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CONTABILIDADE

Agenda:

1. Introdução
2. Conceitos fundamentais

Docente: Maria Albertina Barreiro Rodrigues


maria.rodrigues@universidadeeuropeia.pt
2016/17
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Agenda

1 Introdução

 Âmbito e objeto da Contabilidade


 Evolução histórica e legal do Sistema de Normalização Contabilística (SNC)

2 Conceitos Fundamentais

 As características da informação
 As demonstrações financeiras
 Ativo, Passivo, Capital Próprio
 Rendimentos, Gastos
 Custo Histórico, Justo Valor
 Pressupostos subjacentes (SNC)
 Os factos e a dinâmica patrimonial

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

O que têm estes organizações em comum?

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

O que têm estes organizações em comum?

https://www.google.pt/search?q=restaurantes&espv=2&biw=1366&bih=638&source=lnms&tbm http://www.caribbeannewsdigital.com/pt/noticia/tap-completa-5-anos-de-
=isch&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwiosff_ypvPAhWBGhQKHXcTDPQQ_AUIBygC#tbm=isch&q=agen ligacao-direta-entre-porto-alegre-e-europa
cias+de+viagens+online&imgrc=ICqIidogUCIjoM%3A

http://alugueltemporada.gohouse.com.br/2012/0
8/guia-turismo-guia-turistico.html

https://www.google.pt/search?q=restaur
antes&espv=2&biw=1366&bih=638&sour
ce=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0a
hUKEwiosff_ypvPAhWBGhQKHXcTDPQQ http://amulherequeman
_AUIBygC#imgdii=2FVCDtU95kGoJM%3A da.com/hoteis-mais-
%3B2FVCDtU95kGoJM%3A%3BuPlFWVz- incriveis-mundo
ssMSnM%3A&imgrc=2FVCDtU95kGoJM%
3A

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

A necessidade de tomada de Decisão

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

A tomada de Decisão

A nossa tomada de decisão:


o Decisões correntes (do dia a dia)
o Decisões importantes (estratégicas)

 O processo requer cuidado e análise sobre os http://cursosabrafordes.com.br/curso-contabilidade-financeira-e-gerencial

elementos disponíveis utilizando critérios objetivos

Nas empresas:
 Responsáveis têm que tomar decisões vitais: correntes ou estratégicas
 Há necessidade de informação correta que contribua para uma boa tomada de
decisão:

Ex: Obter financiamento a curto ou médio prazo; Comprar uma fábrica; formação do preço
de um produto; Comprar ou alugar um equipamento; Quantidade a comprar.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

A tomada de Decisão

Por exemplo, os gerentes de empresas podem precisar de informações contabilísticas para


decidir sobre:

 Desenvolver novos produtos ou serviços (como incluir um bar num ginásio);


 Aumentar ou diminuir o preço ou a quantidade de produtos ou serviços existentes (como um
clube desportivo que altera a sua tabela de preços);
 Pedir dinheiro emprestado para ajudar a financiar o negócio (tal como um clube de futebol
que deseja aumentar o número de lojas que possui);
 Aumentar ou diminuir a capacidade operacional do negócio (tal como uma organização de
desporto que pretende alterar o tamanho da piscina);
 Alterar os métodos de compra, produção ou distribuição

As informações fornecidas devem ajudar a identificar e a avaliar as consequências financeiras


dessas decisões.

http://www.ildadinis.net/economia-a/iii-a-contabilizacao-da-actividade-economica---u-
l-8---os-agentes-economicos-e-o-circuito-economico

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Necessidade de Informação

Contabilidade
 Sistema de Informação:
Devido à necessidade de informação sobre a situação patrimonial da
Empresa, a Contabilidade surge como sistema de informação (tratado
informaticamente, devido ao número e complexidade, da atividade e
operações, das empresas).

 Instrumento de Gestão:
A Contabilidade é utilizada, não só para registar factos patrimoniais, mas
também para conhecer o futuro, planear a sua atividade, estabelecer e
controlar objetivos, fazendo da Contabilidade um importante e eficiente
instrumento de Gestão.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Papel da Contabilidade

 A contabilidade é importante para o fornecimento de informação para a


administração e auxilia a administração a tomar decisões.

 A contabilidade processa os dados económicos:


1. Reúne e avalia-os em unidades monetárias
2. Regista os dados
3. Sumariza os elementos que detém em forma de relatórios para serem
comunicados à administração e serem utilizados para a tomada de
decisão.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Objeto e objetivo da Contabilidade

 Objeto da Contabilidade
 O património das entidades
Determinar, numa perspetiva global e externa:
 Os bens, direitos e obrigações; os gastos, rendimentos e
resultados; os pagamentos e recebimentos das organizações.

 Objetivo da Contabilidade
 Fornecer informação de natureza patrimonial, financeira, económica e
monetária, estruturada e relevante aos utilizados internos e externos à
entidade que possa servir de suporte à tomada de decisão dos
utilizadores dessa informação
 Informação estruturada
 Fornecimento de dados dentro de um esquema de planeamento contabilístico e de um
sistema de informação específico e com parâmetros próprios
 Informação relevante
 Informação com capacidade para alterar a percepção que o utilizador tem da realidade

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Definição da Contabilidade

“É a contabilidade que coleta todos os dados económicos, mensurando-os


monetariamente, registando-os e sumarizando-os em forma de relatórios
comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.”
American Institute of Accountants

http://hnco-cpa.com/1301/5664.html

“Contabilidade é um sistema de recolha, classificação, interpretação e


exposição dos dados económicos.”
Prof. Gonçalves da Silva

http://romebadge.com/en/prod
uct/souvenir-badges.html

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Fluxos na empresa e óticas

Empresa Comercial

Armazém

Aprovisionamento Vendas

Fornecedores Clientes

Departamento
Administrativo

Circuito real
Circuito monetário

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Fluxos na empresa e óticas


 Ótica económica – Demonstração de Resultados
Relacionada com a utilização e consumo de recursos (gastos) na produção e
venda de bens e serviços (rendimentos). Da diferença entre os rendimentos
e gastos apura-se o resultado do exercício.

 Ótica financeira (fluxos reais) - Balanço


Relacionada com as despesas, que correspondem à remuneração dos
fatores produtivos, e com as receitas, que correspondem à remuneração
das vendas e dos serviços prestados.

