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ANTROPOLOGIA

TEOLÓGICA E
DIREITOS HUMANOS

Maria Elisabeth Moura Gonçalves


O ser humano no
discurso teológico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir fé e razão e de que forma se complementam.


 Interpretar as diversas teorias a respeito da incessante busca do ho-
mem pela verdade.
 Reconhecer a fé e a razão como partes inerentes da natureza humana.

Introdução
Fé e razão têm trilhado a mesma estrada ao longo da experiência humana,
em uma relação que oscila entre períodos de tensão e de complemen-
taridade. O contexto histórico é o que delimita os contornos da relação
entre ambas. O encontro com o diferente é provocante e desafiador. A
busca de elementos em comum só acontece por meio do diálogo, e
esta é uma opção exigente.
O ser humano deseja saber ao mesmo tempo em que sabe que sabe,
e isso o faz único entre os seres. A racionalidade, no entanto, não é seu
único diferencial. Pulsa no seu coração a busca pelo sentido da vida,
pela verdade última. As teorias da verdade iluminam o discernimento na
procura incansável que o ser humano empreende. O homem que pensa
é o mesmo homem que crê. São a imanência e a transcendência unidas
no mesmo ser. Ao colocar a fé e a razão em uma relação de igualdade e
reciprocidade, o ser humano faz delas asas, que o elevarão até a verdade,
que é a sua meta.
Neste capítulo, você vai estudar os significados de fé e razão e de que
forma eles se complementam. Você também vai identificar e interpretar as
diversas teorias a respeito da incessante busca do homem pela verdade e
vai reconhecer a fé e a razão como partes inerentes da natureza humana.
2 O ser humano no discurso teológico

Fé e razão: entre tensão e complementaridade


Você sabia que o debate sobre fé e razão tem estado presente na experiência
humana desde longa data? Para compreendermos as relações entre essas duas
dimensões, vamos começar lançando um olhar para nossa realidade atual.
O mundo em que vivemos nos cobra velocidade, agilidade e objetividade,
deixando pouco ou nenhum espaço para a reflexão. A informação ao alcance da
mão não requer nem esforço nem paixão pelo saber. Apenas está lá, como em
uma prateleira baixa, à espera de quem a colete. A busca pelo conhecimento,
tão cara em outras épocas, hoje se encontra reduzida a ambientes acadêmicos
ou a pequenos segmentos. O volume de informações em tempo real que chega
pelos meios de comunicação supera a capacidade humana de filtrá-las de modo
adequado. Observamos, também, um descolamento com relação ao passado
e uma frágil expectativa frente ao futuro, resultando em uma privação, seja
de memória, seja de esperança.
Nota-se elevado apreço à família, mas a fragilidade que impera nas relações
humanas como um todo afeta o núcleo elementar da sociedade. Valores funda-
mentais, que deveriam ser transmitidos no lar para depois serem consolidados
na escola, diluem-se em meio ao corre-corre de um cotidiano desumanizado.
Assim, a família, marcada por escolhas mal direcionadas e pela falta real de
oportunidades, dentro de um sistema que prioriza aspectos econômicos em
detrimento da dignidade da pessoa humana, deixa de ser o espaço onde se
constrói o reto caráter.
Como agravante, junta-se o dualismo antropológico secular, caracterizado
pela divisão corpo e alma, impedindo que o ser humano seja percebido como
um todo integrado em seus diferentes aspectos e dimensões. Essa ótica frag-
mentada contamina a experiência humana atual (SILVA, 2017).
Notamos uma tendência crescente nas pessoas de emitir opiniões, conceitos
ou mesmo definir toda e qualquer relação a partir de noções elementares
ou vagas, evidenciando um relativismo descompromissado. Assim, em um
primeiro olhar, fé e razão, ou, sob outro viés, religião e ciência, denotam uma
aparente contradição. Essa ideia pode estar baseada em experiências vividas,
em conflitos dos quais se ouviu falar ou, até mesmo, na compreensão inade-
quada dos próprios conceitos. O fato é que, sem aprofundamento, tal opinião
se estabelece como verdadeira.
Que tal definirmos brevemente os termos antes de seguirmos adiante? A
palavra fé, originada do latim fides, expressa fidelidade, certeza, confiança,
credibilidade. Em outras palavras, significa crer sem evidências. Fé, em alguns
casos, também pode ser utilizada como sinônimo de crença, como a fé cristã.
O ser humano no discurso teológico 3

