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Curso de

Acupuntura Tradicional
Chinesa

MÓDULO IV

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descritos na Referência Consultada.
MÓDULO IV

1. CANAL PRINCIPAL DO ZU SHAO YANG (CANAL PRINCIPAL DA VESÍCULA


BILIAR)

O canal principal da vesícula biliar se inicia no canto externo do olho, indo até a
parte intra-auricular e ascende até a região temporal anterior, voltando a descender agora
pela região retro-auricular. ganha a região cervical posterior e fossa supraclavicular. O
ramo retro-auricular emerge dessa região e entra no ouvido. Volta a aparecer na região
pré-auricular, indo até o canto externo do olho. Dan (vesícula biliar) representa o fígado
biliar, canal hepático, canal cístico, vesícula e canal colédoco.
O ramo que emerge do canto externo do olho desce circulando a face e parte lateral do
pescoço, quando reencontra o trajeto do canal principal. Dai descende até o tórax, passa
pelo diafragma para se conectar com o fígado e penetrar no órgão Fu da vesícula biliar.
Percorre a região do hipocôndrio desce ate a face lateral do baixo abdômen perto da
artéria femural na região ilioinguinal. Dai caminha ao longo dos pêlos púbicos se
superficializa até a região da cabeça do fêmur na sua face posterior.
A parte superior elo canal descende da fossa supraclavicular e passa pela "frente
da axila” ao longo da parte lateral do tórax e através das costelas flutuantes indo se
encontrar com o ramo femural. Descende pela parte lateral da coxa (lateral do joelho,
continua descendendo pela face anterior da fíbula até a parte lateral do quarto
metatarsiano, indo terminar no leito ungueal desse dedo.

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Um ramo profundo ainda vai se conectar com seu canal acoplado, que é o do
fígado (lu Jue Yin).

Relações do canal

a - Órgãos e Vísceras Fígado Coração

Vasos secundários

b - Partes do corpo

• Parte lateral do olho, regiões pré, supra e retro-auricular, região têmporo-frontal, face
(trajeto interno), pescoço, ombro, clavícula, tórax, hipocôndrio, região inguinal, parte
lateral da coxa, da perna e do pé.

c - Outros canais

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• Canal principal do triplo aquecedor (anterior no ciclo energético)
• Canal principal do fígado (posterior no ciclo energético)

Funções do órgão Fu

A função principal da vesícula biliar é de estocar e secretar a bile produzida pelo fígado.

Funções do canal

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) correlacionava todas as estruturas


orgânicas do corpo (órgãos Zang-fu) como formas funcionais de sistema que teriam
sempre uma ligação com os órgãos do sentido e outras regiões do cérebro.
Dessa forma, o canal da vesícula biliar, que tem o papel orgânico de auxiliar a digestão na
excreção de bile para o trato gastrointestinal; no seu aspecto funcional aparece de acordo
com o seu trajeto que tem início no canto externo do olho a relação da importância da
visualização do alimento para a ativação de todo o processo digestivo, assim como no
seu trajeto por toda a região temporal e mandibular sítio dos músculos da mastigação.
Outra regência que era creditada ao sistema vesícula biliar na MTC era o da
regularização dos humores orgânicos (vítreo, aquoso e líquido sinovial). Daí a sua
importância nos processos oftalmo1ógicos e reumáticos. Para esses casos são utilizados
os pontos de n° 34 e 41.
O trajeto cefálico do canal da vesícula biliar (lobo temporal) também é o
responsável pelas patologias dessa região, tendo no seu ponto de passagem o ponto de
nº 37 como de alto poder de resolução para esse tipo de patologia.

2. CANAL PRINCIPAL DO ZU JUE YIN (CANAL PRINCIPAL DO FÍGADO)

O canal principal do fígado recebe sua energia do canal da vesícu1a biliar, seu
predecessor e acoplado. Seu horário de atividade máxima é de 1 às 3 horas; e passa a
seguir sua energia ao canal do pulmão (Shou Tae Yin).

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O canal do fígado tem um total de 14 pontos.
Gan é o fígado relacionado ao meio sanguíneo: é o fígado metabólico e vascular.
A medicina chinesa descreve, em Gan, duas funções distintas e importantes: uma função
sexual (e a ciência moderna comprova o papel do fígado na destruição ou catabolização
dos hormônios sexuais não utilizados pelo organismo). A outra função de Gan - nos diz
a tradição - é o comando do sistema muscular. Aqui também a ciência moderna
comprova o papel do fígado na fabricação e estocagem do glicogênio, combustível
essencial dos músculos.
Eis por que o meridiano de Gan se encontra situado entre os de Pi e Shen, às vezes
satélite de um e, por vezes, satélite do outro.

o canal principal do fígado se origina no leito ungueal externo do primeiro


quirodáctilo, Ascende em direção ao dorso do pé entre o 1 ° e 2° quirodáctilos, ganha a
parte anterior do tornozelo subindo pela crista interior da tíbia, parte interna do joelho,
parte interna da coxa e medial, ganhando a região dos pelos pubianos, genitália externa

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e baixo abdômen. Segue seu caminho ascendendo onde circunda o estômago para
então chegar ao fígado e penetrar na vesícula biliar. Daí continua a ascender, passando
pelo diafragma já como trajeto secundário que vai percorrer também a região costal e
cervical até nasofaringe, indo se conectar com o "sistema ocular". Ganha a região
frontal, indo se conectar com o vaso do governo no vértex, no ponto Bai Hui.

O ramo que emerge do "sistema ocular" corre para baixo pela face ganhando a
face interna dos lábios. O ramo que emerge do fígado e passa pelo diafragma, ganha o
pulmão se juntando ao canal do Shou Tae Yin.

Linha contínua - trajeto superficial (canal principal).

Linha pontilhada - trajeto profundo (canais secundários).

