Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TCU - Plenário
Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti
VISTOS e relacionados estes autos de Representação, com pedido de med ida cautelar,
apresentada pelo Sr. Alfredo Agle Santana Baracat Habib, supostamente em nome da empresa
Engemax Construções e Serviços Ltda. – ME (fl. 1/7, peça nº 1), noticiando possíveis irregularidades
(fraude, desvio de finalidade, desobediência à Lei 8.666/1993 e favorecimento em processo
licitatório) na execução, pela Prefeitura Municipal de Vera Cruz/BA, das Tomadas de Preços 12, 13,
14, 15 e 16/2016, certames que seriam patrocinados por recursos federais,
Considerando o registro da unidade técnica (fl. 1/2, peça nº 6) quanto ao aspecto de o Sr.
Alfredo Agle Santana Baracat Habib, signatário da documentação ora examinada, não ser sócio da
empresa Engemax Construções e Serviços Ltda. – ME, nem possuir instrumento de mandato
suficiente para representá-la junto a este Tribunal;
Considerando os acréscimos da unidade instrutiva, a propósito, quanto a não ser a primeira
ocasião em que o Sr. Alfredo Agle Santana Baracat Habib, assim como seus filhos Antônio Baracat
Habib Neto e João Ricardo Guimarães Habib, representam a este Tribunal sem serem sócios ou
procuradores das sociedades empresárias em cujos nomes, supostamente, se pronunciam, assim como
da existência de indicativos de que referidos agentes poderiam estar-se utilizando do instituto da
representação junto a este Tribunal como instrumento para tumultuar procedimentos licitatórios em
que teriam interesse, conforme identificado, por exemplo, no âmbito do TC-005.997/2015-1,
consoante se pode constatar a partir da leitura do Voto condutor do Acórdão 1944/2015 – TCU –
Plenário (fls. 2/4, peça nº 6);
Considerando a ponderação da Secex/BA (fls. 4, peça nº 6) de que, ainda que se fosse, em nome
do princípio do formalismo moderado, admitir a representação como formulada, em nome próprio,
pelo Sr. Alfredo Agle Santana Baracat Habib, a peça em questão não tem procedência, conforme se
passa a detalhar;
Considerando que, embora faça referência às Tomadas de Preços 12, 13, 14, 15 e 16, o
representante somente aponta possíveis irregularidades em relação às duas primeiras, das quais a
empresa em cujo nome supostamente fala haveria efetivamente participado, alegando que, por haver
presenciado a “forma irregular de atuação” da Comissão de Licitação nas Tomadas de Preços 12 e 13,
não viu outra opção a não ser abandonar as licitações subsequentes (fls. 4, peça nº 6);
Considerando, nesse sentido, o registro da unidade instrutiva de que, na Tomada de Preços
12/2016, efetivamente, consoante justificou a CPL, a proposta da Engemax continha incorreção na
composição de seu BDI (inclusão indevida, em dissonância com a jurisprudência deste Tribunal, de
item referente à Administração Local) e no somatório dos valores de sua planilha orçamentária,
verificando-se, quanto a esse último aspecto, que a soma correta de sua proposta era R$ 2,02 superior
à da proposta da licitante declarada vencedora (fls. 4/5, peça nº 6);
Considerando que, conforme também sinaliza a unidade técnica, na Tomada de Preços
13/2016, igualmente a proposta da Engemax continha a incorreção já mencionada na composição de
seu BDI e erro no somatório dos valores de sua planilha orçamentária, ainda que se identifique que,
nesse caso, a soma correta de sua proposta era R$ 1.782,93 menor que a da proposta da licitante
vencedora (fls. 5/6, peça nº 6);
Considerando a ponderação da unidade técnica (fls. 8/9, peça nº 6) de que o aspecto de ser, no
caso da Tomada de Preços 13/2016, reduzida a diferença em relação ao valor total da proposta
vencedora (R$ 459.992,48) constituiria evidência de que seria mais oneroso para a Administração
retornar o certame à fase de classificação de propostas e indenizar a licitante declarada vencedora, já
contratada desde 29/6/2016, argumento esse que guardaria consonância com precedentes desta Corte
(vide, e.g., Acórdãos 2028/2014 – TCU – 2ª Câmara e 4911/2015 – TCU – 1ª Câmara);