Segundo a crença cristã, a fé é um dom de Deus e requer uma adesão pessoal


por parte do ser humano. Cabe destacar que fé não é sinônimo de religião;
porém, esta é um dos seus principais elementos constitutivos.
Razão, do latim ratio, é a capacidade intelectual própria do ser humano que
o distingue dos animais e que lhe possibilita o raciocínio, a argumentação, a
abstração, o pensamento dedutivo. Para muitos filósofos, além de a razão ser
capacidade intelectual é também capacidade moral. Embora com frequência
associada à ciência, os termos não são sinônimos. A ciência está mais direta-
mente ligada a conhecimento; contudo, falar de ciência equivale a mencionar
o uso da razão, visto que é pela racionalidade que podemos ascender às ideias
(ABBAGNANO, 2007).
A relação entre fé e razão é antiga e não pode ser reduzida apenas aos seus
aspectos contraditórios, embora seja verdade que a tensão entre ambas exista,
provavelmente, desde o início da reflexão filosófica (séc. VI a.C.). O encontro
com o diferente desacomoda e desafia. Assim foi também com a fé cristã e
a filosofia. A história antiga aponta que as questões humanas fundamentais,
ou seja, as indagações sobre quem somos, para onde vamos, se existe vida
após a morte e o porquê da existência do mal, aparecem nos escritos sagrados
de diversos povos, em diferentes épocas e culturas, assim como nos poemas,
tragédias e escritos filosóficos gregos. Essa característica comum revela que a
busca pelo sentido da vida pulsa no coração do homem desde sempre, conforme
aponta a encíclica Fides et Ratio (JOÃO PAULO II, 1998).
Houve quem criticasse os cristãos dos primeiros tempos, considerando-os
gente ignorante, desinteressados em aprofundar a própria compreensão de
fé. Para João Paulo II (1998), conforme aponta a encíclica Fides et Ratio, os
cristãos se achavam tão plenamente satisfeitos com as respostas oferecidas
pelos evangelhos que não sentiam necessidade de se reportarem aos filósofos
para compreender o sentido da vida.

A filosofia, que etimologicamente pode ser traduzida por “amor à sabedoria”, é


um dos variados recursos que o homem possui para avançar no conhecimento da
verdade. É a filosofia que se interroga sobre o sentido e a finalidade das coisas. É a
capacidade de reflexão do ser humano, a partir do seu intelecto, que tem produzido
ao longo dos tempos diferentes sistemas, conforme aponta a encíclica Fides et Ratio
(JOÃO PAULO II, 1998).
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Os filósofos clássicos se empenharam em mostrar a ligação entre a religião


e a razão, levando em conta princípios universais. Buscaram fundamentar
suas crenças a partir da racionalidade, examinando, com um olhar crítico,
aquilo em que acreditavam.
A poesia contempla as primeiras tentativas feitas no sentido de compreender
a origem das divindades. As chamadas teogonias, poesias que falam da geração
do mundo e dos deuses, testemunham essa investigação humana, conforme
expõe Abbagnano (2007). Todo esse esforço filosófico resultou na eliminação
de superstições que contaminavam a religião e a concepção de Deus.
O período denominado patrístico foi marcado por um profundo diálogo
entre fé e razão. A filosofia ofereceu sustentação racional para a elaboração
de uma teologia cristã. Agostinho de Hipona (354–430) foi figura de grande
destaque. A teologia, no dizer de Anselmo de Canterbury (1033–1109), é a
fé procurando a inteligência — ou seja, significa olhar a fé à luz da razão.
Na Idade Média, no período escolástico (“que pertence à escola”, “ins-
truído”), a principal característica foi o esforço em conciliar a fé cristã com
um sistema de pensamento racional, especialmente aquele da filosofia grega.
Destaca-se aí Tomás de Aquino (1225–1274), o qual se tornou referência perene
para o diálogo frutífero e respeitoso entre a fé e a razão. Para ele, a luz que
ilumina tanto a fé quanto a razão provém da mesma fonte, que é Deus, não
havendo contradição entre elas.
Com o surgimento das primeiras universidades, a teologia passou a se
relacionar com outros saberes. Filosofia e teologia começaram a se dedicar cada
uma a seus objetos específicos. Contudo, na Baixa Idade Média, a distinção
legítima entre as duas formas de conhecimento se transformou em separação,
até chegar ao distanciamento completo.
A partir do século XVII, marcado pelo empirismo e pelo surgimento da
ciência moderna, seguido pelo racionalismo iluminista do século XVIII,
acentuou-se o processo que provocou a separação entre ciência e fé, impulsio-
nando debates acirrados até nossos dias. Um ponto positivo desse afastamento
foi a possibilidade de ambas se desenvolverem de modo autônomo. Por outro
lado, é negativa a radicalização e, até mesmo, a exclusão de certos aspectos.
No século XIX, quando chegaram ao auge os embates entre fé e razão, o
Papa Leão XIII trouxe presente a figura de Tomás de Aquino como referência
na busca do diálogo entre elas. Ambas, razão e fé, têm por origem a palavra
criadora e salvadora de Deus. Ambas são instrumentos do conhecimento,
embora se valham de diferentes procedimentos. A razão estabelece uma verdade
a partir das evidências, ao passo que a fé acolhe uma verdade comunicada pela
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revelação divina e ancorada na autoridade da Palavra de Deus. Distinção não é


