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ROTEIRO (ESCRITO)

Nascido em 19 de janeiro de 1809 e natural da cidade de Boston, Edgar allan poe foi e ainda é
um dos maiores escritores de suspense da história. É considerado um grande mestre do
suspense, e seus contos são, em sua maioria, focados no suspense psicológico, um suspense
que questiona a mente humana, nos deixando perturbados, curiosos e incomodados com seu
funcionamento tão perfeito e peculiar. E hoje falaremos sobre um de seus melhores e mais
intrigantes contos, “William Wilson”, publicado em 1839. O conto é narrado pelo personagem
título, embora ele revele que William Wilson não é seu verdadeiro nome. O protagonista está à
beira da morte e descreve para o leitor a sua convivência com uma figura misteriosa, que o
assombrou durante toda a sua existência. Ele discorre sobre o tal nome ser comum e medíocre
para uma pessoa nobre e de poses; conta sua infância com todos as regalias de uma criança, a
qual nasceu em berço de ouro. Quando um pouco mais velho, foi estudar em um colégio
interno, regido por um reverendo. Este era uma figura importante, inesquecível para O
Narrador, pois este não entendia como aquele homem dócil e amigo nos cultos de final de
semana poderia ser rude e rígido como diretor daquela instituição; lá, Wilson conhece um
menino com o mesmo nome que o seu e com a mesma aparência. Porém, apenas uma coisa os
diferenciava: o gênio de cada um. Enquanto o narrador era explosivo e mimado, seu sósia era
reservado e falava muito baixo — embora tivesse o mesmo timbre de voz do colega. Não
demorou para que surgisse uma rivalidade entre eles. Os dois jovens deixaram a escola no
mesmo dia, depois de uma situação bizarra vivida pelo protagonista, mas seus caminhos
continuaram cruzados. Conforme os anos foram passando, William se tornou um adulto fútil e
traiçoeiro, e acabou seguindo para outros lugares mais distantes e sempre quando estava
executando um ato terrível ou tirando vantagem de alguém, o outro William aparecia para
estragar seus planos. Como em um passe de mágica, depois de expor a verdade por trás das
falcatruas de William, seu inimigo sumia, desaparecia sem deixar qualquer sinal de onde
poderia ter partido. Ao longo do conto, o personagem protagonista se pergunta a todo
momento sobre quem verdadeiramente é essa pessoa que vive o seguindo…. Onde vive….
Como aparece e desaparece sem deixar vestígios? Até que, já no final do conto, o narrador, já
não aguentando passar mais por estas situações, pega seu florete e ataca o seu homônimo
fraudulento, e enquanto este está em seu “leito de morte”, o mesmo profere as seguintes
palavras: ” Vencestes e eu me rendo, contudo, de agora em diante, tu também estás morto…
morto para o mundo, para o céu, para a esperança! Em mim tu vivias, e na minha morte, vê
esta imagem, que é a tua própria imagem, quão completamente assassinaste a ti mesmo”.
Para nós, do grupo, acreditamos que o conto fala sobre a dualidade humana. Todos temos um
lado de luz e outro de sombras. Temos vontades boas e vontades más. Cremos que o “segundo
William” represente a moral e a consciência virtuosa que a todo momento tenta o resgatar das
sombras. Fica claro, ao final do conto, que um precisa do outro para sobreviver.

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