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AUDITORIA

Para Edward Stamp e Maurice Moonitz ``uma auditoria é um exame

independente, objectivo e competente de um conjunto de

demonstrações financeiras de uma entidade, juntamente com toda

prova de suporte necessário, sendo conduzida com intenção de

exprimir uma opinião informada e fidedigna, através de um

relatório escrito, sobre se as demonstrações financeiras

apresentam apropriadamente a posição financeira e o progresso

da entidade, de acordo com as normas da contabilidade

geralmente aceite.
O objectivo da opinião do perito independente, a qual deve ser
expressa em termos positivos ou negativos, é emprestar
credibilidade as demonstrações financeiras (cuja
responsabilidade pela elaboração depende do órgão de gestão)
´´.
A auditoria é um processo sistemático de obter e avaliar
objectivamente evidência no que toca as asserções sobre as
acções e acontecimentos económicos de forma a comprovar o
grau de correspondência entre aquelas asserções e os critérios
estabelecidos e comunicar os resultados aos utilizadores
interessados. A Statement of Basic Auditing Concepts (1973)
Diferença de Auditoria Financeira e Auditoria Fiscal
Aspectos Auditoria Auditoria
comparativos Financeira Fiscal
Observação das exigências
Imagem verdadeira e
fiscais em matéria tributaria
Objectivo principal apropriada das contas.
como salvaguarda dos
superiores interesses do
Estado.

Cumprimento das
Detecção de erros e fraudes obrigações fiscais e
Objectivos secundários
gestão/planeamento fiscal
contabilísticos.
(quando executada pela
empresa).

Principais conhecimentos
Contabilidade e Auditoria Fiscalidade e Direito Fiscal.
exigidos ao auditor
AUDITORIA FISCAL
A extensão da auditoria ao domínio fiscal decorre da importância
cada vez maior da fiscalidade na gestão financeira das empresas e
ainda por razoes históricas.

A contabilidade evoluiu apoiada e até estimulada pelas normas fiscais,


devido sobretudo aos condicionalismos políticos e económicos que
ocorreram durante este século e a necessidade do Estado em
aumentar as suas receitas, sobretudo na sua segunda metade, para
fazer face as despesas públicas que não paravam de crescer
decorrentes do pós-guerra e do surgimento da guerra colonial.
• Surgiu assim a primeira reforma fiscal em moldes
modernos e designadamente o Código de
Contribuição Industrial que define as normas a que
deviam obedecer os registos contabilísticos.
Também contribuíram para essa situação o facto da
economia portuguesa estar sujeita a fortes
condicionalismos e pouco abertas ao exterior. Com
a evolução dos acontecimentos que culminaram
numa maior abertura da economia ao exterior
apareceram transformações sectoriais que se
esperavam e que no domínio da contabilidade
culminaram na Normalização Contabilística através
da publicação do Plano Oficial em 1977.
Com a publicação da 2ª versão do Plano Oficial de Contabilidade em

1987, e a entrada em vigor em 1989 do Código de Imposto sobre o

Rendimento das Pessoas Colectivas alterou-se definitivamente o

sentido da influência dos aspectos fiscais sobre os aspectos

contabilísticos apesar de continuar a verificar ainda uma influência

excessiva dos aspectos fiscais que se torna necessário alterar.

Por todas estas razões a auditoria fiscal ganhou o seu estatuto

próprio de autonomia, de tal modo que a sua evolução pode

considerar-se irreversível e será cada vez mais um ramo de auditoria a

ter em conta no controlo e gestão da actividade empresarial.


PRESSUPOSTOS DA AUDİTORİA FİSCAL

• A auditoria fiscal tem por objectivo fazer um exame da situação fiscal da


empresa tendo em vista o controlo da sua regularidade fiscal. Para tanto
torna-se necessário em cada uma das áreas (disponibilidade, compra
de bens e serviços e dividas a pagar, empréstimos, existências e
custos das existências vendidas e consumidas, imobilizações
financeiras, corpóreas e incorpóreas, acréscimos e diferimentos,
venda de bens e serviços e dividas a receber, provisões para riscos e
encargos, contingências e obrigações contratuais, capital, reservas e
resultados e custos e proveitos) referidas averiguar os aspectos
específicos da fiscalidade que se prendem designadamente:
• Com os princípios definidos pelas normas e
doutrinas fiscais;
• A valorimetria;
• As normas de incidência;