sinônimo de separação — pelo contrário, ela abre espaço para a colaboração.
Quando a razão cai na tentação de desconfiar das próprias capacidades,
é a fé que lhe garante a confiança necessária para avançar, ampliando seus
horizontes. É a fé que mantém viva a procura pelos fundamentos últimos,
quando a razão se interessa pela relação entre o homem e a transcendência.
Para Tomás de Aquino, pela razão, o ser humano pode chegar à conclusão
de que Deus existe; porém, somente pela fé, que aceita a Revelação de Deus,
o ser humano pode adentrar no mistério de Deus Uno e Trino. A razão, no
entanto, colabora com a fé, possibilitando a demonstração científica de seus
fundamentos, ao mesmo tempo que permite que se expliquem suas verdades
e se rejeitem as objeções que se erguem contra ela. Tomás afirma que Deus
nos autorizou a falar dele a partir do momento em que, por sua iniciativa, ele
se revelou a nós. A graça divina é gratuita e aperfeiçoa a natureza do homem,
purificando e elevando todas as faculdades humanas.
Se é pela abertura à ação do Espírito Santo de Deus que o cristão se torna
capaz de cumprir as exigências éticas dos evangelhos, é pela razão que ele é
capaz de discernir entre o que é bom e o que é preciso ser evitado em nome do
bem comum. Há valores humanos e morais que derivam da própria verdade do
ser humano e que devem ser reconhecidos, respeitados e promovidos. Segundo
o Papa emérito da Igreja Católica Bento XVI, foi em ambientes permeados
do pensamento de Tomás de Aquino que amadureceu a doutrina relativa à
dignidade da pessoa, que hoje fundamenta todos os direitos humanos.
O Papa João Paulo II (1998) comparou a fé e a razão a duas asas que
propiciam a elevação do espírito humano para que este contemple a verdade,
que, no entendimento cristão católico, é o próprio Deus. O conhecimento
de Deus conduz o homem ao pleno conhecimento de si mesmo, conforme
aponta a encíclica Fides et Ratio. Se utilizarmos a metáfora das asas, mesmo
em outros contextos, podemos afirmar que a ausência de uma não só traz
prejuízo à outra como impede que seja alçado o voo que poderia alcançar
lugares novos.
A concentração da filosofia moderna sobre o homem é positiva, desde
que não seja esquecido que o homem está voltado para uma realidade que
transcende sua materialidade. Nem tudo pode ser dominado pela técnica,
conforme expõe a encíclica Fides et Ratio (JOÃO PAULO II, 1998).
O físico brasileiro Marcelo Gleiser, que atua como professor universitário
nos Estados Unidos, costuma afirmar que fé e razão não são antagônicas
(FÍSICO..., 2019). Pelo contrário, a razão, por meio da ciência, busca um
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conhecimento objetivo por meio da racionalidade e pode dar respostas até


certo ponto. Já a fé se ocupa de temas que não são objeto da ciência. Ou seja,
são distintas, mas não contraditórias. Ambas devem, sim, atuar de modo
complementar.
A ciência tem por obrigação buscar explicações para fenômenos que podem
ser compreendidos à luz da razão, e isso se aplica também aos fenômenos
religiosos. De sua parte, a fé deve lembrar à ciência que esta não pode perder
a dimensão transcendental da vida e da própria razão. A razão precisa ter
consciência de sua limitação e de sua finitude, ao passo que a fé não pode
fechar-se sobre si mesma, tornando-se cega diante daquilo que, pela razão,
torna-se evidenciado.
Para que fé e razão possam atuar como “asas”, que elevem o ser humano
na busca pela verdade, a chave é o diálogo sincero e honesto. Dessa forma,
ambas as dimensões poderão contribuir eficazmente para a construção de um
mundo mais humano e mais livre.

Conforme expõe o Papa Emérito da Igreja Católica Bento XVI, teria sido em ambientes
permeados pelo pensamento de Tomás de Aquino que amadureceu a doutrina da
dignidade da pessoa humana. A dignidade da pessoa humana é um conceito funda-
mental para alcançar os direitos humanos e, embora já fosse algo inerente a todas as
pessoas, começou a tomar força e verdadeira aceitação no direito a partir da segunda
metade da década de 1940, após a segunda grande guerra.