Relações do canal

a - Órgãos e vísceras

Fígado

Vesícula biliar

Estômago

Pulmão

b - Partes do corpo

Dorso do pé, tornozelo, perna, joelho e coxa (face interna), genitália, abdômen, tórax,
pescoço, oro e naso faringe, olhos, vértex.

c - Outros canais

Canal principal da vesícula biliar (anterior no ciclo energético) Canal principal do pulmão
(posterior no ciclo energético)

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Funções dos órgãos Zang

a - Armazena e regula o volume circulante de sangue.

b - Mantém o fluxo do qi (energia vital).

b.1. Relacionado com a atividade emocional (principalmente depressão e angústia).

b.2. Relacionado com a atividade digestiva, colaborando com o eixo estômago-baço-


pâncreas, além da vesícula biliar.

b.3. Síntese vitamínica e protéica.

c - Controla os tendões.

d - Abre-se nos olhos.

Funções do canal

Tem funções terapêuticas nas lombalgias, desconforto torácico, dores no baixo


abdômen, hérnias (de uma maneira geral), dores de cabeça, secura da garganta,
enurese, disúria e distúrbios mentais.

3. CANAL PRINCIPAL DO SHOU JUE YIN (CANAL PRINCIPAL DA CIRCULAÇÃO-


SEXUALIDADE OU PERICÁRDIO)

Recebe a energia do canal do Zu Shao Yin (rim), tem seu horário de atividade
máxima entre as 19 e 21 horas e transmite sua energia para o canal do zu Shao Yang
(triplo aquecedor). Externamente apresenta um total de 9 pontos. O Xin Bao (invólucro
do coração), também chamado de Mestre do Coração, não tem suas funções
materializadas por um órgão. Tem função vaso-motriz satélite das funções do coração.
Comanda os vasos sanguíneos. Sob o ponto de vista Yin-Yang, a função do CS é
intermediária entre a do Xin e a do Fei, pois o meridiano CS se situa, energética e
topograficamente, entre os meridianos de Fei e Xin. A vizinhança dos meridianos Xin,
CS e Fei justificam as estreitas relações fisiológicas que os unem. Em medicina

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ocidental, é bem conhecido o papel acelerador que possui o sistema nervoso simpático
(Xin Bao) na fisiologia respiratória e cardíaca.

O canal principal da circulação-sexualidade origina-se no tórax, mais


precisamente na região pré-cordial, exatamente no local do próprio "órgão", o pericárdio
- como se refere a Medicina Tradicional Chinesa. Daí desce pelo diafragma até o
abdômen, conectando-se sucessivamente com os aquecedores superior, médio e
inferior; isto é, o triplo aquecedor ou Sanjiao. Um ramo emerge do tórax exatamente na
região peitoral, emerge da região costal em um ponto a três distâncias da linha axilar
anterior, que é o primeiro ponto do canal, ascendendo até a axila. Segundo a parte
medial do braço entre o trajeto dos canais do pulmão e do coração até a fossa cubital,
seguindo pelo antebraço entre os tendões dos músculos longo palmar e flexor radial do
carpo, ganhando a região palmar. Daí passa pelo dedo médio, da sua porção interna

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até o seu topo. Outro ramo sai da palma da mão corre pelo quarto quirodáctilo indo se
juntar a seu acoplado, o canal do triplo aquecedor.

• Da mesma forma que o triplo aquecedor, o canal da circulação-sexualidade


(pericárdio) não corresponde a nenhum órgão específico; mas sim, teria urna função de
"protetor do coração", funcionalmente nós podemos raciocinar com todo o complexo
homeostático, tanto central como periférico, que mantendo o tônus vascular do
organismo de forma ótima, também irá "proteger o coração". Esses fatores
homeostásicos incluem agora, em se falando da "circulação-sexualidade, urna
característica mais Yin em relação à função "tríplice aquecedora", que é mais Yang; ma
ambas possuem o papel importante de se entrosarem para o funcionamento perfeito de
toda a homeostase do organismo.

• Por isso, a exemplo do triplo aquecedor, o canal da circulação-sexualidade tem


relação com todos os órgãos Zang- fu,

b - Partes do corpo

• Região pré-cordial, região peitoral, braço, antebraço, mão, aquecedores superior,


médio e inferior.

c - Outros canais

• Canal principal do rim (anterior no ciclo energético)

• Canal principal do triplo aquecedor (posterior no ciclo energético)

Funções do órgão Zang

Proteção do coração, ao reger todo o sistema hemodinâmico fazendo a distribuição de


forma ótima de sangue e qi por todo o organismo.

Atua conjuntamente com o triplo aquecedor, que cumpre o papel Yang dessa mesma
função.

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Funções do canal

Tem funções terapêuticas nas seguintes patologias: pericardites, palpitação, sensação


de peso no tórax, rubor facial, suor excessivo nas axilas, distúrbios mentais, espasmos
nos membros superiores, calor excessivo da região palmar, edemas, vômitos, náuseas.

Linha continua - trajeto superficial (canal principal)

Linha pontilhada - trajeto profundo (canais secundários)

Como mostra o esquema dos níveis energéticos, o nível Yang Ming é o mais
profundo dos Yang e está em comunicação direta com o Tac Yin, que é o mais
superficial dos Yin. No membro superior (Shou) temos o intestino grosso Shu Yang e o
pulmão (Shou Tae Yin), sendo por isso, meridianos acoplados () mesmo ocorre no
membro inferior (zu), e então, temos o estômago (Zu Yang Ming) c o baço-pâncreas (Zu
Tae Yin), também acoplados. No chamado relógio orgânico, que obedece à grande
circulação de energia no corpo humano, aparece novamente a relação entre estes
quatro canais assim, temos:

• Pulmão 3 às 5h
• Intestino grosso 5 às 7h
• Estômago 7 às 9h
• Baço- pâncreas 9 às 11h

Também pelo esquema dos níveis energéticos sabemos que o Yang Ming abre-se
para o interior e o Tae Yin abre-se para o exterior; sendo assim de grande importância
para o equilíbrio interior-exterior (Yin- Yang).

