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Contabilidade Financeira - 27ª edição -

PG Finanças e Fiscalidade

Pós-graduação em
Finanças e Fiscalidade
27ª edição

Contabilidade Financeira

Maria Teresa Bianchi | Novembro 2019

01. Harmonização Contabilística


Internacional

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Harmonização contabilística internacional

Tópicos

Diferenças nacionais no relato financeiro e suas consequências


Novo processo de harmonização contabilística na UE
Regulamento 1606/2002, Diretiva 2001/65, Diretiva 2003/51
Nova Diretiva: Diretiva 2013/34/UE
O Sistema de normalização contabilística
O “novo” Sistema de normalização Contabilística

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Diferenças nacionais no relato financeiro

Razões

A natureza do sistema legal do país

A forma como a indústria é financiada

Relação contabilidade/fiscalidade

A influência e o prestígio da profissão contabilística

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A natureza do sistema legal do país


Sistema legal baseado no Direito Anglo-saxónico (Common-law)
A importância dos princípios
Pouca regulação do relato financeiro

Sistema legal baseado no Direito Romano (Code-law)


A importância dos Códigos

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A forma como a indústria é financiada


Investidores nos Mercados Financeiros (Bolsa)
Informação objetiva para stewardship
Informação justa para a tomada de decisão
Importância da informação externa

Financiamento alheio (Banca)


Bancos como principais credores e acionistas
Acesso a informação interna
Divulgação de informação é menos relevante

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A relação entre os sistemas de reporte e o sistema


fiscal

Separação entre reporte financeiro e fiscalidade


Regras separadas no cômputo do resultados (contabilísticos e fiscais)
Reporte financeiro menos prescritivo

Primado das regras fiscais


As regras fiscais tornam-se nas regras contabilísticas (nomeadamente, contas
individuais)
Possíveis interpretações incorretas aquando da comparação entre países

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A influência e o prestígio da profissão contabilística

Se existe a necessidade de informação sensível para os mercados financeiros


É exigida informação fiável e relevante
Crescimento estabilizado da profissão e da função de auditoria
Impacto na regulação contabilística

Onde não existe esta necessidade de informação sensível para os mercados financeiros
Menor necessidade de conhecimentos técnicos
Menor necessidade de gestão financeira

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Diferenças nacionais no relato financeiro


Consequências económicas das diferenças na contabilidade entre países

“Ruído” provocado por resultados diferentes para a mesma empresa

Dificuldades da análise financeira de contas segundo normativos diferentes

Custos acrescidos para as empresas de reconciliação para outros normativos

Problemas de eficiência na afetação de recursos no mercado global (custo de capital mais alto)

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Diferenças nacionais no relato financeiro


Consequências económicas (continuação)

A visão dos analistas financeiros internacionais


“An investor should be looking at the world as investable. At the moment that’s not the case.
IFRS has made a significant contribution to start that process”, Ken Lee, Head of Accounting and
Valuation Research, Citi Investment

“We welcome the convergence of Accounting Standards world-wide, as it will help to improve the
consistency and transparency of financial information”, Standard & Poor’s, Transition without Tears, 2004

As expectativas na harmonização
“The ultimate goal is an increasingly efficient global financial market place, where costs of capital
are lower as a consequence of an improved allocation of capital world-wide. In turn this should
lead to better decision-making to enhance shareholder value”, PLC Director Magazine, Deloitte, “Countdown
to transition”

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Harmonização contabilística

Fatores económicos determinantes

Profunda alteração no ambiente económico

Globalização e integração dos mercados de capitais

Criação acelerada de instrumentos financeiros complexos

Desenvolvimento das tecnologias de informação

Utilizadores da informação mais globais

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O passado da (não) harmonização contabilística na UE

Diretivas comunitárias
4ª e 7ª Diretivas
Normas legais (natureza jurídica) dirigidas aos Estados membros
Devem ser transpostas para o ordenamento jurídico de cada Estado membro
Documentos “político-contabilísticos”
Contêm os mínimos que os Estados membros devem seguir ao definir as suas normas
contabilísticas internas

Interpretação e tradução variável das Diretivas em cada Estado membro


Reduzida harmonização contabilística
Desatualização das Diretivas

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Diretivas Comunitárias

Principais Diretivas em matéria contabilística

Diretiva 78/660/EEC – 4ª Diretiva (contas anuais de certas formas de sociedades)

Diretiva 83/349/EEC – 7ª Diretiva (contas consolidadas)

Diretiva 86/349/EEE – bancos e outras instituições financeiras

Diretiva 91/674/EEC – seguradoras

Diretiva 2013/34/UE – relativa às DFs anuais e consolidadas (revoga a 4ª e a 7ª diretivas) – entrou em


vigor em 2016)

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Novas necessidades de harmonização


Reduzido papel das Diretivas na harmonização das práticas contabilísticas
Pressão dos mercados financeiros
Pressão das empresas
Concorrência dos USGAAP
Adopção do Euro como moeda única

Novo processo de harmonização


contabilístico na UE

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Novo processo de harmonização na UE


Regulamento 1606/2002 – Regulamento IAS
Permitir harmonização de facto da informação financeira, com vista a:
Maior comparabilidade
Maior transparência
Funcionamento eficiente do mercado de capitais da UE

São impostos requisitos mínimos relativos à adopção das IAS a partir de 1 Janeiro de 2005 –
empresas cotadas nas suas contas consolidadas

Opção de alargamento do leque de exigências pelos Estados membros

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Regulamentos (endorsement)

Regulamento (CE) nº 1725/2003: Integra no ordenamento jurídico comunitário o conjunto de normas IAS existentes à data (excepto a IAS 32 e IAS 39 – Instrumentos
financeiros e algumas SIC)

Regulamento (CE) nº 707/2004: Integra a IFRS 1 Aplicação pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro

Regulamento (CE) nº 2086/2004: Integra a IAS 39, com carve-out (contabilidade de cobertura)

Regulamento (CE) nº 2236/2004: Integra a IFRS 1, 3 a 5 e modificar outras

Regulamento (CE) nº 2237/2004: Integra a IAS 32 e IFRIC 1

Regulamento (CE) nº 2238/2004: Altera um conjunto de normas já integradas

Regulamento (CE) nº 211/2005: Integra a IFRS 2 e altera outras normas

Regulamento (CE) nº 1073/2005: Integra a IFRIC 2

….. Diversos outros regulamentos

Regulamento (CE) no. 1126/2008 – texto consolidado de todas as normas

Consultar : http://ec.europa.eu/internal_market/accounting/ias/index_en.htm

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Alguma terminologia
IASCF – International Accounting Standards Committee Foundation

IASB – International Accounting Standards Board


IFRS (International Financial Reporting Standards) / IAS (International Accounting Standards)
NIRF (Normas Internacionais de Relato Financeiro) / NIC (Normas Internacionais de
Contabilidade)

IFRIC – International Financial Reporting Interpretation Committee


IFRIC Interpretation/SIC Interpretation

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02. O Sistema de Normalização


Contabilística

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Resposta nacional – Setor Empresarial

O Regulamento 1606/2002 apenas torna obrigatórias as IAS/IFRS para as empresas cotadas


ao nível das suas contas consolidadas

Efeitos para as outras empresas?


Segundo o Reg 1606/2002, cada EM deve legislar nessa matéria
Resposta portuguesa:
1) DL 35/2005
2) O Sistema de normalização contabilística (SNC)

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Resposta nacional - SNC

Decreto-Lei nº158/2009 e Decreto-Lei nº98/2015 (a partir de 1/1/2016)


Revoga o Decreto-lei nº47/77
Revoga o Plano Oficial de Contabilidade (POC)
Aprova o Sistema de Normalização Contabilística (SNC)
Altera o Decreto-lei nº158/2009
O “novo” SNC (em vigor desde 1/1/2016)

Decreto-lei nº159/2009
Alterações ao Código do Imposto sobre Pessoas Coletivas (CIRC) decorrentes da novas regras
contabilísticas (SNC)

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O “novo” Sistema de Normalização


Contabilística (SNC): estrutura geral

1 . Apresentação
2. Bases para a apresentação de DF
DL158/2009* 3 . Modelos de DF
4. Código de Contas
5. NCRF
Anexo
6. NCRF- PE
7. NC-ME
8. NI
*Alterado pela Retificação n.º 67-B/2009
e pelo DL 98/2015

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Âmbito de aplicação (art.3º)

Sociedades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais;


Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;
Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada;
Empresas públicas;
Cooperativas;

Entidades do Setor Não Lucrativo


Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de interesse económico;

Outras entidades que, por legislação específica, se encontrem sujeitas ao POC ou venham a estar sujeitas
ao SNC.

Cláusula de dispensa de aplicação (art. 10º): entidades que, exercendo a título individual qualquer atividade
comercial, industrial ou agrícola, não realizem na média dos últimos três anos um volume de negócios
superior a 200.000 € (Setor Lucrativo) ou 150.000 € (Setor Não Lucrativo)

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Aplicação das NIC (art. 4º)

As entidades cotadas devem elaborar as suas contas consolidadas em conformidade com as NIC

As entidades cotadas cujas contas sejam consolidadas de acordo com as NIC podem elaborar as
respetivas contas individuais em conformidade com as NIC, ficando sujeitas a CLC

As entidades obrigadas a aplicar o SNC podem elaborar as contas consolidadas em conformidade


com as NIC, desde que objeto de CLC
As entidades incluídas no âmbito da consolidação destas entidades (que estariam obrigadas a aplicar o SNC) podem
optar por elaborar as respetivas contas individuais em conformidade com as NIC, ficando sujeitas a CLC
Estas opções mantêm-se por um período mínimo de 3 exercícios

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Contas consolidadas (art. 6º a 8º)

Obrigatoriedade de apresentar contas consolidadas


Regras “idênticas” às existentes em POC
Adaptação para as ESNL

Dispensa da elaboração de contas consolidadas


Pequeno Grupo (ESL ou ESNL)
conjunto de entidades em relação de grupo, a consolidar, e que, à data do balanço, com base nas
suas últimas contas anuais aprovadas, não ultrapassem dois dos três indicadores seguintes:
- 6 milhões de euros de total de balanço;
- 12 milhões de euros de volume de negócio líquido;
- 50 trabalhadores em média durante o último exercício

Durante dois exercícios consecutivos

Novos Limites face ao “velho” SNC

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Contas consolidadas (art. 5º a 7º)

Exclusões da consolidação

Materialidade

Restrições severas prejudiquem o exercício pela empresa-mãe dos seus direitos sobre o
património ou a gestão dessa sociedade

Partes de capital detidas para venda

Análise do Custo da preparação da Informação Consolidada

Atividades diferentes não são motivo para exclusão

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Pequena entidade (art.9º)

O DL 98/2015 estabelece as condições para que entidades com dimensão que não ultrapasse 2 dos
seguintes limiares:
Total do balanço: € 4 000 000;
Total de volume de negócios líquido: € 8 000 000;
Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 50
cujas contas não estejam sujeitas obrigatoriamente a Certificação Legal

Possam optar por não aplicar o conjunto total de NCRF, mas apenas a NCRF-PE

Se a pequena entidade integrar o perímetro de consolidação de uma entidade que apresente


demonstrações financeiras consolidadas, aquela não pode aplicar o regime previsto na NCRF -PE

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Pequena entidade (art.9º, cont.)

