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COMPORTAMENTO

EM FOCO VOL. 13 pp. 100—112

Felipe Magalhães Lemos (1, 2)


IISCA, uma proposta de Análise Funcional 1
felipemagalhaeslemos@gmail.com

Joshua Jessel (3)


IISCA, a Functional Analysis proposal joshua.jessel@qc.cuny.edu

(1) Universidade Federal de São Carlos


(2) Luna ABA
(3) Queens College CUNY

Resumo Abstract

Revisamos a literatura atual sobre um modelo We reviewed the current literature on a re-
de análise funcional recentemente desenvol- cently developed functional analysis model
vido denominado de análise de contingên- termed the interview-informed synthesized
cia sintetizada por entrevista (IISCA), com contingency analysis (IISCA) to improve
intuito de melhorar a disseminação dos pro- dissemination of the procedures among the
cedimentos entre a população brasileira. A Brazilian population. The IISCA has the poten-
IISCA tem potencial para ser uma avaliação tial to be a viable behavioral assessment that
comportamental viável que pode ser usada can be used across countries to reduce pro-
em todos os países para reduzir o comporta- blem behavior exhibited by individuals with
mento-problema exibido por indivíduos com intellectual and developmental disabilities.
deficiência intelectual e de transtornos de de- The IISCA identifies the functions of problem
senvolvimento. A IISCA identifica as funções behavior in an efficient and practical manner,
do comportamento-problema de forma efi- allowing clinicians to design effective, skill-
ciente e prática, permitindo que os analistas -based treatments that produce meaningful
do comportamento planejem tratamentos changes in problem behavior. In this review,
eficazes e baseados em habilidades, produ- we will be emphasizing the early develop-
zindo mudanças significativas no comporta- ment of the IISCA and track its evolution as
mento-problema. Nessa revisão, nós enfati- a practical functional assessment model with
zaremos o desenvolvimento inicial da IISCA utility as a resource in Brazil.
e acompanharemos sua evolução como um
modelo de avaliação funcional prática como
um recurso útil para o Brasil.

Palavras-chave Keywords

IISCA; análise funcional; contingência IISCA; functional analysis; synthesized


sintetizada. contingency.

1 Apresentação na ABPMC: Lemos, F. M., Almeida, C. G. M., Chereguini, P. A. C., Freitas, D. F. C. L. Uma discussão sobre possibilidades de
análise funcional do comportamento em intervenções baseadas na análise do comportamento aplicada ao transtorno do espectro autista.
Mesa redonda. 05/09/2020. Lemos, F. M. Análise Funcional por Contingência Sintetizada (IISCA), um estudo de caso. Mesa redonda. 05/09/2020.

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Análise funcional do comportamento
Felipe Magalhães Lemos & Joshua Jessel

Análise Funcional: aspectos históricos implementados em uma gama de pacientes que