• Liquidação e cobranças;

• As regras de retenção na fonte e de pagamento


de imposto; e
• As obrigações contabilísticas e declarativas.
• De resto, se perseguirmos com rigor o
objectivo da auditoria fiscal, verificaremos
que embora esta exerça o seu trabalho
sobre alguns pressupostos da auditoria
financeira designadamente os registos, os
controlos e os procedimentos
contabilísticos, verificamos que para
atingir os seus verdadeiros objectivos tem
de ter em atenção o enquadramento das
normas fiscais em todos os aspectos
acima referidos.
Por outro lado os aspectos fiscais tendo em conta
as suas características são muitas vezes
encarados com maior rigor em virtude das
consequências penalizadoras que tais infracções
acarretam ao contrário do que acontece com as
infracções de natureza contabilística e financeira.
Para além dos aspectos já referidos a auditoria
fiscal tem ainda de ter em conta alguns aspectos
inerentes a auditoria financeira, designadamente:
• A elaboração dos programas de trabalho,
• O suporte documental de trabalho,
• A frequência do trabalho, e
• O relatório final.

A elaboração do programa de trabalho deve ter


em conta a especificidade fiscal de cada uma das
áreas financeiras, uma vez que cada uma delas
apresenta características próprias que terão de ser
analisadas tendo em conta essas características.
O suporte documental deve ser uma constante do trabalho
de auditoria fiscal uma vez que os documentos devem
obedecer a determinados requisitos fiscais, sob pena de não
cumprirem a sua missão fiscal, na medida em que a lei fiscal
impe regras precisas na sua elaboração como por exemplo
as do nº 5 do art. ° 35º do CİVA, sobre as facturas.
A profundidade do trabalho está necessariamente
associada ao grau de risco e materialidade das situações,
uma vez que o respeito pelo cumprimento dos aspectos
conceptuais do imposto e o valor dos montantes envolvidos
são determinantes na amostragem a verificar.
• Por sua vez, é importante que o trabalho seja efectuado de forma

sistemática, tendo em vista atingir os objectivos do planeamento

fiscal e consequentemente a eficiência e a eficácia fiscais da

empresa. Sobre o relatório da auditoria fiscal, a sua importância, a

forma de divulgação e o impacto que poderá provocar na entidade

auditada, assim como aceitabilidade do mesmo são matérias que

pela sua importância deverão ser abordadas no ponto específico.


• Conforme se verifica e embora a auditoria fiscal vise
essencialmente uma análise da situação fiscal, tendo em vista a
gestão e o planeamento fiscal, o desenvolvimento da auditoria fiscal
assim como a elaboração do relatório tem de ter em conta o
conhecimento da realidade do imposto em todas as suas
dimensões designadamente:
• O direito fiscal,
• A ciência, e
• A fiscalidade.
O termo direito fiscal utiliza-se para significar o ramo de direito que se
ocupa das normas jurídicas relativas ao imposto, designadamente no
âmbito da sua estrutura e da relação jurídica que se estabelece entre
o Estado e o dever dos cidadãos.
O termo ciência fiscal tem uma visão abstracta dos aspectos
concretos da teoria e técnicas fiscais que não tem tido entre nós
grande evolução, das vicissitudes porque tem passado a nossa
administração fiscal com decisões por vezes desprovidas de um
raciocínio lógico quando não contraditório, e com interpretações
feitas não raras vezes ao sabor das circunstâncias e de acordo com
os interesses em presença.
• A fiscalidade apresenta um conceito mais
amplo que visa aspectos práticos do imposto
nas relações com os contribuintes em todas as
suas fases ainda no cumprimento das
obrigações declarativas relacionadas com uma
área muito importante da vida das empresas a
contabilidade.
Planeamento de auditoria
Segundo a ISA 300 (planeamento de uma auditoria de DF`s ) –

planear uma auditoria envolve estabelecer estratégia global

para a auditoria e criar um plano que minimize o risco de

auditoria a nível baixo aceitável.

