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ANALISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO

THE FUNCTIONAL ANALYSIS OF BEHAVIOR

Maria Amélia MATOS'

RESUMO

A principal preocupação do analista compodamental é com o uso de unida-


des funcionais enquanto realizando uma análise do compodamento. As
influências que levaram a essa postura são analisadas: um modelo de ciência
das ciências naturais, um modelo evolucionista, um modelo empirista, e o
modelo funcionalista causal de Mach. Coerentemente, sua análise do com-
portamento é basicamente uma análise do valor adaptativo desse compor-
tamento em relação a seu meio ambiente. As implicações dessa opção para
uma concepção de causalidade do compodamento são analisadas, especi-
almente tendo em vista as metáforas das relações constantes e das seqüên-
cias encadeadas. As limitações lingüísticas existentes são igualmente con-
sideradas. Os passos básicos para uma análise funcional são descritos e
então desmembrados em passos menores. Exemplos e estratégias da
realização da análise funcional são apresentados, assim como referências
para trabalhos de análise básica e aplicada.
Palavras-chave: Análise d o Comportamento. Análise Funcional.
Behaviorismo Radical. Skinner.

ABSTRACT

Behavior Analysis main concern is with the usage of functional units of


behavior. The influentes that led to this posture are analyzed: a natural
sciences model, an evolutionist model, an empiricist model, and a Machian
functionalist model. Accordingly, a functional analysis of behavior is an
analysis of its fitness to environmental conditions. The implications of this
option to the causality model adopted by Behavior Analysis are considered,
specially in relation to rejected metaphors such as the constant relations and
the chained sequences ones as well as its linguistic limitations. The basic steps
of a functional analysis are described and then broken into smaller molecular
actions. Examples and strategies for performing a functional analysis of
behavior are given, as well as bibliographical references for both basic and
applied analysis.
Key-words: Behavior Analysis. Functional Analysis. Radical Behaviorism.
Skinner.

r) Ph. D. pela Columbia University of New York, Professora Assistente do Instituto de Psicologia da USP - SP.
Endereço para correspondência:Rua EngenheiroBianor, 153- CEP 05502-010 - São Paulo - SP - E-mail:maamatosQ usp.br
Dayanne Barbosa - dayannebarbosapsi@gmail.com - CPF: 127.075.497-11

Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas. v. 16. n.3. p. 8-1 8, sete~nbroldezembro1999

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O que distingue um analista do comporta- lista de comportamento acredita que todas as
mento de outros estudiosos docomportamento? mudançascomportamentais,operantesou não,
Diante desta questão Per Holth, em um e-mail resultam de um processo de seleção pelas
recente, propôs que a diferença seria a ênfase consequências. Isto supõe que o organismo seja
que o analista de comportamento dá ao uso de dotado de uma sensibilidade inata ao efeito
unidades funcionais do comportamento como destas consequências.
seu objeto de estudo. Para que possamos entender essa teoria
Oqueé uma unidade funcional do compor- de evolução do comportamento pela seleção
tamento? Como determiná-la? Como estudá-la? por consequências, imaginemos um nosso
A resposta a essa pergunta provavelmente antepassado remotíssimo,milhões degerações
envolve tanto uma análise das posturas que atrás, um trilobita, chamemo-lo Dodo. Dodo,
levaram a essa opção, como uma análise das como quaIquerorganismovivo, efetua trocasde
técnicas específicas de controle experimental energia com o ambiente e se multiplica. Dodo
que permitem essa determinação eestudo. Este contudo não se movimenta, sua troca deenergi-
é o resumo do texto a seguir. assomenteocorrequando éatingido por alguma
substância que seu organismo pode absorver.
Muitas gerações depois, um descendente de
mento investiga e usa Dodo, Lolo, sofre uma mutação e pode se movi-
unidades funcionais do mentar, aleatoriamente contudo. Esta reação,
comportamento não obstante, aumenta muito as chances de
sobrevivência de Lolo e de seus descendentes,
movimentando-se aumenta a probabilidade de
O analista comportamental é antes de Lolo atingir um local onde a concentração de
mais nada um cientista natural, não um filósofo, substâncias nutritivas seja grande. Um dos des-
não um cientista social e muito menos um cendentesde Lolo, sofre uma nova mutação, ele
estudioso do mental. É também um darwinista e é capaz de mudar sua forma: quando atingido por
um funcionalista. Parafraseando Jack Michael um objeto ele apresenta o reflexo de emitir
(1993): Ele tem uma postura determinista na projeções que podem 'envelopar' esse objeto.
medida em que vê o comportamento humano Essa reação aumenta enormemente a chance
como um produto inevitável de uma herança de sobrevivênciadesse descendentede Lolo, por
genética e de eventos ambientais ocorrendo impedir que0 objeto nutrienteescape. Um outro
durante a vida de uma pessoa. Acredita firme- descendente, Nono, passa a apresentar movi-
mente no uso do método científico em relação a mentosdirigidos, a luz porexemplo, ou a mudan-
todos os aspectos do comportamento humano. ças de temperatura, ou a qualquer outro fator
Não estuda apenas0 condicionamentooperante, ambienta1que possa estar associado a grandes
não exclui eventos privados e comportamentos concentrações de substâncias nutritivas, ou a
encobertos de suas análises. Não insiste que o locais onde a presençade predadoresé rara, etc.
comportamento possa mudar apenas como re- Taxias, como as que Nono apresenta, supoem
sultado de uma exposição direta a contingênci- não só sensibilidade as consequências de uma
as, reconhecendoque mudançaspodem resultar ação, mas também sensibilidade a associa-
de instrução e de descrições das contingências. ção destas consequências com determina-
Não tem uma postura anti-fisiologia, anti-genéti- das condições antecedentes. De uma manei-
ca, nem anti-teórica; porém rejeita explicações ra muito tosca este seria o quadro geral de uma
internas inferidas. evolução de formas de reagir de um organismo
Como darwinista (referência ao teólogo e vivo. Evolução essa dirigida porsuasconseqüên-
historiador natural inglês, Charles Darwin)oana- cias sobre a aptidão desse organismo, isto é,