 Ótica de tesouraria – Demonstração Fluxos de Caixa


Corresponde às entradas e às saídas monetárias da empresa. Os
recebimentos originam entrada de dinheiro em caixa e os pagamentos
dizem respeito à saída de valores de caixa.
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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Fluxos na empresa e óticas


Fluxos Económicos: Classificados em rendimentos e gastos.
 Rendimento diz respeito à criação de um bem ou recurso.
 Gasto refere-se ao sacrifício total ou parcial de um recurso no decurso de uma
atividade económica.

Fluxos Financeiros (Reais): As alterações no ativo e no passivo.


 Receita refere-se ao momento em que é criado o direito de receber,
normalmente ocorre com o fluxo real de saída de produtos para o cliente.
 Despesa é uma obrigação de pagar associada a um período de tempo definido e
a fluxos reais de fatores de produção.

Fluxos Monetário/de Tesouraria: Análise dos movimentos de tesouraria.


 Pagamento é um fluxo monetário que corresponde a uma despesa já incorrida,
eliminando a obrigação criada por essa mesma despesa.
 Recebimento é um fluxo monetário que corresponde a uma receita já incorrida,
eliminando a obrigação do cliente criada por essa mesma receita.
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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Fluxos na empresa e óticas

 Informação de natureza económica e financeira e


Informação de natureza monetária

Exemplo: Compra de material de escritório no valor de 15 Euros


com pagamento em 20 dias mas consumidos no momento.

 Fluxo Económico: Gasto de 15 euros no momento


 Fluxo Financeiro: Despesa de 15 euros no momento
 Fluxo Monetário: Pagamento daqui a 20 dias

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Utentes das Demonstrações Financeiras

 Os utentes das demonstrações financeiras classificam-se em:

Utentes internos:
 Investidores / Administração
 Empregados e grupos representativos

Utentes externos:
 Financiadores / Bancos
 Fornecedores e outros credores comerciais
 Clientes
 Governo e seus departamentos
 Público

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Utentes das Demonstrações Financeiras

Satisfação das diferentes necessidades de informação:

Investidores - Determinar a capacidade da empresa lhes pagar dividendos.


Empregados e grupos representativos - Estabilidade da empresa e
capacidade de proporcionar remunerações e emprego.
Financiadores - Determinar se os juros e empréstimos serão pagos no
prazo estabelecido.
Fornecedores e outros credores comerciais - Determinar se os valores
devidos serão pagos no prazo de vencimento.
Clientes - Continuidade da empresa principalmente se estão dependentes
da empresa ou se efetuaram adiantamentos.
Governo e seus departamentos - Informação para regular os sectores de
atividade, para fins estatísticos e para determinar política de tributação.
Público - Contribuição para economia local e responsabilidade social das
empresas. Maria Albertina Barreiro Rodrigues 17
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Caracterização do SNC

 O SNC foi criado pelo DL 158/2009 de 13 de Julho, assenta num modelo baseado
mais em princípios do que em regras;
 Um sistema que permite preparar a contabilidade com mais conceitos económicos e
menos conceitos legais;
 Está em sintonia com as IAS/IFRS, garante ligação com as Diretrizes Contabilísticas
Comunitárias e flexibilidade de adaptação às alterações das Normas Internacionais
do IASB a adotar pela União Europeia.

 Objetivos das Normas Internacionais / Novo SNC:


 Aumentar a transparência e comparabilidade das informações financeiras a
nível internacional;
 Melhorar o funcionamento do mercado de capitais (na EU); Reforçar a
liberdade de circulação de capitais;
 Proteger os investidores e aumentar a confiança nos mercados financeiros.

 Normativos aplicáveis supletivamente – NIC / IAS / IFRS e respetivas interpretações -


SIC / IFRIC

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Caracterização do SNC – elementos que o compõem

 O SNC consiste num conjunto de documentos organizados e sistematizados, com a


seguinte estrutura:

a) Bases para a apresentação das demonstrações financeiras (BADF);


b) Modelos de demonstrações Financeiras (MDF);
c) Código de contas (CC);
d) Normas contabilísticas de relato financeiro (NCRF);
e) Norma contabilística de relato financeiro para as pequenas entidades (NCRF-PE);
f) Normas interpretativas.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Caracterização do SNC – elementos que o compõem

Fonte: CNC - Apresentação do Projeto SNC (16 de Abril de 2008)


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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Caracterização do SNC – elementos que o compõem

1. Estrutura Conceptual

2. Conjunto completo de Demonstrações Financeiras

3. Objetivos das demonstrações financeiras

4. Pressupostos subjacentes à informação financeira

5. Características qualitativas da informação financeira

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

1. Estrutura Conceptual

O objetivo da estrutura conceptual é estabelecer os conceitos que servem de


suporte à preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras (DF).

O objetivo da estrutura conceptual é :

 Auxiliar os preparadores das DF na aplicação das normas;


 Auxiliar a formar uma opinião sobre a aplicação e concordância das
Demonstrações Financeiras com as normas;
 Auxiliar os utilizadores a interpretar a informação contida nas
Demonstrações Financeiras.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

2. Conjunto completo de Demonstrações Financeiras

Os modelos de demonstrações financeiras definidos no SNC são:

 Balanço
 Demonstração dos resultados
 Demonstração das alterações no capital próprio
 Demonstração dos fluxos de caixa
 Anexo

A demonstração das alterações no capital próprio e a demonstração dos


fluxos de caixa não serão obrigatórios para Pequenas Entidades.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

3. Objetivos das Demonstrações Financeiras

 Objetivo:
Proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho e das
alterações da posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto
leque de utentes na tomada de decisões económicas (“Estrutura Conceptual”).

 Pressupostos subjacentes às demonstrações financeiras: Regime do


acréscimo, Continuidade.

 Características qualitativas: Os atributos que tornam a informação


proporcionada pelas demonstrações financeiras útil para os seus
utilizadores. Estão definidas na Estrutura Conceptual do SNC.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

4. Pressupostos subjacentes à informação financeira


 Regime do Acréscimo
 Os efeitos das transações e outros acontecimentos são reconhecidos quando
eles ocorrem, e não quando o dinheiro ou seu equivalente seja recebido ou
pago, sendo registados contabilisticamente e relatados nos períodos com os
quais se relacionam (EC).