A incessante busca humana pela verdade


Como surge o nosso interesse pela verdade? Desde muito cedo em nossa vida,
desejamos a verdade, ansiamos por distinguir o verdadeiro do falso. Em nós
convivem, ao mesmo tempo, a busca permanente por respostas às questões
fundamentais e verdades estabelecidas, transmitidas a cada um de nós ao
longo da experiência vivida na família, na escola, na sociedade e em outros
ambientes. De um modo elementar, tendemos a crer naquilo que se mostra
sem mediações, imediatamente.
As pessoas desejam sempre saber mais, descobrir mais, ir além daquilo que
a realidade propõe. Nos diferenciamos dos outros seres justamente por nossa
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capacidade de saber e de saber que sabemos. Sentimo-nos satisfeitos diante


da verdade, ao mesmo tempo que rejeitamos aquilo que descobrimos como
falso. Não existe quem queira ser enganado, nem mesmo aquele que engana
a outros. A capacidade de discernir entre o que é falso e o que é verdadeiro
determina nosso grau de maturidade. A busca da verdade sempre foi uma
questão chave para a filosofia.
Você já ouviu falar na Grécia como berço da filosofia? O desenvolvimento
do pensamento filosófico na Grécia Antiga se deu em momentos distintos e
em locais diferentes. Um dos mais importantes foi a cidade-estado de Atenas.
Em sua encíclica Fides et Ratio, João Paulo II (1998) reflete sobre a busca
humana pela verdade e inicia mencionando uma passagem do livro bíblico dos
Atos dos Apóstolos, em que é relatada a chegada de Paulo de Tarso à Atenas,
“cidade dos filósofos”. Paulo, tendo encontrado em meio às inúmeras estátuas
de ídolos atenienses um altar ao deus desconhecido, aproveitou para falar ao
povo sobre o Deus cristão, desconhecido aos gregos. Falou do Deus que tudo
criou, que dá a vida e que a tudo transcende, destacando que o desejo de Deus
está inscrito no coração do ser humano. A Igreja crê e prega que o homem está
voltado para Deus e que a razão possui a capacidade de buscá-lo, superando,
assim, aquilo que é contingente e abrindo-se ao infinito.
Antes de mencionarmos as teorias, é bom saber que o nosso entendimento
ocidental de verdade, embora nem sempre o saibamos, depende dos distintos
significados que esse termo traz consigo a partir de diferenças linguísticas.
A seguir, veremos algumas dessas diferenças.

 Aletheia é a verdade, em grego. Significa aquilo que não está escondido,


que não está oculto. Portanto, é o que, aos olhos do espírito e do corpo,
se manifesta. A verdade está nas coisas.
 Em língua latina, veritas (verdade) se refere à precisão. Assim, o valor
está na exatidão e no rigor de um relato, em que o ocorrido é pormeno-
rizado e detalhado com fidelidade. Portanto, reside no âmbito exclusivo
da linguagem.
 Verdade em hebraico está vinculada ao termo emunah e tem o signifi-
cado de confiança. Trata-se de uma crença radicada na confiança e na
esperança no que virá ou no que será. A revelação divina é sua forma
mais elevada e a profecia, sua mais perfeita expressão. Tem a ver com
a ideia de que o que se pactuou ou o que se espera vá mesmo acontecer.

Assim, a natureza do conhecimento verdadeiro dependerá de qual das


diferentes concepções citadas predomina no pensamento do filósofo. Diante
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do predomínio da aletheia (grego), será a evidência, a partir de operações


racionais ou intelectuais, que determinará a verdade. Ao predominar a noção
de veritas (latim), entende-se que a verdade dependerá da precisão e do rigor
do relato. Caso a verdade decorra de um pacto de confiança ou de um acordo
entre aqueles que realizam a pesquisa, a partir de um conjunto de convenções
definidas, sabemos que estará predominando a noção hebraica de emunah.
As teorias da verdade pretendem indicar uma definição de verdade.
Podemos classificá-las em tradicionais (ou substantivas) e minimalistas, sendo
essas últimas as mais defendidas na atualidade. As teorias tradicionais ou
substantivas, por sua vez, podem ser divididas em quatro: correspondentistas,
coerentistas, pragmatistas e da verificação ideal.
A teoria da correspondência afirma que algo é verdadeiro se esse algo
(proposições, juízos ou sentenças) corresponde a um fato. Com fatos positivos,
essa teoria pode funcionar bem; porém, se for algo negativo, não informa fato
nenhum. Por exemplo, se dissermos que há um tapete no quarto, o fato está
claro. Porém, se dissermos que não há tapete no quarto, isso não revela o que
há, de fato, no quarto.
Segundo a teoria da coerência, somente coisas iguais podem ser compara-
das. Portanto, para essa corrente, a teoria da correspondência erra ao pretender
comparar coisas desiguais, ou seja, coisas linguísticas e não linguísticas (fatos).
Por outro lado, aqueles que contrariam a teoria da coerência dizem que mesmo
um conjunto bem estruturado e harmonioso de crenças não necessariamente
nos convence de que seja verdadeiro.
A teoria pragmatista da verdade está ancorada na noção de experiência,
no sentido mais amplo possível. Sua perspectiva busca encontrar, para quem
persegue o verdadeiro, regras de conduta. Segundo um de seus idealizado-
res, quando as experiências levam a um maior consenso, está mais próxima
a verdade. Seguir o consenso seria, assim, mais útil. No entanto, os seus
idealizadores não conseguiram dizer o que era mesmo a experiência. Por sua
vez, a teoria da verificação ideal diz que algo é verdadeiro se é provável ou
verificável em condições ideais.
Quando os filósofos deixaram de olhar para experiência e se voltaram para
observar comportamentos, mais fáceis de serem mensurados, como os linguís-
ticos, então, avançaram para teorias da verdade linguísticas e pragmáticas ao
mesmo tempo. Assim, foram abandonando as teorias tradicionais, geralmente
de fundo metafísico e epistemológico, voltando-se à semântica. É dentro do
campo semântico que encontramos as teorias minimalistas.
Para Paulo Ghiraldelli Jr., o deflacionismo pode explicar a ideia básica do
minimalismo (GHIRALDELLI, 2001). O deflacionismo é o movimento que,
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em linhas gerais, retira da verdade qualquer aporte metafísico. “Verdadeiro”


