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e) Conluio – ajudar o usuário a obter as drogas, já que ¨ele sente falta e pode
passar muito mal sem elas ¨ou¨ ficar violento sem o uso delas¨. Faço parte do
processo. Impeço seu envolvimento com traficantes, polícia, com os
perigos. Passando a ser seu fornecedor de tudo.
Desligamento Emocional
Esta é umas das Ferramentas mais importantes e mais difíceis de entendermos e aplicarmos
na nossa Recuperação.
Nos ¨Desligarmos Emocionalmente¨ do nosso Adicto é nos permitir despir de todos os nossos
preconceitos, pré-conceitos que fomos anexando ao nosso modo de pensar e viver e que
foram se enraizando dentro de nós.
Desligarmos é nos permitir ter limites, é permitir termos liberdade, termos direito, sermos
felizes, pois, agora temos opções, temos escolhas e não mais obrigações somente.
É compreendermos, é termos compaixão, é sabermos que a nossa felicidade agora não
depende de terceiros, do bem-estar do Adicto, do bem-estar do patrão, do vizinho. Esta
felicidade agora está sobre nosso Controle, em nossas mãos.
Quando ¨Desligo-me Emocionalmente¨ do meu Adicto coloco seu problema como sendo seu,
somente seu e permito analisar as minhas atitudes de forma mais clara, racional, pura.
Desligando-me do meu emocional passo a colocar na minha vida um novo lema, ¨Pensar¨.
Foco meu Adicto agora com um olhar que me permite ver tudo que está a minha volta, com
uma nova concepção, um novo horizonte. Vendo-o agora como portador de uma doença e
não mais como um pobre coitado ou um ser cheio de falhas de caráter, desonesto, imoral,
amoral.
Com o Desligamento Emocional sentimentos negativos como Raiva, Frustrações, Auto
piedade, Controle desaparecem e fica em mim a certeza de que não sou mais responsável
pelo adicto, que não tenho culpa por sua doença e não tenho o poder de curar sua insanidade
e que preciso apenas agora procurar a minha ¨Sanidade¨ e a ¨Recuperação¨ da minha
doença. Para que quando meu Adicto solicite a minha ajuda, eu possa saber julgar se minhas
atitudes não são facilitadoras ou uma forma de manipulação minha ou dele.
Começo a dar a mim oportunidades para minha recuperação e a permitir que o outro tenha
chance para sua recuperação, pois, agora eu deixo que o outro dirija a sua própria vida, que
seja responsável por ela e que saiba que arcará com as consequências das suas atitudes.
Ao me ¨Desligar Emocionalmente¨ passo a ter ¨Serenidade, Coragem e Sabedoria¨.
Desligar-me é conseguir o verdadeiro Amor por si e pelo ou outro.
Desligar-me é encontrar a liberdade.
Desligar-me é exercer o Amor verdadeiro, o ¨Amor incondicional¨.
Amar é não impor condições para este Amor. Amar é opção, é escolha sem me preocupar se
é preto ou branco, se é feio ou bonito, se gostam ou não gostam, se cheira ou se fuma.
Desligar-me é dar aos outros a liberdade de se responsabilizarem por si.
O familiar do ¨Adicto¨ tem uma grande dificuldade em compreender este conceito, pois,
ainda tem o conceito de que tem o ¨Poder¨ pelo outro.
¨Desligar-me Emocionalmente¨ do Adicto não é deixar de se importar com ele, não é deixá-lo
de amá-lo, nem é ser cruel, mas sim, exercer o verdadeiro Amor.
É verdadeiramente ¨Ajudar¨, pois agora, exercito o ¨Viva e Deixe Viver¨, tendo o outro a
¨Liberdade¨ de escolha e de assumir seu lugar neste mundo, aprendendo com os erros e
fortalecendo-se com os acertos.
Desligar-me do Adicto é vê-lo não como ¨Príncipe¨ e nem como um ¨Sapo¨ de um conto de
fadas, mas sim, ver o outro como um ser humano cheio de qualidades e contradições assim
como eu também sou.
É vermos nele, no outro o nosso próprio reflexo de simples seres humanos que somos.
É retirar o foco do Adicto e colocarmos em nós, é ver as nossas ¨adicções¨, nossas
deficiências, nossos complexos, erros e compreender que acima de tudo temos o direito e a
escolha de sermos feliz.
É ver o meu ¨EU¨ para que eu não julgue mais o ¨EU¨ do outro.
Desligar-me é me desprender, é desatar nós, é soltar minhas asas para que junto com outro;
se ele assim o quiser; aprendamos a voar; juntos ou não; mas aprendamos.
Facilitação é uma Ferramenta de ¨Ajuda¨ irresponsável que praticamos como forma de diminuir as consequências
da Adicção deles e as dores causadas por elas em nós. Nossa insegurança, dúvida, falta de fé, nossa própria
arrogância faz-nos colocar sobre nós à obrigação de sermos donos da sua Recuperação.
