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A teoria das emoções de James-Lange: um exame crítico e uma teoria alternativa

Autor(es): Walter B. Cannon
Trabalho(s) revisado(s):
Fonte: o Jornal Americano de Psicologia, Vol. 39, No. 1/4 (dezembro de 1927), pp. 106-124
Publicado por: University of Illinois Press
URL estável: http://www.jstor.org/stable/1415404 .
Acessado: 13/07/2012 17:46

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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE: UM CRÍTICO

EXAME E UMA TEORIA ALTERNATIVA*

Por WALTER B. CANNON, Universidade de Harvard

Em sua introdução à reimpressão dos artigos clássicos de James e

Lange, Dunlap' declara que sua teoria das emoções como "não só se
orgânicos do pensamento
tornou científico
tão fortemente
que é enraizada
praticamente
nosassumida
processoshoje
como a base para o estudo da a vida emocional, mas também levou ao
desenvolvimento como base de todo mental da hipótese de reação ou
escreveu: "Esta famosa doutrina é tão resposta
tão fortemente
repetidamente da vida."
fortalecida
confirmada E pela
pela Perry2
prova e
experiência que não pode ser negada a verdade substancial. Apesar da
refutação elaborada, ela não mostra sinais de obsolescência". Com
alguma apreensão, portanto, arrisca-se a criticar uma visão da natureza
das emoções que se mostrou tão satisfatória como meio de interpretar a
experiência afetiva e que se recomendou tão geralmente aos psicólogos.
Existem agora à mão, no entanto, fatos fisiológicos pertinentes que não
estavam disponíveis quando James e Lange desenvolveram suas ideias
e que deveriam ser aplicados a essas ideias, e existem explicações
alternativas da experiência afetiva que devem ser consideradas, antes do
James- A teoria de Lange recebe reivindicações básicas neste domínio da
psicologia.

James apresentou sua visão pela primeira vez em 1884, a monografia

de Lange apareceu em dinamarquês em 1885. Os pontos cardeais em
suas respectivas idéias sobre a natureza das emoções são tão conhecidos
que, para fins
de comentário apenas breves referências precisam ser feitas a eles.
como segue. James podepode
Uma teoria ser resumido, quase em
passar impulsos seus próprios
aferentes termos,
objeto estimula
sentidos; ao córtex e o objeto é percebido; então um ou mais órgãos
as correntes descemdos
aos músculos e vísceras e os alteram de maneiras complexas; impulsos
aferentes destes perturbados quando percebidos transformam o "objeto-
órgãos curso de volta para o córtex
simplesmente apreendido" em "objeto-emocionalmente-sentido". Em
e
outras palavras, "a sensação das mudanças corporais à medida que elas
ocorrem é a emoção - a sensação comum,

*Este papel é do Laboratório de Fisiologia, Harvard Medical School.

xW. James e CG Lange, As Emoções, 1922.
2R. B. Perry, Teoria Geral do Valor, 1926,
295. io6
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE 107

elementos associativos e motores explicam tudo."' A principal evidência

citada para a teoria é que estamos cientes das tensões, pulsações,
que ocorrem rubores,
sufocações
dores,- enós
que,
asse
sentimos,
tomarmosdelonge
fato, no
da momento
imagem de
em
uma fantasia
emoção esses sintomas corporais, nada sobraria.

Segundo Lange4, a estimulação do centro vasomotor é "a raiz das

causas das afecções, seja qual for a sua constituição". "Devemos o lado
todo
emocional de nossa vida mental", escreveu ele, "nossas alegrias e
tristezas, nossas horastodas
felizes
aseimpressões
infelizes, aodo
nosso sistema
mundo vasomotor.
exterior apenas ,
sobre nossos sentidos
enriqueceriam nossa experiência, aumentariam nosso conhecimento,
não possuía
potênciamas não despertariam alegria nem nos dariam
cuidado ou medo."

raiva,
Como somos incapazes de diferenciar subjetivamente entre sentimentos
de origem central e periférica, a evidência subjetiva não é confiável.
Mas porque o vinho, certos cogumelos, haxixe, ópio, uma ducha fria e
outros agentes causam efeitos fisiológicos que são acompanhados por
estados alterados de sentimento, e porque a abstração das manifestações
corporais de um indivíduo assustado não deixa nada de seu medo, a
emoção é apenas uma percepção de mudanças no corpo. É claro que
Lange tinha a mesma concepção de James, mas a elaborou em uma base
muito mais restrita – apenas em mudanças no sistema circulatório.

UMA CONSIDERAÇÃO DOS FATORES VISCERAIS

Supunha-se que o refluxo de impulsos da periferia, no qual James se

baseava para explicar a riqueza e a variedade do sentimento emocional,
surgia de todas as partes do organismo, dos músculos e da pele, bem
como das vísceras. A esta última, no entanto, ele se inclinava a atribuir
o papel principal – na “parte visceral e orgânica da expressão”, escreveu
ele, “é provável que dependa a parte principal da emoção sentida”.
portanto, suas duas fontes considerar
do fluxo aferente. Devemos
criticamente primeiro
a fonte visceral. Em
relação a isso, comentaremos a idéia de Lange de que o centro vasomotor
contém a explicação da experiência emocional.

116
3James, op. cit., 123. 4 Lange, op. cit., 73. 5 James, op. cil.,
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CANHÃO
Io8