Funcionamento dos limites


a) Para as entidades constituídas em ano anterior à data da publicação do presente decreto -lei, os
limites reportam-se às demonstrações financeiras do exercício anterior ao da publicação do mesmo, produzindo efeitos a partir do exercício
em que este entre em vigor;

b) Para as entidades que se constituam no ano de publicação do presente decreto -lei, os


limites reportam–se às previsões para esse ano e produzem efeitos a partir do exercício em que este entre em vigor;

c) Para as entidades que se constituam nos anos seguintes ao da publicação do presente


decreto -lei, os limites reportam -se às previsões para o ano da constituição e produzem efeitos imediatos;

d) Sempre que os limites sejam ultrapassados num determinado exercício, a opção deixa de poder ser
exercida a partir do segundo exercício seguinte, inclusive;

e) Sempre que os limites deixem de ser ultrapassados num determinado exercício, a entidade pode
exercer a opção a partir do segundo exercício seguinte, inclusive.

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Microentidade

Alterado pelo D. Lei 98/2015

Institui um regime especial simplificado das normas e informações contabilísticas


Opção por aplicação da NCRF-PE ou mesmo das NCRFs

Entidades que à data de balanço não ultrapassem dois dos três limites seguintes:
Total do balanço: € 350 000;
Total de volume de negócio líquido: € 700 000;
Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 10

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Demonstrações financeiras (art. 11º)


Obrigatoriedade de apresentar as seguintes DFs
Balanço
Demonstração dos resultados por naturezas
Demonstração das alterações no capital próprio
Demonstração dos fluxos de caixa
Anexo

Microentidade e Pequena entidade: dispensadas de apresentar DACP e DFC

Microentidade: dispensa condicionada de elaboração de Anexo

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SNC: Bases para a Apresentação das


DF
As Demonstrações financeiras devem ser elaboradas em função de:
pressuposto da continuidade
regime de acréscimo (periodização económica)
consistência de apresentação
agregação ou desagregação das quantias das rubricas nas DF segundo o princípio da
materialidade
não compensação, em regra, entre ativos e passivos e entre rendimentos e gastos
prestação de informação comparativa para todas as quantias inscritas nas DF
informação comparativa de natureza narrativa e descritiva deve ser incluída quando for relevante

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SNC: Modelos de Demonstrações Financeiras


Publicados na portaria nº 220/2015 de 24 de julho 2015

Entidades do Setor Lucrativo - Entidades e Pequenas Entidades


Balanço / Balanço reduzido*
Demonstração dos resultados por naturezas
Demonstração dos resultados por naturezas reduzido*
Demonstração dos resultados por funções
Demonstração dos resultados por funções *
Demonstração das alterações no capital próprio
Demonstração dos fluxos de caixa
Anexo / Anexo reduzido*

* Os MDF reduzidos são para aplicação apenas das pequenas entidades que tenham optado por
aplicar a NCRF-PE

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SNC: Modelos de Demonstrações Financeiras


Publicados na portaria nº 220/2015 de 24 de julho 2015

Entidades do Setor Lucrativo - Microentidades

Balanço

Demonstração dos resultados por naturezas

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SNC: Modelos de Demonstrações Financeiras


Publicados na portaria nº 220/2015 de 24 de julho 2015

Entidades do Setor Não Lucrativos

Balanço
Demonstração dos resultados por naturezas
Demonstração dos resultados por funções
Demonstração das alterações nos fundos patrimoniais
Demonstração dos fluxos de caixa
Anexo
Pagamentos e recebimentos, património fixo e direitos e compromissos futuros

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SNC: Código de Contas (CC)


Publicados pela Portaria nº 218/2015 de 23 de julho de 2015:

Quadro síntese de contas


Código de contas
Notas de enquadramento

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SNC: Código de Contas (CC)

Objetivos da CNC
Responder às necessidades do “novo” sistema
ESNL
Microentidades

Manter a organização de contas do POC

Uniformidade de processos e sistemas de informação contabilística e de


prestação de contas
mantendo uma margem significativa de flexibilidade para o
reconhecimento de complexas e variadas realidades ao abrigo das
novas normas

As rubricas para efeitos de registo contabilístico não têm necessariamente que


coincidir com as rubricas, mais ou menos agregadas, que surgirão no rosto
das DF

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SNC: Código de Contas (CC)

As contas estão agrupadas em 8 classes:


1. MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS
2. CONTAS A RECEBER E A PAGAR
3. INVENTÁRIOS E ATIVOS BIOLÓGICOS * INVENTÁRIOS (ME)
4. INVESTIMENTOS
5. CAPITAL, RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS ou FUNDOS PATRIMONIAIS (ESNL)
6. GASTOS
7. RENDIMENTOS
8. RESULTADOS
* Considerar ajustamentos ao Código de Contas para as ESNL ou para as ME

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SNC – Normas contabilísticas e de


Relato Financeiro

 28 Normas
 Adaptação das IFRS adoptadas na UE
 Tem em conta as especificidades do tecido empresarial
português
 Há IFRS que não estão contempladas
 As NCRF poderão dispensar a aplicação de determinados
procedimentos e divulgações exigidos nas IFRS, embora garantindo,
no essencial, os critérios de reconhecimento e mensuração contidos
nas IFRS.
 São propostas pela CNC, publicadas como avisos no Diário da
República, e de aplicação obrigatória a partir da data de eficácia
indicada em cada uma delas.

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SNC – Normas contabilísticas e de Relato


Financeiro

NCRF 1 Estrutura e Conteúdo das Demonstrações NCRF 15 Investimentos em Subsidiárias e


Financeiras Consolidação
NCRF 2 Demonstração de Fluxos de Caixa NCRF 16 Exploração e Avaliação de Recursos
Minerais
NCRF 3 Adopção pela primeira vez das NCRF NCRF 17 Agricultura
NCRF 4 Políticas Contabilísticas, Alterações nas NCRF 18 Inventários
Estimativas Contabilísticas e Erros
NCRF 19 Contratos de Construção
NCRF 5 Divulgação de Partes Relacionadas
NCRF 20 Rédito
NCRF 6 Ativos Intangíveis
NCRF 21 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
NCRF 7 Ativos Fixos Tangíveis Contingentes
NCRF 8 Ativos Não Correntes Detidos para Venda e NCRF 22 Subsídios e outros apoios das entidades
Unidades Operacionais Descontinuadas públicas

NCRF 9 Locações NCRF 23 Os Efeitos de Alterações em Taxas de


Câmbio
NCRF 10 Custos de Empréstimos Obtidos
NCRF 24 Acontecimentos Após a Data do Balanço
NCRF 11 Propriedades de Investimento
NCRF 25 Impostos Sobre o Rendimento
NCRF 12 Imparidade de Ativos
NCRF 26 Matérias Ambientais
NCRF 13 Interesses em Empreendimentos Conjuntos e
NCRF 27 Instrumentos Financeiros
Investimentos em Associadas
NCRF 28 Benefícios dos Empregados
NCRF 14 Concentrações de Atividades Empresarias

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SNC – NCRF PE

 Norma destinada a entidades de pequena dimensão e com


necessidades de relato mais reduzidas
A NCRF-PE condensa os principais aspetos de reconhecimento,
mensuração, e divulgação extraídos das NCRF

Matérias não incluídas na NCRF – PE


Demonstração de fluxos de caixa; Divulgação de partes relacionadas; Ativos não correntes detidos
para venda; Propriedades de investimento; Imparidade; Interesses em empreendimentos conjuntos e
Investimentos em associadas; Concentração de atividades empresariais; Investimentos em
subsidiárias e consolidação; Exploração e avaliação de Recursos Naturais; Acontecimentos após a
Data de Balanço

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SNC – NCRF-PE

Capítulos principais
Balanço, Demonstração dos resultados, Anexo
Adopção pela primeira vez da NCRF-PE
Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
Ativos fixos tangíveis
Ativos intangíveis
Locações
Custos dos empréstimos obtidos
Inventários
Rédito
Provisões, passivos contingentes, ativos contingentes
Subsídios e outros apoios de entidades públicas
Efeitos de alterações de taxas de câmbio
Impostos sobre rendimento
Instrumentos financeiros
Benefícios dos empregados
Acontecimentos após a data do Balanço
Agricultura
Contratos de Construção

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SNC – NC-ME

Capítulos principais

Balanço, Demonstração dos resultados


Adopção pela primeira vez da NC-ME
Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
Ativos fixos tangíveis
Ativos intangíveis
Locações
Custos dos empréstimos obtidos
Inventários
Rédito
Provisões
Os efeitos das alterações da Taxa de câmbio
Impostos sobre rendimento
Ativos e Passivos financeiros
Benefícios dos empregados

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SNC – Normas interpretativas

Serão produzidas para esclarecimento e/ou orientação sobre os


conteúdos dos restantes instrumentos que integram o SNC

As NI são propostas pela CNC, publicadas como aviso no Diário da


República e de aplicação obrigatória a partir da data de eficácia
indicada em cada uma delas

NI 1: Consolidação – Entidades de Finalidades Especiais


NI 2: Uso de Técnicas de Valor Presente para Mensurar o Valor de
Uso

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SNC – Estrutura conceptual

O SNC tem como referencial a Estrutura Conceptual


elaborada com base na Estrutura Conceptual do IASB

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SNC – Estrutura Conceptual

A Estrutura Conceptual do SNC tem por base na Estrutura Conceptual do IASB

Documento autónomo publicado no aviso nº15652/2009 de 7 de Setembro de 2009

A EC estabelece os conceitos que estão subjacentes à preparação e apresentação das DFs para
utentes externos
Ajudar os preparadores na aplicação das normas

Ajudar a formar opinião sobre a conformidade das DFs às NCRF

Ajudar os utentes na interpretação das DFs

A EC não é uma norma: não define normas para qualquer mensuração particular ou divulgação

Inclui as seguintes matérias: objetivos da DFs, características qualitativas da informação


contabilística; elementos das DFs; conceitos de capital e manutenção de capital

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Estrutura conceptual do SNC

Âmbito:
A estrutura conceptual trata dos seguintes quatro aspetos:

o objetivo das demonstrações financeiras (DF)

as características qualitativas que determinam a utilidade da


informação contida nas DF’s.

os elementos das demonstrações financeiras


definição
reconhecimento
mensuração
o conceito de capital e manutenção de capital

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Estrutura conceptual do SNC

Um conjunto completo de DF’s inclui:


um Balanço
uma Demonstração dos Resultados
Uma Demonstração das alterações na posição financeira (ex.: demonstração de fluxos de caixa), e
Notas e outras demonstrações explicativas

Exclui o relatório de gestão

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Estrutura conceptual do SNC

Utentes
Investidores atuais e potenciais
Empregados
Mutuantes
Fornecedores e clientes
Governos
Público

Demonstrações financeiras únicas para utentes múltiplos, mas com


necessidades de informação comuns.