apresentavam comportamentos-problema. A
Há várias décadas analistas do compor- Análise Funcional Padrão (também conhecida
tamento vêm estudando e desenvolvendo téc- no Brasil como Análise Funcional Experimental)
nicas de avaliação funcional para identificar é um tipo de avaliação que isola (a) reforço po-
contribuintes ambientais para o comportamen- sitivo em uma condição de teste que manipula
to-problema. Uma das primeiras demonstrações o acesso à atenção na forma de repreensões, (b)
foi realizada com um paciente diagnosticado reforço negativo em uma condição de teste que
com esquizofrenia que apresentava compor- manipula a fuga de condições aversivas sob
tamento auto lesivo (do inglês, Self-Injurious a forma de instruções acadêmicas, e (c) refor-
Behavior, SIB), como pancadas na cabeça e ço automático em uma condição de teste sem
braço (Lovaas, Freitag, Gold, & Kassorla, 1965). consequências socialmente mediadas (Iwata et
Embora as causas para o SIB fossem muitas al., 1982/1994; Sella & Ribeiro, 2018). Embora
vezes conceituadas internamente e assumidas historicamente relevante, têm sido necessárias
como produto do diagnóstico, os pesquisado- múltiplas modificações na aplicação da análise
res foram capazes de determinar que o SIB era funcional padrão a fim de identificar com pre-
mais propenso a ocorrer quando o paciente não cisão as funções comportamentais (Hagopian,
estava recebendo acesso à música preferida e Rooker, Jessel, & DeLeon, 2013). Além disso, esse
aprovação social. Assim, considerou-se que o modelo apresenta diversas barreiras práticas
SIB era sensível a mecanismos operacionais e que impactam negativamente a utilidade entre
influenciado por reforço social-positivo. Esse os analistas do comportamento (Hanley, 2012;
resultado estimulou pesquisas na área de ava- Oliver, Pratt, & Normand, 2015; Roscoe, Phillips,
liação funcional e intervenção para SIB e outras Kelly, Farber, & Dube, 2015). Para a tornar mais
topografias semelhantes de comportamentos- prática, Hanley (2012) sugeriu uma abordagem
-problema (Berkson, 1965; Berkson, Mason, mais individualizada para a análise funcional
& Saxon, 1963; Lovaas et al., 1965; Lovaas & que incluiu uma contingência sintetizada atra-
Simmons, 1969). A tecnologia de avaliação fun- vés de informações qualitativamente ricas, co-
cional centra-se em compreender como refor- letadas a partir de entrevistas e observações.
çadores putativos historicamente mantiveram Na publicação seminal desse modelo prático, a
o comportamento-problema, e então, usar essas análise funcional exigiu menos de 30 minutos
informações para projetar procedimentos de para ser realizada e informou um tratamento
tratamentos subsequentes. baseado em função (do inglês, function-based
A combinação dessas demonstrações ini- treatment) que resultou em melhorias social-
ciais da avaliação funcional levou a algumas mente significativas no comportamento-pro-
conclusões gerais sobre eventos ambientais blema (Hanley, Jin, Vanselow, & Hanratty,
comuns que poderiam estar contribuindo para 2014). Esse modelo de análise funcional ficou
o comportamento-problema (Carr, 1977). Em conhecido como análise de contingência
um modelo altamente influente, Iwata, Dorsey, sintetizada por entrevista (IISCA - Interview-
Slifer, Bauman, & Richman (1982/1994) utiliza- Informed Synthesized Contingency Analysis) e
ram o entendimento comum de reforços po- foi baseado nos componentes procedimentais
sitivos e negativos para projetar um conjunto descritos em detalhes abaixo (Jessel, Hanley, &
de procedimentos padrão que poderiam ser Ghaemmaghami, 2016).

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IISCA base em informações de desfechos que ocor-