(1) A separação total das vísceras do sistema nervoso central seccionou a

não altera o comportamento emocional.
Sherrington6 medula espinhal
cordão e o vago conexão de
nervos de cães para destruir qualquer
o cérebro com o coração, os pulmões, o estômago e os intestinos, o baço, o
fígado e outros órgãos abdominais - na verdade, para isolar todas as estruturas
nas quais se supunha que anteriormente os sentimentos residiam.
Recentemente Cannon, Lewis e Britton7 conseguiram manter os gatos em um
meses após a remoção de todo o
estado saudável para a divisão
muitos
simpática do sistema autônomo, a divisão que
opera em grande excitação. Assim, todas as reações vasculares controladas pelo
centro vasomotor foram abolidas; a secreção da medula adrenal não podia mais
ser evocada; a ação do estômago e dos intestinos não podia ser inibida, os pelos
não podiam ser eriçados e o fígado não podia ser chamado para liberar no sangue

açúcar
fluxo. Essas operações amplamente perturbadoras tiveram pouco ou algum
efeito sobre as respostas
emocionais dos animais. Em um dos cães de
Sherrington, tendo um "temperamento marcadamente emocional", o campo
redução emo de sua sensorial
alegria, desgosto
cirúrgicoenão
quando
causou nenhuma mudança óbvia na
comportamento cional; raiva, provocação
"sua ção
surgiu, seu medo, permaneceu tão evidente como sempre." E na raiva
foram manifestadas
gatos simpatectomizados todos os sinais superficiais de
na
presença de um cão latindo - silvando, rosnando, retração das orelhas,
mostrando os dentes, levantando o para atacarpata
- exceto ereção
dos pelos. Ambos os conjuntos de animais se comportaram com total ex emocional

pressão em todos os órgãos ainda conectado com o cérebro; o único

falha estava em das vísceras
desconectados. A ausência de órgãos de reverberação
não se alterou em
qualquer respeito a demonstração
emocional apropriada; sua única abreviação era cirúrgica.
Como Sherrington observou, com referência a seus cães de cabeça e ombro,
é difícil pensar que a percepção que inicia a expressão irada deva trazer uma
conduta raivosa como conseqüência e ainda assim ter sido impotente
produzir para
"sentimento
de raiva".
Neste ponto as interpretações divergem. Angell8 argumentou que os
experimentos de Sherrington não fornecem evidências de que a sensação visceral
não desempenha nenhum papel na psicose emocional e, além disso, que não
desempenham 6C. S. Sherrington, Experimentos sobre o valor dos fatores
vasculares e viscerais para a gênese da emoção, Proc. Roy. Soc., 66, 1900oo, 397.
7W. B. Cannon, JT Lewis e SW Britton, A dispensabilidade da divisão simpática
do sistema autônomo, Boston Med. e Surg. J., 197, 1927, 514.

8J. R. Angell, Uma reconsideração da teoria da emoção de James à luz das

críticas recentes, Psychol. Rev., 23, 1916, 259.
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE 109

provarque o estado psíquico, "emoção", precede sua "expressão".

E Perry declarou que se na ausência de sensações dos órgãos
isolados cirurgicamente,
indeciso. a emoção é sentida permanece bastante

Deve-se admitir, seja curso, que não temos base real para o
afirmando ou negando a “emoção reduzidos
sentida”emnesses
presença.
animais
Temos
uma base, entretanto, para julgar sua relação com a teoria de
James-Lange. James atribuiu a parte principal da emoção sentida
às sensações das vísceras, Lange atribuiu-a inteiramente às
sensações do sistema circulatório. Ambos afirmaram que, se essas
sensações orgânicas são removidas imaginativamente de uma
experiência emocional, nada resta. Sherrington e Cannon e seus
colaboradores variaram esse procedimento removendo as
sensações cirurgicamente. Em seus animais, todos os distúrbios
viscerais através dos canais simpáticos - os canais para descarga
nervosa em grande excitação - foram abolidos. A possibilidade de
impulsos de retorno por esses canais, e nos animaistambém
de Sherrington
pelos
canais vagos, foi igualmente abolida. De acordo com a afirmação
de James sobre a teoria, a emoção sentida
em grande
deveria
parte
tere,
desaparecido
de acordo
com a afirmação de Lange, deveria ter desaparecido totalmente
(sem estimulação de nosso sistema vasomotor, lembre-se, as
impressões do mundo exterior "não despertariam alegria nem não
raiva,
nos daria cuidado nem medo"). Os animais agiam, entretanto, na
medida em que as conexões nervosas permitiam, sem diminuir a
intensidade da manifestação emocional. Em outras palavras, as
operações que, em termos da teoria, destroem grande ou
completamente o sentimento emocional, ainda assim deixam os
animais se comportando com a mesma raiva, alegria e medo de sempre.
(2) As mesmas mudanças viscerais ocorrem em estados
emocionais muito diferentes e em estados não emocionais. As
fibras pré-ganglionares da divisão simpática do sistema autônomo
estão tão relacionadas com os neurônios periféricos que a
inervação resultante dos músculos lisos e das glândulas em todo
o corpo não é particular, mas difusa. é derramado no sangue. Uma
vez que é geralmente distribuído a todas as partes e tem os
mesmos efeitos que os impulsos simpáticos onde quer que aja, os
agentes humorais e neurais cooperam na produção de efeitos
difusos. Em dessas conseqüências, organize
9 Perry, op. cit., 298.
10Canhão, Mudanças corporais em dor, fome, medo e raiva, 1915, 26.
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IIO CANHÃO

mentos o sistema simpático vai, por em ação como uma unidade-lá pode
ser pequenas variações como, ou ausência de
exemplo, o presença
transpiração, mas nas principais características a integração é característica.
ser
As alterações viscerais provocadas pela estimulação simpática
podem ser listadas da seguinte forma: aceleração do coração, contração das
arteríolas, dilatação dos bronquíolos, aumento da inibição
circulação do açúcar
sanguínea das
ativo,
glândulas digestivas, inibição do peristaltismo gastrointestinal, sudorese,
descarga de adrenina, alargamento do pupilas e ereção dos cabelos. Essas
cir
mudanças são vistas com grande entusiasmo sob circunstâncias. Eles algum
ocorrem em estados emocionais tão facilmente distinguíveis como medo e
alcance.” Febril2 e também conhecido por induzir a exposição aomudanças
maioria das frio'3 são a–
certamente uma frequência cardíaca mais rápida, vasoconstrição, aumento
de açúcar no sangue, descarga de adrenina
evocae todas
ereçãoasdos cabelos.enumeradas
alterações O estágio
acima, com a possível exceção do suor. transpiração.14 Nesta das condições
que provocam nas vísceras alterações típicas da descarga simpática, estão
emoções tão intensas e distintas como o medo e tais emoções
relativamente leves. afetivas

açúcar
e

grupo

fúria,
estados como aqueles que acompanham calafrios, hipoglicemia e respiração
difícil, e uma experiência tão marcadamente diferente como aquela que
acompanha o início da febre. Como apontado anteriormente por
emCannon'5,
respostas
as vísceras parecem muito uniformes para oferecer um meio satisfatório de
distinguir emoções que são diferentes
muito
em qualidade subjetiva.
Além disso, se as emoções fossem devidas a impulsos aferentes das
vísceras, deveríamos esperar não apenas esse medo, raiva sentiria acalafrios,
mas também mesma
hipoglicemia, asfixia e febre. Tal não é o caso.