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Utentes – necessidades de informação


Investidores
Determinar o que comprar, deter ou vender
Determinar a capacidade da empresa pagar dividendos

Empregados
Estabilidade e lucratividade
Determinar a capacidade da empresa de proporcionar remuneração, benefícios de reforma e
oportunidades de emprego

Mutuantes
Determinar se os empréstimos e juros serão pagos quando vencidos

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Utentes – necessidades de informação


Fornecedores e clientes
Determinar a capacidade de cumprir as transações comerciais (fluxos reais e financeiros)
Preocupações de óptica de curto prazo

Governo
Regulamentação de atividades
Políticas de tributação
Afetação de recursos

Público
Contribuição para a economia local
Prosperidade da empresa
Leque das suas atividades

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Objetivos das DF’s

Proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho e das


alterações da posição da empresa, útil para os utentes

Perspetiva utilitarista na configuração do modelo contabilístico

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Posição financeira e Desempenho


Utentes valorizam a capacidade de gerar dinheiro
Para avaliar a capacidade de gerar de dinheiro é necessário informação sobre
Posição financeira
Desempenho
Alterações na posição financeira

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 51

51

Posição financeira e Desempenho


A informação sobre a posição financeira é proporcionada no Balanço
Depende dos recursos económicos controlados e da sua estrutura financeira (liquidez e solvência)
A informação sobre o desempenho é dada na Demonstração dos resultados
É útil para prever a capacidade de gerar fluxos de caixa a partir dos recursos económicos existentes
A informação sobre alterações na posição financeira é dada numa Demonstração de fluxos de
fundos ou de Caixa
É útil para avaliar as atividades de investimento, de financiamento e operacionais

Cada DF reflete aspetos diferentes das mesmas transações; as diferentes DF’s


estão interrelacionadas

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26
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Pressupostos subjacentes

Regime de Acréscimo
Prioridade ao momento da ocorrência da transação, em detrimento do momento de recebimento ou
pagamento
Conhecido como princípio do acréscimo ou da especialização dos exercícios

Continuidade (going concern)

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 53

53

Características Qualitativas das DF’s


A compreensibilidade
A relevância
Materialidade

A fiabilidade
Representação fidedigna
Substância sobre a forma
Neutralidade
Prudência
Plenitude

A comparabilidade

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Características Qualitativas das DF’s

Alguma inflexão em termos de hierarquia das características

Tradicionalmente, a fiabilidade surgia na 1ª linha

Atualmente, a relevância ocupa esse lugar (ex: subalternalização do custo histórico


face ao fair value) – maior correlação com a utilidade

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55

Constrangimentos à informação relevante e


fiável

Tempestividade

Balanceamento entre benefício e custo

Balanceamento entre características qualitativas

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Elementos das DF’s

Área de grandes diferenças face à anterior normalização nacional

Definição: classes em que se agrupam as transações e acontecimentos


retratados nas DF’s

Diretamente relatados no Balanço


Ativos
Passivos
Capital próprio

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 57

57

Elementos das DF’s

Diretamente relatados na Demonstração de resultados


Rendimentos
Gastos

Definições dos elementos numa perspetiva económica

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Elementos

Ativo: Recurso controlado pela empresa como resultado de acontecimentos


passados e do qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos
futuros

Critérios de reconhecimento
Probabilidade de que os benefícios económicos futuros fluam para a empresa
O ativo tenha um custo ou valor mensurável com fiabilidade

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade 59

59

Elementos

Passivo: Obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos


passados, da liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos
da entidade incorporando benefícios económicos

Critérios de reconhecimento
Probabilidade de um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos resulte da
liquidação de uma obrigação presente
A quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser mensurada com fiabilidade

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Elementos

Capital próprio: Interesse residual nos ativos da empresa depois de deduzir todos
os seus passivos
Subclassificações: Capital, Resultados retidos, reservas
Necessidade decorrente de obrigações legais e estatutárias – pagamento de dividendos,
outras distribuições de resultados
Úteis para a tomada de decisão dos utentes quando indiquem restrições legais ou outras
sobre a capacidade de distribuir ou aplicar capital próprio

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Exemplo – Reconhecimento de marcas


desenvolvidas internamente
Enquadramento do problema
Uma entidade está no negócio das bebidas e a sua marca é conhecida mundialmente. A marca
pode ser vendida e tem valor de mercado

Problema
A marca pode ser reconhecida no balanço como um ativo?

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Exemplo – Reconhecimento de marcas


desenvolvidas internamente
Solução
A marca não deve ser reconhecida como um ativo apesar de satisfazer a definição
Os critérios de reconhecimento de ativos intangíveis (marcas, cabeçalhos, títulos, listas de
clientes...) são muito restritivos limitando o reconhecimento a ativos cujo custo possa ser
determinado com fiabilidade – determinação do valor com fiabilidade
O custo de um ativo intangível desenvolvido internamente não pode ser claramente distinguido
do custo de desenvolver o negócio como um todo – não satisfaz o critério da identificabilidade
Logo este tipo de itens não pode ser reconhecido no ativo

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 63

63

Exemplo – Reconhecimento de marcas


desenvolvidas internamente
Solução (cont.)

Quando ativos similares são adquiridos a uma terceira parte, o montante pago é claramente
distinguível dos custos gerais de desenvolver o negócio como um todo e deveriam, portanto,
ser reconhecidos, desde que satisfaçam igualmente o critério de controlo e de probabilidade
de benefícios económicos futuros

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Elementos da Demonstração dos Resultados

Rendimentos (income): aumentos nos benefícios económicos durante o período na forma


de influxos ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos que resultem em
aumentos do capital próprio que não sejam os relacionados com contribuições
de participantes no capital próprio

Reconhecimento de rendimentos
Aumento de benefícios económicos futuros relacionados com o aumento de um ativo ou
com uma diminuição de um passivo e que possa ser quantificado com fiabilidade
Exemplo: Aumento líquido em ativos decorrente de uma venda de mercadorias

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 65

65

Elementos da Demonstração dos Resultados

Gastos (expenses): diminuições nos benefícios económicos durante o período na forma de


exfluxos ou deperecimentos de ativos ou na incorrência de passivos que resultem em
diminuições de capital próprio que não sejam relacionados com distribuições
aos participantes no capital próprio

Reconhecimento de gastos
Quando ocorre diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma
diminuição num ativo ou um aumento de um passivo e quantificados com fiabilidade
Exemplo: Acréscimo de direitos dos empregados ou depreciação de equipamento

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Reconhecimento

Reconhecimento de gastos (cont)

Quando os benefícios económicos vão afetar vários períodos e a associação com os


rendimentos não é direta, os gastos são reconhecidos numa base de imputação
sistemática
Exemplo: amortizações do imobilizado

Um gasto é imediatamente reconhecido na DR quando uma despesa não produza benefícios


económicos futuros ou quando os benefícios económicos futuros não se qualifiquem para
reconhecimento no balanço como um ativo ou quando seja incorrido um passivo sem o
reconhecimento de um ativo
Exemplo: passivo por garantia de um produto

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67

Rendimentos

Réditos (Revenue):
provêm do decurso da atividade ordinária da empresa; ex: vendas, prestação de
serviços, royalties, juros, rendas

Ganhos (Gains):
representam outros itens que satisfaçam a definição de rendimento e podem ou não
provir da atividade da empresa; ex: mais valias, reavaliação de ativos financeiros
(ganhos não realizados)

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Gastos

Gastos pp ditos (Expenses):


provêm do decurso da atividade ordinária da empresa; ex: custo das vendas,
remunerações ao pessoal e depreciações

Perdas (Losses):
representam outros itens que satisfaçam a definição de gastos e podem ou não provir
da atividade da empresa; ex: menos valias; acidentes; perdas não realizadas

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Mensuração dos elementos

Mensuração: processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os elementos das demonstrações financeiras
devam ser reconhecidos e inscritos no Balanço e na DR

São utilizadas diferentes bases de mensuração


Custo histórico
Custo corrente
Valor realizável (de liquidação)
Valor presente
Justo valor

Não há opção por nenhuma em particular


Adopção geral: custo histórico; combinado com outras bases de mensuração
Inventários: mais baixo entre o custo ou valor realizável

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Bases de mensuração

Custo histórico
Ativos: Quantia paga ou justo valor da retribuição dada no momento da sua aquisição
Passivos: Quantia de proventos recebidos em troca da obrigação

Custo corrente
Ativos: Quantia que teria de ser paga para adquirir ativo equivalente
Passivos: Quantia não descontada para liquidar correntemente a obrigação

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 71

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Bases de mensuração

Valor realizável
Ativos: quantia que possa ser obtida correntemente pela venda do ativo
Passivos: quantias não descontadas que se espera sejam pagas para satisfazer os passivos

Valor presente
Ativos: valor presente descontado dos futuros influxos líquidos
Passivos: valor presente descontado dos futuros exfluxos líquidos

Justo valor
Quantia pela qual um ativo poderia ser trocado ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em que não exista relacionamento entre elas.

