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Educação integral: currículo com espaço de cultura

Educação integral enquanto concepção teórica prevê a formação mais


integrada possível do sujeito, isto é, a oferta de oportunidades de acesso às
várias instâncias culturais da sociedade e a visão do ser humano como um ser
composto por diversas camadas inter-relacionadas que dizem respeito não
apenas à cognição, mas à emoção, subjetividade, desejos, inteligibilidade,
sociabilidade, entre outras. A Educação Integral institui uma nova visão às
escolas como locais geradores de conhecimento, como ativos no processo de
ensino aprendizagem e como ferramentas de acesso à educação, de forma a
dotar de organicidade o processo de ensino/aprendizagem em uma realidade
prenhe de significados que possibilitem ao educando situações, experiências,
instrumentos e conceitos à construção sócio cognitiva da aprendizagem.
Ampliar tempos e espaços de aprendizagem através da educação integral
propicia aos aprendentes a aquisição de competências à conquista de
conhecimentos e saberes, assim como a aquisição de uma visão social, à
proporção que este se torne consciente do papel de sujeito que desempenhará
no grupo, tendo ciência de direitos e deveres dada a condição de cidadania
que lhe é apresentada.
Para o funcionamento das escolas de educação integral, necessita-se
fundamentalmente de espaços amplos, em especial nos refeitórios e áreas
externas, que possam garantir o deslocamento e a permanência segura dos
alunos, além de servirem para diferentes atividades pedagógicas. Entretanto,
na medida em que propõe o pleno desenvolvimento de crianças, adolescentes
e jovens, a educação integral precisa dialogar intimamente com propostas
curriculares que contemplem ampliação e integração de saberes, território,
tempos e espaços, e gestão democrática. A educação integral  e sua
perspectiva de ampliação de espaços, também o que acontece fora da escola,
em outros espaços educativos. De forma mais aguda do que ocorre na
organização curricular desenvolvida em turno parcial, na organização curricular
para a educação em tempo integral prescinde de intencionalidade educativa a
ser desenvolvida integralmente, ou seja, todo o tempo de permanência do
estudante na escola deve ser povoado de atividades pedagógicas voltadas à
“razão de ser” da educação formal pública. Nesse sentido, a confronta‐se com
os inúmeros programas que ampliam o tempo escolar mas, devido às suas
fragilidades epistemológicas e aos seus ímpetos marcadamente
assistencialistas e populistas, descaracterizam justamente o que deveriam
fortalecer: a função educativa e emancipadora da educação formal pública.

Referências: Galian, Claudia Currículo e Educação.


Moll, Jaqueline Educação Integral.

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