rem logo após o comportamento-problema.
Definição Elas podem incluir uma combinação de fuga
A IISCA é um tipo de análise funcional de demanda, acesso à atenção ou acesso a itens
que alterna uma condição única de teste com tangíveis. A importância de sintetizar variáveis
uma condição de controle correspondente, relevantes em uma única contingência reside
ambas guiadas por uma entrevista semiaber- no potencial de emular o contexto natural em
ta com familiares, cuidadores, professores ou que o comportamento normalmente ocorre.
quaisquer outras pessoas relevantes na vida Além disso, sintetizar contingências durante
do paciente. Ao contrário de outras análises a IISCA aumenta a probabilidade de obter
funcionais que tendem a avaliar contingências resultados diferenciados em um período efi-
isoladamente, a IISCA avalia o contexto como ciente de tempo, o que permite aos analistas
um todo e sintetiza variáveis relevantes infor- do comportamento a capacidade de passar a
madas pelos cuidadores como coocorrentes implementar mais rapidamente tratamentos
no ambiente natural. De fato, os componentes baseados em funções (Jessel et al., 2020).
centrais da IISCA são notavelmente diferen-
tes dos procedimentos da análise funcional Fundamentação
padrão, tendo como uma de suas principais A teoria fundamental na aplicação de me-
diferenças o compromisso de analisar contin- todologias de análise funcional é que o compor-
gências de reforço sintetizadas (Jessel, Hanley, tamento-problema é aprendido ou são respostas
& Ghaemmaghami, 2020). As variáveis a serem operacionais (ou seja, aquelas que são mantidas
sintetizadas são antecedentes (operações esta- por suas consequências). Como alguns eventos
belecedoras), comportamentos (topografias de ambientais são mais comuns após o comporta-
respostas) e consequências (reforços positivos e mento-problema do que em sua ausência, eles
negativos). As operações estabelecedoras (OEs) podem aumentar a probabilidade futura desse
são sintetizadas apresentando múltiplos even- comportamento-problema ocorrer. Além disso,
tos evocativos ao mesmo tempo (por exemplo, alguns eventos antecedentes podem aumentar
apresentar instruções para concluir uma de- o valor dessas consequências, que são chama-
manda restringindo o acesso a itens preferidos dos de operações estabelecedoras. Outras vari-
e/ou atenção). As topografias de resposta são áveis antecedentes, referidas como estímulos
sintetizadas pela inclusão de precursores de discriminativos, estão correlacionadas com
comportamentos-problema mais graves, além a entrega dessas consequências e tornam-se
de quaisquer topografias que existam dentro sinal para a relação contingente entre compor-
da mesma classe de contingência. Por exemplo, tamento e consequências. Tomados como um
se um paciente geralmente emite grunhidos todo, antecedentes naturais evocam o compor-
logo antes de jogar os livros no chão, o reforço tamento-problema e as consequências fortale-
será fornecido contingente aos grunhidos com cem esse comportamento-problema. O dever
o objetivo de desescalar (evitar a escalada da do analista do comportamento é usar a tecno-
topografia de reposta para uma topografia mais logia de análise funcional para identificar os
grave) a situação antes que o paciente recorra ao eventos ambientais que ocorrem naturalmen-
comportamento mais destrutivo de jogar livros. te, a fim de reorganizar o contingenciamento
Por fim, as consequências são sintetizadas com para apoiar formas de comportamento mais

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apropriadas. Isto é, por mais que os eventos Objetivos da IISCA


comportamentais observados possam parecer A IISCA tem objetivos particulares, com
extraordinários, essas respostas têm uma causa os três principais sendo: (1) demonstrar forte
lógica de eventos antecedentes e consequentes controle sobre o comportamento-problema; (2)
próximos. obter uma linha de base estável para avaliar
A IISCA avalia esses antecedentes e con- os efeitos do tratamento; e (3) identificar con-
sequências em uma contingência de múltiplas dições motivacionais que servirão para refor-
variáveis combinadas que representam a com- çar outras habilidades utilizando reforços que
plexidade do contexto em que o comportamen- historicamente fortaleceram o comportamen-
to-problema é exibido. Embora incorporar a to-problema (Rajaraman & Hanley, 2018). Ao
complexa coleção de variáveis na contingência demonstrar controle sobre o comportamen-
sintetizada muitas vezes ofusque o controle to-problema por meio de uma contingência
isolado de cada variável (por exemplo, Fisher, composta de materiais e interações descritas
Greer, Romani, Zangrillo, & Owen, 2016), a li- pelos cuidadores na entrevista, é possível obter
teratura sugere que muitas vezes é necessário uma linha de base estável a partir da qual se
incorporar a síntese para entender o compor- pode avaliar a eficácia de um tratamento ba-
tamento-problema durante uma análise funcio- seado em função e identificar um conjunto de
nal (Call & Mevers, 2014; Call, Wacker, Ringdahl, condições motivadoras que servirão como
& Boelter, 2005; Dolezal & Kurtz, 2010; Mann & instruções podendo reforçar diferencialmen-
Mueller, 2009). Slaton, Hanley, & Raftery (2017) te habilidades sociais importantes. A natureza
também demonstraram que a sintetização de prática da IISCA permite que o processo seja
contingências complexas aumenta a probabi- aplicado de forma flexível em casa, escola, clíni-
lidade de obtenção de resultados diferencia- ca, ou outros ambientes. Além disso, o analista
dos em comparação com a análise funcional do comportamento utiliza o tratamento base-
padrão. Os autores constataram que em 80% ado em função como uma oportunidade para
dos casos era necessário sintetizar contingên- ensinar habilidades relevantes relacionadas
cias para obter resultados analisáveis para in- às necessidades do cuidador e do paciente. O
formar um tratamento eficaz. Isso sustenta a processo de ensino de habilidades muitas vezes
noção de que as contingências sintetizadas são começa com a melhoria da comunicação, ensi-
mais vantajosas do que as variáveis isoladas. nando progressivamente habilidades linguísti-
De fato, Coffey et al. (2019) apontam que a IISCA cas mais apropriadas para o desenvolvimento.
busca gerar procedimentos seguros e rápidos O analista do comportamento, então, continua
que sejam aceitáveis às famílias, professores o tratamento incluindo o ensino de tolerância
ou cuidadores de indivíduos que apresentam com negações e cooperação com a instrução
comportamento-problema. Ou seja, os proce- de adultos. Após a conclusão do processo de
dimentos de análise funcional devem ser tele- avaliação e tratamento abrangentes a partir
visíveis (qualidade de procedimento do qual da IISCA, o objetivo é alcançar reduções sus-
o terapeuta se orgulharia de transmitir na te- tentáveis no comportamento-problema e um
levisão) ou conduzidos de uma forma em que repertório alternativo que garanta a tolerân-
a comunidade esteja disposta a apoiar como cia bem-sucedida de situações desafiadoras no
serviços terapêuticos adequados. futuro.