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M.A. MATOS

sobre a adaptabilidade desse organismo ao cia, e mantidas por sua utilidade biológica (por
ambiente em que vive. sua funçãode sobrevivênciae valor adaptativo).
Outro exemplo: o reflexode salivação dian- Como funcionalista o analista de compor-
te de gotas de limão na boca ou diante de um tamento é um machiano (referência ao físico
limão sendo fatiado. A salivação diante de um alemão Ernst Mach). Substitui a noção de 'cau-
líquido ácido na boca dilui a concentração deste sa' pela de 'função', e a explicação pela descri-
líquido e diminui seu possível dano sobre as ção. Para um estudioso da natureza não há nada
mucosas da boca e, eventualmente, de outros mais do que o estudo da dependência dos
órgãos. Salivar ao chupar limão tem pois um alto fenômenos, uns em relação aos outros. Os
valor desobrevivência. Salivar antes de terem as fenômenos sempre ocorrem em variadas rela-
gotas de limão atingido a boca tem um valor de ções de interdependência uns em relação aos
sobrevivência maior, pois previne esses danos. outros eassim a tarefa doestudiosofuncionalista
Salivar ao receber limão na boca representa uma édescreverestas interdependências.Causas e
vantagem em relação acondição anterior de não- efeitos são simplesmente mudanças,
salivação; salivar antes de receber o limão na correlacionadas, em duas classes de fenôme-
boca, ao vê-lo sendo fatiado, representa uma nos.
vantagem maior em relação a reação anterior, de De fato a noção de causa e efeito pode ser
salivar apenas quando o limão atinge a boca. O substituída com vantagem e economia pela no-
valor de sobrevivênciadosalivar perantea gota de çãodefunção matemática. Reflexo paraskinner
limão é grande, porém muito maior é o valor de (já em 1931) é uma relação observada, é a
sobrevivência da sensibilidade as associações descriçãodas relações entre estímulo e respos-
entre a gota de limão e seu cheiro, ou sua ta. Assim como o comportamento, do qual o
aparência, ou seu desenho,ou seu nome (reagir reflexo é uma analogia, o reflexo é uma relação
a associações entre estímulos como se fossem entre eventos ambientais e eventos
equivalentes tem, um alto valor adaptativo). E comportamentais. É fútil a discussão se existe
maior ainda será esse valor se essas reações comportamento sem ambiente, assim como a
puderem ser transmitidas (ou por genes ou por discussão se existe ambiente sem comporta-
práticas culturais). Evidentemente, para que a mento. Nesse sentido se diz que o comporta-
seleção seja eficaz, deve haver competição no mento édito controlado quanoo ele está (isto é,
espaço comportamental entre essas reações. quando nós assim somos capazes de descrevê-
Como cientista natural, o analista de com- -lo) funcionalmente relacionado a variáveis
portamentoé um baconiano(referência aofilóso- ambientais (isto é, a eventos físicos e sociais,
fo e cientista inglês, Francis Bacon). Trabalha dentre os quais estão eventos encobertos e
por observação, classificação e indução (gra- outros comportamentos do próprio organismo).
dual!). Evita generalizações apressadas e Causa é sinônimo defunção, que é sinônimo de
indevidas, evita o dogma, evita explicações controle, que é sinônimo de descrição de rela-
metafísicas. É basicamente um empirista (estu- cões funcionais.
da casos concretos)e um experimentalista (sub-
Voltamos a repetir: o modelo de causalida-
mete suas explicações a testes e demonstra-
de próprio ao analista do comportamento é um
ções com manipulação de variáveis), só secun-
dariamente, é um "interpretacionista". Privilegia modelo de seleção pelas conseqüências. Para
uma abordagem histórica aoseventos. Acha que umfuncionalista, comportamentos evoluem (isto
uma explicação docomportamento humano co- é, se modificam) porque têm uma função de uti-
meça com uma explicação do comportamento lidade na luta pela sobrevivência do individuo;
animal. O comportamentoégovernadoe modifi- evoluem porque de alguma maneira represen-
cado por associações adquiridas por experiên- tam um mecanismo de lidar com ambientes

