
VEROFUNCIONAIS
 Negação
 Conjunção
 Disjunção
 Condicional
 Bicondicional
NEGAÇÃO P ¬P
V F
Ex. Afirmação: P. A Terra é um planeta F V

Ex. Negação : ¬P. A Terra não é um planeta. Resulta da negação


Da proposição

Valores de verdade da proposição

Se P é verdadeira então ¬P é falsa.


Se P é falsa então ¬P é verdadeira

Negação de uma negação = Verdadeira


¬¬P equivale a uma afirmação

¬P lê-se “não P”
NEGAÇÃO
A negação faz-se com orientação do quadrado da oposição, assim:

TESE NEGAÇÃO
Todas as acções livres são Algumas acções livres não
ilusórias são ilusórias
Nenhuma economia de Algumas economias de
mercado é justa mercado são justas
Algumas obras de arte são Nenhuma obra de arte é
imorais imoral
Algumas divindades não são Todas as divindades são
boas boas
CONJUNÇÃO
P Q P Л Q
P. Rui canta
V V V
Q. Ana dança
V F F
F V F
P Л Q : Rui canta e Ana dança
F F F

O VALOR DE VERDADE DA NOVA PROPOSIÇÃO SÓ É


VERDADEIRA SE, E SÓ SE , AS DUAS PROPOSIÇÕES
SIMPLES FOREM VERDADEIRAS.
DISJUNÇÃO - INCLUSIVA
P Q P v Q
P. Ronaldo é jogador V V V
Q. Messi é jogador V F V
F V V
P v Q. Ronaldo é jogador ou Messi é jogador F F F

Apenas quando ambas as proposições são


falsas é que a disjunção inclusiva é falsa
DISJUNÇÃO - EXCLUSIVA Ou P ou Q

P Q P v Q
P v Q . O João tem três anos ou cinco
V V F
P v Q. Ou está vivo ou está morto
V F V
F V V
F F F
P. A Patrícia nasceu em França Sé é verdadeiro quando as proposições tem
diferentes valores de verdade
Q. A Patrícia nasceu em Portugal

P v Q. Ou a Patrícia nasceu em França ou a Patrícia nasceu em Portugal.


CONDICIONAL Se P.. então Q

P. Deus existe P Q P→ Q
Q. A vida faz sentido V V V
V F F
P → Q. Se Deus existe, então a vida faz sentido. F V V
Antecedente consequente
F F V

• Qualquer condicional com antecedente falsa A proposição só é falsa quando o


: É verdadeira Antecedente (P) é verdadeiro e o
Consequente (Q) falso.

Negação de uma condicional: tem que provar que a antecedente não é condição suficiente para a consequente.
Ex. Se tudo está determinado, então a liberdade é uma ilusão.
Tudo está determinado mas a liberdade não é uma ilusão.
BICONDICIONAL
P Q P↔ Q
P. Os animais têm direitos V V V
Q. Os animais sentem dor V F F
F V F
P ↔ Q. Os animais têm direitos se e só se sentirem dor.
F F V
(tem consequência uma da outra: Se P então Q se Q então P)

Negação da bicondicional: tem que se mostrar que as A proposição só é verdadeira


proposições conectadas não são suficientes e necessárias se as proposições conectadas
uma para a outra. tiverem o mesmo valor de verdade
Ex. O Gustavo emagrece se e só se deixar de comer bolos.
Neg. Gustavo não emagrece e não deixa de comer bolos
ou
Neg. Gustavo deixa de comer bolos e não emagrece

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