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Locais e participantes acompanham de forma confiável o comporta-


A IISCA tem sido aplicada em diversos mento e tranquilizam o indivíduo. A entrevista
contextos, como escolas (por exemplo, Herman, pode levar cerca de 30 min para ser concluída
Healy, & Lydon, 2018; Santiago, Hanley, Moore, e é seguida de uma observação breve. Durante
& Jin, 2016; Taylor, Phillips, & Gertzog, 2018), a observação, o analista do comportamento in-
ambulatórios clínicos (por exemplo, Ferguson et terage informalmente com os participantes e
al., 2020; Jessel et al., 2018), casas (por exemplo, começa a sondar alguns dos eventos ambientais
Rose & Beaulieu, 2019; Strand & Eldevik, 2018) descritos como relacionados ao comportamen-
e programas de habilitação diária para adul- to-problema na entrevista. A observação breve
tos (Ghaemmaghami, Hanley, & Jessel, 2016). é conduzida como uma oportunidade para ca-
Grande parte dos participantes da literatura de librar as definições operacionais do compor-
pesquisa foram diagnosticado com transtorno tamento-problema e a relevância ecológica da
do espectro autista (TEA); no entanto, houve contingência sintetizada a ser avaliada durante
replicação da IISCA entre pessoas com trans- a IISCA com base na performance do paciente
tornos de ansiedade generalizadas, síndrome durante a observação e feedback dos cuidado-
de down, e mesmo sem qualquer diagnóstico res in situ. A observação breve leva cerca de
de deficiência intelectual ou de transtornos do 10 minutos para ser conduzida, a depender de
desenvolvimento (Jessel, Metras, Hanley, Jessel, quão confiantemente o analista do comporta-
& Ingvarsson, 2020a). Entre aqueles que viven- mento sente que identificou o contexto relevan-
ciaram a IISCA as idades variam drasticamen- te de interesse para determinar a necessidade
te, desde 1 ano e meio de idade até pacientes de avaliações adicionais e tratamento (Jessel
adultos. As topografias mais comuns que têm et al., 2016).
sido avaliadas e tratadas são agressão, SIB, com- Após a conclusão da entrevista e da ob-
portamento destrutivo, e problemas de sono, servação, o analista do comportamento plane-
embora outras topografias mais idiossincráti- ja os procedimentos da IISCA para emular as
cas tenham sido avaliadas (por exemplo, Jessel, descrições dos eventos feitas pelos cuidadores e
Ingvarsson, Metras, Kirk, & Whipple, 2018). as experiências notadas durante a observação.
A IISCA inclui uma condição única de teste na
Procedimentos de avaliação qual a OE sintetizada putativa é organizada
Antes de realizar a IISCA, o analista do para evocar o comportamento-problema e o
comportamento realiza uma entrevista semia- reforço sintetizado putativo é apresentado para
berta (Hanley, 2012) com pessoas acostumadas aplacar o comportamento-problema após sua
a lidar com o comportamento-problema do pa- ocorrência. Durante o controle correspondente,
ciente (por exemplo, pais, professores e cui- a OE putativa é eliminada com a entrega contí-
dadores). O objetivo desta entrevista é reunir nua e não-contingente dos reforços putativos.
informações qualitativas sobre (a) os tipos e Portanto, todas as variáveis incluídas em ambas
topografias de comportamentos precursores as condições são equiparadas e a única diferen-
não-perigosos e comportamentos perigosos que ça entre as condições de teste e controle é a mu-
serão alvo na classe de contingência da IISCA, dança na relação contingente entre reforços e
(b) os eventos antecedentes que geralmente comportamento-problema, ou seja, reforço con-
evocam esses comportamentos no ambiente tingente na condição de teste; reforço não-con-
natural, e (c) os eventos consequentes que tingente na condição de controle. As condições

