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Multa Multa
autónoma: alternativa
quando for a (=regra): quando
única espécie de surgir no tipo
pena prevista no legal de crime
tipo legal de em alternativa à
crime pena de prisão
1. DETERMINAÇÃO DA 2. DETERMINAÇÃO DA
3. ESCOLHA DA PENA
MOLDURA PENAL MEDIDA CONCRETA DA PENA
Investigar qual o tipo legal de crime preenchido Verificar se existem CIRCUNSTÂNCIAS MODIFICATIVAS
e aplicar a respetiva moldura penal (agravantes ou atenuantes) - artigo 73.º
*A pena de multa tem uma execução elástica porque o artigo 47.º/3 permite:
• O pagamento diferido da multa, desde que não superior a 1 ano;
• O pagamento da multa em prestações, desde que a última prestação não ultrapasse os 2 anos;
• O pagamento em espécie (=prestação de trabalho).
CASOS ESPECIAIS DE DETERMINAÇÃO DA PENA
CONCURSO DE ATENUAÇÃO
REINCIDÊNCIA DESCONTO DISPENSA DE PENA
CRIMES ESPECIAL DA PENA
REINCIDÊNCIA
Entre a prática dos crimes não pode ter passado mais de 5 anos,
RELATIVOS A AMBOS OS CRIMES
sob pena de prescrição da reincidência (75.º/2).
Operação duplamente Artigo 76.º/1: Com base nos critérios do É uma operação de
instrumental (artigo 71.º): Limite máximo = limite artigo 71.º (culpa e limitação da pena que é
- Serve para verificar o máximo previsto pela lei prevenção), agora imposta pelo artigo
respeitante à condenação Limite mínimo = limite agente é reincidente, logo Temos de subtrair à pena
do crime atual com pena mínimo previsto pela lei vamos chegar a uma pena da 3ª operação a pena
de prisão efetiva superior para o respetivo crime mais gravosa do que na 1ª que achamos na 1ª
proibição da dupla
valoração.
CONCURSO DE CRIMES
PRESSUPOSTOS:
• Tem de ser um concurso efetivo de crimes: não se exige que sejam tipos legais diferentes (remissão do artigo 77.º para o artigo 30.º/1);
• Ambos os crimes têm de ser cometidos antes do trânsito em julgado de qualquer um deles.
Adotamos o sistema da
Consiste em olhar Consiste em partir da pena Este é o sistema
para os crimes em abstrata (=moldura penal) mais seguido por nós de pena única conjunta obtida
concurso e aplicar a grave e aplicar a pena concreta acordo com o artigo mediante um princípio de
pena mais gravosa dentro dessa moldura mais 77.º do CP.
entre eles. grave, atendendo a que são cúmulo jurídico.
vários crimes.
Segundo o artigo 71.º. Segundo o artigo 77.º/2. O juiz considera os critérios Esta operação só se
gerais do artigo 71.º (culpa realiza se a pena
e prevenção) e o critério única conjunta não
especial do artigo 77.º/1, 2ª for superior a 5 anos.
Se as penas parcelares forem da Se as penas parcelares forem de
parte. Não há violação do
mesma natureza: o limite mínimo diferente natureza:
princípio da proibição da
é a pena concreta mais grave e o - A multa é convertida em prisão
limite máximo é a soma das penas dupla valoração porque o
subsidiária (49.º/1); ou
(sem ultrapassar 25 anos de prisão - O agente paga a pena de multa e juiz avalia “em conjunto”.
e 900 dias de multa). esta não entra na determinação da
pena única conjunta.
CONHECIMENTO SUPERVENIENTE DO CONCURSO (artigo 78.º)
O artigo 78.º está previsto para colmatar as deficiências do sistema de administração da justiça penal. Existe para os casos em que:
• O agente já cometeu outros crimes, mas esses crimes não chegaram ao conhecimento das autoridades;
• O agente já cometeu outros crimes que chegaram ao conhecimento das autoridades, mas não foi possível julgar e condenar devido a
regras processuais.
ENTÃO:
O 3º tribunal determina a
O 1º tribunal determina a pena única conjunta
O 2º tribunal determina a
pena para o 1º crime, pelo depois de já terem
pena cabida ao crime
qual o agente é transitado em julgado as
agora descoberto.
condenado. condenações pelos crimes
em concurso.
Se o agente já tiver cumprido uma parte da pena, essa parte é descontada depois na pena única conjunta, se a pena ainda estiver a ser cumprida (78.º/1, parte final).