4. CANAL PRINCIPAL DO SHOU TAE YIN (CANAL PRINCIPAL DO PULMÃO)

O canal principal do pulmão começa na região do estômago (aquecedor médio),


desce para conectar-se com o intestino grosso, atravessa o diafragma e penetra no seu
órgão associado o pulmão. Emerge na área entre os pulmões e a laringe e descende ao
longo da face interna do braço e antebraço alcança o pulso na margem do processo

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estilóide cruza a artéria radial e se estende pela eminência tenar e pela face radial do
primeiro dedo da mão até o ângulo ungueal.

Um ramo deriva do canal principal acima do processo estilóide no pulso e se dirige


diretamente para a face radial do segundo dedo da mão até seu ângulo ungueal. Este
canal é associado com o pulmão e conecta-se com o intestino grosso. Atravessa o
diafragma e liga-se com o estômago, fins e outros órgãos.

Sob o nome de Fei (pulmão) entende-se todo o sistema respiratório, isto é, o


parênquima pulmonar, os brônquios, a traquéia e a irrigação sanguínea e aérea dos
pulmões. A energia do seu pulmão é a responsável pela sua alma corpórea. Quem tem
uma energia do pulmão fraca fica melancólica e gradativamente perde o interesse pela
vida.

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a - Órgãos e vísceras

• Estômago (aquecedor médio, onde se inicia)

• Intestino grosso (recebe ramo)

• Pulmão (Órgão associado)

• R i ns (recebem o qi do pulmão)

b - Partes do corpo

• abdômen superior

• Cárdia, diafragma, tórax e região dorsal alta

• Garganta (laringe) e nariz

• Face interna do braço, antebraço e mão (bordo radial).

• Face anterior do ombro

• Palma das mãos

c - Outros canais

• Canal principal do fígado (anterior no ciclo energético)

• Canal principal do intestino grosso (posterior no ciclo energético)

Funções dos órgãos Zang

• Dominar o qi (ar) e controlar a respiração

• Regular o metabolismo da água

• Dominar a pele e os pêlos

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Sintomas associados com o órgão interno (pulmão)

Tosse, asma, respiração curta, plenitude torácica, inflamação na garganta,


mudanças de cor na urina, irritabilidade, catarro sanguinolento. calor nas palmas das
mãos ocasionalmente acompanhado de distensão abdominal e diarréia.

Sintomas associados com o trajeto externo do canal

Febre e sensibilidade ao frio, congestão nasal cefaléia, dor torácica (clavícula.


ombro e costas), calafrios e dor ao longo do canal no braço

5. CANAL PRINCIPAL DO SHOU YANG E JUE MING (CANAL PRINCIPAL DO


INTESTINO GROSSO)

O canal principal do intestino grosso começa no ângulo ungueal do segundo dedo,


em seu lado radial, e ascende entre o primeiro e o segundo metacarpo, passa no pulso
entre os tendões extensores do primeiro dedo e continua ao longo da margem radial do
antebraço para a face lateral do cotovelo. Dai ascende na face lateral do braço para a
articulação do ombro, cruzando e passando pela margem anterior do acrômio, alcança a
sétima vértebra cervical volta a fossa supraclavicular, conecta-se com o pulmão antes
de atravessar o diafragma e ligar-se ao Intestino grosso.

Um ramo separa-se do canal principal na fossa supra-clavicular, sobe através do


pescoço cruza o mento, circunda os lábios e encontra-se com o mesmo canal vindo do
lado oposto e termina lateralmente na asa do nariz do lado oposto. Segundo a tradição
outro ramo descende vindo da víscera do intestino grosso.

Este canal está associado com o Intestino grosso e conecta-se com o pulmão.
Também liga-se diretamente ao estômago. O trajeto do IG se dá do dedo indicador em
direção à cabeça. Do ângulo ungueal do dedo indicador (IG1) ele se dirige
gradativamente até IG11 (na dobra do cotovelo), sobe pelo braço até IG15 (na fossa
que o ombro forma quando o braço é levantado), do IG15 ele se dirige para a base do
pescoço (IG17). Sobe pelo pescoço até IG19 que fica 1/2 cun abaixo da asa do nariz e
termina seu trajeto na dobra da bochecha (IG20).

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Relações do canal

a - Órgãos e vísceras

• Intestino grosso

• Pulmão (recebe ramo)

• Estômago (37E)

b - Partes do corpo

• Dedo, mão, pulso, antebraço, braço, ombro, clavícula

• Oro e nasolaringe

• Dentes (principalmente inferiores) e gengiva

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• Abdômen

c - Outros canais

• Canal principal do pulmão (anterior no ciclo energético)

• Canal principal do estômago (posterior no ciclo energético).

Funções da víscera Fu

Receber o material vindo do intestino delgado, absorver parte dos fluidos, formar
as fezes e transportá-las até o ânus.

Sintomas associados ao trajeto externo do canal

Febre, hiperemia e sede, garganta inflamada, epistaxe, dor de dente, hiperemia e


dor ocular, inflamação e inchaço no pescoço, dores ao longo do trajeto do canal no
membro superior - ombro - e distúrbios motores nos dedos.

Sintomas associados com o órgão interno (intestino grosso)

Dor abdominal. ruídos intestinais, diarréia ocasionalmente acompanhada de respiração


curta e eructos.