e “verdade” nada mais são do que performances da linguagem, sem qualquer
conotação metafísica. Dizer “10 é múltiplo de 2” é mais objetivo e econômico
do que dizer “é verdade que 10 é múltiplo de 2”. Essa teoria é também chamada
de teoria da eliminação da verdade.
Você sabia da existência de teorias da verdade? Tais elaborações con-
tribuem para um melhor discernimento quanto à compreensão da verdade,
meta de busca de todo ser humano. Para que o ser humano se lance em busca
da verdade, ele deverá percorrer as trilhas tanto da fé quanto da razão, pois,
caso enveredar por somente uma delas, terá que se contentar com resultados
parciais e incompletos.
A criatividade humana possibilita que nos utilizemos de muitos canais
para saciar nossa sede do transcendente. A arte em suas variadas formas,
como a pintura, a música, a escultura e a literatura, são alguns deles. Porém,
é a filosofia, de modo particular, que nos oferece possibilidades de exprimir
tal anseio dentro de uma perspectiva científica, conforme a encíclica Fides
et Ratio (JOÃO PAULO II, 1998).
A questão sobre o sentido da vida, chamada de questão existencial porque
toca diretamente a existência humana, é uma indagação que todo ser humano
de todas as épocas e lugares se coloca. Ela aflige a todas as pessoas sem distin-
ção, sendo suscitada de modo particular pela experiência do sofrimento e por
outras tantas circunstâncias e fatos incompreensíveis à luz da razão. Podemos
citar como exemplo os atos de violência contra os semelhantes.
Na encíclica Fides et Ratio, o Papa João Paulo II (1998) alude também a
outra grande verdade, totalmente indiscutível e inevitável, que é a morte. Desta
derivam questionamentos comuns a todos, como se existe algo para além da
vida material ou se a morte é realmente o fim de tudo. Frente à realidade da
morte, mesmo a filosofia se volta para questões ligadas à imortalidade e ao
sentido da vida.

Fides et Ratio: sobre as relações entre fé e razão


Entenda o pensamento atual da Igreja a partir do olhar de João Paulo II na encíclica
Fides et Ratio, disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/HbUv
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Diante de situações tão desconcertantes, é compreensível que busquemos


por explicações e respostas definitivas. As muitas escolas de pensamento
criadas pelos filósofos sempre procuraram descobrir e explicitar tal verdade,
porém, o homem comum, por meio de variadas manifestações, também tem
buscado essa verdade absoluta.
Dificilmente nos empenhamos em uma busca que nós mesmo consideramos
inútil. É necessário ao menos vislumbrarmos a possibilidade de encontrar o
que buscamos. O mesmo acontece com o cientista que se lança à procura de
explicações, diante de uma intuição. O que o move é a esperança de chegar,
mais cedo ou mais tarde, à resposta apropriada. Igual impulso deve nortear a
busca da verdade com relação às questões últimas. Não poderíamos abdicar
dessa busca sem comprometer radicalmente nossa existência.
A verdade se apresenta sob formas distintas. Há, em maior número, aquelas
que se ancoram em evidências, como as verdades advindas da pesquisa cientí-
fica ou confirmadas pela experiência cotidiana. Existem também as verdades
alcançadas por meio da capacidade de especulação do intelecto humano, ditas
de caráter filosófico. Estas não estão limitadas às doutrinas filosóficas, mas
abrangem também as concepções que todo homem possui e por meio das quais
orienta sua vida. Há também verdades provenientes das respostas oferecidas
pelas diversas tradições religiosas sobre as questões últimas. Estas são referidas
como verdades religiosas. Todas essas formas, que não possuem uma relação
hierárquica, respondem à necessidade humana de sentido.
Somos seres de relações. Necessitamos da família para nos acolher ao
nascer e para acompanhar nosso desenvolvimento. Depois, nos inserimos
na sociedade, no trabalho. A cultura em que estamos imersos nos transmite
tradições, valores e verdades nas quais passamos a acreditar, mesmo sem tê-las
vivenciado. A maior parte delas não passa pelo crivo da nossa avaliação crítica.
Quem de nós poderia, efetivamente, dedicar-se a avaliar com criticidade
toda a informação que recebe a cada minuto, procedente do mundo inteiro?
Ou questionar as descobertas científicas, buscando comprová-las por conta
própria? Ou experimentar as vivências religiosas de todos os povos?
Nós apenas confiamos, acreditamos. Isso equivale a dizer que nós, seres
humanos, mesmo vislumbrando a verdade, somos também seres que vivem
de crenças. E a crença apresenta dois aspectos: se, por um lado, é um tipo de
conhecimento que precisa de aperfeiçoamento por meio de evidências, por
outro, possui grande riqueza em termos humanos, já que implica em rela-
cionamento interpessoal e de confiança, de doação e de fidelidade ao outro,
verdadeiros caminhos na direção da perfeição.
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Para João Paulo II (1998), a admiração e o respeito que sentimos diante do