INSTITUTO DO DESCONTO (artigos 80.º a 82.º)
As medidas processuais são três: Se a pena anterior for descontada É uma forma de execução da
- A detenção; numa outra pena da mesma pena de prisão, decidida na
natureza, o desconto é feito por sentença condenatória, depois de
- A prisão preventiva; inteiro (nº1). obtido o consentimento do
- A obrigação de permanência na condenado.
habitação.
PRESSUPOSTOS:
• O crime tem de ser punível com pena de prisão não superior a 6 meses ou só com pena de multa não superior a 120 dias;
• A ilicitude do facto e a culpa do agente têm de ser diminutas;
• O dano tem de ter sido reparado ou estar em vias de reparação, caso em que o juiz pode adiar a sentença para
reapreciação do caso dentro de 1 ano;
• À dispensa de pena não se podem opor razões de prevenção.
Este instituto é regulador do caráter unilateral da culpa, uma vez que se trata de uma situação em que, havendo culpa do agente, não lhe será aplicada
uma pena, ou seja, pode haver culpa sem pena. Por isso, a culpa não é fundamento da pena, é apenas limite e pressuposto.
CRITÉRIO DE ESCOLHA DAS PENAS DE SUBSTITUIÇÃO
O tribunal dá preferência à pena não privativa da liberdade sempre que esta realize de forma adequada e suficiente as finalidades preventivas da pena
(artigos 70.º, 50.º/1, 58.º/1 e 60.º/2).
O critério da substituição por multa é o critério geral fixado no artigo 70.º (remeter para o artigo 40.º).
O critério que conduz à preferência pela pena de multa principal é o da conveniência ou da maior ou menor adequação da pena.
O tribunal, na primeira operação, pode escolher a pena de prisão em detrimento da pena de multa (principal) e, depois, na última operação, acabar por
escolher a pena de multa (de substituição) porque já está em causa um critério de necessidade.
A opção pela pena de prisão como pena principal pode revelar-se mais vantajosa porque depois o tribunal vai ter um leque maior de penas não
privativas da liberdade.
Se o juiz decidir na última operação que vai substituir a pena principal, COMO É QUE DETERMINA A PENA DE SUBSTITUIÇÃO? A medida
concreta da pena de substituição é determinada de forma autónoma, a partir dos critérios estabelecidos no artigo 71.º, exceto quando a pena de substituição
for a prestação de trabalho a favor da comunidade (neste caso vale a regra do artigo 58.º/3) – artigos 45.º/1 (2ª parte), 46.º/1, 50.º/5 e 60.º do CP.
EXECUÇÃO DA PENA DE PRISÃO
REVOGAÇÃO:
• Se condenado infringir grosseira ou repetidamente as regras de conduta, o disposto no plano de reinserção social ou os deveres decorrentes do regime
de execução da pena de prisão;
• Se cometer crime pelo qual venha a ser condenado e revelar que as finalidades que estiveram na base do regime de permanência na habitação não
puderam, por meio dele, ser alcançadas;
• Se for sujeito a medida de coação de prisão preventiva (artigo 44.º/2).
A revogação determina a EXECUÇÃO DA PENA DE PRISÃO AINDA NÃO CUMPRIDA em meio prisional, podendo ser concedida nova LIBERDADE CONDICIONAL
ao tempo de pena por cumprir.
LIBERDADE CONDICIONAL (artigo 61.º e ss.)
A execução da pena que deva ser cumprida em 1º lugar é interrompida a meio, sucedendo-lhe a execução da pena que deva ser executada a seguir
(artigo 61.º/1 e 2).
Só quando decorrer o prazo de que depende a concessão da liberdade condicional das várias penas é que terá lugar o juízo sobre os pressupostos
materiais dessa concessão.
EXEMPLO: o condenado foi condenado em 2 penas, uma de 10 anos e outra de 8 anos. Ele começa a cumprir a primeira pena de 10 anos, mas esta é
interrompida a meio, ou seja, aos 5 anos, para começar a cumprir a segunda pena, de 8 anos. Só depois de cumprir metade da primeira pena (5 anos) e metade
da segunda pena (4 anos) é que a liberdade condicional vai ser ponderada.
Se o condenado não tiver beneficiado da liberdade condicional e se a soma das penas que devam ser cumpridas sucessivamente exceder 6 anos de
prisão, há lugar à LIBERDADE CONDICIONAL OBRIGATÓRIA, desde que o condenado consinta, logo que se encontrem cumpridos 5/6 da soma das penas (artigo
63.º/3).
Segundo o artigo 63.º/4, este regime não é aplicável quando a execução da pena de prisão resultar de revogação da liberdade condicional (artigo
64.º/2 e 3).
EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA PRINCIPAL
PRESSUPOSTOS:
• Prática de um “facto ilícito típico”;
• Declaração de inimputabilidade, nos termos do artigo 20.º;
• Juízo de prognose desfavorável quanto à perigosidade criminal do agente;
• Observância do princípio da proporcionalidade (artigo 40.º/3).
SERÁ QUE A MEDIDA DE SEGURANÇA DE INTERNAMENTO PROSSEGUE TAMBÉM FINALIDADES DE PREVENÇÃO GERAL POSITIVA?
Findará pelo decurso do tempo quando seja atingida a duração máxima do mesmo, salvaguardados os casos do artigo 92.º/3: nestes casos, o
internamento pode ser prorrogado por períodos sucessivos de 2 anos até cessar o estado de perigosidade, se o facto praticado pelo inimputável corresponder
a crime punível com pena superior a 8 anos e o perigo (não receio) de novos factos da mesma espécie for de tal modo grave que desaconselhe a libertação.
Não pode exceder o limite máximo da pena correspondente ao tipo de crime cometido pelo inimputável (artigos 92.º/2 CP e 30.º/1 CRP).
Tem, excecionalmente, um limite mínimo de 3 anos para os crimes contra as pessoas e crimes de perigo comum puníveis com pena de prisão superior
a 5 anos (artigo 91.º/2).
Se da REVISÃO DA SITUAÇÃO DO INTERNADO (artigo 93.º) resultar que há razões para esperar que a finalidade da medida possa ser alcançada em meio
aberto, o tribunal colocará o internado em LIBERDADE PARA PROVA (artigo 94.º), ficando o agente sujeito a deveres e regras de conduta.
↓
Note-se que a liberdade para prova pressupõe na mesma a perigosidade do agente. Se na revisão se concluísse que o agente já não era perigoso,
cessaria a medida de segurança de internamento.
PENA RELATIVAMENTE INDETERMINADA (artigos 83.º a 90.º)
É uma resposta aos delinquentes por tendência (artigos 83.º e 84.º), aos delinquentes por abuso de álcool e de estupefacientes (artigo 86.º e ss.) e
aos agentes da prática de crime de incêndio florestal (artigo 274.º-A/4).
É uma sanção de natureza mista por força do artigo 90.º: é executada como pena até ao momento em que se mostrar cumprida a pena que
concretamente caberia ao crime e é executada como medida de segurança a partir deste momento e até ao seu limite máximo.
PRESSUPOSTOS:
• Culpa do agente;
• Perigosidade criminal do agente;
• Acentuada inclinação para o crime ou para determinado tipo de crime, que no momento da
condenação ainda persista (pressuposto material).
✓ Prevê-se um prazo de “prescrição” da tendência, na medida em que qualquer crime deixa de ser tomado em conta, quando entre a sua prática e a do crime seguinte
tiverem decorrido mais de 5 anos (artigos 83.º/3 e 84.º/3 CP).
LIMITES DE DURAÇÃO
*Para a determinação destes limites é necessário determinar a medida da pena que concretamente caberia ao crime cometido, de acordo com os critérios gerais de
determinação da medida da pena (artigo 71.º CP).
ALCOÓLICOS E EQUIPARADOS (artigos 86.º e 88.º)
PRESSUPOSTOS:
• Um alcoólico, pessoa com tendência para abusar de bebidas alcoólicas ou pessoa que abuse de estupefacientes praticar crime a que
devesse aplicar-se concretamente prisão efetiva;
• Tiver cometido anteriormente crime a que tenha sido aplicada também prisão efetiva;
• Os crimes tiverem sido praticados em estado de embriaguez, estiverem relacionados com o alcoolismo ou com o abuso de
estupefacientes ou com a tendência do agente.
Nestes casos, a pena tem um mínimo correspondente a dois terços da pena de prisão que concretamente caberia ao crime cometido e um máximo correspondente a esta
pena acrescida de 2 anos na primeira condenação e de 4 anos nas restantes, sem exceder 25 anos no total (artigos 86.º/2 e 88.º CP).
PRESSUPOSTOS:
• Crime doloso de incêndio florestal;
• A que devesse aplicar-se concretamente prisão efetiva;
• Tiver cometido anteriormente crime doloso de incêndio florestal a que tenha sido ou seja aplicada pena de prisão efetiva;
• A avaliação conjunta dos factos praticados e da personalidade do agente revelar uma acentuada inclinação para a prática deste crime,
que persista no momento da condenação.
Nestes casos, a pena tem um mínimo correspondente a dois terços da pena de prisão que concretamente caberia ao crime cometido e um máximo correspondente a esta
pena acrescida de 2 anos na primeira condenação e de 4 anos nas restantes, sem exceder 25 anos (artigos 86.º/2 e 274.º-A/5 do CP).