 As demonstrações financeiras preparadas na observância do regime do


acréscimo, informam os utentes também das obrigações de pagar dinheiro no
futuro e de recursos que representem recursos no futuro, não informam
somente as operações passadas que envolvam o pagamento e o recebimento
de dinheiro (EC).

Este pressuposto permite registar:


 Gastos a reconhecer – Pagamento em N e Gasto em N+1;
 Acréscimo de Rendimentos – Rendimento em N e Recebimento em N+1
 Rendimentos a reconhecer – Recebimento em N e Rendimento em N+1
 Acréscimo de Gastos – Gasto em N e Pagamento em N+1;

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

4. Pressupostos subjacentes à informação financeira


 Continuidade

 As demonstrações financeiras são normalmente preparadas no


pressuposto de que uma entidade é uma entidade em continuidade e
que continuará a operar no futuro previsível (EC).

 As demonstrações financeiras preparadas na observância do


pressuposto da continuidade, pressupõem que a empresa não tem a
intenção nem a necessidade de liquidar ou reduzir de forma
significativa as operações (EC).

 Se este pressuposto não se verificar, as demonstrações financeiras


devem ser preparadas noutra base e esta base deve ser divulgada (EC).

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Apresentação apropriada da informação financeira

Segundo a Estrutura Conceptual (EC) do SNC a apresentação apropriada da


informação financeira permite:

 Imagem verdadeira e apropriada


 A aplicação das principais características qualitativas e das normas contabilísticas
apropriadas, permite normalmente a obtenção de demonstrações financeiras com
uma imagem verdadeira e apropriada.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

5. Características qualitativas da informação financeira

 Atributos que tornam a informação proporcionada nas Demonstrações


Financeiras útil para os seus utilizadores.

 As características qualitativas principais da informação financeira


apresentados na Estrutura Conceptual (EC) do SNC são:

 Relevância (Materialidade)
 Compreensibilidade
 Fiabilidade (Neutralidade)
 Comparabilidade

 Outras características:
 Representação fidedigna
 Substancia sobre a forma
 Prudência
 Plenitude
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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

5. Características qualitativas da informação financeira


 Relevância / Materialidade
 Quando influencia as decisões dos utilizadores ao ajudá-los a avaliar os
acontecimentos passados, presentes ou futuros ou a confirmar ou
corrigir as suas avaliações passadas.
 Materialidade
 A relevância da informação é influenciada pela sua natureza e
materialidade.
 Uma informação é material se a sua omissão ou inexatidão
influenciar as decisões económicas dos utilizadores tomadas com
base nas demonstrações financeiras.

 Compreensibilidade
 Seja rapidamente compreensível pelos utentes. Não implica a exclusão
de matérias mais complexas.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

5. Características qualitativas da informação financeira

 Fiabilidade / Neutralidade
 Isenta de erros materiais e de preconceitos. Deve representar, fidedignamente as
operações e outros acontecimentos que pretende representar ou possa
razoavelmente esperar-se que represente.
 A informação pode ser relevante, mas tão puco fiável que o seu reconhecimento pode
ser potencialmente enganador.
 Neutralidade
 A informação deve ser neutra, livre de preconceitos, ou seja, não deve
influenciar a tomada de cisão ou de um juízo a fim de atingir um resultado ou
efeito predeterminado.

 Comparabilidade - Os utilizadores devem poder comparar:


a) Demonstrações financeiras de uma empresa através do tempo, para identificarem
tendências;
b) As demonstrações financeiras de diferentes empresas, avaliando de forma relativa a
posição financeira, o desempenho e as alterações de posição financeira.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

5. Características qualitativas da informação financeira

Outras características:

 Representação fidedigna
 A informação deve representar fidedignamente as transações e outros
acontecimentos que pretende representar ou possa razoavelmente
esperar-se que represente.
 Substancia sobre a forma
 Deve ser apresentada de acordo com a substância e realidade económica
e não meramente com a sua forma legal.
 Prudência
 A prudência é a inclusão de precaução nos juízos de valor necessários ao
fazer as estimativas necessárias em condições de incerteza, não
sobreavaliando ativos e rendimentos e não subavaliando gastos e
passivos. Ex: Constituição de provisões de cobrança duvidosa.
 Plenitude
 A informação deve ser completa, tendo em conta a materialidade e o
custo da sua preparação e divulgação.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Constrangimentos à informação relevante e fiável

Os Constrangimentos à informação relevante e fiável da informação financeira


apresentados na Estrutura Conceptual (EC) do SNC são:

 Tempestividade
 A informação pode perder a sua relevância se houver demora indevida no
seu relato.
 Balanceamento entre custo / benefício
 Os benefícios derivados da informação devem exceder o seu custo.
 Balanceamento entre características qualitativas
 Deve ser conseguido um balanceamento adequado das características, a
fim de ir ao encontro dos objetivos das demonstrações financeiras.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstrações financeiras

Mensuração da posição financeira: BALANÇO


 Ativos
 Passivos
 Capital Próprio

Medidas de desempenho: DEMONSTRAÇÂO DE RESULTADOS


 Rendimentos
 Gastos

Fluxos de Caixa: Demonstração de Fluxos de Caixa


 Recebimentos
 Pagamentos

Divulgação:
 NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Balanço
Leitura e interpretação do Balanço

 O Balanço representa a imagem da posição financeira da entidade num


determinado momento, apresentando a composição e o valor do património.
Demonstra os bens e direitos que a empresa possui e as suas obrigações.

 É um quadro no qual são descritas as rúbricas que constituem a “fotografia” das


diversas contas nas quais entraram e saíram valores durante o período anterior à
data da sua elaboração.

 O Balanço evidencia:
 Os recursos económicos - capacidade da empresa gerar no futuro caixa e equivalentes;
 A estrutura financeira – futuras necessidades de empréstimos e de como os lucros
futuros e os fluxos de caixa serão distribuídos, bem como do sucesso de obtenção de
fundos adicionais;
 Liquidez e solvência, relacionado com a predição da capacidade da empresa satisfazer os
seus compromissos à medida que se vencerem.
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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Balanço
Composição do Balanço

 O Balanço é composto por duas partes:


 A primeira apresenta as aplicações de fundos - Ativo.
 Os recursos controlados pela entidade traduzidos em bens e direitos.

 A segunda parte apresenta as origens de fundos - Passivo e Capital Próprio.