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03. Apresentação das


Demonstrações Financeiras

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Apresentação das demonstrações


financeiras
IAS 1 Apresentação das Demonstrações financeiras
Norma correspondente no SNC: NCRF 1 Estrutura e Conteúdo das Demonstrações
Financeiras

Balanço
Apresentação de ativos e passivos classificados em correntes e não
correntes
A informação mínima a incluir na face do Balanço consta do modelo (portaria)
Linhas adicionais podem ser apresentadas em função da relevância e das regras contidas
em cada norma

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Balanço – conteúdo mínimo


Ativos fixos tangíveis
Propriedades de investimento Capital Realizado
Trespasse (Goodwill) Ações (quotas) próprias
Ativos intangíveis Prestações suplementares
Prémios de emissão
Ativos biológicos
Reservas legais
Participações financeiras – MEP Outras reservas
Participações financeiras – outros métodos Excedentes de revalorização
Accionistas/Sócios Ajustamentos em ativos financeiros
Outros activos financeiros Outras variações no capital próprio
Resultados transitados
Ativos por impostos diferidos
Resultado líquido do período
Ativos não correntes detidos para venda Interesses minoritários
Inventários
Ativos biológicos Provisões
Clientes Financiamentos
Responsabilidades por benefícios pós-emprego
Adiantamentos a fornecedores
Passivos por impostos diferidos
Estado e outros entes públicos Outras contas a pagar
Acionistas / sócios
Outras contas a receber Fornecedores
Diferimentos Adiantamentos de clientes
Estado e outros entes públicos
Ativos financeiros detidos para negociação
Acionistas/sócios
Outros ativos financeiros Financiamentos obtidos
Caixa e depósitos bancários Outras contas a pagar
Passivos financeiros detidos para negociação
Outros passivos financeiros
Diferimentos
Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 75

75

Apresentação das demonstrações financeiras

Um ativo deve ser classificado como um ativo corrente quando:

se espere que seja realizado, ou que seja detido para venda ou consumo, no decurso normal do ciclo
operacional da empresa; ou
se detenha primordialmente para finalidades de negociação ou no curto prazo e se espere que seja
realizado dentro de doze meses a partir da data do balanço; ou
for um activo de caixa ou seu equivalente que não esteja restringido na sua utilização.

Todos os outros ativos devem ser classificados como activos não correntes.
Ciclo operacional: tempo entre a aquisição de ativos para processamento e a sua
realização em caixa ou seus equivalentes

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PG Finanças e Fiscalidade

Apresentação das demonstrações financeiras

Um passivo deve ser classificado como um passivo corrente quando:

a) se espere que seja liquidado no decurso normal do ciclo operacional da empresa; ou


b) é detido com o objectivo principal de negociação; ou
c) esteja para ser liquidado dentro de doze meses a partir da data do balanço.

Todos os outros passivos devem ser classificados como passivos não correntes.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 77

77

Balanço: exemplos de subclassificações

O pormenor proporcionado nas subclassificações depende dos requisitos das


NCRF e da dimensão, natureza e função das quantias envolvidas.

os itens do ativo fixo tangível são desagregados em classes de acordo com a NCRF 7 – Ativos Fixos
Tangíveis;

as contas a receber são desagregadas em contas a receber de clientes comerciais, contas a receber de
partes relacionadas, pré-pagamentos e outras;

os inventários são subclassificados, de acordo com a NCRF 18 - Inventários, em classificações tais como
mercadorias, consumíveis de produção, matérias primas, trabalhos em curso e bens acabados;

as provisões são desagregadas em provisões para benefícios dos empregados e outros itens; e

o capital social e as reservas são desagregados em várias rubricas, tais como capital, reserva legal
e outras reservas.

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Balanço SNC – ATIVO


Datas
Notas
31.12.N 31.12.N-1

ATIVO
ATIVO NÃO CORRENTE
Ativos fixos tangíveis
Propriedades de investimento
Goodwill
Ativos intangíveis
Ativos biológicos
Participações financeiras - método da equivalência patrimonial
Participações financeiras - outros métodos
Acionistas / sócios
Outros ativos financeiros
Ativos por impostos diferidos
Total do Ativo Não Corrente
ATIVO CORRENTE
Inventários
Ativos biológicos
Clientes
Adiantamentos a fornecedores
Estado e outros entes públicos
Acionistas / sócios
Outras contas a receber
Diferimentos
Ativos financeiros detidos para negociação
Outros ativos financeiros
Ativos não correntes detidos para venda
Caixa e depósitos bancários
Total do Ativo Corrente
Total do ATIVO

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Balanço SNC – CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO


Datas
Notas
31.12.N 31.12.N-1
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
CAPITAL PRÓPRIO
Capital realizado
Ações (quotas) próprias
Outros instrumentos de capital próprio
Prémios de emissão
Reservas legais
Outras reservas
Resultados transitados
Ajustamentos de transição
Excedentes de revalorização
Outras variações no capital próprio
Resultado líquido do período
Total do CAPITAL PRÓPRIO
PASSIVO
PASSIVO NÃO CORRENTE
Provisões
Financiamentos obtidos
Responsabilidades por benefícios pós-emprego
Passivos por impostos diferidos
Outras contas a pagar
Total do Passivo Não Corrente
PASSIVO CORRENTE
Fornecedores
Adiantamentos a clientes
Estado e outros entes públicos
Acionistas / sócios
Financiamentos obtidos
Outras contas a pagar
Diferimentos
Passivos financeiros detidos para negociação
Outros passivos financeiros
Passivos não correntes detidos para venda
Total do Passivo Corrente
Total do PASSIVO
Total do CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
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Demonstrações financeiras

Demonstração dos Resultados


A informação mínima a incluir na face da DR consta do modelo (portaria)
Não permite a classificação e apresentação de quaisquer elementos como extraordinários
Os itens a apresentar na demonstração dos resultados deverão basear-se numa classificação
que atenda à sua natureza, podendo, adicionalmente, ser apresentada uma demonstração
de resultados em que a classificação dos itens se baseie na sua função dentro da entidade
Demonstração dos resultados por naturezas – obrigatório
Demonstrações dos resultados por funções - voluntária

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 81

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Demonstração dos resultados: conteúdo mínimo

Vendas e serviços prestados


Subsídios à exploração
Ganhos/Perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
Variação da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Ajustamentos de inventários
Imparidade de dívidas a receber
Provisões
Imparidade de ativos não depreciáveis
Aumentos/reduções de justo valor
Outros rendimentos e ganhos
Outros gastos e perdas
Gastos/reversões de depreciação
Imparidade de ativos depreciáveis
Juros e rendimentos similares
Juros e gastos similares
Impostos sobre o rendimento
Resultado das atividades descontinuadas
Resultado atribuível interesses minoritários; e
Resultado líquido do período.

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PG Finanças e Fiscalidade

Demonstração dos
Resultados (por naturezas) - SNC
Datas
RENDIMENTOS E GASTOS Notas
31.12..N 31.12.N-1

Vendas e serviços prestados


Subsídios à exploração
Ganhos/Perdas imputados de subsidiárias e associadas
Variação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com pessoal
Imparidades de inventários (perdas/reversões)
Imparidades de dívidas a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
Aumentos/Reduções de justo valor
Outros rendimentos e ganhos
Outros gastos e perdas
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos
Gastos/reversões de depreciação e de amortização
Imparidade de investimentos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
Juros e rendimentos similares obtidos
Juros e gastos similares suportados
Resultado antes de impostos
Imposto sobre rendimento do período
Resultado liquido do período
Resultado das atividades descontinuadas (líquido de impostos) incluído no
resultado líquido do período
Resultado líquido do período atribuível a:
Detentores de capital da empresa-mãe
Interesses minoritários

Resultado por ação básico


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83

Demonstrações financeiras

Demonstração das Alterações no Capital Próprio

As rubricas a incluir na face da demonstração das alterações no capital próprio constam do respectivo
modelo publicado em Portaria

As alterações no capital próprio de uma entidade entre duas datas de balanço reflectem o aumento ou a
redução nos seus ativos líquidos durante o período
Com a excepção das alterações resultantes de transações com detentores de capital próprio

Essa alteração no capital próprio representa a quantia total de rendimentos e gastos (incluindo ganhos
e perdas), quer esses itens de rendimentos e de gastos sejam reconhecidos nos resultados ou
directamente como alterações no capital próprio.

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Demonstrações financeiras

Anexo
Informação acerca das bases de preparação das demonstrações financeiras e das
políticas contabilísticas
Divulgar a informação exigida pelas NCRF
Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face das demais DFs
Apresentação da informação de forma ordenada, com referências cruzadas para os
itens nas DFs

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Demonstrações financeiras

Ordem das notas do anexo


1. identificação da entidade, incluindo domicílio, natureza da atividade, nome e sede da
empresa-mãe, se aplicável;

2. referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras;

3. resumo das principais políticas contabilísticas adoptadas;

4. informação de suporte de itens apresentados na face do balanço, na demonstração dos


resultados, na demonstração das alterações no capital próprio e na demonstração dos fluxos
de caixa, pela ordem em que cada demonstração e cada linha de item seja apresentada;

5. passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos;

6. divulgações exigidas por diplomas legais;

7. informações de carácter ambiental.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 86


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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

IAS 1 - Apresentação das demonstrações financeiras

Demonstração do rendimento integral


Rendimento integral: alteração no capital próprio durante um período resultante de
transações que não sejam resultantes de transações com sócios/acionistas
Inclui lucros ou prejuízos (antiga Demonstração dos resultados) e o outro rendimento integral (itens de
rendimentos e gastos que não são reconhecidos nos lucros e prejuízos – vd. slide seguinte)

Os rendimentos e ganhos devem ser apresentados [duas opções]:


Numa única demonstração de rendimento integral, ou
Em duas demonstrações:
Demonstração dos resultados separada (lucro ou prejuízo)
Demonstração de outro rendimento integral

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 87

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IAS 1 - Apresentação das demonstrações financeiras

Outro rendimento integral


Alterações no excedente de revalorização
Ganhos e perdas atuariais em planos de benefícios definidos reconhecidos
Ganhos e perdas resultantes da transposição das demonstrações financeiras de uma unidade operacional
estrangeira
Ganhos e perdas da remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda
A parte eficaz dos ganhos e perdas em instrumentos de cobertura numa cobertura de fluxo de caixa

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

IAS 1 - Apresentação das demonstrações financeiras –


Demonstração dos resultados
A IAS 1 apenas estabelece o conteúdo mínimo

Pode classificar por naturezas ou por funções na face da demonstração

Se classificar por funções, tem de apresentar nas notas informação adicional sobre a
classificação por naturezas (gastos de depreciação, gastos com pessoal…)

Não permite a classificação e apresentação de quaisquer elementos como extraordinários

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 89

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IAS 1 - Apresentação das demonstrações financeiras

Demonstração das Alterações do Capital Próprio

Rendimento integral
Quantias das transações com proprietários (contribuições dos proprietários e
distribuições aos proprietários)