Permite que seja dado real atenção a áreas importante da

auditoria, são identificadas e solucionadas tempestivamente,

garante que a auditoria esteja organizada e seja feita de

forma eficaz e eficiente.


Dois aspectos são destacados:
• Natureza, extensão e tempestividade das
actividades e dos procedimentos das auditorias
a realizar;
• Direcção, supervisão e revisão do trabalho de
auditoria.
• Em termos de tempestividade geralmente é
dividido os procedimentos de auditoria em duas
fases: Os que se realizam na fase preliminar e os
que se realizam na fase final. Fase preliminar e
aquele em que ainda não estão disponíveis os
balancetes referentes a data de referência das
DF`s a serem auditadas e fase final quando já
estão disponíveis os balancetes.
Conhecimento da entidade e do seu meio envolvente

De acordo com a ISA 315 o auditor deve conhecer a entidade e o seu

meio envolvente, o seu controlo interno para identificar e determinar o

risco de distorção matérias das DF`s através de fraudes ou erros para

poder utilizar procedimentos de auditoria adicionais.

O conhecimento e compreensão do negócio permite que os auditores

determinem o risco e identifiquem problemas, planeiem e realizem

auditorias de forma eficaz e eficiente tendo em conta a natureza,

tempestividade e extensão dos procedimentos de auditoria, como

também permite que se avaliem as provas de auditoria de modo a

proporcionar um melhor serviço ao cliente.


Sistema de informação

• O ISA 315 refere que o sistema de informação inclui o


sistema contabilístico, que permite o auditor verificar
todos os procedimentos e registos estabelecidos, quer
seja em sistema manual ou por via de tecnologias de
informação para se iniciarem registarem processarem
e relatarem as transacções da entidade e para
manterem a responsabilidade sobre os activos,
passivos e capital próprio relacionados.
Sistema de controlo interno
• O controlo interno e um processo concebido e posto em
vigor pelos responsáveis pela gestão, governação e outro
pessoal para proporcionar segurança razoável que permita
atingirem os objectivos da entidade relativamente a
credibilidade das DF`s, eficácia e eficiência das
operações e cumprimento das leis e regulamentos
aplicáveis. Visa atingir riscos de negócios identificados
que ameaçam a realização de tais objectivos
Procedimentos analíticos iniciais
De acordo com a ISA 520 (procedimentos analíticos) – significa avaliação de informação financeira através

de estudos entre dados financeiros não financeiros, ou ainda investigações de flutuações identificais e de

revelações que sejam inconscientes com outra informação relevante ou que se afastem de quantias que

tinham sido previstas. Tais procedimentos podem ser feitos tanto no início, durante e no final da auditoria.

Os procedimentos analíticos incluem a comparação da informação financeira da entidade com:

• Informação comparável de período anteriores ( real ano n versus real ano n-1 ).
• Os resultados previstos pela entidade (orçamentos ou previsões e estimativas de amortizações) { n versus n-
1 }. A comparação de rácios como (prazo médio de recebimento e de pagamento, rotação das existências,
etc.) com a média do sector ou com outras entidades de dimensão comparável no mesmo sector de
actividade.
• Percentagem da margem bruta
• Entre informação financeira e informação não financeira relevante como a
relação entre o total da folha de ordenado com o número de trabalhadores.
Materialidade e risco
A materialidade depende da dimensão da omissão ou erro julgado nas
circunstâncias particulares da sua omissão ou distorção.
O auditor deve estabelecer o valor da materialidade.
A materialidade pode ser entendida em termos quantitativos (quando
associado a distorção ao balanço e as DR) ex: activos e réditos sobre
avaliados e ou passivos e gastos subavaliados; e qualitativo (quando
reflecte-se no anexo ao balanço e as DR por via de divulgações que devem
desenvolver, comentar, completar as quantias constantes por ex: deficiente
utilização das políticas contabilísticas, dos honorários dos auditores e das
remunerações globais de cada um dos membros dos órgãos sociais.
1% Sobre o total do activo
1% Sobre o total das receitas
5% Sobre o património líquido
Determinação do risco de auditoria

O risco de auditoria é uma função do risco de distorção material ou seja o risco de as DF`s

estejam materialmente distorcidas antes da auditoria e o risco do auditor não detectar tal

distorção (risco de detecção).