6. CANAL PRINCIPAL DO ZU YANG MING (CANAL PRINCIPAL DO ESTÔMAGO)

O canal principal do Estômago começa ao lado do nariz, ascende a raiz do nariz,


onde conecta - se com o canal da bexiga. Descende lateralmente ao nariz, penetra a
gengiva superior e encontra o vaso do governo, circunda a boca, encontra o vaso
concepção no sulco mento labial. Daí segue o ângulo da mandíbula e passa na frente
da orelha. Continua ao longo da linha dos cabelos ate cruzar o canal da vesícula biliar.
Finalmente, cruza o meio da região frontal e encontra o vaso do governo.

Um ramo separa-se do canal principal no maxilar inferior e descende ao longo do


pescoço entrando na fossa supraclavicular. Aqui deriva pela região dorsal para a região

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superior, onde encontra o vaso do governo no 14 VG, (Dazhui). Descreve através do
diafragma conectando–se com o vaso concepção antes de penetrar no seu órgão
associado o estômago, e comunicar-se com o baço. O Wei (estômago) compreende
também as glândulas salivares, o esôfago, o estômago e o duodeno, bem como o
pâncreas exócrino, isto é, as células do pâncreas que secretam o suco pancreático,
auxiliar da digestão.

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Outro ramo vertical descende diretamente da fossa supraclavicular ao longo da
linha mamilar, passando lateralmente ao umbigo através do abdômen inferior até a
região inguinal.

Outro ramo inicia-se no piloro e descende internamente para a região inguinal, onde
encontra-se com o ramo vertical descrito acima. Daí o canal cruza o ponto 31E (Biguan)
na face anterior da coxa e descende diretamente para a patela. Continua lateralmente à
tíbia para o dorso do pé, terminando no ângulo ungueal do segundo dedo. Um ramo
separa-se do canal principal no 36 E (Zuzanli) e termina na face lateral do dedo médio.
Outro ramo separa - se no dorso do pé no ponto 42F (Chongyang) e termina na face
medial do grande dedo, onde conecta-se com o canal do baço. Este canal é associado
ao estômago e conecta-se com o baço. Também liga-se diretamente com o coração,
intestinos grosso e delgado.

Relações do canal

a - Órgãos e vísceras

• Intestino grosso

• Intestino delgado

• Baço

• Coração

b- Partes do corpo

• Face, olhos, orofaringe, fronte, maxilares

• Abdômen (principalmente superior)

• Região inguinal

• Joelhos e pés

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c - Outros canais

• Canal principal do intestino grosso (anterior no ciclo energético)

• Canal principal do baço-pâncreas (posterior no ciclo energético)

Funções da Víscera Fu

Receber e decompor os alimentos e enviá-Ios ao intestino delgado. Juntamente


com o baço-pâncreas faz a digestão e absorção dos alimentos.

Sintomas associados com o trajeto externo do canal

• Febre alta, febre intermitente, delírios, sensibilidade ao frio, dores nos olhos, narinas
ressecadas, epistaxes, erupções, faringite, inflamação no pescoço. paralisia facial, dor
no tórax, dores e distensões ao longo do curso do canal no membro inferior.

Sintomas associados com o órgão interno (estômago)

Distensão abdominal, plenitude ou edema no abdômen, convulsões, fome persistente,


urina concentrada.

O canal principal do baço-pâncreas começa no ângulo ungueal interno do grande


dedo, Daí segue a linha entre a pele escura e clara no bordo medial do pé Passa
anteriormente ao maléolo interno e ascende pela perna ao longo do bordo posterior da
tíbia, cruzando e passando anteriormente ao canal do fígado. Passa pelo joelho em sua
face medial e continua pela região anterior e medial da coxa e do abdômen. Depois de
cruzar o vaso da concepção nos pontos 3VC e 4VC o canal penetra no seu órgão
associado, o baço, e comunica-se com o estômago, então, ascende através do
diafragma e liga-se ao canal da vesícula biliar no ponto 24VB (Riyue) e ao canal do
fígado no ponto 14F (Qimen). Continuando a ascender lateralmente ao esôfago, cruza o
canal do pulmão no ponto 1P (Zhongfu) e finalmente alcança a raiz da língua se
dispersando.

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Um ramo deste canal separa-se na região do estômago e ascende através do
diafragma, transportando o qi para o coração. Este canal é associado ao baço e
acoplado ao estômago. Está também diretamente ligado com o coração, pulmões e
intestinos.

Relações do canal

a - Órgãos e vísceras

• Baço-pâncreas (órgãos associados)

• Estômago (víscera acoplada)

• Intestinos

• Coração (envia ramo)

• Pulmão (envia ramo e participa do mesmo nível energético)

• Vaso da concepção

b - Partes do corpo

• Face medial do pé, perna e coxa

• Abdômen e tórax

• Língua

c - Outros canais

• Canal principal do estômago (anterior no ciclo energético)

• Canal principal do coração (posterior no ciclo energético)

Funções do órgão Zang

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• Responsável pelo transporte, digestão e absorção dos alimentos.

• Manter o sangue circulando nos vasos

• Nutrir e manter a elasticidade dos músculos

• Abre-se na boca (apetite)

• Manter os órgãos em sua posição normal

Sintomas associados com o trajeto externo do canal

Peso no corpo e cabeça, estado febril, membros pesados e músculos


edemaciados, rigidez da língua, sensação de frio ao longo da face medial da perna e do
joelho, edema dos pés e pernas.

Sintomas associados com o órgão interno (baço-pâncreas)

Dor abdominal, plenitude ou distensão; diarréia, digestão incompleta dos


alimentos, ruídos intestinais, vômitos, nódulos no abdômen, inapetência, icterícia,
constipação.

7. VASOS REN MO E DUMO

7.1- Introdução

Nomenclatura

Os vasos Ren Mo e Du Mo são conhecidos por Jen Mo e Tou Mo na literatura


francesa. Alguns autores traduziram o nome destes canais, quase todos concordando
com a nomenclatura "vaso da concepção" e "vaso do governo", respectivamente.