"1 Cannon, op. cit., 277.

12Cannon e JR Pereira, Aumento da secreção adrenal na febre, Proc. Nat.
Acad. Sci., 10, 1924, 247.
13Cannon, A. Querido, SW Britton e EM Bright, O papel da secreção adrenal
no controle químico da temperatura corporal, Amer. J. Physiol., 79, 1927, 466.

14Cannon, MA McIver e SW Bliss, Um mecanismo simpático e adrenal para

mobilizar açúcar na hipoglicemia, Amer. J. Physiol., 69, 1924, 46.
"1 Cannon, op. cit., 280.
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE III

Ao comentar essa crítica à teoria de James-Lange

Angell'" admite que há excitação pode
ser uma matriz considerável de sub
visceral substancialmente idêntica para algumas emoções, mas os impulsos
que as características diferenciaispodempodem ser encontrados nas disfunções extraviscerais
turbulências, particularmente nas diferenças de tônus nos músculos esqueléticos.
Perry"7 também recorre à conformação dos padrões proprioceptivos, ao "conjunto
motor" da expressão, para fornecer os elementos distintivos dos vários estados
afetivos. A possível contribuição dos músculos esqueléticos para a gênese da
emoção sentida No momento, deve-se enfatizar o fato de que Lange não derivou
nenhuma parte da psicose emocional da qual James
poderia- a lhe atribuiu
parte um da
principal papel menor
emoção
sentida dependia da parte visceral e orgânica da expressão. fonte; e

(3) As vísceras são estruturas relativamente insensíveis. Há uma crença

comum de que quanto mais profundamente o corpo é penetrado, mais sensível
ele se torna. Tal não é o fato. Enquanto em um tronco de nervo espinhal as fibras
nervosas são provavelmente sempre mais numerosas que as motoras, nos nervos
sensorial distribuídos às vísceras as fibras aferentes
(sensoriais) são apenas um décimo do número de fibras eferentes. as contrações
e relaxamentos do

estômago e intestinos durante a digestão, da fricção do estômago contra o

diafragma, dos movimentos de espremer do baço, do fígado - somente depois
processos
de uma longa pesquisa descobrimos o descobriram
cirurgiões que está ocorrendo nesses
que o trato órgãos.pode
alimentar Os
ser cortado, rasgado, esmagado ou queimado em umqualquer
sem evocar ser humano não anestesiado
sensação de
desconforto. Podemos sentir as batidas do coração porque pressiona contra a
ópera
parede torácica, também podemos sentir o latejar dos vasos sanguíneos porque
passam por tecidos bem supridos com dores abdominais, mas aparentemente
isto

e nós
nervos sensoriais, podemos
porque há puxões no peritônio parietal.'9 Normalmente, os viscerais são
extraordinariamente inexpressivos. E até processos

quando neles são induzidas as alterações mais marcantes, como quando a ad

renalina atua, os resultados, como veremos, sãoprincipalmente
Vejo, sensações atribuíveis
a efeitos sobre o
sistema cardiovascular.

S6 Angell, op. cit., 260.

"Perry, op. cit., 300.
18J. N. Langley e HK Anderson, Os constituintes do hipogástrico J. Physiol., 17,
nervos, 1894, 185.
19K. G. Lennander et ai., Abdominal pains, especialmente in ileus, J. Amer. Med.
Assoc., 49, 1907, 836 (ver também p. IoI5).
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112 CANHÃO

(4) As mudanças viscerais são muito lentas para serem uma fonte de sentimento emocional.
As vísceras são compostas de músculo liso e glândulas - exceto o
coração, que é um músculo estriado modificado. Os movimentos do
corpo com os quais estamos familiarizados resultam de músculos
estriados de ação rápida, tendo um verdadeiro período latente de
menos de o.oo seg. Noções da velocidade dos processos corporais
adquiridas pela observação da ação do músculo esquelético não
devemos aplicar a outras estruturas. Músculo liso e glândulas
respondem com relativa lentidão. Embora Stewart20 tenha verificado
que o período latente do músculo liso do gato foi de cerca de 0,25
seg., Sertoli21 observou que durou 0,85 seg. no cão e o.8 seg. no
cavalo. Langley22 relatou um período latente de 2 a 4 segundos. na
estimulação da inervação do nervo corda do tímpano para a glândula
salivar submaxilar; e Pawlow' um período
vago, o nervolatente dedo
secretor cerca de 6
estômago
minutos na estimulação das glândulas. Novamente, Wells e Forbes24
observaram que o período latente do reflexo
homem), ser glandular
psicogalvânico
fenômeno (no
que
aparece, era de cerca de 3 segundos.
Em contraste com esses longos atrasos antes que a ação
periférica nas estruturas viscerais mal comece, estão as observações
de Wells;25 ele descobriu que o período latente de reações afetivas
a fotos de homens e mulheres terminava não incomumente em 0,8
segundos. Estudos mais recentes com odores como estímulos
produziram um número semelhante (comunicação pessoal). De
acordo com a teoria de James-Lange, no entanto, essas reações
afetivas resultam de reverberações das vísceras. Mas como isso é
possível? Aos longos períodos latentes dos músculos lisos e das
glândulas, citados passar
acima, deve-se
para acrescentar
que os o tempo necessário
impulsos nervosos partam do
cérebro para a periferia e daí de volta ao cérebro. É claro que as
mudanças orgânicas não poderiam ocorrer cedo o suficiente para de
aparência
ser a ocasião para os estados afetivos, certamente não os estados afetivos estu

20C. C. Stewart, músculo liso de mamífero - A bexiga do gato, Amer. J.