Para cada componente do capital próprio deve apresentar-se uma reconciliação entre
a quantia no início e no fim

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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04. Os Ativos e Passivos


não financeiros

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4.1 Inventários

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Inventários

It almost makes me forget how much Accounting is


ruining my LIFO.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

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Inventários
IAS 2 Inventories
Norma correspondente no SNC: NCRF 18 Inventários
Definição
Ativos, detidos para venda no curso normal do negócio; no processo de produção para essa
venda; ou na forma de materiais a serem consumidos no processo produtivo

Mensuração
Inicial: Inclui os custos de aquisição, custos de conversão, e outros custos incorridos para
colocar as existências no seu estado atual
Subsequente: Ao mais baixo entre o custo e o valor realizável líquido
Valor realizável líquido: preço de venda estimado menos os custos estimados necessários para
fazer a venda

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Inventários
IAS 2 Inventories
Norma correspondente no SNC: NCRF 18 Inventários

Distinção entre Inventários:


Comerciais – Mercadorias
Industriais – Matérias e Produtos

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

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Inventários
Distinção entre Inventários:

Comerciais – Mercadorias

As regras de mensuração são simples pois compramos e vendemos o


mesmo bem: Mercadoria
CMV= Si+CMP-Sf

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

Inventários
Distinção entre Inventários:

Industriais – Matérias e Produtos

O problema surge nos inventários industriais onde o que compramos


(matérias) não é o que vendemos (produtos)

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

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Industriais - Mensuração inicial – Custos


de conversão
Custos de conversão de inventários incluem:
custos diretamente relacionados com as unidades de produção, tais como mão-de-obra direta.

uma imputação sistemática de gastos gerais de produção fixos e variáveis que


sejam incorridos ao converter matérias em bens acabados

Os gastos gerais de produção fixos são os custos indiretos de produção que permanecem
relativamente constantes independentemente do volume de produção
a depreciação e manutenção de edifícios e de equipamento de fábricas e os custos de gestão e
administração da fábrica

Os gastos gerais de produção variáveis são os custos indiretos de produção que variam
diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção
materiais indiretos e mão-de-obra indireta

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade


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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Industriais - Mensuração inicial


Custo dos produtos
Nível de custeio: custeio industrial
Os custos de distribuição, de administração geral e os financeiros não são incorporáveis no
custo de produção, não devendo assim integrar o custo dos produtos, sendo portanto
considerados diretamente custos do período.
mas, a IAS 2 especifica que em certos casos é possível incluir no custo dos produtos,
custos não industriais, p.e. custos de conceção de produtos específicos para clientes
específicos

Técnica de custeio: a IAS 2 exige a utilização do sistema de custeio racional

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

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Técnicas de custeio
Custeio total («full costing ou absorption costing»)
são imputados aos produtos fabricados todos os custos da área da produção, variáveis e
fixos.

Custeio variável («direct costing»)


são imputados aos produtos apenas os custos variáveis, sendo os custos fixos
considerados custos do período e transferidos para resultados.

Método de imputação racional


• são de imputar ao custo dos produtos os custos variáveis da produção e um volume maior
ou menor de custos fixos, de acordo com a capacidade produtiva utilizada relativamente à
produção normal, calculado pela relação Produção efetiva/Produção normal

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade


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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

Exemplo de aplicação

Repartição funcional dos custos da empresa Indústria & Indústria

Função
Natureza Total
Industrial Comercial Administrativa Financeira
Fornecimento e Serviços Externos 300 500 100 10 910
Custos com o Pessoal 400 1.000 200 100 1.700
Amortizações do Exercício 1.500 500 300 10 2.310
Total 2.200 2.000 600 120 4.920

Outros dados
Consumo de Máterias-Primas (euros) 6.000
Nº de unidades do produto P produzidas no período 1.000

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

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Exemplo de aplicação

Cálculo do custo unitário de P


Matérias-primas (1) 6.000
Custos de conversão (2) 2.200
Custo suportado (3) = (1) + (2) 8.200
Nº unidades produzidas (4) 1.000
Custo unitário de P produzido no período (5) = (3)/(4) 8,2

Nos cálculos anteriores, não foi tido em conta a separação entre


custos fixos e variáveis

A técnica de custeio adotada pela empresa é que determina qual o


tratamento a dar aos custos fixos no cálculo do custo de produção

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51
102
Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

Exemplo de aplicação

Outros dados
Nº de unidades do produto P produzidas no período 1.000 Se a empresa
Capacidade de produção normal (unidades) 1.200 adotar o
Custos Industriais Variáveis Custeio Direto,
Matéria-Prima 6.000
os custos fixos
Mão-de-Obra directa 250
FSE 150 não são
utilizados para
valorizar os
Cálculo do custo unitário de P (Custeio Directo)
Custos Variáveis produtos
Matéria-Prima 6.000 acabados, vão
Custos de Conversão variáveis diretamente a
Mão-de-obra directa 250 resultados
Encargos gerais de fabrico variáveis 150
Custos Variáveis 6.400
Nº unidades produzidas 1.000
Custo unitário de P produzido no período 6,4

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103

Exemplo de aplicação

Cálculo do custo unitário de P (Custeio Racional)


Custos Variáveis
Matéria-Prima 6.000
Custos de conversão variáveis
Mão-de-obra directa 250
Encargos gerais de fabrico variáveis 150
Custos de conversão fixos [83,(3)%] 1.500
Custos a imputar à produção 7.900
Nº unidades produzidas 1.000
Custo unitário de P produzido no período 7,9

Se a empresa adotar o Custeio


Racional, os custos fixos que não são
imputados à produção, vão
diretamente a resultados

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52
104
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Comerciais e Industriais –
Mensuração subsequente
Inventários detidos para venda (mercadorias e produtos): Valorização ao menor entre o custo e o
valor realizável líquido

Inventários detidos para integração na produção (matérias-primas): Valorização ao menor entre o


custo e o valor realizável líquido, mas apenas se existir a expetativa de que o produto final em que
as mesmas serão integradas irá ser vendido por uma quantia inferior ao seu custo

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105

Entradas e Valorimetria das saídas


Se a empresa tem muitas entradas de inventários, estas serão a diferentes
custos logo surge mais um problema: qual é o custo das “saídas”/vendas?

Critério de valorimetria das saídas


A IAS 2 permite a utilização dos seguintes critérios valorimétricos de saída
custo específico (critério de referência)
custo médio ponderado
FIFO

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53
106
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Exemplos

Inventários

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107

Caso – COPAM, SA
Relatório & Contas
Inventários
Ano 2018
Considerações
Reconhecimento:
Inicial:
Subsequente:
Valorimetria:
Inicial:
Subsequente:
Divulgações

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108
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4.2 Ativos fixos tangíveis

109

Ativos fixos tangíveis


IAS 16 Property, Plant and Equipment
Norma correspondente no SNC: NCRF 7 Ativos fixos tangíveis

Definição: Elementos tangíveis que


São detidos para utilização na produção ou fornecimento de produtos ou serviços, para
arrendar a terceiros ou para fins administrativos; e
Espera-se que sejam utilizados durante mais do que um período contabilístico.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 110


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110
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Ativos fixos tangíveis


Definição do custo para reconhecimento inicial
Custo de aquisição ou de produção
Aspetos específicos de mensuração inicial:
Incluir a estimativa inicial das despesas de desmontagem e remoção do
ativo fixo tangível e recuperação do local onde o mesmo está localizado;

Caso particular da aquisição a crédito;

Despesas adicionais a incluir e a excluir do custo dos ativos fixos tangíveis

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 111

111

Ativos fixos tangíveis


Despesas adicionais a incluir no custo de ativos fixos tangíveis

Preparação das infra-estruturas;


Recepção e manipulação;
Instalação de equipamentos;
Honorários a profissionais;
Benefícios de empregados resultantes directamente da aquisição ou construção do ativo; e
Despesas suportadas para testar se o activo está a funcionar adequadamente

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 112


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Ativos fixos tangíveis


Despesas adicionais a excluir do custo de ativos fixos tangíveis
Administração e outros gastos gerais;
Abertura de novas fábricas;
Introdução de um novo produto ou serviço no mercado;
Desenvolvimento de um negócio numa nova localização ou com uma nova classe de
clientes;
Despesas suportadas enquanto o bem capaz de operar nos termos pretendidos pela gestão
ainda não está a ser utilizado ou está a operar abaixo da sua capacidade;
Perdas operacionais iniciais, como as que ocorrem enquanto a procura dos produtos ainda
é reduzida; e
Despesas de reorganização de parte ou de todas as operações da entidade.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 113

113

Despesas de reparação e de
conservação
Capitalização de despesas de reparação e de conservação do ativo fixo tangível

IAS 16/NCRF 7: Condições de reconhecimento no balanço de ativos fixos tangíveis.


probabilidade de que futuros benefícios económicos associados ao item fluirão para a entidade; e

possibilidade de mensuração do custo com fiabilidade.

Será por referência a estas duas condições que deve ser avaliada a inclusão de custos subsequentes no
custo inicial do ativo imobilizado, concretamente, os custos incorridos posteriormente para adicionar a,
substituir parte de, ou dar assistência ao mesmo.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 114


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Despesas de reparação e de conservação

Custos da assistência diária ao item


Reconhecer em resultados. Não podem ser levadas ao ativo.

Substituição de peças em intervalos regulares


Reconhecer no ativo fixo tangível o custo da peça de substituição
A quantia escriturada das peças que são substituídas é retirada do custo do ativo.

Inspecções regulares, independentemente de as peças desse item serem ou não substituídas


o custo da inspecção é reconhecido no item do ativo fixo tangível como substituição, se os critérios de
reconhecimento forem satisfeitos
Qualquer quantia escriturada remanescente do custo da inspecção anterior (distinta das peças físicas) é deduzido
ao custo do ativo.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 115

115

Ativos fixos tangíveis


Mensuração subsequente
Modelo do custo
custo inicial menos depreciações acumuladas menos perdas de imparidade
Modelo de Revalorização
Apenas se for possível determinar de modo fiável o justo valor dos ativos fixos tangíveis
Aplicação consistente por classe de tangíveis (p.e. Terrenos, Edíficios, Equipamento básico,
Equipamento administrativo, Equipamento transporte,...)