Risco inerente - é a susceptibilidade de uma asserção para uma distorção, que possa ser

material, individualmente ou quando agregada com outras distorções assumindo que não

haviam controlos internos relacionados.

Risco de controlo - é o risco que uma distorção, que possa ocorrer numa asserção e que

possa ser material, individualmente ou quando agregado com outras distorções não seja

evitada ou detectada e corrigida tempestivamente ou pelo controlo interno da entidade.


Utilização de trabalho de outros auditores
e peritos
Segundo o ISA 600 “ o auditor principal ” significa auditor que
tem a responsabilidade de expressar uma opinião sobre as DF`s de
uma empresa quando estas incluem informação financeira de um
ou mais componentes auditados por outro auditor.
Por seu lado, “ outro auditor ” significa auditor, que não auditor
principal que tem a responsabilidade de expressar uma opinião
sobre as DF`s de um componente que esta incluído nas DF`s
auditadas pelo auditor principal.
A expressão “outros auditores ” incluem firmas de auditores
afiliados, firmas correspondentes ou membros de redes,
associações ou alianças (nacionais ou internacionais) de auditores
sem qualquer relação entre si.
Sistema Tributário
 Conjunto de tributos que significa a contribuição exigida
pela lei que o estado estabelece formas e métodos na
sua estruturação e organização para a sua arrecadação
que ocorre a cargo do Ministério das Finanças.

 Os tributos pelo seu conteúdo material podem ser:


taxas, impostos e contribuição.
• Taxa: é um tributo que se exige o contribuinte para o seu pagamento e em

contrapartida, este recebe a prestação de serviço por parte do Estado.

Exemplo, trânsito na ponte sobre o rio Zambeze e certificação de matrimónio,

etc.

• Contribuição: é um tributo que se paga para a criação de um fundo com um

destino especifico do qual se beneficiará directa ou indirectamente o próprio

contribuinte. Exemplo, segurança social em Moçambique, a cargo dos titulares

do rendimento (3%) e da entidade patronal (4%).

• Imposto: é um tributo que se exige o contribuinte para o seu pagamento sem

nenhuma contraprestação, com a finalidade de satisfazer as necessidades

sociais. Exemplo, construção de escolas, hospitais, pontes, estradas, etc.


FASES DO IMPOSTO
Na vida do imposto considera-se que a relação jurídica se
desdobra nas seguintes fases ou momentos: A incidência, o
lançamento, a liquidação e a cobrança.
A incidência do imposto é definida na lei que cria o próprio
imposto ao referir expressamente quais os factos que estão
sujeitos a imposto (incidência real) e quem são as pessoas,
singulares ou colectivas, sujeitas ao imposto (incidência
pessoal).
O lançamento compreende a identificação das pessoas
que vão pagar esse imposto e a determinação da
matéria colectável, isto é, do montante sobre o qual
vai incidir a taxa.

A liquidação consiste na aplicação da taxa à matéria


colectável, de forma a determinar o imposto a apagar,
a colecta.

