Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Paulo
2022
ESCOLA SUPERIOR UNIVERSITÁRIA – ESU
Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Imobiliário e Transações e Negócios
Contratuais Imobiliários.
São Paulo
2022
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................................4
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................5
2) O MERCADO IMOBILIÁRIO.....................................................................................7
2.1 – Conceito................................................................................................................7
4) O CONTRATO DE ASSOCIAÇÃO.............................................................................9
CONCLUSÃO.......................................................................................................................11
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................12
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo a abordagem do contrato de associação entre o corretor de
imóveis e a imobiliária no âmbito do setor imobiliário, no intuito de apresentar características deste
instrumento na relação entre o profissional pessoa física e a entidade pessoa jurídica. Inicialmente
faz-se uma breve conceituação do corretor de imóveis e sua atuação no mercado imobiliário, assim
como a passagem pela história do mercado imobiliário.
INTRODUÇÃO
O fato é que essa associação mesmo sendo baseada em legislação em vigor, muitas imobiliárias
acabam exigindo uma exclusividade e interfere no modo de trabalho do corretor de imóveis, fazendo-
os muitas vezes cumprir horários, participar de reuniões, mentorias, palestras, bem como outras
atividades e tarefas, fazendo o profissional autônomo a se dedicar integralmente aquela única
imobiliária.
Logo, faz-se necessário um estudo sobre o tema, pois estamos diante de uma relação
associativa que embora envolva as partes do mesmo segmento das transações imobiliárias, acabam
muitas vezes em inúmeras demandas e discussões judiciais entre corretores de imóveis e imobiliárias.
Diante do exposto, neste trabalho pretende-se apresentar diretrizes gerais para a elaboração de
contrato de associação entre corretor de imóveis e imobiliária.
1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13097.htm
6
Na prática, o corretor de imóveis pode captar, opinar em relação ao valor de mercado do imóvel e
expedir parecer técnico de avaliação de imóveis, mediante registro no cadastro nacional de avaliadores de
imóveis expedido pelo Conselho Federal dos Corretores de Imóveis - COFECI, vender, comprar e alugar
imóveis, prestar consultoria e assessoramento no âmbito imobiliário, bem como cuidar de carteiras
imobiliárias, administrar condomínios, providenciar a documentação necessária para as transações
imobiliárias.
As informações são de acordo com pesquisa do Salario.com.br junto a dados oficiais do Novo
CAGED, eSocial e Empregador Web com um total de 2.738 salários de profissionais admitidos e
desligados pelas empresas no período de Fevereiro de 2021 a Janeiro de 2022 2.
Os segmentos de empresas que mais contrataram corretores imobiliários nos últimos tempos foram
de: corretagem na compra e venda e avaliação de imóveis, corretagem no aluguel de imóveis, gestão e
administração da propriedade imobiliária, compra e venda de imóveis próprios, incorporação de
empreendimentos imobiliários e construção de edifícios.
Para atuar como corretor de imóveis é obrigatório ter registro no Conselho Regional de Corretores
de Imóveis (CRECI), região onde pretende desenvolver a atividade – o órgão que fiscaliza o trabalho dos
2
Fonte: www.salario.com.br/profissao/corretor-de-imoveis-cbo-354605/
7
corretores e das imobiliárias. Para conseguir o registro, por sua vez, é preciso se formar em um curso de
especialização da área imobiliária, como, Técnico em Transações Imobiliárias (TTI); Tecnólogo em
Gestão Imobiliária ou Negócios Imobiliários e Bacharelado em Ciências Imobiliárias ou Negócios
Imobiliários.
2) O MERCADO IMOBILIÁRIO
2.1 – Conceito
A história da incorporação é tão relevante, tem uma concepção mais estruturada no direito da
Roma Antiga. Propriedade – Família – Religião, foi o tripé no qual se desenvolveu esta civilização,
desenvolvendo no Ocidente o conceito de propriedade.