Physiol., 4, 1900, 192.
21E. Sertoli, Contribuição A la physiologie g6n6rale des muscle lisses, Arch.
italiano. de biol., 3, 1883, 86.
22J. N. Langley, Sobre a fisiologia da secreção salivar, J. Physiol., lo,
1889, 300.
23J. P. Pawlow e EO Schumowa-Simanowskaja, Die Innervation der
Magendriisen beim Hunde, Arch. f. Fisiol., 1895, 66.
24F. L. Wells e A. Forbes, Sobre certos processos e elétricos
suas relações
no corpo
comhumano
reações
emocionais, Arch. Psychol., 2, 1911, No. 16, p. 8.
26Wells, Reações a estímulos visuais em ambientes afetivos, J. Exper.
Psicol., 8, 1925, 64.
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE II13

(5) A indução artificial das mudanças viscerais típicas das emoções

fortes não as produz. Já foi mencionado que a adrenina, ou o extrato
comercial das glândulas supra-renais, "adrenalina", atua no organismo
de modo a mimetizar a ação dos impulsos nervosos simpáticos. Quando
injetado diretamente na corrente sanguínea ou sob a pele, induz a
dilatação dos bronquíolos, constrição dos vasos sanguíneos, liberação
do fígado, interrupção das funções
açúcar gastrointestinais
características e outras
de emoções alterações
intensas. Se
as emoções são a consequência

mudanças viscerais devemos razoavelmente esperar que, de acordo

com os postulados da teoria de James-Lange, sigam essas mudanças
em todos os casos. Observações incidentais em estudantes que
receberam injeções de adrenalina suficientemente grandes para produzir
efeitos corporais gerais trouxeram à tona o fato de que nenhuma
emoção específica foi experimentada por eles - alguns que haviam
participado de competições atléticas testemunharam sentir-se "no
limite", "excitados". ," assim como antes de uma corrida." Em um
estudo cuidadoso quedos efeitos dasubjetivas
as pessoas adrenalina
pessoas em um grande
Marafion27
normais número
e anormais de
relatou
as experiências incluíam sensações de palpitação pré-cárdica ou
epigástrica, de pulsação arterial difusa, de opressão no peito e aperto
na garganta, de tremor, de calafrios, de boca seca, de mal-estar e
fraqueza. Associado ao nervosismo,
casos um nessas
efeito afetivo
sensações
indefinido.
havia em certos

estado friamente apreciado, e sem emoção real. Os sujeitos comentaram:

"Sinto como se estivesse com medo", "como se esperasse uma grande
alegria", "como se estivesse emocionado",
lamentarpor quê",
"como"como
se fosse
se tivesse
sem saber
um
grande susto, mas estou calmo". ," "como se eles estivessem prestes
a fazer algo comigo." Em outras palavras, como observa Marafion, uma
distinção clara é feita "entre a percepção dos fenômenos periféricos da
emoção vegetativa (ou seja, as mudanças corporais) e a emoção
psíquica que vegetativa
não existe com
apropriado,
e queserenidade,
permite aossemsujeitos relatar verdadeiro."
sentimento a síndrome
Em um número menor de casos afetados, desenvolveu-se uma emoção
real, geralmente com lágrimas, soluços e suspiros. Isso ocorre, porém,
tristeza, notadamente
“somente quando a predisposição emocional é nosmuito
casos
acentuada”,
de
hipertireoidismo. Em alguns pacientes é

26F. W. Peabody, CC Sturgis, EM Tompkins e JT Wearn, hipersensibilidade à epinefrina e

sua relação com o hipertireoidismo, Amer. J. Med. Sci., 161, 1921, 5o8, (também comunicação
pessoal de JT Wearn).
"1G. Marafion, Contribution A l'6tude de l'action 6motive de l'adrenaline,
Rev. francC. d'endocrinol., 2, 1924, 301.
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114 CANHÃO

Posturas Marafion descobriu que esse estado só sobrevivia quando a

adrenalina era injetada depois de uma conversa com os pacientes
sobre seus filhos doentes ou seus pais mortos. Em suma, somente
quando já existe um estado de ânimo emocional é que a adrenalina tem um efeito c
A partir da evidência aduzida por Mara-ion nós pode concluir que
a adrenalina induz nos seres humanos mudanças corporais típicas que
são relatadas como sensações, que em alguns casos essas sensações
são reminiscências de experiências emocionais anteriores, mas não
renovam ou revivem essas experiências, que em casos excepcionais de
sensibilização emocional preparatória as mudanças corporais podem
derrubar o escala para uma verdadeira perturbação afetiva. Esses
últimos casos são excepcionais, porém, e não são os fenômenos usuais
como supunham James e Lange. Em condições normais as alterações
corporais, embora bem marcadas, não provocam emoção.
Os numerosos eventos que ocorrem nas vísceras e,consequência,
em
grande excitação, conforme detalhado por Cannon,28
interpretados
foramcomo
apoiando a teoria de James-Lange.

ção é injustificada. Uma vez que os

processos viscerais
felizmente não são
uma fonte considerável de sensação, uma vez que mesmo distúrbios
extremos neles não produzem experiência emocional digna de nota,
podemos entender melhor agora por que esses distúrbios não podem
servir como um meio para discriminar entre emoções tão pronunciadasfúria,
como medo e por que calafrios, asfixia, hiperglicemia e a febre, embora
acompanhada por esses distúrbios, não é acompanhada pela emoção,
e também porque a exclusão total de fatores viscerais da expressão
emocional não faz diferença no comportamento emocional. Isso porque os retornos
"caixa de ressonância" torácica e abdominal, para usar a palavra de
fraco, de fato, que eles desempenham um James,
esfera afetivaestão na
muito complexo. processo
o tão menor acontecendo no torácico e
órgãos abdominal são verdadeiramente notáveis e variados; seu valor para o organ
no entanto, não é acrescentar riqueza e sabor à experiência, mas sim
adaptar a economia interna para de
que o mesmo
seja profundamente
modo teor
das da
perturbado.
que, apesar vida interior
mudanças do circuitonão
externo

28Canhão, op. cit., 184.