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de teste e controle são rapidamente alternadas manter o acesso aos reforçadores seja deter-
em um delineamento multielementos e o con- minado com base no desempenho e consumo
trole funcional é demonstrado quando taxas individuais dos reforços. Muito embora o tempo
elevadas de comportamento-problema são re- designado para devolver o acesso aos reforçado-
petidamente demonstradas nas sessões de teste res seja determinado com base na performance
em comparação com baixas ou nenhuma taxa e consumo individuais dos reforços. Em outras
de comportamento-problema nas sessões de palavras, o indivíduo pode exigir mais tempo
controle. A IISCA é tipicamente realizada em com os reforçadores se estes envolverem um
uma sessão subdividida em cinco sessões de jogo que requer tempo para configurar ou para
3 ou 5 min cada, potencialmente criando uma revezar. Normalmente é melhor dar tempo su-
duração total de análise de 15 ou 25 min. As ses- ficiente com os reforços para que o paciente
sões são ordenadas para ocorrer no padrão de retorne a um estado calmo e feliz. Esse proces-
(1) controle, (2) teste, (3) controle, (4) teste e (5) so intercambiavelmente apresentando as OEs
teste, representado da seguinte forma CTCTT, e os reforçadores contingentes ao comporta-
a menos que mais sessões sejam necessárias mento-problema é repetido até que a sessão
para garantir o controle experimental. A sessão de teste seja concluída. Durante a condição de
de controle é realizada primeiro para estabe- controle, os reforçadores estão disponíveis no
lecer confiança com o indivíduo e criar algum decorrer de toda a sessão e qualquer compor-
nível de rapport entre paciente e analista do tamento-problema é ignorado. Isso significa
comportamento. Duas condições de teste são que o analista do comportamento continua a se
repetidas no final para replicar os efeitos da engajar com o paciente e permite o acesso aos
contingência quando o teste é implementado reforçadores tangíveis, independentemente de
independentemente de sua localização tempo- o comportamento-problema estar ocorrendo.
ral para o controle. É importante ressaltar que o Essa comparação de teste-controle intima-
número de sessões pode variar dependendo da mente combinada permite uma exibição trans-
performance do paciente durante a IISCA; no parente da influência de eventos ambientais
entanto, resultados diferenciados implicando informados pelos cuidadores sobre o compor-
em uma função socialmente mediada são um tamento-problema com a possibilidade de três
desfecho provável na maioria dos casos (Jessel desfechos potenciais. Em primeiro lugar, se o
et al., 2020a) comportamento-problema for elevado na con-
A condição de teste começa com a OE defi- dição de teste e eliminado na condição de con-
nida a partir da entrevista e da observação. Ela trole, isso indica um desfecho de diferenciação
pode envolver o analista do comportamento e o analista do comportamento pode iniciar a
remover itens tangíveis e instruir o indivíduo implementação de um tratamento baseado em
a fazer a transição para um contexto com ma- função. Em segundo lugar, o analista do com-
teriais acadêmicos. Os reforços (ou seja, a inter- portamento pode precisar voltar a entrevistar
rupção das instruções e a devolução do acesso os cuidadores ou a realizar mais observações se
não-contingente a itens tangíveis) são devolvi- o comportamento-problema não for presencia-
dos imediatamente após alguma das respostas do no teste ou na condição de controle. Sem ob-
sintetizadas como comportamentos-problema servar o comportamento-problema (o que pode
ocorrer, e são mantidos por volta de 30 segun- incluir topografias não-perigosas e perigosas,
dos, muito embora o tempo designado para sendo a primeira preferível em detrimento da