7.2 Natureza e características

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O Ren Mo e o Du Mo são classificados como vasos maravilhosos (ou canais
extraordinários). Os canais deste grupo são virtuais, ou seja, em geral não estão sendo
percorridos pelo qi. Contudo, em determinadas situações de excesso ou insuficiência,
eles podem servir como vias de passagem extras para o qi. Além disso, eles se prestam a
papel de defesa veiculando qi defensivo quando necessário e têm papel fundamental na
circulação do qi ancestral, principalmente durante o desenvolvimento embriológico. Estes
conceitos acima são válidos para todos os vasos maravilhosos de uma maneira geral,
mas o par Ren Mo - Ou Mo, objetivo deste estudo, escapa um pouco às regras gerais.
A seguir serão enumeradas as peculiaridades do par, que diferem de outros canais
extraordinários:

a) são únicos, não apresentando disposição simétrica como os outros canais. Alguns
autores defendem a tese de que haveria dois trajetos paralelos praticamente justapostos,
mas esta idéia não é universal.
b) possuem trajeto e pontos próprios:
c) possuem relação com órgãos internos:
d) possuem vasos Lo acoplados;
e) possuem uma circulação de energia própria conhecida como "pequena circulação de
energia".

7.3. Origem

Os vasos Ren Mo e Du Mo são os canais mais antigos do ser humano, ou seja, são
os primeiros que se organizam para veicular qi durante a vida embriológica. Logo após a
implantação do ovo no endométrio, a mórula (massa oval de células indiferenciadas)
começa a diferenciar os dois folhetos básicos do embrião, o ectoderma (Yang) e o
endoderma (Yin). Nestes folhetos é que se inicia a atividade energética, a princípio
desorganizada, que aos poucos vai assumindo uma direção longitudinal. Com a
polarização energética surge o eixo do embrião, no ectoderma caracterizado pela placa
neural (Du Mo) e no endoderma pelo intestino primitivo (Ren Mo), formando a pequena
circulação energética

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7.4. A pequena circulação de energia

É, portanto, a que ocorre no circuito Ren Mo - Du Mo. Durante o dia a energia


circula predominantemente no vaso do governo, enquanto que durante a noite se
concentra no vaso da concepção. Os canais Ren e Du se conectam com outros
meridianos, portanto a pequena circulação age complementando a grande circulação de
energia, criando um sistema harmônico entre si e com o meio ambiente. A pequena
circulação é mais voltada para aspectos homeostáticos do próprio homem, enquanto a
grande circulação, que atinge os membros, visa a adaptação aos fatores externos que
influenciem o organismo.

8. REN MO OU VASO DA CONCEPÇÃO

8.1 Função

O Ren Mo gera e regula o Yin do corpo. Como seu nome sugere, ele está
diretamente envolvido no processo da gestação, nutrindo e comandando o útero. O seu
ponto de comando é o 7 do pulmão (Lieque), situado numa depressão proximal ao
processo estilóide do rádio.

8.2 Trajeto

Inicia-se no rim, desce até o ponto 1 VC no períneo, subindo pela linha mediana
até a região inferior do lábio (24VC), contorna a boca, penetra no maxilar superior e sobe
até o ponto 1 E, embaixo do ângulo interno do olho. Dos rins, um ramo sobe
acompanhando a coluna lombar, enquanto um segundo ramo sai do ponto 1 VC no
períneo e penetra no útero.

9. DU MO OU VASO DO GOVERNO

9.1 Função

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Comanda e regula o Yang do corpo, assim como os canais Yang. O ponto 14 VG
(Dazhui) é o ponto de reunião de todos os canais Yang do corpo, e portanto, tem uma
importante função energética. O canal do VG; também nutre e regula o cérebro,
considerado órgão extraordinário. O seu ponto de comando é o 3ID (Houxi), situado na
depressão proximal à cabeça distal do 5° metacarpo. O Vaso Governador auxilia todos
os meridianos yang: IG; B; VB; ID; TA; ST. O vaso Governador inicia-se na ponta do
cóccix (VG1) e sobe pela coluna em direção à nuca. Da raiz do cabelo VG15 (na nuca),
contorna a cabeça em direção à testa, terminando seu trajeto no VG28, acima dos
dentes incisivos.

Início na bexiga, de onde desce ao períneo no ponto 1 VG, na região posterior do


ânus. Deste local saem três ramos. O primeiro sobe superficialmente pela linha
mediana, acompanhando a coluna vertebral até a nuca, na base do occipital, aonde se
divide: um canal entra no cérebro; o outro segue a linha mediana pela cabeça até o
lábio superior, aonde termina no ponto 28 VG, na gengiva da arcada dentária superior.
O segundo ramo vai ao cóccix se divide em dois, passa pela região glútea e sobe até
cada um dos dois rins. O terceiro ramo sobe pelo abdômen, cruza o diafragma e a

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garganta e termina na boca. Alguns autores afirmam que este ramo acompanha todo o
tubo digestivo. Um quarto ramo inicia-se no ponto 1B, no ângulo medial do olho,
pálpebra superior, aprofunda-se, passa pelos hemisférios cerebrais, descem adjacentes
à coluna até os rins.