29G. Humphrey, A História da Mente do Homem, 1923, 211.
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE 115

UMA CONSIDERAÇÃO DOS FATORES POSTURAIS

Em sua discussão sobre os

processos cerebrais que acompanham a
emoção, Jamesso argumentou que ou havia centros especiais para eles
ou eles ocorriam no motor comum e nos centros do córtex.
sensorial
E se nos centros ordinários, de acordo com seu postulado, os processos
processos se assemelhariam aos processos ordinários que atendem à
sensação. Só isso e a representação completa de cada parte do corpo no
córtex seriam necessários para fornecer um esquema capaz de representar
o modus operandi das emoções. Órgão-senso de objeto-excitação-
percepção-reflexos para músculos, pele e vísceras-distúrbios neles-
excitação cortical por esses distúrbios-percepções deles adicionadas às
percepções originais; tais são as ocorrências que resultam no "objeto-
emocionalmente sentido". A alternativa estrita, entretanto, de centros
corticais ou especiais processos
não precisamos aceitar.
Existem centros corticaisprocessos
e especiais. Se tal pode agora considerar.
é o arranjo que podemos
(1) A expressão emocional resulta da ação dos centros subcorticais.
Em um
artigo publicado em 1887 Bechterev3a argumentou que a expressão
emocional deve ser independente do córtex porque às vezes a expressão
não pode ser inibida (por exemplo, rir de cócegas, ranger os dentes e
chorar de dor), porque ocorrem mudanças viscerais que estão além do
controle, e porque é visto logo após o nascimento antes do manejo cortical
é importante. Além disso, relatou que após a remoção dos hemisférios
cerebrais de vários tipos de animais, estímulos apropriados evocavam
respostas correspondentes de caráter afetivo. Estímulos nocivos fariamde um
os gatos sem hemisfério rosnar, os cães ganir, mostrar os dentes e latir;
estímulos suaves (acariciar as costas) fariam com que os gatos ronronassem
o rabo. Como esses efeitos desapareceram quando o tálamo óptico foi dos
cães
predominante na expressão
abanar removido, ele
emocional.
concluiu que ele desempenha um papel

Em 1904 Woodworth e Sherrington32 provaram que muitos dos

fenômenos fisiológicos de grande excitação apareceriam em gatos
tálamo quais
dos o
havia
sido totalmente removido por secção do tronco cerebral no mesencéfalo.
Estimulação forte de um aferente

30James, op. cit., I23.

31W. Bechterev, Die Bedeutung der Sehhiigel auf Grund von experimentellen und
pathologischen Daten, Virchow's Archiv, IIo, 1887, 102, 322.
32R. S. Woodworth e CS Sherrington, A pseudoffective reflex and its spin path, J.
Physiol., 31, 1904, 234-
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eu 16 CANHÃO

nervo foi necessário para evocar as respostas "pseudafetivas". Al

embora essas observações tendessem a diminuir a importância do
tálamo como centro, experimentos recentes enfatizaram novamente
seu domínio. Em 1925 , Cannon e Britton33 descreveram uma
preparação pseudo-afetiva - um gato decorticado sob anestesia com
éter - que, ao se recuperar, exibia espontaneamente o quadro completo de fúria
Um estudo mais aprofundado de Bard (trabalho ainda inédito)
fúria
simulada
mostrou que isso continuou após ablação de todo o cérebro anterio
diencéfalo. Somente quando a porção posterior inferior da região
talâmica foi removida, as atividades extraordinárias do tion preparar
diminuíram. Esses resultados apontam claramente para o tálamo
como uma região de onde, na ausência de governo cortical, são
descarregados impulsos que evocam um grau extremo de atividade
"emocional", tanto muscular quanto visceral.
A evidência que acabamos de citar é confirmada por observações em humanos
seres. Como já foi apontado em outro lugar34, quando os pro
recessos corticais são abolidos pela anestesia, a manifestação ser mais
emocional pode ser notável. Durante o estágio inicial (excitação) da
ou ria como em alegria,
poderiapor
anestesia
exemplo,
comaliéter,
ou ações
soluceagressivas
como em tristeza,
vivas e
enérgicas como em fúria. o cirurgião
pode abrir o tórax ou realizar outras operações de igual gravidade,
enquanto o paciente está empurrando, puxando, gritando e
murmurando; alguns minutos depois, o paciente consciente
testemunhará que não tinha consciência do que aconteceu. É quando
o "gás do riso" deixa de lado as funções corticais que os sujeitos lamentar.
riem e uma liberação semelhante dos mecanismos de expressão
emocional é indicada na depressão da atividade cortical durante o alcoolismo a
Em todas essas condições, a droga age primeiro como depressora
das células altamente sensíveis do córtex e, assim, diminui ou destrói
temporariamente o controle dos centros inferiores; somente quando
a droga se torna mais concentrada ela deprime também os centros
inferiores; mas antes que esse estágio seja alcançado, os centros
inferiores, liberados da dominância cortical como nos animais
decorticados cirurgicamente, mostram suas funções em livre jogo.
Consistente com a evidência experimental e farmacológica é a
evidência derivada de casos patológicos. Em certas formas de

33Cannon e SW Britton, secreção medular pseudoafetiva, Amer.

J. Physiol., 72, 1925, 283.
34Cannon, Base neural para expressão de emoções, Simpósio de Wittenberg
sobre Sentimentos e Emoções, 1927.
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE 117

hemiplegia os pacientes podem ser incapazes de movimentar a face do lado

paralisado; se de repente eles são afetados por uma emoção triste ou alegre,
no entanto, os músculos, que não respondem ao controle voluntário, entram
em ação e dão a ambos os lados do rosto a expressão de tristeza ou
alegria.35 Esses casos ocorrem quando o trato motor é interrompido
subcorticalmente e o tálamo óptico é deixado intacto. O oposto desta
condição é visto na lesão unilateral do tálamo.
Um paciente descrito por Kirilzev36 movia simetricamente ambos os lados
do rosto à vontade, mas quando ria de brincadeira ou fazia careta de dor o
lado direito permanecia imóvel; na autópsia foi encontrado um tumor no
centro do tálamo óptico esquerdo. Essa localização do aparato neural central
para as expressões de prazer e dor tem relações interessantes com
fenômenos emotivos comumente vistos na chamada "paralisia pseudo-
bulbar". Nesses casos, geralmente há uma paralisia facial bilateral, com um
lado um pouco mais acometido que o outro.
O franzir voluntário dos lábios, como no assobio, ou o enrugamento da
intratável, ou fazer uma careta, pode os frente são impossíveis.
músculos A cabeça
faciais, no entanto,
funcionar normalmente ao rir ou chorar, franzir a testa ou franzir a testa.
Essas expressões bem executadas vêm em trancos e são incontroláveis e
prolongadas. É descrito um paciente que começou a rir às 0:00 da manhã e
continuou com poucas pausas até as 2:00 da tarde! Tilney e Morrison,37 que
relataram
e riso173
em casos registrados
dezessete da dos
por cento doença, encontraram
casos, tais em
choro sozinho crises de choro
dezesseis
por cento e riso sozinho em quinze por cento. Os ajustes geralmente sem as
provocações usuais e a maioria aparece qualquer um tem todas as