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segunda), o analista do comportamento é inca- entre as condições de teste e controle, em sua


paz de determinar a função e pode ter perdido empresa, FTF Behavioral Consulting, e proje-
algumas variáveis ecologicamente relevantes tou um novo formato de IISCA chamado IISCA
que precisam ser incluídas na IISCA. Terceiro, baseada em performance. A IISCA baseada em
o comportamento-problema pode ocorrer em performance evoluiu a partir de avaliações re-
condições que sugerem a influência potencial centes, sugerindo que a eficiência de uma aná-
do reforço automático. Os cuidadores devem lise funcional pode ser melhorada sem afetar
ser consultados se o reforço automático estiver o controle analítico, mensurando instâncias de
implicado como uma fonte potencial de influ- comportamentos-problema durante intervalos
ência sobre o comportamento-problema, pois onde o reforçador está presente em compara-
isso afetará os procedimentos de tratamento ção com intervalos onde o reforçador está au-
(Hagopian, Rooker, & Zarcone, 2015). sente (Jessel et al., 2020a, b). A IISCA baseada
Os dados podem ser coletados ao vivo em performance elimina quaisquer intervalos
quando a IISCA é conduzida ou a partir de fixos de tempo e apresenta apenas OEs desti-
uma gravação de um vídeo, em um registro nadas a evocar o comportamento-problema
posterior (Hanley, 2020a). Os dados são re- quando o paciente indica que está confortável
gistrados em planilhas, que estão disponíveis com a situação e contexto em que se encontra.
gratuitamente online (https://practicalfunctio- Portanto, as sessões não têm mais um tempo
nalassessment.com), gerando gráficos específi- predeterminado (ou seja, 3 ou 5 min) e a dura-
cos. Normalmente o comportamento-problema ção do reforço depende de o paciente estar feliz,
é registrado como frequência e convertido em relaxado e engajado antes de reintroduzir a OE.
uma taxa dividindo o número de ocorrências Essa modificação nos procedimentos da IISCA
de comportamento-problema pela duração da visa melhorar a segurança e a aceitabilidade
sessão. Por exemplo, se o paciente apresentar geral entre aqueles que recebem os serviços.
10 instâncias de agressão em uma sessão de No entanto, é importante ressaltar que esses
cinco minutos, a taxa de comportamento-pro- procedimentos ainda estão sendo avaliados em
blema seria de 2 respostas por minuto. Usar a pesquisas.
taxa como medida de comportamento-proble-
ma permite uma avaliação fluida das mudan- Efetividade e eficiência
ças de comportamento nas sessões e o analista A eficácia de uma análise funcional é veri-
do comportamento pode avaliar mudanças na ficada através dos efeitos do tratamento obtidos
tendência, nível e variabilidade. Além disso, a ao utilizar uma análise funcional. Esta forma
interpretação da qualidade do controle pode ser de verificação foi identificada como “utilidade
inferida com base no nível de sobreposição da do tratamento” (Hayes, Nelson, & Jarrett, 1987;
taxa de comportamento-problema, com maior Kratochwill & Shapiro, 2000) e sugere que uma
sobreposição (entre respostas na condição de análise funcional é tão boa quanto o tratamento
controle e teste) sugerindo controle mais fraco que informa. É improvável que os analistas do
e menor sobreposição sugerindo um contro- comportamento selecionem e usem uma aná-
le mais forte (Jessel, Metras, Hanley, Jessel, & lise funcional, a menos que ela potencialize os
Ingvarsson, 2020a, b). resultados dos tratamentos de seus pacientes.
Atualmente, o Dr. Gregory Hanley não Em demonstrações comparativas, os tratamen-
utiliza mais o critério de tempo para trocar tos precedidos por uma IISCA ou procedimentos