A cobrança traduz-se na entrega do imposto nos


cofres do Estado.
• Actualmente, na generalidade dos impostos,
essas fases são executadas pelos contribuintes,
cabendo aos serviços da Administração Fiscal
apenas a tarefa de receber os meios de
pagamentos e de controlar e fiscalizar os
impostos. Esta situação traduz-se no facto de
serem os contribuintes a executarem as tarefas
administrativas do imposto, o que exige a
utilização de diversos recursos qualificados,
materiais e humanos.
Elementos de impostos
 Contribuinte
 Facto gerador
 Base tributável
Taxa de imposto: se aplica na base tributável
para determinar o valor de imposto a pagar,
ela pode ser expresso em percentagem ou em
números inteiros.
As taxas segundo a sua estrutura
 Fixas: Aquelas que se estabelecem em somas
absoluta por unidades. Exemplo, pedido de
equivalência se paga 5.000,00 Mt.
 Proporcionais: aquelas estabelecidas em
percentagem única em relação a base tributável.
Exemplo, taxa sobre património.
 Progressivas: são aquelas que aumentam na
medida que incrementa a base tributável.
 Regressivas: são as que diminuem na medida que
aumenta a base tributável.
Classificação de impostos
• Directo: aquele que se exige o seu pagamento às
pessoas que tem a obrigação de pagar de forma
directa. Exemplo, IRPS e IRPC.
• Indirecto: aquele que se exige a uma determinada
pessoa para que esta, pela sua vez possa arrecadar
de outra ou outras pessoas. Exemplo, IVA.
• Central: Cobrado pelo Governo central cujo o
destino é o orçamento geral do Estado.
• Local: cobrado pelos Governos locais.
Influência sobre o proveito do
contribuinte
 Progressivos: são aqueles que arrecadam uma
proporção maior do rendimento na medida que
este, aumenta.
 Proporcionais: quando arrecada uma proporção
constante do rendimento.
 Regressivos: quando se arrecada uma proporção
baixa na medida que aumenta o rendimento.
Conteúdo económico
 Imposto sobre Rendimentos:
 Pessoas Singulares
 Pessoas Colectivas
 Imposto sobre Património:
 Propriedade
 Heranças e doações
 Imposto sobre Consumo:
 Vendas
 IVA
 Consumo especifico
Modo de imposição
• Modo de cadastro: se efectua com ajuda do cadastro
que é um documento onde contem numeração de
objectos típicos de imposto (terra, casas) e seus
rendimentos médios.
• Modo de pagamento directo: a cobrança e feita aos
contribuintes quando estes lhes pagam as suas
remunerações (salários).
• Modo por declaração: que consiste em entregar uma
declaração de rendimentos na Autoridade Tributaria.
Procedimento de cálculo
 Rendimento de pessoas singulares:
 Cálculo do rendimento bruto ajustado: constitui o
rendimento total de todas tributáveis menos as despesas
realizadas para obter o referido rendimento. Exemplo de
fontes tributáveis: salários, dividendos, juros, alugueres,
prémios, etc.
 Converter o rendimento bruto ajustado em rendimento
tributável: e o rendimento sujeito ao pagamento de imposto
menos isenções e deduções do rendimento bruto ajustado.
 Aplicação da taxa fiscal estabelecida sobre a base
tributável: facilita encontrar o valor de imposto que a pessoa
singular tem que pagar ao Estado.
Rendimento de pessoas colectivas
 Determinar a base tributável: neste caso constitui o
lucro liquido da empresa, quer dizer, depois de deduzir
todos custos involucrados para obtenção deste lucro.
 Aplicar a taxa fiscal estabelecida.

O facto gerador de este imposto constitui também a


obtenção por parte de sujeito passivo, outros
rendimentos, como: Rendimento de capitais cedidos a
terceiros, incremento de benefícios extraordinários
resultante da operação atípica, rendimento obtido de
aluguer duma propriedade a outra empresa, etc.
Imposto sobre propriedade
• A base tributável: é o valor da propriedade sobre o
qual se aplica a taxa fiscal estabelecida.

• Geralmente este é o imposto impopular por ser


imposto directo e uma taxa única independentemente
do valor que tenha a propriedade,
• Pela existência de pessoas especialmente anciãos que
não têm capacidade de pagar este imposto e estão
obrigados a vender suas propriedades.
• Em muitos países a taxa fiscal, oscila entre 1 e 2%.
Imposto sobre sucessões e doações

• Imposto sobre propriedade se arrecada nos


intervalos regulares enquanto os impostos
sobre heranças e doações, se arrecada
somente quando se produz determinados
acontecimentos: imposto sobre heranças na
morte do proprietário e o imposto sobre
doações quando a propriedade se transfere
entre indivíduos onde o valor do bem
transferido, é a base tributável.
Imposto sobre as vendas
Com este imposto, a compra duma mercadoria cria uma
obrigação tributaria originando assim a diversidade de impostos:
 Imposto geral sobre as vendas: se tributa a mesma taxa à
compra de todas mercadorias.
 Imposto selectivo sobre as vendas ou abscisa: se arrecada
com taxas diferentes ao comprar mercadorias distintas.
 Imposto unitário: constitui uma quantidade determinada por
cada unidade comprada.
 Imposto sobre o valor: se calcula como uma percentagem do
valor da compra.