freqüentemente são inoportunos. O paciente pode aparecer

chegar a ter convulsões de riso, mas pode não experimentar nenhuma das
sensações que os movimentos do rosto e do corpo indicam. Tais casos são
atribuídos por Brissaud"8 a lesões de uma parte especial do trato córtico-
talâmico que libera uma porção do tálamo da checagem cortical. Finalmente,
são conhecidos casos de "narcolepsia" em que a expressão emocional é
quase nula; zombarias e insultos que

ou enfurecer a fúria normal

36G. Roussy, La couche optique, 1907, 31.

36S. Kirilzev, Casos de afecções do tálamo óptico (russo). Revisado em Neurologisches
Centralblatt, Io, 1891, 3Io.
37F. Tilney e JF Morrison, paralisia pseudo-bulbar considerada clínica
e patológicamente, J. Ment. e Nervo. Doenças, 39, 1912, 505.
38E. Brissaud, Clínicas Lefons, 1894.
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II 8 CANHÃO

pessoa são geralmente bastante sem efeito. Em alguns desses casos,

examinados post-mortem, foram encontrados tumores na face inferior
do diencéfalo, acometendo frequentemente todo o hipotálamo.
Todas essas observações, experimentais e clínicas, apontam
consistentemente para o tálamo óptico como uma região na qual reside
a organização neural para as diferentes expressões emocionais. A
seção na discussão de James, intitulada "Nenhum Centro Cerebral
Especial para Emoção" deve ser modificada à luz dessa informação
acumulada. O córtex em uma extremidade dos caminhos nervosospor
como
fonte de impulsos desuperfície reflexaose órgãos
retorno tornam na outramuito
extremidade como
iféricos um
arranjo simples. Entre o córtex e a periferia situa-se o diencéfalo, órgão
integrador no nível emotivo, estação receptora
ao sere estimulada
descarregadora,
é capaz
quede
estabelecer em formas estereotipadas asapropriado
fácies típicas
e posturas
dos corporais
diversos
estados afetivos. Que todos os caminhos aferentes que levam ao
córtex tenham relés no diencéfalo é um fato de grande importância
para explicar a natureza das emoções. são uma fonte de experiência
afetiva. Os neurônios em alguma parte do tálamo óptico
(2) A processos
transmissão sensorial
talâmica de tudo foi enfatizada por Head"3 em seus importantes
estudos clínicos. Ele e Holmes40 atribuíram a essa região uma espécie
de consciência, uma "consciência". na origem) imperturbável pareceria
contradizer essa visão. Mas mesmo que a consciência seja

associada apenas a eventos corticais, a neurônios,

parte importante é pouco
processos
pelo tálamo dos canais perturbada.
sensoriais Oserelés
no tálamo desempenhados
a evidência de que
distúrbios
são tudonessa
o queregião são ocasião
precisamos para sensações
para compreender suaafetivas
relaçãointensas
com a
natureza das emoções.

Head"4 citou numerosos casos de lesões unilaterais na região

talâmica em que há uma tendência marcada para reagir excessivamente
a estímulos afetivos; picadas de alfinetes, pressão dolorosa,
frio excessivos,
calor ou
todos produzem mais sofrimento no lesado do que no ferido. lado
normal do corpo. Estímulos agradáveis também são sentidos

39H. Cabeça, Liberação de função no sistema nervoso, Proc. Roy. Soc., 92B, 1921,
184.
40Head e G. Holmes, Distúrbios sensoriais de lesões cerebrais,
Brain, 34, 1911, 109.
4'Head, Studies in Neurology, 1920, II, 62o.
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE 119

lado danificado; estímulos de calor evocam intenso prazer, acompanhado

poderia

por sinais de prazer no rosto e exclamações de deleite. Mais uma vez,

estímulos afetivos, como tocar música e cantar, despertam esse
sentimentoOs
podem ser intoleráveis. emocional aumentado nos
estados conscientes hinostêm
afetivos danificados,
lado que
podem influenciar
aos estímulos dos receptores no lado
de superfície. danificado
Essa influênciasemelhante
extravagante
de estímulos afetivos, sejam de cima ou de baixo, Head atribuiu à
liberação do tálamo da inibição cortical. Não é um efeito irritante,
argumentou, porque persiste por longos períodos, bem depois de todos
os distúrbios devidos à lesão terem diminuído. E como os estados
afetivos aumentam quando o tálamo é liberado do controle cortical, a
conclusão de Head é que o centro talâmico essencial está ocupado
principalmente com o lado afetivo da sensação.

Estamos agora em condições de considerar a evidência de que as

posições e tensões do músculo esquelético fazem a diferença da emoção.
Deve-se lembrar que, embora James tenha menosprezado esse elemento
em sua teoria, seus partidários o enfatizaram, especialmente porque o
elemento visceral se mostrou inadequado
fornecem
(verum
p. io).
meio Osdecasos
testartalâmicos
a
contribuição dos músculos esqueléticos, pois o tom de sentimento de
uma sensação é um produto da atividade talâmica, e o fato de uma
sensação ser desprovida de tom de sentimento mostra que os impulsos
subjacentes à sua produção não faça nenhum apelo talâmico.
Head descobriu que seus pacientes relataram diferenças marcantes na
sentimento-tom de diferentes sensações. Um efeito de pode não tem
diapasão, enquanto a música patriótica é sentida intensamente no lado danificado.
Todos os estímulos térmicos fazem um duplo apelo, ao córtex e ao
tálamo. Estímulos táteis não selecionados agem de forma semelhante.
Por outro lado, as sensações subjacentes à apreciação da postura
carecem inteiramente de tom sentimental. Precisamente aqueles
impulsos aferentes dos músculos e articulações nos quaispartidários
James seus
e
confiaram para fornecer a parte extra-visceral da emoção sentida são os
impulsos que carecemdas
A qualidade da qualidade necessária
emoções não para servir
se encontra, ao propósito!
portanto, nem nos
retornos das vísceras nem nos retornos dos músculos inervados.