RESUMO PRÁTICO

Ren Mo

a) Relação com órgãos internos:

Rim

Utero e anexos

Tubo digestivo

b) Relação com partes do corpo:

Pelve

Boca e lábios

Abdômen

Coluna lombar

Externo Pescoço

c) Relação com outros canais:

Estômago (ponto 1E - Cheng Qi)

Vaso do governo (ponto 28 VG - Yin Jiao)

Rim, baço-pâncreas e fígado (pontos 2, 3 e 4 \/C)

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V2. Du Mo

a) Relação com órgãos internos:

Rim

Bexiga

Tubo digestivo

Cérebro

Coração

b) Relação com partes do corpo:

Ânus

Coluna lombar torácica e cervical Nuca

Nuca

Crânio

Maxilar superior

Gengiva

Nariz

c) Relação com outros canais:

Bexiga (ponto 1B e 12B - Feng Men) Rim

Fígado (ponto 20VG - Bai Hui)

Todos os meridianos Yang (ponto 14 VG - Dazhui)

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Vaso da concepção (ponto 1 VC - Hui Yin)

10. MÉTODOS DE ESTÍMULO

10.1 Moxabustão

De história milenar, originária do norte da China, moxabustão - jiu (pinyin)


significa, literalmente, "longo tempo de aplicação do fogo", uma espécie de acupuntura
térmica, feita pela combustão da erva de Artemísia Sinesis e Vulgaris. É uma técnica
terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa. Baseia-se nos mesmos princípios e
conhecimento dos meridianos de energia trabalhados na acupuntura, sendo
amplamente utilizada nos sistemas de medicina tradicional da China, Japão, Coréia,
Vietnam, Tibete, e Mongólia. Acredita-se que seja anterior à acupuntura. Aceso, o
bastão funciona como um charuto que deve ser aproximado do ponto ao qual se deseja
acrescentar energia.

O calor do bastão de moxa pode ser conduzido através da agulha de acupuntura,


por aproximação da pele, ou mesmo queimando a erva diretamente sobre pele (neste
caso pode causar pequenas marcas de queimadura). A técnica pode ser utilizada
sozinha ou associada às práticas de acupuntura tradicional e ventosaterapia.

10.2 Ventosa

É um tipo de terapia adotado em diversas correntes da medicina tradicional que


emprega ventosas. Esta forma de terapia é utilizada desde tempos remotos em quase
todas as civilizações, como a européia, oriental, africana e indígena. Os índios usavam
chifres e faziam a vácuo sugando o ar, os orientais costumavam empregar o bambu, e a
europa desenvolveu a ventosa como conhecemos hoje, empregando o vidro. Os copos
redondos de vidro são aquecidos internamente com fogo, que cria um vácuo em seu
interior, gerando uma força de sucção. Os copos são aplicados imediatamente após o
aquecimento em áreas especificas da pele que necessitam de tratamento,
principalmente nas costas.

10.3 Tipos de laser utilizados em acupuntura

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Em acupuntura são utilizados os tipos de laser sem potencial destrutivo, ou seja,
radiações emitidas com potência inferior a 1 w, considerando o limite de potência para a
existência ou não de potencial destrutivo. São dois os tipos de laser basicamente
utilizados em Acupuntura.

• Laser de Hélio-Neônio (He-Ne);


• Laser de Arsênio de Gálio (As-Ga).

Diferenças entre laserterapia e laseracupuntura

A Acupuntura arte milenar, tem sido aplicada utilizando-se como instrumento de


"puntura" a radiação laser. O relato de aplicações práticas de acupuntura por
profissionais de renome indica a existência de algo sério, digno das melhores
referências.

A acupuntura possui bases que não são alteradas pela introdução do laser, que
aqui se presta apenas como instrumento de viabilização dos mesmos efeitos
proporcionais pelas agulhas. Autores de renome sustentam posições de maior
efetividade do feixe laser quando comparado com as agulhas. Comparativamente à
acupuntura, a laserterapia procura, a partir da avaliação dos efeitos proporcionados pelo
aporte energético da radiação, compreender e utilizar estas reações como recursos
terapêuticos. A teoria do bioplasma, tida como um dos principais alicerces da
acupuntura é até hoje utilizada para fundamentar certos efeitos da laserterapia.

10.4 Eletroacupuntura

Eletroacupuntura é uma combinação da acupuntura clássica e da eletroterapia, de


modo que, após a inserção das agulhas, e obtida a sensação QI, por elas se faz passar
uma corrente elétrica. Este recurso terapêutico foi primeiro utilizado na China, durante a
década de 30, com algumas vantagens como:

- Substitui a manipulação manual das agulhas;

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- Tanto a quantidade como a qualidade do estímulo podem ser mensuradas e reguladas
ajustando-se o tipo de corrente, a amplitude;

- Produz uma estimulação mais potente, regular e contínua a manual.

10.5 Auriculoterapia

A técnica da acupuntura auricular ou auriculoacupuntura consiste em puncionar


com agulhas em certos pontos (pontos auriculares) situados na orelha, ou estimulá-los,
por pressão, com outros métodos tais como sementes de mostarda, esferas de metal,
ouro para tonificar, prata para sedar ou inox, que é neutro. Está técnica apresenta
efeitos eficientes e rápidos. O efeito da acupuntura sistêmica é grandemente
aumentado, se combinado ao uso da auriculoacupuntura.

11. DIAGNÓSTICO NA MEDICINA CHINESA

O diagnóstico se baseia na premissa de que as alterações energéticas do


organismo humano se exteriorizam sempre, e essas alterações são identificadas
através da:

• Observação do Paciente: pela cor da face, expressão verbal, estado emocional,


movimentos, etc;
• As Queixas do Paciente: localização da dor, freqüência da dor, mudança do
clima, alimentos, etc;
• O Exame da Língua: observa-se a cor da língua, presença de rachaduras, forma
da língua, etc;
• Pulsologia Chinesa: avaliamos a energia de cada órgão pelo qual definimos o
uso das agulhas.

11.1 Analgesia em acupuntura

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Dor - Constitui um mecanismo de proteção corporal. Ocorre sempre que quaisquer
tecidos estejam sendo lesados e provoca reação do indivíduo no sentido de remover o
estímulo doloroso.
(GUYTO - 1992)

ESTÍMULOS - TNL - SNSS – DOR

• Mecânicos Nociceptores – mecânicos - Cérebro

• Térmicos Nociceptores - térmicos - Cerebelo

• Químicos Nociceptores - químicos

Dor - Desequilíbrio energético do meridiano.