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complexos. Assim por exemplo, um comporta- Para Newton (representante da Física
mento estranho jamais é dito 'patológico', pelo mecanicista) as forças eram os agentes de
analista comportamental; se ele ocorre é por- mudanças, quer na magnitude quer na direção,
que de alguma maneira ele é funcional, tem um do movimento; a força da gravidade 'atraía' a
valor de sobrevivência. Fazer uma análise fun- maçã para baixo. A Física moderna dispensa
cional é identificar o valor de sobrevivência de com essas noções referindo-se, ao invés, a
determinado comportamento. Por exemplo: o propriedades da variável independente e a pro-
comportamento de auto-agressão não é consi- priedades da variável dependente, tais como
derado como manifestação de um processo massa e aceleração.
psicótico, é sim, um conjunto de respostas que Hume mostrou que a percepção de
permitem o acesso, pelo indivíduo, a conseqüên- causação envolvia mais do que a percepção de
cias importantes para ele: consequências sen- relaçõesconstantes (que é osentidocomum da
soriais, consequências sociais, consequências palavracausa). "Joãozinho atirou a pedrae que-
como bens tangíveis, ou consequências como brou a vidraça", esta frase supõe uma relação
a evitação de eventos desagradáveis. causal que contém um agente que produziu a
vidraça quebrada. Afrase representa uma rela-
ção utópica, infalível e constante: sempre que
F a z e r u m a análise f u n -
c i o n a l é identificar a Joãozinho, ou qualquer outra pessoa,atirar uma
função, isto é, o valor de pedra contra a vidraça, esta vai quebrar. Na
sobrevivência de um deter- verdade, a relação de fato depende de conside-
minado comportamento. rações sobre a magnitude do atirar pedra, a
distância entre Joãozinhoe ajanela, o tamanho
da pedra, o tipo de vidraça etc., etc.
Umaoutra maneira de considerarmosrela-
Essa insistência sobre a pesquisa das
ções causais é através da metáfora de sequên-
variáveis das quais o comportamento é função
cias encadeadas, onde cada elo é contíguo no
distingue a prática do analista docomportamen-
tempo e no espaço ao outro elo, e assim suces-
to de outras práticas em psicologia, práticas
sivamente até oelofinal, oefeito. Esta metáfora
estas que preferem umadescriçãoestruturaldo
supõe uma linearidade e uma unidirecionalidade
comportamento (estudo da composição e orga-
no processo causal que estão longe de serem
nização de elementos de uma ação) versus o
verdadeiras. De fato, o encadeamento de elos
estudo da função desse comportamento(utilida-
causais é um disfarce que pretende esconder a
de biológica dessa ação). É importante apontar
existência de uma causa primeira, o elo inicial.
aue as análises funcionais e estruturais são
complementares, não é ocaso de excluir uma ou Para o analista de comportamento não há
outra, mas, em Psicologia a análise funcional é um agente iniciador, nem mesmo o ambiente é
fundamental. iniciador, de vez que o analista comportamental
Como é fácil depreender do que foi exposto estuda relações (insisto e repito) relações fun-
acima, a análise funcional do comportamento cionais. O organismo, o indivíduo não é um
substitui uma análise do comportamento em agente, mas tão somente, como diz Skinner
termos causais. O próprio conceito de causa, em (1989),o palco das interações (evidentemente,
ciência, mudou ao longo dos tempos. Causa Skinner também não aceita que o self seja o
para os gregos e romanos era a vontade dos agente iniciador; para ele, pessoa ou self de-
deuses. No século XVIII, na Inglaterra, com vem ser considerados como conceitos relativos
Hume, a noção de causa não mais incorporavaa ao repertório comportamental de um organis-
noção de um agente ou força impulsionadora. mo, e não como agentes iniciadores). A propó-