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 116


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Ativos fixos tangíveis

Modelo de Revalorização
O ganho resultante da revalorização é reconhecido:
Diretamente nos capitais próprios sob a designação de excedente de revalorização,
como regra geral; e
Como ganho do período, na Demonstração dos Resultados, quando for a reversão de uma
diminuição do valor do mesmo ativo previamente reconhecida como perda do período;
A perda resultante da revalorização é reconhecida:
Como perda do período, na Demonstração dos Resultados, como regra geral; e
Como uma diminuição do excedente de revalorização, quando for a reversão de um excedente do
mesmo ativo previamente reconhecido (a legislação portuguesa não exige que seja o mesmo
ativo);

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 117

117

Modelo de revalorização

Frequência das revalorizações: regularidade suficiente para assegurar que a quantia escriturada não seja
materialmente diferente daquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data do balanço
Se os itens do ativo fixo tangível não sofrem alterações significativas e voláteis no justo valor pode ser necessário
revalorizar o item apenas a cada três ou cinco anos

Determinação do justo valor


Terrenos e edifícios: com base no mercado por avaliação que é normalmente realizada por avaliadores
profissionalmente qualificados.

Instalações e equipamentos: valor de mercado determinado por avaliação

Se não houver provas com base no mercado (devido à natureza especializada) e se o item for
raramente vendido, excepto como parte de um negócio em continuação:

Não é possível utilizar o modelo de revalorização

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 118


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PG Finanças e Fiscalidade

Depreciação

A vida útil de um ativo é definida em termos da utilidade esperada do ativo para a entidade

O valor residual e a vida útil de um ativo devem ser revistos pelo menos no final de cada ano financeiro

O método de depreciação usado deve refletir o modelo por que se espera que os futuros benefícios económicos do
ativo sejam consumidos pela entidade

Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para imputar a quantia depreciável de um ativo
numa base sistemática durante a sua vida útil.

Estes métodos incluem o método da linha reta, o método do saldo decrescente e o método das
unidades de produção

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 119

119

Ativos fixos tangíveis na NCRF-PE

Modelo do custo é o modelo de referência

Nos casos em que exista diferença significativa entre a quantia do modelo do


custo e o justo valor dos ativos poderá utilizar em alternativa o modelo de
revalorização (seguindo o previsto na NCRF 7)

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 120


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PG Finanças e Fiscalidade

Ativos fixos tangíveis na NC-ME

Modelo do custo é o modelo de referência


Inicialmente mensurado pelo seu custo e subsequentemente pelo seu custo
deduzido de qualquer depreciação acumuladas

Ausência de imparidades inerentes AFT

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 121

121

Case Studies

Ativos Fixos tangíveis

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 122


61
122
Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Caso – Copam, SA

Relatório & Contas


Ativos fixos tangíveis
Ano 2018
Considerações
Reconhecimento:
Incial:
Subsequente:
Valorimetria:
Inicial:
Subsequente:
Divulgações

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

123

4.3 Ativos intangíveis

62
124
Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Ativos intangíveis

Intangible assets.. things you can't point at, separate, or "touch"...

Would you consider MC Hammer an intangible asset?


https://www.youtube.com/watch?v=otCpCn0l4Wo

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125

Ativos intangíveis
IAS 38 Intangible Assets
Norma correspondente no SNC: NCRF 6 Ativos intangíveis

Identifica com clareza a definição de ativos intangíveis

Um ativo intangível é:
um ativo
não monetário
identificável
sem substância física

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63
126
Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

Características de um ativo intangível

Despesas ou incursão em passivos, em virtude da aquisição,


desenvolvimento, manutenção ou melhoria de recursos intangíveis

Exemplos: software de computadores, patentes, copyrights, listas de clientes, direitos


de autor, licenças, quotas de importação, franchises, direitos de comercialização,
direitos desportivos (“passes” de jogadores) e marcas

Contudo, nem todos satisfazem a definição de ativo intangível

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127

Características de um ativo intangível


Aferição da satisfação da definição de ativo intangível:
IDENTIFICABILIDADE
O CONTROLO SOBRE UM RECURSO
A EXISTÊNCIA DE BENEFÍCIOS ECONÓMICOS FUTUROS

Caso um determinado item não cumpra


Despesa para o adquirir ou gerar internamente

gasto do exercício
O critério da identificabilidade é importante para distinguir um ativo intangível de goodwill
(adquirido numa concentração empresarial)

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128
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Características de um ativo intangível

Critério da identificabilidade
separável, ou seja, capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido,
transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com
um contrato, ativo ou passivo relacionado

resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, quer esses direitos sejam
transferíveis quer sejam separáveis da entidade, ou de outros direitos e obrigações

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

129

Caraterísticas de um ativo intangível


Controlo
poder de obter benefícios económicos futuros que fluam do recurso subjacente e poder
de restringir o acesso de outros a esses benefícios

Este controlo pode ser exercido por existirem direitos legais que permitam em tribunal
demonstrar esse controlo ou por um determinado conhecimento técnico estar
devidamente protegido por copyrights.

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65
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Exemplo Ativos intangíveis - controlo

Uma patente proporciona ao seu detentor a exclusividade de utilização do


produto ou processo identificado, sem que haja interferência de outras
entidades terceiras - há controlo

A formação de funcionários - uma vez que, por norma, não é possível


controlar os benefícios económicos de trabalhadores especializados,
porquanto podem deixar o seu emprego atual para passarem a
desempenhar funções noutra entidade - não há controlo

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

131

Características de um ativo intangível

Benefícios económicos futuros


Inclui réditos da venda de produtos ou serviços, poupança de custos ou outros benefícios
resultantes do uso do ativo pela entidade

Exemplo: o uso de propriedade intelectual num processo de produção pode conduzir à redução
dos custos de produção futuros e não aumentar os réditos futuros

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66
132
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Condições de Reconhecimento de Ativos


Intangíveis
O reconhecimento de um item como ativo intangível exige a satisfação das
seguintes condições:
A definição de ativo intangível
Identificabilidade
Controlo
Benefícios económicos futuros

Os critérios de reconhecimento
for provável que os benefícios económicos futuros esperados que sejam atribuíveis ao
ativo fluam para a entidade; e
o custo do ativo possa ser mensurado com fiabilidade

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133

Condições de Reconhecimento de Ativos


Intangíveis
Não satisfação (cumulativa) daquelas condições

os dispêndios em recursos ou a incorrência em passivos não deverão ser reconhecidos como um


ativo intangível, mas antes como um gasto do período em que ocorreram

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Condições de Reconhecimento de Ativos


Intangíveis
Cumprem critérios de reconhecimento no Balanço (como ativo)

Ativos intangíveis adquiridos individualmente – a valorizar pelo custo no


reconhecimento inicial

Ativos intangíveis adquiridos numa concentração de negócios – a valorizar pelo


justo valor no reconhecimento inicial

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135

Condições de Reconhecimento de Ativos


Intangíveis

Ativos intangíveis desenvolvidos internamente


Distinção entre as fases de investigação e de desenvolvimento

Despesas de investigação – gasto

Despesas de desenvolvimento – exige reconhecimento no ativo se se


verificarem um conjunto de condições

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68
136
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Condições de Reconhecimento de Ativos


Intangíveis
Um ativo intangível proveniente de desenvolvimento (ou da fase de
desenvolvimento de um projeto interno) deve ser reconhecido se, e somente se,
uma empresa puder demonstrar tudo o que se segue:
a) a viabilidade técnica de concluir o ativo intangível afim de que esteja disponível para uso ou venda;
b) a intenção de concluir o ativo intangível e usá-lo ou vendê-lo;
c) a sua capacidade de usar ou vender o ativo intangível;
d) a forma como o ativo intangível gerará prováveis benefícios económicos futuros;
e) a disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para concluir o desenvolvimento e
usar ou vender o ativo intangível; e
f) a sua capacidade para mensurar o dispêndio atribuível ao ativo intangível durante a sua fase de
desenvolvimento

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

137

Condições de Reconhecimento de Ativos


Intangíveis
Outros ativos intangíveis desenvolvidos internamente

“Ativos” que não devem ser reconhecidos: marcas,listas de clientes e itens


substancialmente semelhantes gerados internamente

Goodwill gerado internamente: não deve ser reconhecido (não é identificável e não
pode ser mensurado fiavelmente)

Despesas a reconhecer como gastos por não cumprirem critérios de reconhecimento:


despesas de formação, publicidade e atividades promocionais, constituição e
reorganização

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69
138
Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Mensuração de ativos intangíveis

Mensuração inicial: ao custo


Mensuração subsequente: duas alternativas

Modelo do Custo
Amortização de todos os ativos intangíveis com vida útil limitada
Realização de um teste anual de imparidade para os ativos intangíveis com vida útil indefinida

Modelo de Revalorização
Desde que o justo valor se possa determinar com base num mercado ativo
No essencial é semelhante ao previsto para os ativos fixos tangíveis

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139

Mensuração de ativos intangíveis

Amortização
Ativos com vida útil finita: amortização

Ativos com vida útil indefinida: todos os ativos intangíveis com vida útil
indefinida têm que ser amortizados num prazo máximo de 10 anos*

O método de amortização deve refletir o modelo pelo qual se espera que os


futuros benefícios económicos do ativo sejam consumidos pela entidade
Caso não seja possível definir aquele modelo deve usar-se o método da linha
reta (quotas constantes)

* Em Internacionalmente, não pode ser amortizado – teste de imparidade

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade


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140
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Exemplos

Ativos Intangíveis

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade

141

Caso – COPAM, SA
Relatório & Contas
Ativos intangíveis
Ano 2018
Considerações
Reconhecimento:
Inicial:
Subsequente:
Valorimetria:
Inicial:
Subsequente:
Divulgações

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71
142
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4.4 Propriedades de
investimento

143

Propriedades de investimento
IAS 40 Propriedades de investimento
Norma correspondente no SNC: NCRF 11 Propriedades de investimento

Definição: Propriedades (terreno ou edifício, ou parte de um edifício, ou ambos) detidas para obter
rendas, para valorização do capital ou ambas e não para uso na produção ou fornecimento de bens ou
serviços, para uso com fins administrativos ou para venda no decorrer normal do negócio
Exemplos
Terrenos detidos para valorização do capital a longo prazo e não para venda no curto prazo no decorrer
normal do negócio;
Terrenos detidos para uso futuro atualmente indeterminado;
Edifícios detidos e locados segundo locações operacionais; e
Edifícios desocupados mas detidos para locar segundo locações operacionais

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 144


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Propriedades de investimento
Uma propriedade de investimento gera fluxos de caixa altamente independentes
dos outros ativos detidos por uma entidade.