É importante que se equilibre o Qi do meridiano. Bloqueio do Qi.
Existem dois tipos de dor:

Dor Rápida Dor Lenta

Ocorre 1 segundo após a Ocorre somente 1 segundo após a


aplicação do estímulo doloroso. aplicação do estímulo doloroso.
Nomes alternativos: dor em Nomes alternativos: Dor em
pontada, dor em agulhada, dor queimação), dor continuada,) dor
elétrica e dor aguda latejante, dor nauseante e dor
Tipo de dor que não é sentida na crônica.
maior parte dos tecidos corporais Tipo de dor que pode ocorrer tanto
profundos na pele como em qualquer tecido
Conduzida por fibras A-delta ou órgão profundo.
Velocidade de condução: 6 a Conduzidas por fibras do Tipo-C
30m/s. Velocidade de condução: 0)5 a 2
m/s.

Teorias de redução ou bloqueio da dor pela Acupuntura:

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• Teoria das Comportas medulares;

• Teoria da isquemia neural induzida pela agulha de acupuntura;

Ativação destes mecanismos:

Estimulação mecânica das agulhas (180º de rotação alternativa com movimentos de


inserir e retirar).

Eletroacupuntura

Dor aguda Dor Crônica


Correntes elétricas do
Correntes elétricas do aparelho WQ-IOD 1:
aparelho WQ - IOD 1:
ƒ CONTINUOUS ƒ DENSE-DISPERSE
ƒ RISE-FALL ƒ RISE DE-FALL DI

Diferenças obtidas por estimulação mecânica e elétrica nas agulhas de acupuntura:

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ELETROESTIMULAÇÃO DAS ESTIMULAÇÃO MECÂNICA
DAS AGULHAS
AGULHAS
Ação analgésica mais lenta. Em
Rápida ação analgésica. Em torno de
torno de 20 a 40.
10 a 20’.
Depende do Dei Chi ou Hibiki.
Depende do Dei Chi ou Hibiki.
Como a manipulação das agulhas
As agulhas permanecem estavelmente
(girar e penetrar) deve ser
inseridas acopladas aos eletrodos e,
constante) isto pode trazer dor para
portanto, indolor para o paciente. Há a
o indivíduo.
necessidade de apenas um operador
Pode haver a necessidade de
do eletroestimulador.
vários operadores das agulhas.
De um modo geral, utiliza-se um
Um número maior de agulhas deve
menor número de agulhas para
ser utilizado para produzir
produzir analgesia.
analgesia.
Pode promover analgesia e anestesia.
Promove apenas analgesia.

Analgesia profunda induzida pela acupuntura:

Pontos localizados na cabeça:

Pontos localizados na orelha:

Pontos localizados nos MMSS:

Pontos localizados nos MMII:

Local da sutura:

11.2 Analgesia segmentar induzida pela eletroacupuntura:

Técnica de analgesia - Ponto (s) local (is) + pontos auriculares + pontos fortes do
segmento corporal acometido.

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Teste de sensibilidade a eletroacupuntura para analgesia

DEI CHIOU HIBIKI

torpor, parestesia, choque, calor, pressão

Considerações a respeito da sensação do Dei Chiou Hibiki:

• Tanto na analgesia profunda, quanto em qualquer tratamento por eletroacupuntura,


deve-se procurar obter o Hibiki no maior número possível de pontos a serem
estimulados.
• Podemos considerar satisfatório e efetivo quando, no tratamento sistêmico ou loco-
regional, o Hibiki seja percebido em apenas uma ou duas agulhas.
• Devemos levar em consideração que alguns autores afirmam que pode-se ter
resultados em tratamentos em que não se obtém a sensação do Hibiki.
• Parecem existir diferenças entre o Hibiki obtido no Oriente e no Ocidente. Sabemos
que na China e Japão se usa inserção mais profunda das agulhas que no
Ocidente) facilitando o fenômeno Hibiki.
• No caso da não obtenção do Hibiki, efetivamente, deve-se manipular a agulha com
um movimento de rotação alternado de cerca de 1800 em combinação com retirar
e aprofundar, sem provocar dores desagradáveis, antes de acoplarmos os
eletrodos para a eletroestimulação.

11.3 Tolerância a analgesia por eletroacupuntura:

• A repetição das sessões de eletroacupuntura num curto espaço de tempo


(horas) pode provocar a tolerância a esse tipo de estimulação.

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• Estudos feitos com ratos mostraram que a resposta analgésica durante seis
sessões de eletroacupuntura se reduzia a 20% em seis horas. Contudo havia
reversão da tolerância em 24 horas.

• Obs: Intervalo de 24 horas entre uma aplicação e outra.

Localização dos pontos cutâneos:

Localização Detecção elétrica Melhores


precisa dos (sinal sonoro ou resultados
pontos visual)

Disposição dos eletrodos (anodo e catodo):


• MMSS cátodo e anodo da mesma saída em pontos simétricos.
• MMSS e Tronco Ambos os pólos na mesma metade do corpo.
• Obs: A corrente elétrica não deve cruzar o eixo cardíaco vertical.

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12. FICHA DE AVALIAÇÃO

I - IDENTIFICAÇÃO

Nome:
Estado Civil:
Naturalidade:
Filiação:
Residência atual e anteriores:
Profissão:

II - QUEIXAS E HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL

A)Sintomas:
B)Início da doença:
C) Fator de adoecimento (esforço, traumatismo, emoção, alimentação, clima)
D) Fator de piora (calor, frio, umidade, movimento, repouso, emoção)
E) Fator de melhora (repouso, calor, frio, etc.)
F) Localização (localização da afecção, irradiação)
G) Horário: (piora, melhora)

III - SINTOMAS GERAIS:

1 - Qual o momento do dia, dentro das 24 horas, em que você se sente menos bem?
2 - Como é a sua disposição física e mental desde o momento em que você se levanta
até deitar?
3 - Como você suporta o calor em geral?
4 - Como você suporta o frio em geral?
5 - Quais são as suas reações ao vento frio?