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semelhantes têm sido considerados mais efica- minutos e analisaram o comportamento-proble-


zes na redução de comportamentos-problema ma durante os primeiros 5 min e 3 min. Jessel
(Slaton & Hanley, 2018; Slaton et al., 2017). Desse et al. encontraram queda mínima no controle
modo, a IISCA estabelece o contexto ideal para o mesmo quando as sessões eram relativamente
ensino, criando um ambiente rico com reforço breves e replicaram esses desfechos com mais 8
sintetizado que pode ser usado para ensinar casos consecutivos quando as sessões da IISCA
um mando omnibus (referente a “geral”, e que foram de 3 minutos. Esses resultados sugerem
pode ser entendido com um mando controlado que, em muitas ocasiões, uma análise funcio-
por múltiplas OEs) inicial que produz todos os nal precisa apenas de um total de 15 minutos
reforços e subsequentemente múltiplos mandos para ser realizada. É provável que a segurança
específicos que ensinam o paciente a identifi- também seja uma preocupação para os ana-
car múltiplos eventos (Ward, Hanley, Warner, listas do comportamento durante uma análise
& Gage, 2020). Isso sugere que a IISCA tem a funcional e recomenda-se que os analistas do
capacidade de manter um nível de integridade comportamento utilizem o modelo de análise
na redução do comportamento-problema e tem funcional que provavelmente estabelecerá um
alta validade de tratamento. ambiente controlado, limitando a exposição a
Isso não quer dizer que a IISCA seja o único comportamentos-problema graves. Warner et
modelo de análise funcional com validade de al. (2020) realizaram a IISCA com 10 participan-
tratamento, e em alguns casos o tratamento tes que apresentaram múltiplas topografias de
informado pela análise funcional padrão tem comportamento-problema que vão desde não-
sido igualmente eficaz (Holehan et al., 2020). -perigosos (por exemplo, resmungar, chorar)
Assim, é provável que o analista do compor- até perigosos (por exemplo, SIB, agressão) que
tamento tenha múltiplas opções ao decidir foram relatados pelos cuidadores como fun-
qual formato de análise funcional é adequado cionalmente relacionados. Os autores original-
para uma determinada situação. Com isso em mente conduziram a IISCA usando uma classe
mente, os pesquisadores têm tentado modificar de contingência aberta (do inglês, open con-
a análise funcional para melhorar as qualida- tingency-class) que reforçava qualquer com-
des da utilidade pragmática e prática para os portamento-problema que ocorresse dentro da
analistas do comportamento (Northup et al., contingência e, em seguida, progressivamente
1991; Sigafoos & Saggers, 1995; Thomason- introduziram a extinção para validar empirica-
Sassi, Iwata, Neidert, & Roscoe, 2011). mente os relatos dos cuidadores sobre as topo-
Por exemplo, os analistas do comporta- grafias que provavelmente existiam dentro da
mento muitas vezes preferem análises funcio- mesma classe funcional. Os comportamentos
nais que necessitam menos tempo de aplicação, não-perigosos apresentaram maior probabi-
pois uma análise funcional eficiente permitiria lidade de ocorrer primeiro, com os comporta-
que eles passassem a introduzir o tratamento mentos de topografias perigosas somente sendo
e reduzir o comportamento-problema mais exibidos quando a extinção foi implementada
imediatamente. Jessel et al., (2020a) realiza- para os comportamentos não-perigosos. Ou
ram um estudo avaliando a eficiência da IISCA seja, comportamentos que coocorrem em uma
analisando o nível de controle obtido quando mesma situação serão provavelmente sensíveis
sessões mais breves eram utilizadas. Os autores aos mesmos reforçadores sintetizados. Sendo
realizaram 18 IISCAs utilizando sessões de 10 assim, planejar um tratamento com base na