Exemplos de itens que não são propriedades de investimento


Propriedade destinada à venda no decurso ordinário da atividade comercial ou em vias de
construção ou desenvolvimento para tal venda, por exemplo, propriedade adquirida
exclusivamente com vista a alienação subsequente no futuro próximo ou para
desenvolvimento e revenda (IAS 2 Inventários)

Propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida por conta de terceiros (IAS 11
Contratos de Construção)

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 145

145

Propriedades de investimento
Mensuração de propriedades de investimento na data de reconhecimento
Pelo custo
Definição de custo
Propriedades de investimento adquiridas: quantia em dinheiro ou seu equivalente pago ou justo valor de
outra compensação entregue para adquirir o ativo na data da sua aquisição ou construção.
Aquela quantia inclui:
Preço de compra; e
Despesas diretamente atribuíveis à aquisição do bem (Honorários pagos a profissionais relativos a serviços legais,
Impostos de transferência de propriedade, Outras despesas de transação).

Custo de propriedades de investimento construídas: custo na data em que se conclui a construção,


determinado nos termos previstos na IAS 16

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 146


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Propriedades de investimento
Despesas adicionais a excluir do custo de propriedades de investimento
Despesas de arranque, com exceção das que são necessárias para colocar o
ativo na condição necessária para que seja capaz de operar nos termos
pretendidos pela gestão;
Perdas operacionais ocorridas antes do ativo alcançar o nível planeado de
ocupação; e
Quantias anormais de materiais estragados, mão de obra ou outros recursos
que tenham sido utilizados na construção ou desenvolvimento da propriedade
de investimento

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 147

147

Mensuração subsequente

Duas opções:
modelo do custo ou modelo do justo valor
Consistência na adopção

O modelo do justo valor previsto para as propriedades de investimento é


diferente do modelo do justo valor previsto para os ativos fixos tangíveis, na
IAS 16, e para os ativos intangíveis, na IAS 38

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 148


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Modelo do custo

A IAS 40 remete este assunto para a IAS 16, a qual especifica de forma mais
pormenorizada como proceder à aplicação daquele modelo

Valor contabilístico das propriedades de investimento: custo deduzido das


depreciações acumuladas e das perdas de imparidade acumuladas

Depreciações de propriedades de investimento: Aplicar o disposto na IAS 16

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 149

149

Modelo do justo valor

IAS 40: procedimento equivalente ao da IAS 39 para os ativos financeiros


classificados como ativos ao justo valor através de resultados

Revalorização para o justo valor no final do período contabilístico, sem depreciação, e


o reconhecimento da diferença na Demonstração dos Resultados, como ganho ou
perda do período

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Divulgações
Métodos e pressupostos significativos aplicados na determinação do justo valor de propriedades de
investimento

Indicação se o justo valor da propriedade de investimento é baseado numa valorização por um avaliador
independente

Quando a classificação seja difícil, os critérios desenvolvidos pela empresa para distinguir propriedades de
investimento de propriedades ocupadas pelo dono e de propriedade detidas para venda no curso
ordinário dos negócios

Quantias incluídas na demonstração dos resultados relativas a: rendimentos de rendas; gastos operacionais
diretos que geraram rendimentos de rendas; gastos operacionais diretos que não geraram rendimentos
de rendas

Existência e montante das restrições à realização de propriedades de investimento ou a remessa de


rendimentos e proventos de alienação
Obrigações contratuais para comprar, construir ou desenvolver propriedades de investimento ou para
reparações, manutenção ou aumentos

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 151

151

Case studies

Propriedade de investimentos

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 152


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4.5 Imparidade de ativos

153

Imparidade de ativos
IAS 36 Impairment of Assets
NCRF 12 Imparidade de ativos

Objetivo
assegurar que os ativos sejam escriturados por não mais do que a sua quantia
recuperável

Ativos sujeitos a imparidade


Ativos cujo valor contabilístico é superior ao valor recuperável

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 154


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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Imparidade de ativos

Identificação de um Ativo que possa estar com imparidade


Teste de imparidade

Quantia Escriturada > Quantia Recuperável ?


sendo,

Quantia recuperável
Max (Justo valor menos custos de vender; valor de uso)

Quantia escriturada
deduzidos de qualquer depreciação acumulada
custo histórico ou e de perdas de imparidade inerentes
valor reavaliado

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 155

155

Imparidade de ativos
Definições relevantes
Quantia recuperável - é o valor mais elevado entre o justo valor menos os custos de vender e
o seu valor de uso

Valor de uso –é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados que se espera que
surjam do uso continuado de um ativo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

Justo valor menos os custos de vender – é a quantia que se pode obter da venda de um
ativo numa transação entre partes conhecedoras, dispostas a isso, e que não estejam
relacionadas, menos os custos da alienação.

Perda de imparidade – é a quantia pela qual a quantia escriturada de um ativo excede a sua
quantia recuperável.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 156


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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Imparidade de ativos
Existem indícios de que um ativo possa estar com imparidade?
Sim? Estimar a quantia recuperável.

Quantia escriturada > quantia recuperável?


Sim? Reconhecer perda por imparidade-> na Demonstração de resultados (gasto) ou como
redução do excedente de revalorização (Cap. Próprio),no caso de ativos previamente
revalorizados

Não? Verificar se, porventura, se justifica alteração da vida útil, método de amortização ou valor
residual.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 157

157

Imparidade de ativos
O teste de imparidade deve ser realizado sempre que exista um indicador interno ou externo de
que o ativo possa estar em imparidade

E, mesmo que não haja indicação de imparidade:


Internacionalmente, para ativos intangíveis com vida útil indefinida deve ser
calculado anualmente o montante recuperável

Internacionalmente, para o goodwill adquirido numa concentração de empresas de


ser efetuado o teste de imparidade anualmente

Relação com a contabilização das concentrações empresariais (IFRS 3 Business


Combinations)

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 158


79
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PG Finanças e Fiscalidade

Imparidade de ativos

Indicadores internos
Existe evidência da obsolescência ou dano físico do ativo;

Está disponível evidência, com base no sistema de informação interno, de que o


desempenho económico do ativo é, ou poderá vir a ser, pior do que o inicialmente
esperado; ou

Ocorreram durante o período, ou espera-se que irão ocorrer no futuro próximo,


alterações significativas com impato negativo na entidade na forma como o ativo é
utilizado ou se espera que venha a ser utilizado.

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Imparidade de ativos
Indicadores externos
O valor de mercado do ativo diminuiu significativamente durante o período, mais do que seria de
esperar como resultado dos fatores tempo ou utilização;

Ocorreram durante o período ou irão ocorrer no futuro próximo alterações significativas com efeitos
adversos na entidade na envolvente tecnológica, de mercado, económica ou legal na qual a
entidade opera ou no mercado a que o ativo está afeto;

As taxas de juro de mercado ou outras taxas de retorno do investimento aumentaram durante o


período e esses aumentos irão provavelmente afetar a taxa de desconto utilizada na determinação
do valor de uso do ativo, diminuindo materialmente o seu valor recuperável; ou

O valor contabilístico dos capitais próprios da entidade é superior à sua capitalização bolsista.

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PG Finanças e Fiscalidade

Exemplo 1- Identificação de ativos em


imparidade
Se adquirirmos um computador para a nossa atividade profissional por 2.500€ e na
semana seguinte estiver a ser transacionado no mercado por 2.000€, não se
reconhece qualquer perda por imparidade (redução do ativo em 500€) pois o
valor de uso não se altera, já que o objetivo da compra foi o de poder dispor dele
como instrumento de trabalho durante um determinado período de tempo

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Exemplo 2- Identificação de ativos em


imparidade
A atual estrutura produtiva de uma unidade industrial conta com uma máquina de corte de barras de
ferro que corta cerca de 1.000 unidades/dia.

Fruto dos avanços tecnológicos, surgiu no mercado uma nova máquina com capacidade para cortar
20.000 unidades/dia, permitindo desta forma responder com muito mais celeridade às
encomendas crescentes dos clientes

A empresa viu-se na necessidade de adquirir a máquina nova e proceder à venda ou abandono da


máquina antiga por considerá-la desnecessária.

Assim, o valor de uso da máquina antiga é zero (0), por deixar de servir para a função que se
pretendia dela.
Qual será, no entanto, o valor de venda da máquina antiga?

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

Exemplo 2
Se a máquina tiver um valor de realização por venda, logo superior ao
valor de uso
é esse valor de realização que corresponde ao valor (quantia) recuperável e
que deve ser comparado com o valor contabilístico.
se o valor contabilístico for superior ao valor recuperável reconhece-se uma
perda por imparidade, pela diferença

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Exemplo 3 – Teste de imparidade


A empresa X tem uma linha de produção que fabrica brinquedos de madeira

A quantia escriturada dos ativos líquidos ligados a essa linha de produto era de, à
data de 31/12/20x3, 114500 €

A quantia residual desses ativos líquidos estimado para 20x6 é de 5000 €

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

Exemplo 3
Existe uma indicação que o mercado de exportação será afetado negativamente pela concorrência
dos produtores de brinquedos de plástico

Isto significa que os ativos líquidos utilizados para produzir estes brinquedos de madeira podem ter
perdido valor por imparidade
O diretor financeiro estima que o valor realizável líquido destes ativos líquidos (linha de produção)
será em 31/12/20X3 de 70000 €

O diretor terá que calcular o montante do valor em uso para determinar se é ou não superior a
70000 €
Se for superior será comparado com a quantia escriturada para ver se a perda por imparidade existe
Se for inferior ao valor realizável líquido, será o valor realizável líquido que deverá ser comparado com a
quantia escriturada

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Exemplo 3
A empresa X preparou os orçamentos para 20x4, 20x5 e 20x6
Os pressupostos de base desses orçamentos são:

Custos e receitas unitárias


Preço de venda – 10 €
Custo das compras – (4) €
Custo de produção – (0.75) €
Custo de GGF – (0.25) €
Influxo de caixa por modelo = 5 €

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Exemplo 3
Os pressupostos de base desses orçamentos são: (cont.)
Volume de Vendas Estimadas (inicial)
20x3 – 6000
20x4 – 8000
20x5 – 11000
20x6 – 14000
Volume de Vendas Estimadas (correção em 31/12/20X3)
20x4 – 8000
20x5 – 11000
20x6 – 4000

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Exemplo 3
Determinação da Taxa de desconto a utilizar
Taxa obtida exteriormente para o mesmo nível de risco – 10% (entre 20x4 e 20x6)
Fatores de desconto :
20x4 –> 1/1,10 = 0,909
20x5 –> 1/(1,10)2 = 0,826
20x6 –> 1/(1,10)3 = 0,751