 O valor de vendas constitui a base tributável.


Imposto sobre o Valor Acrescentado

• Se aplica a cada fase do processo produtivo e


para calcular, se determina a diferença entre as
vendas e as compras de bens materiais usados
na produção.

• Esta diferença, constitui a base tributável que se


aplicara a taxa fiscal estabelecida para
determinar o valor de imposto a pagar.
Imposto sobre consumo ou despesas
• A divida tributaria de um individuo se determina
aplicando a taxa fiscal sobre a despesa ou o
consumo, como representamos através da
seguinte equação:
• Rend. (R)= Cons. (C) – Aum. Liq. Riqueza (Z)
• Logo, C = Salários + Juros – Z
• Com esta ultima equação, o consumo é a
diferença entre a soma de proveitos e a quantia
de aumentos de riqueza não consumidos.
Exercícios Práticos

1. Um trabalhador que recebe um salário mensal


de MZM 350,00, o seu filho é um comerciante e
no ano vendeu MZM 50 000,00 em mercadorias.
Para tal, teve uma despesa de MZM 20 000,00.
Ademais, tem uma conta bancaria conjunta e
receberam um juro de MZM 3 000,00.
Suponhamos que você conhece que eles
apresentam uma declaração de rendimentos
conjunta, qual é o valor de imposto sobre
rendimento de pessoas singulares devem pagar
se as taxas são:
Taxas fiscais estabelecidas:
0,00 - 10 000,00 Isento
10 000,00 - 20 000,00 30%
20 000,00 - 30 000,00 40%
30 000,00 - 40 000,00 45%
40 000,00 - 50 000,00 50%
50 000,00 - Mais de 50 55%
2. a) Determine o imposto sobre o rendimento
de pessoas colectivas se conheces que durante o
ano, CIMEX S.A teve vendas liquidas de MZM
400 000,00, custo de vendas MZM 20 000,00,
amortizações MZM 50 000,00, gastos
operacionais MZM 10 000,00 e gastos
financeiros MZM 1 000,00.
Esta sociedade, aplica o método de custeio
directo e as taxas fiscais são:
Taxas fiscais estabelecidas:
At é - 50 000,00 30%
50 000,00 - 100 000,00 40%
100 000,00 - Mais 100 50%
b) Se a relação dividendo lucros é de 55%,
quanto pagará esta sociedade anónima? Analise
desde o ponto de vista da política fiscal.

3. Determine o imposto sobre a propriedade a


pagar uma família pela sua habitação cuja a
mesma está avaliada em MZM 40 000,00 e a
taxa de imposto é de 2%.
4. O empresário António Fernando, realiza uma
doação de um Toyota Corolla avaliado em MZM
150 000,00 a um irmão.
Calcule o imposto sobre a doação realizada se
você sabe que as taxas fiscais estabelecidas são:

Taxas fiscais estabelecidas:


At é - 50 000,00 30%
50 000,00 - 200 000,00 40%
200 000,00 - Mais 200 50%
Imposto sobre as vendas
5. Um comerciante que se dedica na venda de sapatos e o
Estado tem estabelecido a forma de imposto denominado
abscisa em valor para esta actividade de seguinte forma:
Sapatos de homens 30%, sapato de mulheres 20% e sapatos de
crianças 25%.
O comerciante durante o ano, vendeu sapatos da seguinte
maneira: Sapatos de homens MZM 80 000,00, sapatos de
mulheres MZM 70 000,00 e sapatos de crianças MZM 50
000,00.

a) Determine o imposto selectivo sobre as vendas a pagar pelo


comerciante.
b) Se o Estado tivesse estabelecido o imposto geral sobre as
vendas uma taxa de 35%, quanto pagaria o comerciante?
Imposto sobre o Valor Acrescentado

6. Um comerciante deve pagar ao fisco o IVA. Se


você sabe que ele realizou venda de um produto
por MZM 500 000,00 o qual comprou por um
valor de MZM 25 000,00 e a taxa fiscal é de 30%,
qual é o IVA que deve pagar?
Imposto sobre Consumo ou Despesa