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função obtida em uma análise funcional que diferenciados serão sustentáveis ao longo do
apenas observou o comportamento não-peri- tempo, entre indivíduos e contextos?
goso (precursor ou coocorrentes), não apenas é Essas perguntas são projetadas para
eficiente, mas muitas vezes uma opção segura fornecer ao analista do comportamento uma
para os analistas do comportamento. compreensão abrangente de quão eficaz uma
De fato, a IISCA é um modelo de análise análise funcional será, não apenas em simples-
funcional altamente flexível e os procedimen- mente evidenciar contingências de reforço que
tos podem ser altamente individualizados para podem influenciar o comportamento-proble-
atender às necessidades específicas dos analis- ma, mas em promover mudanças maiores e
tas do comportamento. Por exemplo, a latência mais globais durante a vida do paciente. Essa
tem sido usada como medida durante a IISCA é a diferença entre criar uma compreensão
quando o comportamento-problema analisado mais focada de procedimentos isolados em
é uma resposta discreta (ou seja, fuga; Boyle, um laboratório com pesquisadores altamente
Bacon, Brewer, Carton, & Gaskill, 2020; Jessel et qualificados e uma compreensão mais geral de
al., 2018), e tentativas têm sido utilizadas para pacotes de tratamento maiores que reintegram
melhorar a validade ecológica na condução os pacientes de volta ao ambiente doméstico e
da IISCA em sala de aula (Curtis et al., 2020), e escolar com os cuidadores como implementa-
análises intra-sessão têm sido utilizadas para dores (Ghaemmaghami, Hanley, & Jessel, 2020).
avaliar comportamentos potencialmente pe-
rigosos que não podem ser exibidos repetida- Considerações finais
mente (Jessel et al., 2019). Os procedimentos
originais da IISCA, embora práticos, podem A IISCA tem sido aplicada nos últimos
ser facilmente ajustados quando necessário e anos com resultados positivos obtidos especi-
permitem ao analista do comportamento um ficamente para a (a) utilidade prática da análise
nível de liberdade no planejamento da análise funcional, (b) eficácia em informar o tratamen-
funcional. to, (c) aceitabilidade social entre os cuidadores,
No geral, os analistas do comportamento e (d) generalidade dos desfechos do tratamento
são encorajados a validar um modelo de aná- entre pessoas e contextos relevantes. Isso tudo
lise funcional conforme apropriado para uso considerando que a IISCA é uma tecnologia de
em sua situação específica, fazendo quatro desenvolvimento relativamente nova entre
perguntas: alguns procedimentos de análise funcional
(1) É provável que os resultados diferen- muito mais históricos. A IISCA pode ser imple-
ciados impliquem em uma função socialmente mentada por analistas do comportamento ou
mediada? até mesmo por professores e cuidadores. Assim,
(2) Posso obter esses resultados diferen- parece ser uma proposta viável para o público
ciados de forma eficiente e segura? brasileiro, que ainda não possui uma regula-
(3) Os desfechos diferenciados podem in- mentação da profissão, e que apresenta todas
formar um tratamento baseado em função para as dificuldades atendidas pela IISCA.
reduzir o comportamento-problema e ensinar Para mais informações, vídeos e materiais
habilidades importantes? relevantes sobre a IISCA: www.practicalfunc-
(4) Os efeitos do tratamento baseado tionalassessment.com
em função informados por esses desfechos

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