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RESUMO
ABSTRACT
(1)
Monografia apresentada pela primeira autora ao Curso de Especialização em Psicoterapia na Análise do
Comportamento, da Universidade Estadual de Londrina, sob supervisão da segunda autora.
(2)
Endereço para correspondência: Maria Luiza Marinho, Universidade Estadual de Londrina, Deptº de Psicologia
Geral e Análise do Comportamento, Caixa Postal 6001, 86051-990, Londrina - PR. E-mail: apicsabrasil@onda.com.br
Fone/Fax: 0XX43 3385476.realizada pela segunda autora, sob orientação da primeira como exigência do curso de
Especialização em Análise do Comportamento da Universidade Estadual de Londrina.
(1)
O caso é parte da monografia realizada pela segunda autora, sob orientação da primeira como exigência do curso
de Especialização em Análise do Comportamento da Universidade Estadual de Londrina.
foram muito carinhosos e ela era. Ela casamento. Nesse período, ela tinha
me faz tanta falta! Se eu perder meu idéias de suicídio, não queria sair de
marido, em matéria de amor, eu não casa e chorava freqüentemente: eu
vou ter mais. me tranquei no banheiro uma vez,
d) A cliente apresentava verbalizações sentei no chão e comecei a chorar,
que indicavam sentir-se inferior às chorar, chorar e ele (marido)
demais pessoas: (...) meu marido já arrebentou a porta.
vai terminar o mestrado, fazer h) Observou-se que a cliente, em geral,
doutorado e eu não fiz nem a sentia-se inadequada em diversas
graduação. Uma hora ele vai conhecer situações, além de, às vezes,
uma pessoa mais interessante, mais comportar-se inassertivamente. Ela,
inteligente, mais estudiosa. freqüentemente, deixava de dar sua
e) Com o casamento, Ana pareceu estar opinião, tinha medo de magoar as
em situação de conflito: consolidar a pessoas e, quando se posicionava,
escolha entre freqüentar o grupo bíblico arrependia-se, como mostram suas
sem o marido ou acompanhá-lo em falas:
suas reuniões sociais que lhe eram Puxa vida! Eu tenho que pensar um pouco
aversivas. Sobre isso, comentou: pra falar, eu fico com a consciência
Eu fico nas festas, no meio daquelas pesada!
pessoas bebendo, me dá uma coisa tão Eu falei para elas (amigas) que havia um
ruim! Parece que não era ali que eu monte de coisas em promoção. Daí, elas
queria estar; eu queria estar com meus foram e não gostaram de nada e na volta
amigos de lá (do grupo religioso), que tomaram chuva ainda. Aí eu falei: ai,
não bebem e nem fumam, não contam meu Deus, eu devia ter ficado quieta!
piada obscena. (...) Quando eu estava lá A minha amiga falou assim: aquilo lá não
(no grupo religioso), eu sentia muita falta é bom (sobre máquina de lavar louça),
de alguém. (...) E agora eu tenho ele, aquilo lá demora, eu não tenho vontade
meu marido, mas não tenho o ambiente de comprar. Eu falei assim: imagina,
que eu gostava, não tenho os amigos. aquilo é uma maravilha, é ótimo, eu
f) Parece que as expectativas de Ana tenho e lavo e a louça fica limpinha (...).
em relação ao casamento não foram Aí, depois, eu fiquei pensando: nossa,
satisfeitas, principalmente nos eu acabei com o pensamento da outra!
primeiros dois anos. Segundo ela, o Para evitar brigas eu peço desculpas,
marido não demonstrava afeto, não mesmo o outro estando errado.
ficava em casa a quantidade de tempo
A gente não pode se prejudicar por ter
que ela gostaria, não tinham em sua
medo de falar e isso acontece muito
rotina realizar atividades conjuntas.
comigo.
Além disso, o marido continuou a
manter a vida social que tinha quando i) Ana mostrou-se muito preocupada
solteiro, com festas nos fins de semana quanto à normalidade/anormalidade
de seus comportamentos: Gosto de
e encontros em bares para beber e
assistir ‘A Bela Adormecida’, será que
conversar durante a semana.