UMA TEORIA DA EMOÇÃO BASEADA EM PROCESSOS TALÂMICOS

A discussão anterior revelou o fato de que os arranjos neurais para

a expressão emocional residem em centros subcorticais e que esses
centros estão prontos para descargas instantâneas e vigorosas.
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120 CANHÃO

quando eles são liberados da contenção cortical e são devidamente estimulados.

Além disso, a evidência é clara de que, quando esses
centros são liberados os despertado neles se torna uma fonte de
processos
experiência afetiva vívida. Que essa experiência seja sentida apenas de um lado
nos casos hemiplégicos é uma circunstância particularmente feliz, pois no
mesmo indivíduo a influência do mesmo estímulo afetivo pode ser observada em

condições normais e comparada com sua influência quando liberada.

A organização neural para uma emoção que é sugerida pelas observações

anteriores é a seguinte. Uma situação externa estimula os receptores e a
conseqüente excitação inicia impulsos em direção ao córtex. A chegada dos
impulsos no córtex está associada a
condicionados que determinam a direção da resposta dos processos.
Ou porque o resposta é iniciado em um determinado modo ou figura
e os neurônios corticais, portanto, estimulam os processos talâmicos,

ou porque em seu curso centrípeto os impulsos dos receptores excitam os

processos talâmicos, eles são despertados e prontos para a descarga.

Que os neurônios talâmicos atuam em uma combinação especial em uma dada

expressão emocional é comprovado pelos padrões de reação típicos dos diversos
estados afetivos. Esses neurônios não requerem inervação detalhada de cima
para serem levados à ação. Ser liberado para a ação é uma condição primária
para seu serviço ao corpo - eles então descarregam de forma precipitada e
intensa. Dentro e perto do tálamo, os neurônios envolvidos em uma expressão
emocional ficam próximos ao relé no caminho sensorial da periferia ao córtex.
Supomos que quando esses particular,
neurônios eles
descarregam em inervam
não apenas uma combinação
músculos e
poderia vísceras, mas também excitam caminhos aferentes para o córtex por
conexão direta ou por irradiação. A teoria que se apresenta naturalmente é que a
qualidade peculiar da emoção se soma à simples sensação quando o tálamo

são
despertados. processos
para ajustar todos os fatos conhecidos. Seu
A teoria que acabamos de sugerir parece
serviço em explicar esses fatos poderia ser brevemente resumida.

Quando ocorre a descarga talâmica, as mudanças corporais

ocorrem quase simultaneamente com a experiência emocional. Essa coincidência
de distúrbios nos músculos e vísceras com frêmitos, excitações ou depressões
de
era naturalmente enganosa, pois, com o tálamo omitido da consideração, r6le
a
inferência óbvia era que a qualidade peculiar da emoção surgia das mudanças
periféricas. De fato, essa inferência é o coração da teoria de James-Lange
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE 121

teoria. A evidência apresentada nas páginas mostra que

anteriores a inferência é infundada; as sensações das
mudanças periféricas, ao contrário da visão de James, são
"pálidas, incolores e destituídas de calor emocional", enquanto
os distúrbios talâmicos contribuem com brilho e cor para
estados simplesmente cognitivos. A teoria agora proposta
explica como James e Lange poderiam razoavelmente fazer a
sugestão que fizeram. A falta de apoio factual para sua
sugestão requer outro relato de origenssen pode adicionar
emocionais.
processos Isso é a
fornecido pela evidência de que o tálamo satura uma aura de sentimento
Um dos argumentos mais fortes apresentados para a teoria
de James-Lange é que a suposição de uma atitude de fato ajuda a
estabelecer o estado emocional que a atitude expressa. "Sente-se todos

dia em uma postura deprimida, suspire e responda a tudo com

uma voz sombria, e sua
não degelo melancolia perdura."
gradualmente o seu você!" elogio cordial,
Pessoas e
que
tentaram este conselho contrair
convencidas, oportanto,
dorsal em
testemunharam a davez
sua do ventral
solidez,
verdade dae foram
afirmação de que os humores seguiram as atitudes Nemassumidas.
todos
concordam James
, no entanto, que imitar a ção
sugeriu que a explicaçãoestava
coração deve ser realmente externa
frígido se resulta
da própria na
discrepância
nas emoção.
variações do envolvimento das vísceras na expressão artificial.
Como mostrado acima, no entanto, as mudanças viscerais
oferecem apenas um suporte não confiável para Mais uma
vez, os processos no tálamo oferecem uma
aparência de uma
explicação
emo razoável
e simples.

Como mostraram os casos relatados por Head, as emoções

originárias das memórias e da imaginação afetam mais
intensamente o meio tálamo que foi liberado do controle motor
do que afetam a metade normal. Isso mostra que processos
corticais começar
podem ser
talâmicos e assim processos
despertar um retorno afetivo desses
porção do cérebro. E se além disso uma atitude emocional
típica é assumida a inibição cortical dos neurônios talâmicos com
a referência a essa atitude é abolida para que tenham total
liberação. Sob tais circunstâncias, a emoção encenada teria
realidade. Por outro lado, uma mímica puramente cortical da
expressão emocional sem envolvimento talâmico seria tão fria
e pouco afetiva quanto alguns atores declararam ser. Quer a emoção
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122 CANHÃO

resultados ou não, a teoria talâmica da fonte do sentimento oferece uma

explicação mais satisfatória dos efeitos das posturas assumidas do que
a teoria de James-Lange.
Os casos de liberação do tálamo do controle cortical em um
lado, com a intensificação ipsilateral do tom emocional que a acompanha,
apresentam um obstáculo intransponível para a teoria de James-Lange.
Nem as vísceras torácicas nem as abdominais podem funcionar pela
metade, o centro vasomotor é uma unidade, e os pacientes certamente
se empenharnão riem e choram do lado direito ou esquerdo. Os impulsos

enviados de volta dos órgãos periféricos perturbados, portanto, devem

ser bilateralmente iguais. Para explicação do sentimento assimétrico
somos levados ao órgão que está funcionando de forma assimétrica,
ou seja, o tálamo. É aí que a teoria sugerida situa a fonte das emoções.

