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Inteligência emocional: definição,

benefícios e plano de ação


Por António

Passamos muitos anos com o olhar posto no cociente intelectual das pessoas, quando a
realidade é que e IQ só representa 20% do êxito de uma pessoa, segundo os últimos
estudos. Daí que haja pessoas extremamente inteligentes que ocupam funções de
escassa responsabilidade. Então, de onde provém os  restantes 80%? Alguma sorte, as
influências que tenhamos conseguido na nossa carreira e, em grande medida, a
nossa inteligência emocional, são também determinantes na hora de construirmos um
futuro prometedor. E temos boas noticias – se bem que uma parte
destas competências emocionais estão determinadas pelo nosso mapa genético e pela
nossa infância, na sua maioria são susceptíveis de se aprenderem e se aperfeiçoarem
ao longo da vida, se empregamos os métodos adequados.

O que é a inteligência emocional?


Ainda que desde os anos 20 do século passado diversos estudiosos tenham começado a
falar de uma inteligência diferente da estritamente cognitiva, o conceito de inteligência
emocional deve-se a Wayne Payne, que o citou na sua tese de doutoramento em 1985.
Não obstante, não foi muito considerada até à publicação do livro ‘Emotional Intelligence’
en 1995, quando o seu autor, David Goleman, popularizou esta ideia e a associou ao
mundo empresarial. Peter Salovey, Marc Brackett e John Mayer, na sua obra ‘Emotional
Intelligence: Key Readings on the Mayer and Salovey Model’, definem a inteligência
emocional como “a capacidade de perceber, integrar, compreender e gerir
reflexivamente os sentimentos próprios e dos outros”. Para Goleman, a inteligência
emocional é “a habilidade de gerir as emoções de modo que sejam exprimidas de
forma adequada e efectiva, permitindo às pessoas trabalhar de maneira coordenada
em torno dos objectivos comuns”, destacando cinco competências principais das
pessoas emocionalmente inteligentes:

 Auto-conhecimento: têm consciência das suas próprias emoções e podem


reconhecer um sentimento quando ele surge.

 Auto-gestão: controlam os impulsos e as paixões pessoais para que não serem


dominados por eles.

 Auto-motivação: desenvolvem estímulos positivos (como o entusiasmo), que


propiciam a consecução dos objectivos.

 Empatia: apresentam a capacidade de se colocarem no lugar da outra pessoa e


de compreenderem os seus sentimentos.

 Competências sociais: estabelecem boas relações com os indivíduos com quem


interagem.

Porquê e como desenvolver a inteligência


emocional?
O cinema aproximou-nos de muitos exemplos – algo estereotipados – de sujeitos
com intelectos cognitivos extraordinários, mas emocionalmente disfuncionais, o que
os leva ao fracasso nas suas relações pessoais e laborais. Se conseguimos aprender a
gerir adequadamente os nossos sentimentos, partiremos duma posição mais vantajosa
para enfrentar os desafios. De facto, o cociente de inteligência emocional (EQ) é tão
relevante no nosso desenvolvimento profissional que representa 58% do rendimento
em qualquer tipo de trabalho e converte-se no maior promotor da liderança e excelência
pessoal dos indivíduos, segundo um estudo realizado por TalentSmart. Como
consequência, contar com uma equipa humana com competências emocionais suporá
um incremento do rendimento e dos resultados da companhia, sem esquecer o
aumento dos níveis de satisfação e motivação dos empregados e a melhoria do clima
laboral da empresa. Para beneficiarmos de todas estas vantagens, só teremos que pôr em
marcha um plano de acção que contemple os seguintes passos, propostos pela doutora
Andree Swanson, da Universidade de Ashfort:

1. Definir o que é que queremos mudar. Referimos-nos a aspectos que vão desde


como comunicamos com os restantes colegas até à maneira como respondemos
aos correios electrónicos.
2. Concretizar como vamos levar a cabo esta mudança. Pode ser dedicando
tempo para enfrentar a situação que nos supera emocionalmente ou falar sobre os
nossos sentimentos com o interlocutor. Fazer um diário sobre as nossas emoções
pode, também, ser uma útil ferramenta.
3. Rever os resultados. Após um período de prova, observaremos se o nosso novo
comportamento está dando os seus frutos.

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