No século XIX, em especial na América, período da Revolução Industrial, onde dá-se início a
nova fronteira de oportunidades, onde diversos foram os fatores para o desenvolvimento da atividade
no ramo imobiliário, eram comum a parceria entre os investidores de grandes obras ferroviárias com
os proprietários de terras.
Desde os tempos da colonização do Brasil as pessoas viam arrumando pousadas aos desbravadores.
Podemos afirmar de maneira figurada que Pero Vaz de Caminha deu início as atividades de
corretagem no país, somente em 1548 após o governo geral é que surgiram as primeiras vilas ao redor
8
Com a instituição do regime das sesmarias, proveniente das capitanias hereditárias, dividiu-se
o solo brasileiro, por meio de doação a grandes personalidades da época, em 15 lotes, os quais tinham
a responsabilidade de desbravá-lo e cultivá-lo, sendo que o donatário era um simples distribuidor, e
não dono das terras.
Tal regime, além de ocasionar a ocupação desordenada, gerou inúmeros latifúndios. Nesse
sentido, com a positivação da Lei das Terras (Lei nº 601/185), proibiu-se a obtenção da terra por meio
da mera posse, cultivo ou trabalho, fazendo-se necessário a compra formal e registrada do imóvel.
Posteriormente, com a chegada da Família Real ao Brasil, com a dificuldade de encontrar habitação
para os milhares que acompanhavam a Corte, criou-se um sistema de aposentadorias, ocasião em que
as propriedades privadas eram requisitadas para a utilização dos nobres. Tais imóveis eram gravados
na porta com as letras “PR”, iniciais de “Príncipe Regente”. Nesse sentido, entende-se que o sistema
instituído, além de ser manifestamente um ataque ao direito de propriedade, proporcionou aos
brasileiros uma involução para o regime feudal. Após a Proclamação da República, que se deu em 15
de novembro de 1889, por meio da divisão da pólis em estados, capitais e cidades, deu-se início ao
crescimento imobiliário brasileiro.
Sobre o registro da propriedade imobiliária, esta surgiu, ainda de que forma precária, por meio
da Lei nº 1.237/1864, a qual tinha apenas o objetivo declaratório, diferenciando o domínio público
do particular.
uma formação técnica específica. Nova regulamentação à profissão foi obtida com a Lei nº
6.530, de 12 de maio de 1978, a qual, além de permitir o exercício da profissão ao Técnico
em Transações Imobiliárias, ratificou também a atuação dos Conselhos Federal e Regionais,
autarquias dotadas de personalidade jurídica de direito público, com autonomia
administrativa, operacional e financeira. Cabe aos Conselhos a disciplina e fiscalização do
trabalho dos profissionais que compõem a categoria 5.
4) O CONTRATO DE ASS0CIAÇÃO
Pela lei que rege a categoria, os corretores são considerados profissionais autônomos, em
alguns casos, a imobiliária opta por contratar o profissional, que passa a ter um vínculo baseado na
CLT – (Consolidação das Leis do Trabalho).
Como base a Lei 6.530/78, a origem da profissão de corretor de imóveis é autônoma. A partir
daí, é importante frisar que cada imobiliária segue uma norma. “O corretor pode prestar um serviço
temporário para um lançamento grande e, quando terminar, pode ir pra outra imobiliária”, exemplifica
Laudimiro Cavalcanti, diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro
(Creci-RJ).
Importante frisar aqui é o acréscimo de parágrafos na lei, que começou a valer em janeiro de
2015 e também gerou uma mudança na relação. A nova Lei 13.097, publicada em 19 de janeiro de
2015, que reformou diversas leis, dentre elas a 6.530, de 12 de maio de 1978, relativa aos corretores
de imóveis. Através dela, é possível que o corretor atue como associado de uma ou mais imobiliárias
5
Legislação - CRECISP
10
sem vínculo empregatício ou previdenciário. Isso abre espaço para que os valores e as funções sejam
combinados entre o corretor e a imobiliária.