Ao Facilitar a vida do meu Adicto tento diminuir seu sofrimento, na esperança de que abrandando a desordem o
faça ver o quanto de mal ele esta fazendo a si e aos que o rodeiam. Esqueço eu, que a Adicção os leva a
insanidade, a perda da razão, conceitos de moral, conceitos de ética, respeito, não fazem mais parte da sua
doença. Na vida deles agora só existe confusão, instabilidade, insanidade, abusos, desonestidade, manipulações,
mentiras, falsidade.
Ao Facilitar e ser co-dependende deles potencializo em mim os mesmos sintomas da sua doença e os mesmos
conceitos.
Facilitação faz parte da minha fraqueza de caráter.
Este processo de ¨Ajuda¨ faz com que não permitamos que nossos adictos adquiram maturidade e que nós
também não adquiramos. Impedimos seu crescimento como seres humanos, sua independência para que
construam suas próprias vidas.
Por educação e cultura somos levados a acreditar que facilitar é uma forma de Amar o outro. Facilitação faz parte
da nossa natureza, achamos que amar é assumir responsabilidades, fazer do impossível o possível, é não possuir
regras, nem limites.
Partilhamos suas vidas, vivenciamos suas dores, nas horas de prazer somos banidos de seu meio, nas horas de
apuros somo lembrados como salvadores. Esta Facilitação impede que seus caminhos sejam traçados por quem
realmente é de direito. Por nos colocarmos como sábios, mentores, deuses e eles incapazes, imaturos, fracos, nós
determinamos, controlamos seus passos não permitindo a eles a liberdade de arcarem com suas verdades, com
suas insanidades, com sua vida. Esquecemos que só aprendemos com desacertos, falhando reconhecemos
valores, sofrendo aprendemos a encontrar a nossa felicidade.
A sua doença os leva a usar sentimentos de amor, medo, culpa, frustrações, sonhos, responsabilidade como forma
de nos dominar e tornarmos desesperados, mantendo assim, o Poder sobre nós. Passamos a não medir
conseqüências por atos, não medimos perigos, esforços, tornamo-nos escravos deles e para eles.
Nossos Adictos sabem que somos Facilitadores e que isto faz parte da nossa natureza humana, se aproveitando
deste conhecimento manipulam os nossos atos para que estejamos sempre presos aos seus anseios e sonhos.
Deixando de viver suas vidas, passam a viver em prol do que facilitamos para suas vidas.
Este comportamento compulsivo nos torna prisioneiros de vontades alheias, perdemos individualidade e direitos.
Passamos termos apenas deveres para com eles. Somos humilhados, violentados em todos os sentidos
fisicamente e emocionalmente. Somos peças prontas a serem acionadas quando da sua necessidade, não
importando nossas vontades, nosso amor, carinho, compaixão, sofrimento ou vontade. Colocando-se sempre
numa situação confortável de vítima sabem exatamente à hora em que irão ter a sua disposição todas as
Ferramentas de auxilio e estas Ferramentas somos nós.
¨Meu Adicto¨ esta com sua vida esta fora de controle, porém, não fora do controle da minha vida. Imploro, choro,
chantageio, suborno, violento, uso de todas as Ferramentas num processo insano de ¨ajuda¨. Este processo de
¨ajuda¨ gera em mim sentimentos de ódio, de intolerância, tristezas, mágoa, ressentimento, por saber que a
¨ajuda¨ que dei hoje não trará melhorias na sua vida nem na minha, muito pelo contrário, sei que será apenas
um remédio paliativo para ambos, até que uma nova tensão, uma nova crise apareça. E novamente lá estarei Eu
pronto para facilitá-lo.
Na Facilitação herdo a sua vida e vivo todas as minhas 24h servindo aos seus caprichos. Anulando-me como ser
vivo. Sendo um instrumento somente a espera de ser acionada num novo conflito que certamente virá..
Minha compulsão em Facilitar só aumenta mais a sua doença e a minha. A minha proteção ao Adicto retira dele a
obrigação por seu Eu.
Preciso aprende que para Amar meu adicto preciso me Desligar do seu Controle e deixar de ser uma peça de
Facilitação. Ao deixar de ¨Facilitar¨ ou como gosto de dizer ¨Ajudar¨, admito que ele sinta agora as dores da sua
insanidade, que assuma suas decisões e assim quem sabe sentindo todos os males que ele causa a si, possa ele,
então procurar uma ¨Recuperação¨ ou a ¨Ajuda¨ para sua Vida.
Preciso aprender a deixar que ele assuma as conseqüências de suas ações, minhas dúvidas e medos devem ser
deixados de lado, preciso deixá-lo Viver a sua Vida, as causas do que acontecer serão a partir de agora suas
causas e não mais de minha responsabilidade ou de minha culpa.
Tenho que hoje Viver a minha vida, deixando de ser Facilitador, o outro tem seu livre pensar, suas opções de
caminhar. Ao deixar de ser Facilitador percebo que posso andar de mãos dadas com ele ¨ajudando-o de verdade¨,
sem limitar seu caminhar nem ultrapassar meus limites. Juntos poderemos aprender que agora temos a faculdade
de atravessarmos pela vida cada um com seu próprio passar e quem sabe juntos se Eu, Ele e Deus assim o quiser