Outra dificuldade séria para a teoria de James-Lange é a evidência

de que a emoção aumenta de intensidade embora a expressão seja
verificada. De fato, há psicólogos que sustentam que o estado emocional
dura apenas enquanto houver conflito interno entre o impulso de agir e a
hesitação ou controle prudencial desse impulso. Enquanto a barreira
prevalecer, entretanto, as mudanças orgânicas que deveriam ser a fonte
do sentimento são suprimidas. Como então pode haver emoção sentida?
Duas respostas a esta pergunta podem ser encontradas no argumento de
James. Primeiro, ele nega a objeção.
"Recuse-se aexpressar
uma paixão", escreveu ele, "e ela morre". "Conte dez
e sua ocasião parece ridícula." Em
antes de dar vazão à sua
raiva, por outro lado,parece
ele deve
admitir que uma emoção reprimida pode
operar desastrosamente. "Se raiva
as lágrimas ou são enquanto
suprimidas, simplesmente
o objeto da
fúria os
dor ou permanece imutável diante
canais
danormais
mente, ase
corrente
transforma
que teria
em outras,
invadido
pois ela deve encontrar alguma saída para então trabalhar para escapar.
Assim, a meditação vingativa pode causar uma explosão
corpo umcomo
calor
de quemde indignação;
consumir
seco
deseja eleo
ou se
Dante
ré
transforma em pedra por dentro. chorar, pode, diz,

Não há indícios de que a meditação vingativa, ser consumido por um

calor seco e se transformar em pedra por dentro não sejam experiências emocionais
Em vez de reconhecê-los como tal, no entanto, James enfatizou a
importância do treinamento para a repressão da exibição emocional.
Esses comentários bastante equívocos e indecisos deixam intocado o
testemunho comum de que o medo intenso, por exemplo, sentido,
pode sercom
uma sensação patética de desamparo, diante ato aberto
qualquer ocorre, e isso
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A TEORIA DAS EMOÇÕES DE JAMES-LANGE 123

mal começa o comportamento apropriado, o tumulto interior

começa a diminuir e as forças corporais são direcionadas vigorosa
e eficazmente para fins úteis. As dificuldades da teoria de James-
Lange para enfrentar essa situação são óbvias. Se houver um duplo
controle do comportamento, entretanto, tanto o conflito interno com
seu agudo acompanhamento emocional quanto a posterior
são inerentes
subsidência parcial do sentimento são facilmente explicáveis. Os
processos talâmicos padronizados na organização nervosa são
como reflexos ao estarem instantaneamente prontosedas
o controle para assumir
respostas
quando eles motoras,
fazê-lo eles operam com grande poder. Eles podem ser controlados,
processos
no entanto, por todosno
oscórtex
tipos de impressões
cerebral, anteriores.
por processos O córtex
condicionados
também pode controlar toda a maquinaria periférica, exceto as
vísceras. Os processos inibidos no tálamo não podem colocar organismo
o
em ação, exceto as partes não sob controle voluntário, mas a
turbulência ali pode produzir e possivelmente com maior violência
da inibição. E quando o cheque ser
cortical
emoçõesé liberado,
da maneira
de repente
usual, causa
o
conflito é resolvido. Os dois controles anteriormente opostos agora
são cooperativos. O talâmico
os neurônios,
enquanto
eles
continuam energeticamente ativos, fornecem a condição para que
a emoção persista, como James afirmou, durante a manifestação.
A nova teoria, portanto, não apenas evita a dificuldade da teoria de
James-Lange, mas explica satisfatoriamente a pungência do
sentimento no período de inação paralisada.
Em relação ao duplo controle do há outra resposta

que a teoriapoderia
de James-Lange
ser enfatizado.
comMcDougall42
base no fatosede
opôs
estar
ao ponto de
reconhecidamente preocupada
com o aspecto sensorial da emoção; pouca ou nenhuma atenção aos
pagamentos
sempre presente e às vezes avassalador aspecto impulsivo da
experiência. A localização dos padrões de reação para a expressão
emocional no tálamo - em uma região que, como a medula espinhal,
funciona diretamente por simples automatismos, a menos que seja
controlado - explica não apenas
sentida", o lado sensorial,
mas também a "emoção
o lado impulsivo, a
tendência dos neurônios talâmicos para descarregar.
Esses poderosos impulsos originados em uma região do cérebro
não associada à consciência cognitiva e despertando, portanto, de
maneira obscura e não relacionada, os fortes sentimentos de excitação emocio

42 W. McDougall, Esboço de Psicologia, 1923, 328.

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124 CANHÃO

mento, explicam a sensação de ser apreendido, possuído, de ser

controlado por uma força externa e levado a agir sem pesar as
consequências.
Finalmente, a visão de que o tálamo processosadicionar tom de
sentimento à sensação encontra satisfatoriamente uma dificuldade
que a teoria de James-Lange encontrou para explicar as "emoções
mais sutis". James teve que assumir reverberações corporais
indefinidas e hipotéticas para explicar sentimentos leves de prazer
e satisfação. Se um tubo de ensaio quente, no entanto, é capaz de
produzir prazer intenso no lado danificado em um casotalâmica,
de lesãoé
situação que pode despertar processostalâmicos claro que quase qualquer

objeto ou pode adicionar qualidade afetiva à sensação. E assim

da mesma forma, um estímulo pode ser
como um estímulo pode se tornar condicionado a uma determinada
resposta motora ou glandular, condicionada aos padrões de ação
dos neurônios no tálamo. Quando esse estímulo se repete, a emoção
se repete porque o padrãoemocional
é ativado. Assim
riqueza consideramos
e aelaboradas.
são variedade que vida
de nossa a