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12 M . A . MATOS

sito desta questão Skinner (1972) compara a 'motivação', por 'motivado'; 'memória', por 'lem-
gestação de um poema com a gestação de uma brar' ou 'comportar-se em relação a eventos
criança. Quem, ou o quê, é a causa? a mãe? o passados'; 'imaginar' ou 'fantasiar', por 'com-
pai? a relação dos dois? a constituição docorpo portar-se na ausência do evento'; e 'comporta-
da mãe? o mecanismo reprodutivo da espécie? mento', por 'comportar-se'. Por exemplo: a fra-
o processo evolutivo que permitiu esse meca- se 'Uma criança, quando necessita de atenção
nismo reprodutivo? Não há um agente iniciador, ou ajuda, aprende a captar o olhar de adultos',
umacausa única, mas muitas e diferentesvariá- poderia ser re-escrita de maneira mais aceitá-
veis atuando em conjunto. Na verdade, nem vel da seguinte forma: 'O contato visual com
sequer podemos falar em várias causas ou adultos pode se tornar um evento reforçador
múltipla causação, tudo o que encontramos ao para uma criança, e também um evento
investigar um fenômeno são relações entre discriminativo estabelecendo a ocasião na qual
eventos ou entre variáveis. Por outro lado, estas essa criança poderá vir a ser reforçada por
relações são válidas apenas dentro de determi- esses adultos'.
nadas condições, isto é, as leis científicas não
Vejamos quais são os passos para che-
são universais; encontrar o contexto dentro do
garmos a essa transformação:
qual elas são válidas é outra tarefa do cientista.
1) A identificação e a descrição do efeito
No modelo da análise do comportamento
comportamental (definir 'captar o olhar
uma causa é substituída por uma mudança na
de adultos' e 'necessitar de atenção ou
variável (ou variáveis) independente(s), e um
ajuda' versus definir 'estabelecer con-
efeito é substituído por uma mudançanavariável
tato visual com adultos').
(ou variáveis) dependente(s), o que se constitui
na nossa relação funcional. A diferença entre 2) A busca de uma relação ordenada en-
análise funcional e análise causal é que na tre variáveis ambientais (presença ou
primeira não mais se fala do comportamento não de adultos, ocorrência de situa-
humano em termos de agência, pois não mais é ções 'problema', intervenções do adul-
necessário falar em forças internas ou externas to, solução ou eliminação da situação
que causam uma ação; açãoé uma propriedade 'problema', etc.) e variáveis comporta-
do organismo vivo. Do mesmo modo, o reflexo mentais relacionadas ~i.e.,relevantes)
não explica como uma causalcausa uma rea- a esse efeito (descrever as condições
ção; simplesmente descreve que mudanças em que ocorrem os comportamentos
ocorrem num e noutro lado da relaçãofuncional. mencionados eml; descrever as varia-
A dificuldade em abandonarmos estas ções nessas condições e possíveis
posturas causais é a dificuldade em abandonar- variações nos comportamentos).
mos nossos hábitos linguísticos. A sintaxe da 3) A formulação de predições confiáveis
linguagem ocidental impõe a necessidade de
baseadas nas descrições dessas rela-
sujeitos para verbos, especialmente aqueles
ções (inferências ou suposições que
relativos a comportamento. É até aceito dizer-
serão postas a prova, 'presença de
mos que a digestão se processa, mas o pensa-
adultos' como estímulos discriminati-
mento não, alguém pensa! Assim considerada,
vos, 'intervenção de adultos' como es-
a noção de análise funcional é realmente sub-
versiva, ao ponto de Hineline (1980) propor que tímulos reforçadores, etc.).
ao lidar com o comportamento transformemos 4) A produção controlada desses efeitos
nomes em gerúndios ou em expressões de predizíveis (demonstração daconfiabi- a
ação. O termo 'inteligência'seria substituído por lidade das inferências elou aplicação
'resdver problemas' ou 'agir inteligentemente'; do conhecimento). a

