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Universidade Santo Amaro-Unisa

Professora Taluana

Fichamento:
O Que o Estagiário de Psicologia Escolar Pode Fazer?

Davy Alves Da Silva


RA: 4642562
2022
A Psicologia escolar em seu início se volta para a compreensão das relações em contexto escolar, com
enfoque no desenvolvimento psicossocial do aluno, família e organização. Enfatiza a realização de
diagnósticos classificatórios a fim de encaminhar crianças a classes especiais. A partir da década de 80
houveram alterações nesse modelo, após receber críticas referentes ao processo de aprendizagem dos
alunos, após isto, houve a ressignificação da atuação do psicólogo na escola, saindo da prática
individualista para uma voltada para o contexto escolar e suas relações, voltando para a instituição de
forma a abarcar o desenvolvimento integral de todo o espaço, com isso, favoreceu a qualidade e
eficiência do processo educacional, através dos conhecimentos psicológicos, atuando na escola como
instituição juntamente com suas redes interativas.

Nessa perspectiva, conforme Martins, a psicologia escolar assume um papel de agente de mudanças
dentro da escola, atuando como centralizador de reflexões e iluminador de papeis sociais representados
dentre os grupos que compõem a instituição, portanto, caberá a este profissional se preocupar com o
clima institucional, captando as questões educacionais, sendo efetivamente uma psicologia na escola,
ajudando-a, atuando nela, levando em consideração o cotidiano dos indivíduos que a compõe num
contexto extraescolar. Todavia, cabe ao psicólogo conhecer as forças que influenciam a escola e suas
relações com o processo desenvolvimento – aprendizado, portanto, deve atuar com estratégias de
intervenção sobre conscientização dos papéis

Implícita nessa visão da psicologia escolar está uma conexão com o campo da saúde mental, onde os
problemas são equiparados à saúde x doença, retraduzidos nas escolas como problemas de adaptação e
adaptação. Desse ponto de vista, a nosso ver, a escola é considerada adequada como instituição, mas
nem sempre é claro que ela atinge os objetivos almejados a que se propõe. Assim, o anacronismo do
currículo, currículo, técnicas de ensino e a adequação das relações professor-aluno estabelecidas
permanecem inquestionáveis. Portanto, esta é uma visão conservadora e adaptativa, pois os problemas
que surgem são todos centrados no aluno, ou seja, a responsabilidade pelo fracasso e fracasso sempre
recai sobre o aluno. O papel do psicólogo escolar será o de um profissional cuja função é tratar esses
alunos problemáticos e enviá-los de volta à sala de aula 'ajustados'.

Outra consequência que julgamos condenável nessa visão clínica é que o professor se exime da
responsabilidade quando entrega seu "aluno difícil" a um profissional considerado mais capacitado para
lidar com o problema do que ele. Responsável por este aluno. Aí ele começou a pensar que era um
problema que não era dele e deveria ser resolvido fora do ambiente da sala de aula, que era o ambiente
de trabalho dele, que era no consultório de psicologia. No entanto, na realidade, mesmo com a
participação de outros profissionais, criar uma criança difícil como aluno ainda é um problema para o
professor e sua turma.

Outra alternativa que parece mais adequada e que não exclui, ao contrário, se beneficiaria das
contribuições da psicologia clínica e acadêmica é que os psicólogos escolares atuem como agentes de
mudança dentro das instituições escolares, atuando como catalisadores da reflexão, percebendo que os
papéis desempenhados pelos diversos grupos que compõem a instituição. Nessa perspectiva, ao
contrário do que foi afirmado no início deste artigo, é necessário um profissional experiente,
amplamente preparado e diversificado, pois a psicologia escolar é vista como uma intersecção entre a
psicologia clínica e a psicologia organizacional. , acostumado a trabalhar e lidar com uma instituição
social complexa, hierarquizada, que resiste à mudança e reflete a organização da sociedade como um
todo. Nessa perspectiva, é importante considerar o indivíduo sem perder de vista seu papel no contexto
organizacional mais amplo.

Um trabalho eficaz nesta área deve começar por uma análise da instituição, tendo em conta o meio
social em que está inserida e os tipos de clientes que serve, bem como os diversos grupos que a
compõem, as suas hierarquias, as suas relações de poder , pautado pela análise de suas filosofias
específicas e alcance mais amplo da política educacional.

Em nosso trabalho real com as escolas, geralmente começamos com um levantamento da instituição
para a qual pretendemos trabalhar. Tentamos caracterizá-la em termos de organização, tentamos
descobrir a ideologia por trás dos objetivos declarados ou implícitos contidos na instituição. Então
começamos com um diagnóstico da realidade escolar e planejamos nossas ações a partir daí.

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