 O conjunto de obrigações da entidade perante terceiros que financiaram os
meios, englobando:
 A origem de fundos pertencente ao proprietário
 A origem de fundos emprestados por outras entidades, que não os
proprietários agindo nessa qualidade.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Balanço

Utilização do Balanço como medida do risco da entidade

 O Balanço apresenta a situação da origem de fundos por ordem


decrescente da aceitação dos riscos da entidade:

 Capital Próprio – a posição dos financiadores que aceitam todos os riscos


(acionistas, sócios).

 Passivo – a posição dos financiadores que não aceitam os riscos (bancos,


fornecedores).

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Balanço na ótica contabilística

Capital
Próprio
Ativo

Passivo

 O balanço respeita a Equação Fundamental da Contabilidade (O total do primeiro


membro tem que ser igual ao total do segundo membro)

Ativo = Capital Próprio + Passivo

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Ativo
 É um recurso controlado pela empresa como resultado de
acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para a empresa
benefícios económicos futuros.

 Os benefícios económicos futuros incorporados nos ativos, são o potencial de


contribuir, direta ou indiretamente, para os fluxos de caixa ou de equivalentes
de caixa

Um ativo pode ser:


 Usado singularmente ou em combinação com outros ativos na produção
de bens e serviços para serem vendidos pela entidade
 Trocado por outros ativos
 Usado para liquidar um passivo
 Distribuído aos detentores da empresa

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Ativo
Classificação de ativos:

De acordo com a sua natureza monetária ou não monetária:


 Ativos financeiros (monetário)
 Um direito de receber um numero fixo ou determinável de unidades monetárias
 Ex.: Dinheiro, direito contratual de receber de outra empresa dinheiro ou outro ativo financeiro
 Ativos não financeiros (não monetário)
 Um ativo que não se enquadra na definição anterior
 Ex.: Quantias pré pagas de bens e serviços, mercadorias, ativos fixos tangíveis

De acordo com o tempo de permanência na empresa até serem utilizados:


 Ativos correntes (Circulante):
 Quando não tem carácter permanente na entidade
 Espera -se que seja realizado, ou pretende -se que seja vendido ou consumido, no decurso normal do
ciclo operacional da entidade
 Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado
 Espera -se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço
 É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso para liquidar um passivo
durante pelo menos doze meses após a data do balanço

 Ativos não correntes


 Um ativo que não se enquadra na definição anterior
 Ex.: Ativo Fixo Tangível
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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Passivo
É uma obrigação presente da empresa proveniente de acontecimentos passados
e da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da empresa
incorporando benefícios económicos,
como seja:
 Pagamento em dinheiro
 Transferência de outros passivos
 Fornecimento de serviços
 Substituição dessa obrigação por outra obrigação
 Conversão da obrigação em capital próprio

Obrigação
 Dever ou obrigação para agir ou executar de certa maneira
 Podem ser legalmente impostas como consequência de um contrato vinculativo ou de
um requisito estatutário
Ex.: Quantias a pagar por bens e serviços recebidos

Na análise financeira por vezes utiliza-se a expressão Exigível em vez de Passivo.

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Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Passivo

Classificação de Passivos:

De acordo com a sua natureza monetária ou não monetária:


 Passivos financeiros (monetário)
Uma obrigação de entregar um numero fixo ou determinável de unidades monetárias
Ex.: Obrigação contratual de pagar a outra empresa dinheiro ou outro ativo financeiro
 Passivos não financeiros (não monetário)
Um passivo que não se enquadra na definição anterior
Ex.: Obrigações que devem ser liquidadas com a entrega de um ativo não monetário. Provisões
(reconhecimento, mensuração, alterações em estimativas, reembolsos, uso das provisões, activos e
passivos contingentes); Benefícios dos empregados, Impostos sobre o rendimento (impostos diferidos).

De acordo com o tempo de permanência na empresa até serem utilizados:


 Passivos correntes (Circulante)
Um passivo classifica-se como corrente, quando não tem carácter permanente na entidade
Espera-se que seja liquidado num período até doze meses após a data do balanço, no decurso normal do
ciclo operacional
Está detido com a finalidade de ser negociado
A entidade não tem um direito incondicional de diferir a sua liquidação em pelo menos doze meses após a
data do balanço
 Passivos não correntes
Um passivo que não se enquadra na definição anterior

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 41


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Capital Próprio

Definição
 O interesse residual nos ativos da empresa, depois de deduzir todos os
passivos. O capital próprio corresponde ao património líquido da
empresa, é sempre igual ao seu ativo deduzido do passivo.

 É composto pelas rubricas:


 Capital inicial (capital social);
 Capital adquirido (reservas, prestações suplementares e
resultados transitados).

 Estas são realidades dinâmicas. O que nos é dado pelas demonstrações


financeiras (balanço e demonstração de resultados), é como uma
“fotografia” tirada no momento à empresa e não deve ser encarado
numa perspetiva estática, devendo a análise ser sempre efetuada em
perspetiva.
Maria Albertina Barreiro Rodrigues 42
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Balanço na ótica dos fluxos financeiros

Aplicações Origens

Aplicação de Fundos ou investimentos (Primeiro Membro)


 Ativo - Aplicações em Bens e Direitos. Os recursos controlados pela entidade
traduzidos em bens e direitos
Origem de Fundos ou fontes de financiamento (Segundo Membro)
 Passivo - Origem de capitais alheios, de fundos emprestados por outras entidades,
que não os proprietários agindo nessa qualidade.
 Capital Próprio - Origem de capitais próprios em entradas de capital dos
proprietários e rendimentos já realizados.
Maria Albertina Barreiro Rodrigues 43
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Balanço na ótica da tempestividade dos investimentos e financiamentos

Ativo não
Capital Próprio
corrente

Passivo não
corrente
Ativo corrente
Passivo
corrente
Origens/Aplicações de médio longo prazo (permanência superior a um ano)
 Ativos Não Correntes - Ativos fixos da empresa e dividas sobre terceiros a mais de um ano.
 Capitais Permanentes - Capital Próprio da empresa e Passivo não Corrente (as dívidas da
empresa para com terceiros a mais de um ano).

Origens/Aplicações de curto prazo (inferior a um ano, atividade operacional)


 Ativos Correntes - Dividas sobre terceiros a menos de um ano e meios financeiros líquidos.
 Passivo Corrente - Engloba as dividas da empresa para com terceiros com vencimento inferior
a um ano.
Maria Albertina Barreiro Rodrigues 44
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Ativo
Distinção Ativo corrente/não corrente

 Apresenta ativos correntes e não correntes, com classificações separadas na face do


balanço.