7. O empresário António Pérez tem uma conta


bancaria e é um funcionário público. Durante o ano de
2020 obteve os seguintes rendimentos:
Salário -------------- MZM 500,00
Juro obtido --------- MZM 100,00
∆riqueza não consumido ----- MZM 250,00
Sabendo-se que as autoridades fiscais tem uma taxa
fiscal sobre o consumo ou despesa de 4%, determine,
quanto pagaria o empresário António Pérez ao final do
ano?
A CONTABILIDADE VERSUS FISCALIDADE

A interdependência entre a contabilidade e a fiscalidade e tão grande,


que torna difícil dissociar os aspectos contabilísticos dos aspectos
fiscais, apesar de não serem coincidentes, algumas noções importantes
comuns a ambas, designadamente conceito de lucro, de amortizações,
de provisões e outros aspectos ligado a contabilidade e a fiscalidade.

Esta interdependência é ainda mais acentuada quando se consideram


os aspectos práticos da contabilidade e os aspectos práticos da
fiscalidade.
Exemplo:

Suponhamos uma empresa que decide atribuir prémios


em sorteio a realizar de acordo com respectivo
regulamento. Este estabelece o prazo de 90 dias para o
mesmo ser reclamado, findo o qual será entregue a um
suplente ou a uma instituição a indicar pela entidade
oficial que tutela os concursos.

O premio atribuído em dinheiro ou em espécie deve ser


anunciado publicamente pelo seu valor liquido.
• Por sua vez, a legislação fiscal estabelece que os
prémios sejam tributados por retenção na fonte, a
taxa liberatória ou não 35%. Alínea b) do n° 2 do
art. 74.° do CIRPS, consoante se trate de IRPS ou
IRPC, em nome do beneficiário que pode não ser
a pessoa sorteada. O verdadeiro beneficiário do
imposto pode também estar isento de imposto
sobre o rendimento, situação que é desconhecida
no momento do sorteio.
Apesar de tudo e após o sorteio há necessidade de fazer
reflectir na contabilidade o valor do premio sorteado porque
este se tornou um custo efectivo a partir deste momento.
• Valor ilíquido do prémio (em contos) 200
• Valor líquido 130
Resolução do exemplo proposto
a) Pelo premio sorteado:
63218 Artigos para oferta 200
a 4.5/4.6 x Devedores e credores diversos – Prémios sorteados 200
b) Pelo processamento do prémio a favor do beneficiário:

4.5/4.6 x Devedor e credor diversos – Prémios sorteados 200

a 4.5/4.6 y Devedor e credor diversos – Prémios disponíveis 130

Valor líquido

a 4.4 z IRPS/IRPC 70

Valor do imposto retido (quando detido)


c) Pelo recebimento da factura do fornecedor e pagamento do imposto:

4.5/4.6 y Devedor e credor diversos – Prémios disponíveis 130

4.4 z IRPS/IRPC 70

a 4.2.1 Fornecedores c/c 130

a 1.2.1 Deposito a ordem 70


A auditoria fiscal é efectuada sobretudo ao nível
do Estado por organismos oficiais, que tem por
missão a gestão e fiscalização do imposto. Entre
nos, estas funções estão cometidas em primeiro
lugar pela Direcção Geral dos Impostos através
dos seus próprios serviços de fiscalização e em
segundo lugar pela Inspecção Geral de Finanças.
• Quem faz a auditoria fiscal? Em nossa opinião a
auditoria fiscal propriamente dita não é feita por
ninguém. Apenas aqueles que tem a seu cargo a
realização de auditorias financeiras (revisores
oficiais de contas e firmas de auditoria) tem
integrado nas suas equipas um profissional
vocacionado para as questões fiscais que analisa
os problemas sobretudo da regularidade fiscal,
sem se preocupar com o problema de gestão e
planeamento fiscal, a não ser que exista uma
solicitação expressa do auditado nesse sentido.
• A auditoria financeira é importante para
auditoria fiscal porque permite ao auditor
fiscal utilizar uma importante metodologia
de trabalho para atingir os seus objectivos

de controlo e regularidade fiscal.

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