testemunho dos mártires ilustra bem a situação. A credibilidade e a confiança
que emanam desse testemunho atraem e fazem com que ele seja seguido e
escutado. O mártir realizou seu encontro com Jesus Cristo e não pode ser dis-
suadido de sua adesão plena à verdade, nem à custa do sofrimento e da morte.
Concluímos, então, que a própria natureza humana nos impele a buscar a
verdade, porém, não só aquela contida nas materialidades das coisas físicas,
científicas ou marcadas pela parcialidade. Nem mesmo somente o verdadeiro
bem. Nossa busca mais significativa tem por meta alcançar uma verdade mais
elevada, capaz de trazer explicação plena para o sentido da vida. Uma procura
que, inevitavelmente, conduz ao absoluto.
Embora a capacidade intelectual possa nos direcionar para o reconheci-
mento da verdade plena, não é somente por meio da racionalidade que dela nos
aproximamos. Do ponto de vista antropológico, um dos atos mais expressivos
que podemos realizar consiste em sermos capazes de depositar toda a nossa
confiança e todo o nosso ser em outra pessoa. É importante lembrar que,
no ensinamento dos antigos filósofos, a amizade sincera, enriquecida pela
confiança e alimentada pelo diálogo, é o contexto propício para a correta
reflexão filosófica.
Nossa busca, portanto, seja pela verdade e seja por uma pessoa em quem
confiar, é interminável. Contudo, o ser humano pode contar com a ajuda da
fé cristã. Para a Igreja, Jesus Cristo é, não somente a verdade, mas também a
vida e o caminho (BIBLIA, 1976, Jo 14,6). A fé reconhece em Jesus Cristo o
chamado para que a humanidade alcance aquilo que traz em seu íntimo como
nostalgia e desejo. A verdade plena somente será manifestada por Deus em
sua última revelação.

Quem foi Santo Tomás de Aquino?


Assista ao bate papo com o Padre Dr. José Eduardo, em entrevista concedida à TV
Século XXI, disponível no link a seguir, e descubra mais sobre Tomás de Aquino, figura
de destaque no diálogo entre fé e razão. Para ele, a luz da razão e a luz da fé provêm
ambas de Deus e não podem se contradizer.

https://qrgo.page.link/CUga
12 O ser humano no discurso teológico

Fé e razão: dimensões de uma mesma natureza


humana
Para entendermos como fé e razão se tornam dimensões da natureza humana,
precisamos compreender primeiro as dimensões antropológicas da espiritua-
lidade e da corporeidade. Já de início, é fundamental ter consciência de que a
época em que vivemos nos coloca um desafio de grande porte: a não percepção
do ser humano como um todo integrado, resultado de uma visão antropológica
reduzida à pura imanência. Essa compreensão, alinhada com o pensamento
platônico, coloca em conflito corpo e espírito e desequilibra a própria realidade
existencial do ser humano, já abalada por todo tipo de fragmentação.
Autores como o teólogo alemão Pannenberg e o espanhol Garcia Rubio
defendem outra visão antropológica como via de resgate do ser humano inte-
gral: a antropologia integrada. Eles partem do princípio de que é impossível
separar o que é imanente (corpo) daquilo que é transcendente (espírito), pois
ambas as realidades concorrem para a realização do ser.
Quando colocamos a questão sobre o que é o humano, a resposta que gera
maior consenso é aquela que concorda que somos seres onde uma realidade
material coexiste com uma realidade imaterial. Sem nenhuma sombra de
dúvida, todos concordamos que a realidade material corresponde ao nosso
corpo físico. Já sobre a realidade imaterial, responsável por animar o corpo,
não há consenso. Se o problema se mantivesse somente a nível semântico,
não causaria tanto prejuízo. A questão se agrava quando se estabelece uma
hierarquia entre as duas realidades, considerando-se uma superior à outra.
Como se dá a nossa presença no mundo senão por meio do nosso corpo? Para
a autocompreensão da pessoa, é preciso considerar a corporeidade. Contudo,
o entendimento da corporeidade humana tem sido um problema antropológico
sério, devido às diferentes concepções que brotam dos estudos sobre tal tema.
O modelo interpretativo que prevaleceu em nossa cultura ocidental e que tem
se perpetuado há séculos segue na esteira da interpretação platônica, embora
a concepção dualista da realidade humana remonte ao período anterior ao
surgimento da filosofia grega.
Na Antiguidade Clássica, o filósofo Platão entendia o corpo como a prisão
da alma. Para o filósofo, os dois mundos coexistentes no humano seriam o
mundo das ideias, a alma, e o mundo das coisas, o corpo. A primeira é imortal,
incorruptível, preexistente. Já o corpo é mortal e tende a desaparecer, pois
se deteriora. A alma, presa no corpo, só alcança sua libertação com a morte
do corpo que a encarcera. Só então ela volta a ter contato com o mundo das
ideias (SILVA, 2017).
O ser humano no discurso teológico 13