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Cincopassos básicospara a realização de tamento dos adultos'. A partir destas observa-
uma análisefuncional do comportamen- ções hipotetizamos uma relação entre esses
to. fenômenos e a testamos. A relação funcional
'reforçamento' (assim como qualquer outra) é
I . Definirprecisamente o comportamen- uma inferência, resultado de uma análise fun-
to de interesse. cional. Uma análise funcional nada mais é pois
2. Identificar e descrever o efeito do que uma 'explicação' de um evento pela
comportamental. descrição de suas relações com outros even-
3. Identijicar relações ordenadas entre tos. 'Explicamos' as mudanças que ocorrem
variáveis ambientais e o comporta- com o comportamento da criança descrevendo
mento de interesse. Identijicar rela- como essas mudanças ocorrem ou não, a de-
ções entre o comportamento de inte- pender de certas condições do ambiente, como
resse e outros comportamentos exis- apresençaou não de adultos, a intervençãoou
tentes. não destes etc., condiçõesdenominadas 'even-
tos antecedentes' e 'eventos conseqüentes'.
4. Formularpredições sobre osefeitos
de manipulações dessas variáveis e Uma análise funcional completa (obser-
desses outros comportamentos sobreo vação-suposição-verificação)produz umadefi-
comportamento de interesse. nição funcional (a definição de reforçamento,
por exemplo, 'aumento na probabilidade de
5. Testar essas predições. ocorrência de um comportamento que é segui-
do de certas conseqüências'). Uma definição
Uma análise funcional leva em conta as- funcional supõe uma análise funcional, mas
não é essa análise.
pectos do ambiente e a função que o compor-
tamento tem naquele ambiente. Eu posso dizer As vantagens de uma análise funcional
que um pássaro está andando, voando ou ca- são que, além de identificar as variáveis impor-
çando. Ele está andando se ele se desloca no tantes para a ocorrência de um fenômeno e,
chão, ele está voando se se desloca no espaço exatamente por isso, permitir intervençõesfutu-
aéreo, e ele está caçando se persegue e pega ras; ela possibilitaoplanejamentode condições
uma presa. O chão, o espaço aéreo e a presa para a generalização e a manutenção desse
fenômeno. Ao identificar em que classe de
são as referências ambientais; os efeitos com-
comportamentos uma determinada resposta
portamentais são o deslocamento e ou a presa
se inclui, ou em que classe de estímulos uma
alcançada. No exemploanterior é possíveldizer
determinada mudança ambiental se situa, po-
que entre o comportamento da criança e o dos
demos trabalhar com respostas e/ou estímulos
adultos se estabeleceu uma relação funcional
equivalentes. Se a resposta identificadanão for
denominada 'reforçamento'. O termo
adequada, podemos substituí-Ia por uma outra
'reforçamento' descreve uma relaçãoentre uma
mais aceitável, e que, por pertencer a mesma
classe de eventos (comportamentos) que mu-
classe, continuará a produzir os mesmos
dam em função de outra classe de eventos reforçadores que a resposta anterior. Se uma
(conseqüências). O termo 'reforçamento' não condicão ambiental não estiver mais dis~oní-
se refere pois a uma teoria, e sim a uma descri- vel, bodemos recorrer a outra condição
ção de uma relação funcional. Nesse sentido ambienta1 equivalente, na certeza de que esta
uma relação funcional não é diretamente nova condição continuará a exercer o controle i

observável, o que observamos são as mudan- desejado sobre a resposta em questão. Uma
ças no fenômeno 'comportamento' e mudanças análise funcional permite até mesmo planejar
no fenômeno 'ambiente' ou, no caso, 'compor- esta transferência de funções de estímulos
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M.A. MATOS