 Divulga as quantias que se espera sejam recuperadas num prazo superior a doze meses
para cada linha de item de ativo.

 Distingue os ativos líquidos que estejam continuamente em circulação, como capital


circulante, dos que são usados nas operações de longo prazo da entidade.

 A informação acerca das datas previstas para a realização de ativos é útil na avaliação da
liquidez e solvência de uma entidade.

 Os ativos financeiros incluem dívidas a receber comerciais e outras.


 A informação sobre a data prevista para a recuperação de ativos não monetários tais como
inventários é útil. Ex: Quantia de inventários que espera que sejam recuperados a mais de
doze meses após da data do balanço.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 45


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Ativo
A expressão “não corrente” é utilizada para incluir ativos tangíveis,
intangíveis e financeiros cuja natureza seja de longo prazo.

O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de ativos


para processamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes.
Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente
identificável, pressupõe -se que a sua duração seja de doze meses.

Os ativos correntes incluem ativos (ex: inventários e dívidas a receber


comerciais) que são vendidos, consumidos ou realizados como parte
do ciclo operacional normal mesmo quando não se espere que sejam
realizados num período até doze meses após a data do balanço.
Incluem ativos detidos para a finalidade de serem negociados e a parte
corrente de ativos financeiros não correntes.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 46


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Passivo
Distinção Passivo corrente/não corrente

 Divulga as quantias que se espera sejam liquidadas num prazo superior a doze meses
para cada linha de item de passivo.

 A classificação separada de passivos correntes e não correntes na face do balanço


proporciona informação útil ao se distinguir os que estejam continuamente em
circulação, dos que são usados nas operações de longo prazo da entidade

 Essa classificação também realça os passivos que devam ser liquidados dentro do
mesmo período.

 A informação acerca das datas previstas para a realização de passivos é útil na


avaliação da liquidez e solvência de uma entidade.

 Os passivos financeiros incluem dívidas a pagar comerciais e outras.


 A informação sobre a data prevista para a liquidação de passivos não monetários tais
como provisões é útil.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 47


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Passivo

Alguns passivos correntes, tais como dívidas a pagar comerciais são parte do
capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade. Tais
itens operacionais são classificados como passivos correntes mesmo que
estejam para ser liquidados mais de doze meses após a data do balanço.

Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente


identificável, pressupõe -se que a sua duração seja de doze meses.

Outros passivos correntes não são liquidados como parte do ciclo operacional
normal, mas está prevista a sua liquidação no período até doze meses
após data do balanço.
Exemplos disto são os descobertos em bancos e impostos sobre o
rendimento e outras dívidas a pagar não comerciais.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 48


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos resultados

 A demonstração dos resultados evidencia a totalidade dos rendimentos e


gastos gerados pelas atividades da empresa durante um determinado período
económico.
 A demonstração dos resultados é uma peça dinâmica.

Resultado do período:
 Pode-se observar na Demonstração de Resultados que os rendimentos e os
ganhos não são habitualmente iguais aos gastos e perdas. Esta diferença são o
resultados.
 Resultado (Lucro ou Prejuízo) = Rendimentos – Gastos
 Lucro - se os rendimentos superarem os gastos
 Prejuízo - na situação inversa.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 49


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos resultados

Resultados do período
 Todos os itens de rendimentos e de gastos reconhecidos num período
devem ser incluídos nos resultados (a menos que uma Norma o exija
de outro modo).

Na Demonstração de Resultados pode-se distinguir:


 Os resultados das operações correntes de exploração.

 Os rendimentos e ganhos de financiamento, ligados com as


aplicações financeiras e os gastos e perdas de financiamento, ligados
com a utilização de meios financeiros de terceiros.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 50


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Rendimentos

 São aumentos dos benefícios económicos durante o período


contabilístico, na forma de obtenção ou melhorias de ativos ou
diminuição de passivos que resultem em aumentos do capital
próprio, que não sejam as relacionadas com as contribuições dos sócios ou
acionistas.

 A definição de rendimentos engloba réditos e ganhos


 Réditos: proveem do decurso da atividade corrente da empresa. São
rendimentos relacionados com o desenvolvimento da normal atividade da
empresa.
Ex.: Vendas, honorários, juros, rendas e dividendos.

 Ganhos: proveem de atividade corrente ou não. Aumentos do património da


entidade provenientes de atividades não principais.
Ex.: Mais valias obtidas da venda ativos fixos, indemnizações recebidas.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 51


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Gastos
 São diminuições dos benefícios económicos durante o período
contabilístico, na forma de utilização ou redução de ativos ou
aumento de passivos que resultem em diminuições do capital
próprio, que não sejam as relacionadas com as distribuições aos sócios ou
acionistas.

 A definição de Gastos engloba gastos e perdas


 Gastos: proveem do decurso da atividade corrente da empresa. São
rendimentos relacionados com o desenvolvimento da normal atividade da
empresa.
Ex.: Custo das vendas, vencimentos, depreciações.

 Perdas: proveem de atividade corrente ou não. Diminuições do património da


entidade provenientes de atividades não principais.
Ex.: Menos valias da venda de ativos fixos, indemnizações pagas.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 52


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Ajustamentos
 Respeitam ao tratamento de situações que dificultam a correta determinação
dos resultados no final de cada período económico.

 Diferimentos - Correspondem aos gastos e rendimentos que devam ser


reconhecidos no período seguinte
 Acréscimos - Compreendem os gastos e rendimentos que devem ser
reconhecidos no exercício ainda que não tenham documentação vinculativa,
cuja receita ou despesa só venha a ocorrer em período posterior
 Provisões - Visam reconhecer as responsabilidades cuja natureza esteja
claramente definida e de ocorrência provável ou certa, mas à data do balanço
incertas quanto ao valor ou data de ocorrência
 Perdas por Imparidade - Têm como objeto ajustar as diferenças acumulados
entre quantias registadas e as que resultam da aplicação de critérios de
mensuração de ativos