A mesma visão foi abraçada pelo período escolástico (séculos IX ao XVI),


sendo o corpo tido como uma realidade inferior. O corpo era visto como a
causa da corrupção e da decadência moral, enquanto a alma, sendo superior,
deveria superar tais realidades. Por ser uma estrutura mental opositora e
excludente, ao valorizar-se uma das dimensões, diminui-se a outra. Segundo
Garcia Rubio, essa estrutura calou fundo na mentalidade cristã, influenciando-a
por séculos. Correntes dualistas infiltradas na teologia cristã católica ainda
hoje contrariam o posicionamento assumido pela Igreja, que é de oposição ao
dualismo. O desprezo ao corpo, remanescente da visão dualista, compromete
o projeto humano como um todo.
Na Idade Moderna e no Renascimento, outra maneira de olhar o corpo
se solidificou: ele perdeu a sua dimensão sagrada e passou a ser visto como
objeto da ciência. O corpo se viu instrumentalizado, considerado uma máquina
racional, especialmente por influência do pensamento de Descartes e de Hobes.
Em termos de visão antropológica, aconteceu uma inversão. Se antes era o
espírito que se sobrepunha ao corpo, no novo contexto, passam a ser a matéria
e a natureza que se sobrepõem ao espírito. Somente com Spinoza (séc. XVII)
passou-se a defender a unidade entre corpo e espírito. Com a afirmação de
Isaac Newton de que é da natureza que vem a força, ampliou-se a ideia da
superioridade da dimensão corporal da pessoa. Essa antropologia, que vai do
oito ao oitenta, radicalizando uma ou outra dimensão, desintegra a pessoa,
prestando um desserviço à humanidade.
Se, no pensamento clássico e escolástico, o corpo decadente era visto como
mero instrumento da alma, na visão moderna, essa lógica simplesmente se
inverteu. Já na antropologia de Pannenberg, fazendo recurso à argumentação
filosófica e aos textos bíblicos, o corpo é visto como parte fundamental
do ser humano. É impossível se referir ao humano a não ser no tempo e no
espaço. Contudo, o corpo é uma realidade animada. A outra dimensão, que
constitui parte essencial do ser humano, é o espírito. Corpo e alma (espírito)
constituem uma unidade. A compreensão de Garcia Rubio, igualmente,
fundamenta-se na dignidade e no valor do corpo humano, integrado às demais
dimensões que constituem a pessoa. Sua base é a revelação divina, em que o
ser humano é imagem e semelhança de Deus, plenificada na pessoa de Jesus
Cristo (SILVA, 2017).
É a partir da perspectiva antropológica de espiritualidade e corporeidade
que podemos entender o binômio fé e razão como duas dimensões constitutivas
da natureza humana. O mundo em que vivemos gira ao redor da racionalidade
científica, da tecnociência, da velocidade, da produtividade e do imediatismo.
É surdo aos apelos mais profundos da própria alma humana. Porém, não é da
14 O ser humano no discurso teológico