é normal? É normal a gente se
g) Ana sofreu o que foi diagnosticado por preocupar (sobre a briga do irmão com
um psiquiatra como uma forte crise o cunhado)? É normal ter mais
depressiva no final do primeiro ano de afinidade com uma amiga do que com
ANTECEDENTES
• História de desentendi- CONSEQÜÊNCIA
mento e de punição severa, (reforço positivo)
por parte do pai, por sair
• Ter um grupo de amigos
para divertir-se.
• Ir a festas.
• Morar novamente com os • Aprendizado de um con-
pais. COMPORTAMENTO junto de regras de com-
• Ter passado algum tempo portamento.
afastada dos antigos amigos. Freqüentar reunioes sema-
nais de um grupo religioso
• Interesse por assuntos
CONSEQÜÊNCIA
religiosos. (reforço negativo)
• Insatisfação com a religião
• Redução dos conflitos com
Católica.
o pai.
• Oportunidade para conhecer
um grupo de estudos bíblicos.
Figura 2. Análise Funcional do comportamento de Ana ficar em casa enquanto o marido vai a reuniões
sociais.
deslocada nas reuniões, é reforçado por evitar desse comportamento são aversivas; outras,
os estímulos aversivos decorrentes de ficar o comportamento é reforçado pelo fato de o
em casa. Acompanhando o marido, ela não marido deixar de sair à noite por alguns dias e
fica sozinha, tem a companhia dele, reduz realizar alguma atividade doméstica. Essa
preocupações e diminui os desentendimentos intermitência contribui para que este
entre eles. comportamento se mantenha.
A Figura 4 apresenta um comportamento Outro comportamento freqüentemente
freqüente na vida conjugal de Ana: brigar com apresentado por Ana é o de ficar deitada
o marido. A análise funcional indica que a durante horas; a análise deste fato está
cliente possui algumas regras sobre apresentada na Figura 5. Comportando-se
casamento que confrontam com as atitudes dessa forma, Ana obtinha certas conseqüên-
do marido, o que propicia o desentendimento cias reforçadoras, como preocupação por parte
entre eles. Algumas vezes, as conseqüências do marido e o auxílio deste e de sua mãe na
Época: atual
REGRAS (SD VERBAIS)
• É errado cometer exageros
(bebidas, comidas, etc.).
• É uma influência ruim manter
contato com pessoas que
não compartilham os
mesmos valores morais que
os meus.
• Festas agradáveis são como
as que eu freqüentava com o CONSEQÜÊNCIA
grupo de amigos do estudo (reforço positivo)
bíblico.
• Homem casado não vai a • Fica em companhia do marido.
festas sozinho.
• É muito importante para mim CONSEQÜÊNCIA
estar casada. (reforço negativo)
• Seria horrível se eu perdesse COMPORTAMENTO
• Redução das preocupações
meu marido. com o marido.
Acompanhar o marido • Não fica sozinha em casa
ANTECEDENTES a reunião social • Redução de desentendimen-
• Oportunidade para sair com tos entre eles.
os colegas de profissão do
marido. CONSEQÜÊNCIA
(punição)
• Dificuldade de relaciona-
mento interpessoal. • Sentimentos de inadequação.
· Desinformação sobre assun- • Participar em interaçoes so-
tos da área profissional do ciais conflitivas e desinteres-
marido. santes
• Gostar de ficar em casa.
• Medo do marido conhecer
outra mulher mais interes-
sante e dele dirigir alcooli-
zado.
• Experiência anterior de não
ter acompanhado o marido,
o que foi várias vezes
seguido de conseqüências
aversivas.
Figura 4. Análise Funcional do comportamento de Ana brigar com o marido, em uma situação específica.
CONSEQÜÊNCIA
(reforço positivo)
mésticas.
Figura 5. Análise Funcional do comportamento de Ana ficar deitada durante horas quando chega em casa
após um dia de trabalho.
comportamentos de emitir opiniões e fazer dos demais. Isto gerava estimulação aversiva
sugestões como sendo inadequados, mesmo sob a forma de ansiedade e de sentimento de
quando não ocorria desaprovação por parte inadequação.
CONSE QÜÊNCIA
MODELOS INTERMITENTE
• Mãe: passividade. (punição)
• Pai: inadequação em resolver • Desaprovação social.
com conflitos; comportamen-
to crítico.