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 53


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos resultados


n
Vendas e Serviços Prestados
Prestações de Serviços
Subsídios à exploração
Ganhos/perdas imputados subsid.
Variação nos inventários de produção
Trabalhos para a Própria entidade
Custo das Mercadorias Vendidas
Fornecimento e Serviços Externos
Gastos com o Pessoal
Imparidade de Inventários (perdas/reversões)
Imparidade Dívidas Receber (perdas/ver.)
Provisões (aumentos/reduções)
Imparidade de Invest. Não Depreciáveis
Aumentos / Reduções pelo Justo Valor
Outros Rendimentos
Outros Gastos
Resultado antes deprec., gastos financ. e imp.
Deprecição / amortizações (Gastos/reversões)
Imparidade de Investimentos Depreciáveis
Resultado Operacional
Juros e rendimentos similares obtidos
Juros e gastos similares suportados
Resultados Antes de Impostos
Imposto sobre o Rendimento
Mariado
Albertina Barreiro Rodrigues 54
Resultado Líquido Periodo
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Exemplo de resultados:

Accounting and Finance for


Non-Specialists 5th Edition

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 55


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração das alterações no capital próprio

As alterações no capital próprio de uma entidade entre duas datas de balanço refletem o
aumento ou a redução nos seus ativos líquidos durante o período.

Com a exceção das alterações resultantes de transações com detentores de capital


próprio agindo na sua capacidade de detentores de capital próprio (contribuições
de capital, e dividendos) e dos custos de transação diretamente relacionados, a
alteração global no capital próprio durante um período, representa a quantia total
de rendimentos e gastos, incluindo ganhos e perdas, gerada pelas atividades da
entidade durante esse período.

Resultado integral
 resulta da agregação direta do resultado líquido do período com todas as variações
ocorridas em capitais próprios não diretamente relacionadas com os detentores de
capital, agindo enquanto tal.

Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros exigem ajustamentos retrospetivos


para efetuar alterações nas políticas contabilísticas, até ao ponto que seja
praticável, exceto quando as disposições transitórias noutra Norma o exijam de
outra forma.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 56


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração das alterações no capital próprio

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 57


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos Fluxos de Caixa

 Este mapa financeiro permite conhecer como foi gerado e utilizado o dinheiro
no período em análise, nem sempre existe uma correlação entre os resultados
apurados (Rendimentos - Gastos) e os fluxos de caixa (Recebimentos -
Pagamentos).

 Os fluxos de caixa fornecem informação que se reveste de grande utilidade para


estabelecer essa ligação, permitem melhorar o conhecimento das variações
ocorridas na estrutura financeira (incluindo a liquidez e a solvabilidade) e da
capacidade da empresa para fazer face aos seus compromissos no futuro

Métodos:
 Método direto: são divulgados os principais componentes dos recebimentos e
dos pagamentos de caixa, permitindo aos utentes compreender o modo como
a empresa gera e utiliza os meios de pagamento.
 Método indireto foi eliminado (o Resultado Líquido do Exercício é ajustado, de
forma a se excluírem os efeitos de transações que não sejam a dinheiro)

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 58


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 59


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Atividades operacionais
+ recebimentos de clientes
- pagamentos a fornecedores
- pagamentos ao pessoal
Fluxo das atividades operacionais

Atividades de investimento
+ recebimentos provenientes de:
investimentos financeiros
ativo fixo tangível
ativo intangível
- pagamentos respeitantes a:
investimentos financeiros
ativo fixo tangível
ativo intangível
Fluxo das atividades de investimento
Maria Albertina Barreiro Rodrigues 60
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Atividades de financiamento
+ recebimentos provenientes de:
empréstimos
entradas de acionistas
- pagamentos respeitantes a:
empréstimos
juros e custos similares
dividendos
Fluxo das atividades de financiamento

Variação de caixa e seus equivalentes

Caixa e equivalentes no inicio do período

Caixa e equivalentes no final do período

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 61


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Componentes da Demonstração dos Fluxos de Caixa - termos importantes:

 Caixa: constituído por dinheiro e depósitos à ordem;


 Equivalentes de caixa: investimentos financeiros a curto prazo, altamente líquidos e
prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro (até três meses) e que
estejam sujeitos a um risco insignificante de alterações de valor; e
 Fluxos de caixa: entradas em caixa (recebimentos) e saídas de caixa (pagamentos) e seus
equivalentes.

Tipologia das atividades que se encontram subdividas em:

 Atividades operacionais: as que constituem o objeto da atividade da empresa e outras


que não sejam de considerar como atividades de investimento ou de financiamento.

 Atividades de investimento: correspondem à aquisição e alienação de imobilizações


corpóreas e aplicações financeiras não consideradas equivalentes a caixa.

 Atividades de financiamento: são as que resultam de alterações na extensão e


composição dos empréstimos obtidos e do capital próprio da empresa.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 62


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos Fluxos de Caixa


Atividades Operacionais:

 Os recebimentos ou pagamentos gerados ou utilizados pelas atividades


operacionais são um indicador da capacidade da empresa para gerar meios
de pagamento suficientes para manter a capacidade operacional,
reembolsar empréstimos, pagar dividendos e fazer investimentos de
substituição, sem ter de recorrer a capitais alheios.

Ex.: Recebimentos provenientes da venda de bens e prestações de serviços,


recebimentos relativos a royalties, honorários, comissões e outros réditos,
pagamentos de compras de bens e serviços e ao pessoal.
Ex.: Pagamentos e reembolsos do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Coletivas (IRC), pagamentos e recebimentos inerentes a contratos
relacionados com a atividade normal da empresa.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 63


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Atividades de Investimento

 A informação relativa aos recebimentos e pagamentos relacionados com


este tipo de atividade é relevante, uma vez que mostra a extensão dos
dispêndios feitos para a obtenção de recursos que tenham em vista
gerar resultados e fluxos de caixa.

 É natural que este fluxo seja negativo, porque o valor de compra de


novos ativos é normalmente superior ao valor de venda dos mesmos.

 Ex.: Pagamentos relativos à aquisição de ativos fixos, recebimentos


relativos à venda dos mesmos, pagamentos da aquisição de partes de
capital, de obrigações e de outras dívidas, recebimentos relativos à sua
alienação, adiantamentos e empréstimos concedidos.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 64


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Atividades de Financiamento

 A informação relativa aos recebimentos e pagamentos relacionados com


este tipo de atividades permite estimar as necessidades de meios de
pagamento e de novas entradas de capital e proporcionar aos
financiadores informação sobre a capacidade da empresa para os
reembolsar.