condição humana se submeter à tal redução. As questões existenciais que a


interpelam exigem respostas que a racionalidade instrumental não oferece.
O progresso da ciência, bem como seu valor para a humanidade, é indis-
cutível. Por outro lado, nem tudo cabe dentro da razão objetiva; portanto, esta
não pode impor-se como a única realidade plausível. O mundo é infinitamente
mais rico e complexo do que a realidade da ciência, ordenada pela razão. Em
dimensões globais, observamos tentativas humanas de resgate da espiritua-
lidade. Crenças e práticas há muito esquecidas e até consideradas superadas
pela razão brotam com força avassaladora. Esoterismo, ocultismo, magia
e astrologia ganham adeptos mundo afora. No próprio interior de religiões
tradicionais, surgem movimentos marcados pela valorização da afetividade,
da emoção, do mistério, das relações interpessoais. É o grito de uma dimensão
que não aceita ser reduzida a outra coisa que não aquilo que é: tão constitutiva
do humano quanto a dimensão racional.
A antropologia de Garcia Rubio é pautada pela visão da Sagrada Escritura,
em que o ser humano é criado uno. A partir dessa compreensão, e buscando
fazer frente ao dualismo antropológico, desenvolveu-se o conceito de pessoa
na tradição da Igreja. Dentro dessa visão, a pessoa é um ser que compreende
a si mesmo como unidade, vivida na pluralidade de diferentes aspectos e
dimensões que a constituem. É alguém que vive uma experiência concreta.
Percebe-se corpórea, porém, não reduzida somente ao corpo. No dizer da
Igreja, está presente na pessoa a “alma espiritual”.
A pessoa é um ser uno, indivisível, sem partes e, ao mesmo tempo, com-
plexo. Trata-se de um organismo vivo, mas não somente matéria animada.
A matéria, isolada daquilo que a anima, não é viva. Contudo, não se reduz
somente ao corpo, o qual também não é somente instrumento da alma ou
mera exterioridade.
Qualquer visão que coloque em oposição corpo e espírito é prejudicial e
desprovida de cabimento, assim como são descabidas as reduções materialistas
que veem pensamento e decisões próprias como meros produtos e reações
cerebrais. Mesmo admitindo-se que lesões cerebrais possam ser impedimento
para atividades pessoais, a própria medicina, em âmbito psicossomático, oferece
provas da inter-relação entre as dimensões corpórea e espiritual do humano.
É pelo corpo que o humano interage no mundo, expressando-se, comuni-
cando-se, construindo cultura. Porém, não se pode falar de pessoa humana sem
a dimensão que vai além de toda possibilidade do corpo, que é a espiritual. A
dimensão espiritual faz da pessoa alguém capaz de alcançar o conhecimento
ilimitado, a capacita a refletir, a abrir-se ao outro e a Deus em um diálogo
livre e responsável, e a perceber o sentido da realidade.
O ser humano no discurso teológico 15

Ambas as dimensões, corpórea e espiritual são constitutivas do humano


integral e integrado, pois a pluralidade de seus aspectos e dimensões se inter-
-relacionam, em uma dinâmica viva.

Leia o artigo disponível no link a seguir para compreender o que é o dualismo pla-
tônico, bem como a influência que este teve sobre a sociedade ocidental, incluindo
a religião cristã.

https://qrgo.page.link/1BD7

ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.


FÍSICO Marcelo Gleiser é o primeiro brasileiro a vencer o prêmio Templeton. Veja, Rio de
Janeiro, 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/fisico-marcelo-gleiser-e-
-o-primeiro-brasileiro-a-vencer-o-premio-templeton/. Acesso em: 22 abr. 2019.
GHIRALDELLI JUNIOR, P. Teorias de verdade: brevíssima introdução. Artigo para a disciplina
de Fundamentos em Filosofia. Universidade Federal do Amapá, 2001. Disponível em:
http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/Teorias-de-Verdade-Brev%C3%ADssima-
-Introdu%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 22 abr. 2019.
JOÃO PAULO II, Papa. Carta Encíclica: Fides et Ratio. Papa. 1998. Disponível em: http://
w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_14091998_
fides-et-ratio.html. Acesso em: 22 abr. 2019.
SILVA, B. M. B. O dualismo corpo-alma e sua influência no cristianismo e na sociedade
ocidental. Unitas, Vitória, v. 5, nº. 2, ago./dez. 2017. Disponível em: http://revista.faculda-
deunida.com.br/index.php/unitas/article/download/613/521. Acesso em: 22 abr. 2019.

Leituras recomendadas
A INEGÁVEL alegria pela exploração: Marcelo Gleiser, Prêmio Templeton 2019. [S. l.: s.
n.], 2019. Vídeo (3:11 min). Publicado pelo canal TempletonPrize. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=wCzKvLdfOMQ. Acesso em: 22 abr. 2019.
AQUINO, T. Suma teológica. 1. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2016.
16 O ser humano no discurso teológico

BÍBLIA. Bíblia sagrada. São Paulo: Paulinas, 1976.


MARCELO Gleiser — Ciência e religião: em busca do desconhecido. [S. l.: s. n.], 2014.
Vídeo (4:17 min). Publicado pelo canal Fronteiras do Pensamento. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=24N0pE6H-W8. Acesso em: 22 abr. 2019.
GARCIA, F. A. Filosofia e a verdade. Acta Scientiarum, Maringá, v. 23, nº. 1, p. 251–255,
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JOSAPHAT, C. Fé e razão. Ide, São Paulo, v. 36, nº. 56, 2013. Disponível em: http://pepsic.
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LUCCHETTI, G. et al. Espiritualidade na prática clínica: o que o clínico deve saber? Revista
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-visao-ampla-e-confiante-da-razao-humana. Acesso em: 22 abr. 2019.
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cnbb.org.br/paulo-o-apostolo-dos-gentios/. Acesso em: 22 abr. 2019.

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