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Exemplo 3
20x4 20x5 20x6

Vendas (Modelos) 8.000 11.000 4.000

Rendimento por modelo 5 5 5

Rendimento do fluxo 40.000 55.000 20.000

Valor residual estimado 5.000

Cash flows a descontar 40.000 55.000 25.000

Desconto (usando o custo dos fatores de capital) 0.909 0.826 0.751

Valor presente 36.360 45.430 18.775

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Exemplo 3

Quantia escriturada em 31/12/20x3 114.500

Valor realizável líquido 70.000

Valor em uso 100.565

Quantia escriturada revista 100.565

Ilustração da determinação da quantia escriturada revista


Valor em uso = 36.360+45.430+18.775=100.565
Valor reconhecido contabilisticamente após apuramento
da perda por imparidade

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Exemplo 4 – Registo contabilístico da


perda de imparidade

A empresa IAS tem afecta à sua atividade ativos fixos tangíveis, que em 31.12.X0 tinham as
seguintes características:
Valor bruto 23.000.000
Depreciações 12.000.000
Excedente de revalorização 1.000.000

Preço de venda líquido = 9.000.000

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Exemplo 4

Informação relativa ao fluxos de caixa:

X1 X2 X3 X4 X5
Receitas operacionais 6.500.000 7.500.000 7.500.000 8.000.000 8.500.000

Despesas operacionais 4.000.000 5.000.000 5.500.000 6.000.000 6.000.000

Despesas de
500.000 500.000
investimento
Receita de alienação 2.000.000

Fator de desconto
0,9009 0,8116 0,7312 0,6587 0,5935
(11%)

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PG Finanças e Fiscalidade

Exemplo 4
Valor recuperável?
Perda de Imparidade?
Efeitos no valor bruto e depreciações acumuladas?
Quantia recuperável = Max (JV-CV, V. uso)
V. Uso:
X1 X2 X3 X4 X5

Cash-Flow 2.000.000 2.000.000 2.000.000 2.000.000 4.500.000

V. Atual Cash-Flow 1.801.802 1.623.245 1.462.383 1.317.462 2.670.531

∑ 8.875.422

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 173

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Exemplo 4
Quantia recuperável = Max (9.000.000, 8.875.422) =
9.000.000

Perda imparidade = (23.000.000 – 12.000.000) – 9.000.000 =


= 2.000.000

Ajustar o valor do ativo e das depreciações


acumuladas
V. Inicial V. Corrigido Redução

Valor bruto 23.000.000 18.818.182 4.181.818

Depreciações 12.000.000 9.818.182 2.181.818

11.000.000 9.000.000 2.000.000

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PG Finanças e Fiscalidade

Exemplo 4
Lançamento a efetuar:

Excedentes de revalorização (D) 1.000.000


Perdas por imparidade (D) 1.000.000
Depreciações Acumuladas (D) 2.181.818
Ativos fixos tangíveis (C) 4.181.818

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175

Imparidade do goodwill
Internacionalmente, o goodwill não deve ser amortizado, mas deve ser sujeito a testes
de imparidade

Uma vez que o goodwill não gera fluxos de caixa independentes de outros ativos ou
grupos de ativos, será necessário proceder à sua imputação a cada uma das
unidades geradoras de caixa, ou grupos de unidades geradoras de caixa, com os
quais o mesmo se relaciona para proceder aos testes de imparidade

Unidade geradora de caixa: menor grupo identificável de ativos que geram fluxos de
caixa como resultado do seu uso continuado que são largamente independentes dos
fluxos de caixa de outros ativos ou grupos de ativos

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PG Finanças e Fiscalidade

Imparidade de ativos
Teste de imparidade ao goodwill

Valor contabilístico da unidade (incluindo o goodwill) < Valor recuperável da unidade =>
não há imparidade

Valor contabilístico da unidade (incluindo o goodwill) > Valor recuperável da unidade =>
reconhecimento de perda de imparidade

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 177

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Imparidade de ativos
A perda de imparidade deve ser alocada à redução do valor contabilístico dos ativos da unidade
na seguinte ordem:
Primeiro, reduzir o valor contabilístico do goodwill imputado à unidade geradora de caixa; e
Segundo, reduzir o valor contabilístico dos restantes ativos da unidade geradora de caixa, se a perda
de imparidade exceder o valor contabilístico do goodwill

Um perda de imparidade do goodwill nunca poderá ser revertida


A IAS 38 Ativos intangíveis proíbe o reconhecimento de goodwill gerado internamente. Um aumento
do montante recuperável do goodwill após o reconhecimento de perdas de imparidade é um
goodwill gerado internamente e não uma reversão de uma perda de imparidade reconhecida de
aquisição de goodwill.

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
PG Finanças e Fiscalidade

Imparidade de ativos – Pequena Entidade


Para determinar se um item do ativo fixo tangível ou do ativo intangível está ou não
com imparidade, uma entidade deve aplicar a NCRF 12 — Imparidade de Ativos.

Como rever a quantia escriturada dos ativos?

Como determinar a quantia recuperável de um ativo?

Quando reconhecer ou reverter o reconhecimento de uma perda por imparidade?

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Case Studies

Imparidade de Ativos

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PG Finanças e Fiscalidade

Caso – COPAM, SA
Relatório & Contas consolidado
Imparidade do Goodwill
Ano 2018
Considerações
Reconhecimento:
Inicial:
Subsequente:
Valorimetria:
Inicial:
Subsequente:
Divulgações

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4.6 Provisões e Passivos


Contingentes

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PG Finanças e Fiscalidade

Provisões
IAS 37 Provisions, Contingent Liabilities and Contingent Assets
Norma correspondente no novo SNC: NCRF 21 Provisões, Passivos Contingentes
e Ativos Contingentes

Provisões: passivos (obrigações presentes) cujo valor ou data de liquidação é incerta


(apenas comparável com o conceito das nossas “antigas” Provisões para riscos e
encargos)
Critério de reconhecimento das provisões:
A entidade tem uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado de
um evento passado;
É provável que venha a ser exigida uma saída de recursos que incorporam benefícios económicos
para satisfazer a obrigação; e
É possível estimar o seu valor de modo fiável

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 183

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Provisões
Obrigação Presente
Em raros casos (v.g. processo judicial) não é claro se há uma obrigação presente
presume-se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação presente se, tendo
em conta toda a evidência disponível, é mais provável do que não que uma
obrigação presente existe à data do balanço
Se a obrigação for menos provável do que mais provável: passivo contingente

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PG Finanças e Fiscalidade

Provisões
Obrigação legal (Exemplo adaptado da IAS 37)
Um fabricante de electrodomésticos dá garantias (de reparação ou substituição) no momento da
venda para defeitos de fabricação dentro do prazo de 2 anos a contar da data da venda. Pela
experiência passada, é provável (ou seja, é mais provável do que não) que existirão
reclamações com base nas garantias, que se estimam em 50.000€
Acontecimento que cria obrigações: venda dos electrodomésticos com uma garantia, que dá
origem a uma obrigação de carácter legal
Existe probabilidade de exfluxos (saídas) de recursos incorporando benefícios económicos
na liquidação
Deve ser reconhecida uma Provisão pela melhor estimativa dos custos de corrigir os defeitos que surgirem
nos electrodomésticos vendidos, dentro dos 2 anos de garantia, ou seja, 50.000€.

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 185

185

Provisões
Obrigação construtiva (Exemplo adaptado da IAS 37)
Um Hipermercado tem por política devolver o valor das compras pago pelos seus clientes, sempre que
estes se mostrem insatisfeitos. Trata-se de uma política e não de uma obrigação imposta por qualquer
diploma legal, que é do conhecimento de todos os clientes, já que existem diversos placards, bem
visíveis, por todo o estabelecimento. Face à experiência passada estima-se que o valor dos reembolsos
ronde os 20.000€
Acontecimento que cria obrigações: venda dos produtos aos clientes, que dá origem a uma obrigação
construtiva, já que a política adoptada pelo Hipermercado criou uma expectativa válida aos seus
clientes de que o valor das compras ser-lhes-á devolvido.
Existe probabilidade de exfluxos (saídas) de recursos incorporando benefícios económicos na
liquidação (os reembolsos)
Deve ser reconhecida uma provisão pela melhor estimativa dos custos de reembolsos aos clientes, ou
seja, 20.000€

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PG Finanças e Fiscalidade

Provisões para reestruturações


Devem ser reconhecidas provisões para reestruturação de empresas (que envolvam fecho de
instalações e despedimento de pessoal)

Condições prévias

A entidade tem um plano formal detalhado identificando pelo menos:


O negócio ou parte de um negócio em questão;
As principais localizações afetadas;
A localização, função e número aproximado de empregados que serão retribuídos pela cessação dos seus
serviços;
As despesas a suportar; e
Quando será implementado o plano de reestruturação; e
A entidade criou uma expectativa válida nas partes que serão afetadas pela reestruturação de que esta se
realizará, ao começar a implementar aquele plano ou a anunciar as suas principais características às partes
afetadas.

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Passivos contingentes

Obrigações possíveis cuja existência só será confirmada pela ocorrência de


um ou mais acontecimentos futuros incertos

ou

Obrigações presentes mas que não são reconhecidas como provisões porque:
Não é provável que venha a ser exigida uma saída de recursos que incorporam benefícios
económicos para satisfazer a obrigação; ou
O valor da obrigação não se consegue determinar com suficiente fiabilidade

Não devem ser reconhecidos no Balanço

Devem ser divulgados nas Notas

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Contabilidade Financeira - 27ª edição -
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Ativos contingentes
Ativos possíveis resultantes de eventos passados cuja existência só será
confirmada pela ocorrência ou falta de ocorrência de um ou mais acontecimentos
futuros incertos que não são totalmente controlados pela entidade
Não devem ser reconhecidos no Balanço
Devem ser divulgados nas Notas
Exemplo: reivindicação que a empresa esteja a intentar, por via legal, com
desfecho ainda incerto

Contabilidade Financeira – 26ª edição PG Finanças e Fiscalidade | 189

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Provisões, Ativos e Passivos Contingentes na


NC-ME

Inexistência de tratamento para Ativos e Passivos Contingentes

Tratamento previsto para as Provisões é uma simplificação do tratamento


existente na NCRF e NCRF-PE

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Case Studies

Provisões e contingências

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Caso – Copam, SA
Relatório & Contas consolidado
Provisões
Ano 2018
Considerações
Reconhecimento:
Inicial:
Subsequente:
Valorimetria:
Inicial:
Subsequente:
Divulgações

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PG Finanças e Fiscalidade

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