 Ex.: Recebimentos provenientes da realização de ações (quotas),


prémios de emissão e prestações suplementares, redução de capital ou
amortização de ações (quotas), os recebimentos provenientes de
empréstimos obtidos, o reembolso dos empréstimos obtidos e
pagamentos das amortizações relativas a contratos de locação
financeira.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 65


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Estrutura do Anexo
O anexo deve:

(a) Apresentar informação acerca das bases de preparação das demonstrações


financeiras e das políticas contabilísticas usadas;
(b) Divulgar a informação exigida pelas NCRF que não seja apresentada na face
do balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações
no capital próprio ou na demonstração dos fluxos de caixa; e
(c) Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face do
balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no
capital próprio ou na demonstração dos fluxos de caixa, mas que seja relevante
para uma melhor compreensão de qualquer uma delas.

As notas do anexo devem ser apresentadas de uma forma sistemática.

Cada item na face do balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração


das alterações no capital próprio e na demonstração dos fluxos de caixa, que
tenha merecido uma nota no anexo, deve ter uma referência cruzada.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 66


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Relação entre Demonstrações Financeiras

Demonstração Fluxo Caixa Balanço Demonstração Resultados


+Recebimentos-Pagamentos Ativo = Capital Próprio+Passivo +Rendimentos-Gastos

Resultado antes deprec.,


Atividades Operacionais Capital Próprio
Ativo não gastos financ. e imp.
corrente Resultados do
Atividades de Investimento Resultado Operacional
periodo
Passivo não Resultados Antes de
Atividades de Financiamento Ativo corrente
corrente Impostos
Meios
Meios Financeiros Líquidos Resultado Líquido do
Financeiros Passivo corrente
finais do Periodo Periodo
Líquidos

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 67


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Equação Fundamental da Contabilidade

Ativo = Passivo + Capital Próprio

Primeiro Membro:
 Aplicação ou investimentos de Fundos
 Ativo - Aplicações em Bens e Direitos

Segundo Membro :
 Origem de Fundos ou fontes de financiamento
 Passivo - Origem de capitais alheios – Obrigações a pagar.
 Capital Próprio - Origem de capitais próprios em entradas de capital dos
proprietários e rendimentos já realizados.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 68


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Património
Massas Patrimoniais Concretas:
 Ativas: bens e direitos
 valorizam o património positivamente
 Passivas: Obrigações
 valorizam o património negativamente

Massas Patrimoniais Abstratas:


 Capital Próprio: Valor do Património.
 Diferença entre o que a entidade tem (Ativo) e o que deve (Passivo).
 São os fundos próprios.
 Valor que os proprietários afetaram inicialmente ao exercício da respetiva
atividade (capital social), o valor correspondente à soma dos resultados
(lucros e prejuízos) que foram obtidos desde o início até ao momento
considerado, e que não foram retirados ou distribuídos até à data
(reservas e resultados transitados), e os resultados obtidos no ano
presente (resultados Maria
líquidos .do exercício)
Albertina Barreiro Rodrigues 69
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Património

Facto Patrimonial:
 Acontecimento, evento decorrente da atividade da empresa suscetível de
alterar o património.

 Pode ser:
 Facto Patrimonial Permutativo
Quando provoca uma variação da composição do património, mas não do seu
valor.
Ex: Recebimento de cliente, compra de mercadorias, pagamento a
fornecedor.

 Facto Patrimonial Modificativo


Quando para além da variação da composição do património, provoca
também uma alteração do seu valor.
Ex: Recebimento de cliente com desconto de pronto pagamento obtido,
venda de mercadorias com lucro, pagamento a fornecedor com desconto de
pronto pagamento concedido.
Maria Albertina Barreiro Rodrigues 70
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Património

 Facto Patrimonial Permutativo


 Venda de mercadorias a crédito por 800€ (que tinham custado 800€)
- bens (menos mercadorias); + direitos (dívida a receber do cliente).
Ativo = Passivo + Capital Próprio
-800+800=0+0

 Compra de mobiliário a crédito por 1.000€:


+ bens (mais mobiliário); + obrigações (pelo dívida).
Ativo = Passivo + Capital Próprio
+1000=+1000+0

 Facto Patrimonial Modificativos:


 Venda a pronto pagamento de mercadoria no valor de 1.500€ que tinha sido
adquirida por 1.000€:
+ bens (mais Dinheiro no valor de 1.500€);
- bens (menos mercadoria pela sua venda no valor de 1.000€).
+ lucro (aumento do valor do património em 500 €).
Ativo = Passivo + Capital Próprio
+1500-1000=0+500

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 71


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Reconhecimento

 Reconhecimento dos Ativos:


 Um ativo é reconhecido no balanço, quando for provável que os benefícios
económicos futuros fluam para a entidade e o ativo tenha um custo ou um valor
que possa ser mensurado (quantificado) com fiabilidade.

 Reconhecimento dos Passivos:


 Um passivo é reconhecido no balanço, quando for provável que um Exfluxo
(saída) de recursos incorporando benefícios económicos, resulte da liquidação
de uma obrigação presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar
possa ser mensurada com fiabilidade.
 O reconhecimento de um passivo, implica o reconhecimento dos ativos ou
gastos relacionados.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 72


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Reconhecimento

 Reconhecimento de Rendimentos
 Um rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados, quando tenha
surgido um aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um
aumento num ativo (o aumento líquido em ativos provenientes de uma venda
de bens ou de serviços) ou com uma diminuição de um passivo (perdão de uma
dívida a pagar) e que possa ser quantificado com fiabilidade.

 Reconhecimento de Gastos
 Um gasto é reconhecido na demonstração dos resultados, quando tenha surgido
uma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma
diminuição num ativo ou com um aumento de um passivo e que possa ser
mensurado com fiabilidade.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 73


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração

 Mensuração
 Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os
elementos das demonstrações financeiras devem ser reconhecidos e inscritos
no balanço e demonstração de resultados.
 Quantia escriturada
 Quantia Escriturada é a quantia pela qual um ativo é reconhecido no balanço,
após dedução de depreciação/amortização acumulada e de perdas por
imparidade.
Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras
Custo Histórico
Ativo Passivo
São registados pela quantia dos proventos recebidos em
São registados pela quantia em dinheiro (caixa) ou
troca da obrigação ou pelas quantias que se espera sejam
equivalentes de caixa, ou o justo valor do pagamento feito
pagas para satisfazer o passivo no decurso normal do
para os adquirir no momento da sua aquisição.
negócio.
Ex.: Mensuração inicial de ativos fixos tangíveis (NCRF 7) Apuramento do Imposto sobre o rendimento a pagar

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 74


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração

Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras


Custo Corrente
Ativo Passivo
São registados pela quantia em dinheiro (caixa) ou
São registados pela quantia não descontada de caixa ou
equivalentes de caixa, que teria que ser paga se o mesmo,
equivalentes de caixa que seria necessária para liquidar a
ou ativo equivalente, fosse adquirido no momento
obrigação no momento presente.
presente.
Ex.: Modelo contabilístico utilizado como resposta aos efeitos das alterações dos preços dos ativos não monetários.

Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras


Valor realizável (de realização)
Ativo Passivo
Os passivos são registados pelo seu valor de liquidação ou
São registados pela quantia em dinheiro (caixa) ou
quantias não descontadas de caixa e seus equivalentes
equivalentes de caixa, quepossa ser corretamente obtido
que, se espera, sejam pagas para satisfazer passivos no
ao vender o ativo numa alienação ordenada.
decurso normal do negócio.
Ex.: Se fôr mais baixo que o custo de aquisição, seá
Constituição de provisões (NCRF 21).
utilizado na mensuração de inventários (NCRF 18).

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 75


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração

Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras


Valor presente (atual)
Ativo Passivo
Os passivos são registados pelo seu valor valor presente
São registados pelo valor presente descontado dos futuros
descontado dos futuros exfluxos líquidos de caixa e seus
influxos líquidos de caixa e seus equivalentes que se
equivalentes que se espera que sejam necessários para
espera que o item gere no decurso normal do negócio.
liquidar os passivos no decurso normal do negócio..
Pensões de reforma (NCRF 28).

Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras


Justo valor
Ativo Passivo
São registados pela quantia que o ativo poderia ser São registaods pela quantia que o passivo pode ser
trocado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, liquidado entre partes conhecedoras e dispostas a isso,
numa transação em que não exista relação entre elas. numa transação em que não exista relação entre elas.
Ex.: Agricultura (NCRF 17). Instrumentos financeiros (NCRF 27).

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 76


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração

 Exemplo de aplicação dos critérios de Mensuração

 O critério mais utilizado pelas empresas é o custo histórico


ex.: aquisição de ativos fixos tangíveis.

 O custo histórico pode ser combinado com o valor realizável


ex.: inventários em que são valorizados dos dois, o mais baixo;

 Custo corrente
ex.: entradas em espécie ou para itens doados;

 Justo valor
ex.: títulos financeiros - valor de mercado;

 Valor presente/atual
ex.: valorizar os passivos por pensões de reforma (benefícios pós- emprego).
Maria Albertina Barreiro Rodrigues 77
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração - Custo Histórico

 Custo Histórico - Registo com base no preço pago e em todas as despesas inerentes à
compra e instalação do bem. Os registos a custo histórico permanecem até os bens
voltarem a ser transacionados pela entidade, desta vez como saídas, apurando-se a
diferença entre os valores pagos e os valores vendidos.

Vantagens da utilização do custo histórico:


 Fiabilidade: Verificável na mensuração. O valor contabilizado é baseado em factos
registados em documentos que podem ser verificados e confirmados a qualquer
momento.
 Objetividade e a neutralidade: Não depende de critérios de valorização pessoais, é
menos subjetivo, não se baseia em valores estimados e garante prudência na sua
valorização.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 78


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração - Custo Histórico

Desvantagens da utilização do custo histórico:

 Coloca em causa o grau de relevância da informação apresentada de acordo com o


custo histórico, os tempos mudam e a realidade atual não é igual ao passado.

 Atualmente existem alterações em custos e preços de tal grandeza que as DF,


apresentando elementos a custo histórico diferentes dos valores de mercado atuais,
levam a que as estas já não evidenciem a desejada imagem fiel da situação financeira e
do património das empresas.

 Não considera, principalmente em períodos de inflação, as variações do poder de


compra da moeda.

 Não tem em conta a obsolescência dos elementos ativos, ou seja, as inovações de


mercados e as variações tecnológicas.
Maria Albertina Barreiro Rodrigues 79
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração – Justo Valor

 Justo Valor
 Quantia pela qual, um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em que não exista relacionamento
entre elas (na condição e localização presentes do ativo).

 Implica a existência de um Mercado ativo

 Existe um mercado Ativo quando se verificam as condições:


 Itens negociados são homogéneos,
 podem ser encontrados em qualquer momento vendedor e comprador dispostos a
vender e a comprar
 os preços estão disponíveis ao público.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 80


Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração – Justo Valor

 Desvantagens do Justo Valor:

 A determinação do justo valor obedece a um conjunto de critérios que poderão não


estar presentes na realidade das empresas portuguesas.
 Para a aplicação do justo valor é necessário recorrer a mercados de referência para um
ativo específico, ou no caso de estes não existirem, é necessário recorrer a técnicos e
regras de valorização que permitam a determinação de valores estimados, muitas
vezes, a fiabilidade da adoção deste conceito é posta em causa.
 Para os bens que não possuem mercado de referência torna-se de difícil aplicação e
mesmo para ativos alienáveis, alguns deles não possuem mercados completos e
perfeitos.
 O custo da determinação do justo valor de certos ativos é demasiado elevado, devido à
escassez de informação acerca dos mesmos.
 Torna-se mais difícil a aplicação deste conceito devido às flutuações de preços de
mercado.
 A existência de ativos que funcionam em conjunto com outros ativos dificulta a
utilização do justo valor, torna-se difícil atribuir um valor individualizado.
Maria Albertina Barreiro Rodrigues 81
Contabilidade - Introdução e Conceitos Fundamentais

Critérios de Mensuração – Custo Histórico versus Justo Valor

 Diferença entre Custo Histórico e Justo Valor

 A relevância e a fiabilidade são duas características qualitativas que estão inerentes a


uma correta elaboração da informação financeira:

 O custo histórico garante maior fiabilidade, mas acaba por evidenciar falta de
relevância, uma vez que é consequência de informação respeitante a momentos
passados, estando, por vezes, distante da realidade atual.

 O justo valor sendo um conceito baseado em valores atuais traduz informações


financeiras mais próximas da realidade tendo maior relevância.

Maria Albertina Barreiro Rodrigues 82


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