O documento discute 3 tópicos principais:
1) A importância dos pesquisadores agnósticos na história das religiões e a necessidade de diálogo entre historiadores e teólogos.
2) Como as religiões influenciaram as visões de tempo, ética e processo histórico através dos mitos e profetas.
3) A era axial trouxe novas concepções lineares de tempo para a China, Índia e Ocidente.
O documento discute 3 tópicos principais:
1) A importância dos pesquisadores agnósticos na história das religiões e a necessidade de diálogo entre historiadores e teólogos.
2) Como as religiões influenciaram as visões de tempo, ética e processo histórico através dos mitos e profetas.
3) A era axial trouxe novas concepções lineares de tempo para a China, Índia e Ocidente.
O documento discute 3 tópicos principais:
1) A importância dos pesquisadores agnósticos na história das religiões e a necessidade de diálogo entre historiadores e teólogos.
2) Como as religiões influenciaram as visões de tempo, ética e processo histórico através dos mitos e profetas.
3) A era axial trouxe novas concepções lineares de tempo para a China, Índia e Ocidente.
DA MATA, Sérgio. História & Religião. Belo Horizonte: Autentica, 2010 (Págs. 11- 70) Fichamento; Tempo, consciência histórica e religião Capítulo 1; Historiadores da crença e crença dos historiadores; Não é exatamente raro em nosso meio uma forma de pensar segundo a qual a religião pertenceria senão ao “passado”. Religião, no sentido mais forte do termo, só poderia existir antes da chegada da modernidade, ou naqueles lugares onde a modernidade não pôde chegar. O desafio que temos diante de nós é o de penetrar uma mentalidade religiosa que já não partilhamos ou que, eventualmente, até mesmo nos parece fundamentalmente “errada”. É válido o pensamento de Georg Simmel, de que “não é preciso ser César para se compreender César”, a história das religiões não seria a mesma sem a contribuição dos pesquisadores descrentes e agnósticos (não acredita em Deus ou em outras divindades). Desse modo, ao descrente é dada a possibilidade de compreender o crente, para isso, basta ele reconhecer no “fenômeno religioso” aquilo que ele é, que seria a força capaz de gerar efeitos sociais concretos, de regular com maior ou menor êxito uma conduta de vida, ademais, de moldar com maior ou menor sucesso algumas das estruturas de pensamento por meio das quais assimilamos e nos relacionamos com o mundo. Pois se há uma coisa que as religiões demonstram, desde sempre, é a capacidade de produzir efeito histórico-social das ideias. O holandês Gerardus van der Leeuw, diz que pior que o dogmatismo, é a transformação da história das religiões num espaço privilegiado do “pesquisador turista” ou seja, aquele que diz saber, mas não mantém uma relação profunda com o objeto de estudo. Para que o pesquisador não tenha o risco de ser simplificado como um pesquisador turista, ele deve fugir à tentação de desqualificar rápido demais a importância do trabalho daqueles especialistas que mantém uma relação de proximidade existencial em relação à religião. O historiador da religião não está no direito de dar as costas ao que escrevem os teólogos. Pois o diálogo entre a história das religiões e teologia é importante e necessário, como Marx Weber já tinha percebido. Marx em uma carta escrita em março de 1909, foi enfático ao afirmar que no estudo de inúmeros problemas de história cultural a cooperação dos estudos teólogos não podem ser substituída por qualquer saber oriundo. Do eterno retorno à consciência histórica; A religião nunca trata exclusivamente de fé, santidade ou salvação. Ela tende a ampliar seu campo de influência para as mais diversas esferas da vida, da sexualidade à política, estabelecendo ou pretendendo estabelecer a forma como os indivíduos devem agir em tal ou qual circunstância. Haverá algo semelhante a uma ética histórica das religiõesa? Um sistema de noções que influenciem poderosamente a maneira por meio da qual o homem se relaciona com o tempo e o processo histórico? Além das possibilidades da nossa disciplina reconstruir de forma confiável como se dava a relação entre crenças religiosas e representações temporais nos primeiro estágios da vida da humanidade. O máximo a que se pode chegar é compor um quadro relativamente precário a partir do estudo comparado das civilizações. As obras de Edward Tylor, James Fraser, Max Muller e Pe, que se esforçaram para descobrir o estagio da evolução da religião ou acreditavam nisso, mostraram que os mitos configuram uma espécie de estrutura elementar presente em todas as religiões e visões de mundo. É no mito portanto que devemos buscar elementos para uma reconstituição das formas primevas de representações do tempo como sagrado e profano. Na prática, isso quer dizer que o homem experimenta espaço e tempo como realidades que não é da mesma natureza. Não há sociedade humana sem história. O que se trata de reconhecer, muito simplesmente, é que nem toda cultura chegou a desenvolver uma concepção histórica de tempo. Onde esta se ausenta, os indivíduos não concebem a existência coletiva como um perpetuo estado de transformação. A religião de Israel, em seus primórdios era uma monolatria/adoração de um so Deus ou ser, e não um monoteísmo, assim surge o profeta que é o reverso do mito. O profetismo inaugura de forma indubitável, uma concepção universal e linear de tempo. A era axial; O que foi a era axial? É a linha divisória mais profunda da história da humanidade, na qual apareceu a mesma linha de pensamento em três regiões do mundo; china, índia e o ocidente. O surgimento de uma concepção histórica das coisas humanas não implicou o fim da consciência mítica de tempo, os judeus legaram-nos sua concepção linear de tempo. Com o cristianismo e sua expansão, com o avanço do letramento e posterior ocidentalização do mundo, o legado dos profetas hebreus tornou-se o legado de boa parte da humanidade. Javé teria falado na história pela boca de tais homens.