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6 - Como você suporta as correntes de ar?
7 - O que você sente com a mudança de tempo? Frio para calor; Calor para frio.
8 - Que diferença tem a sua roupa de verão e de inverno? Como você se cobre para
dormir?
9 - Como é a temperatura do seu corpo? (sensação de calor ou frio?) (tórax, cabeça,
extremidades)
10 - Como é a sua transpiração?
11 - Como é o seu sono?

IV- INTERROGATÓRIO SOBRE OS DIVERSOS APARELHOS E SISTEMAS

1- Aparelho Gastro-Intestinal

1 - Como é a sua sede e o desejo de tomar água?


2 - Como é o seu apetite?
3 - Você apresenta aversão a algum tipo de alimento?
4- Você tem alguma alteração do paladar? Gosto estranho na boca?
5- Como é a sua digestão?
6 - Como é o funcionamento do seu intestino?
7 - Como são as suas fezes?

2 – Aparelho Gênito –Urinário

1 - Como é a sua urina? (número de vezes por dia, cor, cheiro)


2 - Você acorda à noite para urinar?
3 - Como é a sua menstruação (duração do ciclo, duração da menstruação, quantidade,
cor do sangue)
4 - Você tem cólica menstrual? Quais são as características?
5 - Você apresenta Ieucorréia? Quais são as características?

3 - Função sexual e reprodução

4 - Aparelho respiratório

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5 - Aparelho cardiovascular

6 - Órgãos dos sentidos e comunicação: visão, audição, gustação, fala.

7 - Sistema Nervoso
Memória, raciocínio, concentração, desenvolvimento intelectual, dor, etc,

8 - Alteração da pele

9 - Alterações Hematológicas

10 - Alteração do peso

11- Alterações Musculoesqueléticas

V- ANTECEDENTES PESSOAIS

VI- ANTECEDENTES FAMILIARES E HEREDITÁRIOS

VII- HÁBITO (fumo, álcool, droga)

VIII- SINTOMAS MENTAIS

1 - Como você está intimamente (emocionalmente)?


2 - Quais são as suas maiores emoções e as maiores tristezas, Que você já passou na
sua vida?
3 - Quais são os traços marcantes da sua personalidade?
4 - Como é o seu estado de humor?
5 - Quais são as suas perspectivas e aspirações para o futuro?
6 - Como está o seu estado de ânimo? (mentalidade, dinamismo, apatia, fraqueza)
7 - Como se sente em relação ao seu trabalho?
8 - Você é o que apresenta ser? (calma, ansiedade e agitação interna)

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9 - Como você se comporta diante das situações novas? (medo, insegurança,
coragem)
10 – Qual é o seu grau de tensão e irritabilidade?
11 – Quais foram para você às repercussões dos transtornos amorosos, ofensas,
indignação, más notícias ou medo?
12 - O que você gostaria de mudar ou melhorar em você? E na sua vida?

IX - INTERROGATÓRIO SOBRE A DOR

1 - Localização da dor:
Cabeça, tórax, região epigástrica, dor abdominal, dor lombar, dor nos membros,
2 - Natureza da dor:
Características: Tipo (peso, cólica, ardente, etc.)
Fatores de piora e melhora (frio, calor, movimento, repouso, etc).

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

• CUNHA, G. R. Avaliação do Efeito da Acupuntura com Agulhas e de


Laseracupuntura em Pacientes com Doença Arterial Periférica. 2007. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Biomédica) – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento.
Universidade do Vale do Paraíba.

• GUO, W.; NI, G. The effects of acupuncture on blood pressure in different patients. J.
Tradit. Chin Med., v.23, n.1, p. 49-50, 2003.

• MACIOCIA, G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa. Editora Roca. São Paulo


- SP, 1998.

• MANN, F. Acupuntura: a antiga arte chinesa de curar. São Paulo: Hemus, 1971.
208p.

• SANDBERG, M.; LARSSON, B.; LINDBERG, L. G.; GERDLE, B. Different patterns of


blood flow response in the trapezius muscle following needle stimulation (acupuncture)
between healthy subjects and patients with fibromyalgia and work-related trapezius
myalgia. Eur. J. Pain., v.9, n.5, p.497-510, 2005.

• SANDBERG, M.; LINDBERG, L. G.; GERDLE, B. Peripheral effects of needle


stimulation (acupuncture) on skin and muscle blood flow in fibromyalgia. Eur. J. Pain., v.8,
n.2, p.163-171, 2004.

• SANDBERG, M.; LUNDEBERG, T.; LINDBERG, L. G.; GERDLE, B. Effects of


acupuncture on skin and muscle blood flow in healthy subjects. Eur. J. Appl. Physiol.,
v.90, n.1-2, p.114-119, 2003.

128
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
• ZHUFAN, Xie. Medicina Interna Tradicional Chinesa. Editora Roca. São Paulo -
SP, 1997.

• WEN, T. S. Acupuntura clássica chinesa. 2.ed. São Paulo: Cultrix, 225p, 1989.

• WU, D. Z. Acupuncture and neurophisiology. Clinical Neurology and


Neurosurgery, v. 92, n. 1, p. 13 - 25, 1990.

• YAMAMURA, Y. Acupuntura Tradicional: a arte de inserir. São Paulo: Roca, 919


p, 2001.

----------FIM DO MÓDULO IV-----------

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-----------FIM DO CURSO-----------

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