De toda forma, mesmo que não existam obrigações empregatícias, a relação às vezes acaba
gerando certa ambiguidade. “Apesar de ser um trabalho autônomo, muitas vezes é cobrado o
cumprimento de horário, de plantões e de reuniões. E muitas vezes o corretor aceita para poder
participar daquele lançamento. Ou seja, às vezes existe um conflito nisso”, afirma Laudimiro.
Vantagens
Não é comum, mas, em alguns casos, as imobiliárias propõem um contrato baseado nas leis
trabalhistas, com salário fixo e com direito a todos os benefícios, como férias e 13º salário. Porém,
em sua maioria, os corretores preferem manter a relação de autônomo. “Para o corretor é mais
vantajoso trabalhar em cima da sua produtividade porque ele vai receber a comissão quando
realiza a venda. Hoje ele pode até ter um contrato associado com mais de uma imobiliária”, revela
Elísio Cruz Júnior, presidente do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE).
Desvantagem
O vínculo do contrato associativo pode trazer uma certa desvantagem em relação ao sistema de
trabalho implantado pelas imobiliárias, onde o corretor de imóveis autônomos acabam tendo que
exercer um trabalho exclusivo e integral para aquela companhia no qual tem o compromisso
associativo, daí deixando uma lacuna nos direitos empregatícios dos corretores de imóveis, como
ilustra muito bem o diretor do CRECI-RJ, neste tópico.
6
Saiba como é a relação corretor de imóveis e imobiliária (grupozap.com)
11
CONCLUSÃO
Neste âmbito, os corretores de imóveis e as imobiliárias são solidários junto aos clientes,
devendo prestar-lhes um serviço que garante satisfação e clareza nas negociações, conduzindo os
trabalhos sempre com muito profissionalismo.
E neste contexto, entra um fator de suma relevância para a excelência da prestação de serviços
nas transações imobiliárias o contrato de associação de trabalho entre os corretores de imóveis
autônomos e as imobiliárias, que deve ser bem elaborado, com muita clareza e respeitando a
legislação em vigor.
A relação de trabalho entre as partes do contrato de associação deve oferecer condições onde
os corretores de imóveis e as imobiliárias tenham espaços para realizarem os trabalhos de maneira
totalmente liberal, trazendo benefícios para ambos os lados, pessoa física e pessoa jurídica.
A relação de trabalho mesmo seguindo todos os meios legais, deve-se tomar algumas
precauções, principalmente da parte das imobiliárias que acabam na prática, interferindo nas
atividades dos corretores de imóveis além do proposto na relação contratual, gerando assim, um
vínculo empregatício ao corretor de imóveis autônomo, devendo a companhia imobiliária ter que
arcar com todos os direitos trabalhista conforme o sistema da CLT.
BIBLIOGRAFIA
CARDOSO, Cristiano. A relação existente entre corretores e imobiliárias. Direito Net, 2014.
Disponível em: A relação existente entre corretores e imobiliárias (Comercial) - Artigo jurídico -
DireitoNet. Acesso em: 05 abr. 2022.
MITCHELL, Jaime. Saiba como é a relação corretor de imóveis e imobiliária. Blog Grupo Zap
(grupozap.com). São Paulo, 21 jun. 2016. Disponível em: Saiba como é a relação corretor de imóveis
e imobiliária (grupozap.com). Acesso em: 20 abr. 2022.
SANTOS, Felipe Dias dos. A história do mercado imobiliário no Brasil. Ibijus, 2021. Disponível em:
Instituto Brasileiro de Direito, disponível em A história do mercado imobiliário no Brasil
(ibijus.com). Acesso em: 21 abr.2022.
BRASIL, Secretaria Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Atos. Lei 13.097. Art. 139. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13097.htm. Acesso em: 22 abr.
2022.
CELANI, Silvia. Histórico da Profissão: Corretor de Imóveis. Cofeci-Creci, 2019. Disponível em:
https://www.cofeci.gov.br/historia-do-corretor-de-imoveis?msclkid=80173d5ec69811ec9607da12879646d1.
Acesso em: 27 abr.2022.