(Sidman, 1994). Por outro lado, uma análise 3) A busca de uma relaçãoordenadaentre
estrutural por enfocar aspectos de composição variáveis ambientais e variáveis
(elementos) e organização (disposição, ordem comportamentaisrelacionadas (relevan-
ou seqüência) e dificilmente permitiria planejar tes, instrumentais) com esse efeito
essa substituição ou transferência de funções supõe:
entre eventos. (a) a descrição da situação antecedente
Outra vantagem de análises funcionais é e da situação subseqüente ao com-
que elas podem ser realizadas a longo prazo, portamento de interesse;
isto é, entre eventos que estão separados por (b) aidentificação da situação subse-
um intervalo de tempo entre si. Uma determina- qüente deve distinguir quais even-
da variável ambienta1 pode não estar presente tos nessa situação são conse-
no momento em que ocorreu uma mudança qüências;
comportamental e mesmo assim estar relacio- (c) a identificação da situação antece-
nada com esta mudança. Análises funcionais, dente deve distinguir quais eventos
por não estarem fundamentadas em aspectos nessa situação são de fato condi-
estruturais, permitem uma explicação histórica, ções.
e protegem o analista do comportamento de
Estas identificações, b e c, podem exigir,
conceitos mediacionistas como memória,
e frequentemente exigem, repetidas ob-
informação, trauma, decodificação, com-
servações.
plexos etc.
4) A naturezadas relações de consequen-
ciação deve ser descrita dentro de um
Uma análise funcional nada mais é do quadro mais amplo (deve ser colocada
que uma análise das contingências res- dentro de um referencial conceitual)
ponsáveis por um comportamento ou pelasvantagensóbviasque isso repre-
por mudanças nesse comportamento (se- senta em termos de 'empréstimos' pos-
jam eles comportamentos problemáti- i
sibilitados: trata-se de reforço positivo
cos - como quebrar vidraças -,ou aceitá- ou negativo? de punição? de fuga? de
veis - como estudar para o vestibular). esquiva? A classificação dessas rela-
ções em quadros mais amplos permiti-
rá a previsão de ocorrência semelhan-
tes, permitirá o uso de procedimentos
Retomemos nossos cinco passos anterio- de análise já testados, permitirá a com-
res, aprofundandosua análise: paração com análises anteriores. Do
1) A identificação do comportamento de mesmo modo é necessário identificar
interesse envolve sua observação bem se as condições antecedentes envol-
como relatos de outras pessoas (pais, vem apenas eventos f ísicosou também
professores, outros pesquisadores etc. comportamentos,e nessecaso se ape-
adepender da situação onde trabalho). nas da própria pessoa ou de outras
pessoas.
2) A identificação e descrição do efeito
comportamental supõem sua especi- 5) E finalmente a análise funcional supõe
ficação, por exemplo, a especificação um teste das previsões. Isso pode re-
da freqüência com que ocorre. presentar uma intervenção clínica,

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educacional, institucionalou uma inves- diferentesmomentos. Importanteaqui é
tigação em laboratório. decidir sobre qual será duração da ob-
servação do efeito de uma intervenção,
Os passos 3 e 4 supõem algumas estraté-
antes de introduzir uma outra interven-
gias que, de novo, serão utilizadas para o passo
ção.
5. Sãoos chamados 'delineamentos experimen-
d) Delineamento com mudançasdecri-
tais' (para maiores detalhes ver Sidman, 1960, e
tério: após a linha de base, uma inter-
Johnston & Pennypacker, 1980) e todos envol-
vençãoé introduzidacom um determi-
vem o sujeito como seu próprio controle. Como
nado critério de desempenho; após a
essas estratégias são o 'coração' da Análise
obtenção/estabilização desse desern-
Experimental do Comportamento, vale a pena
penho, o critério é alterado, e assim
revê-las rapidamente.
sucessivamente. Evidentemente que
a) Delineamento de linha de base sim- pode ocorrer aqui uma interaçãoentre a
ples: dados são coletados sobre o com- natureza .da variável que está sendo
portamento de interesse antes de qual- manipulada na intervenção, e aduraçáo
quer intervenção(fasede linhade base) do processo de intervenção, elou o nú-
para uma comparação com os resulta- mero de repetiçõesou de intervenções,
dos da intervenção (fase de introdução elou os critérios de desempenho
davariável independente). Importantes adotados.
são a duração da coleta (i.e., da obser-
e) Delineamento de tratamentos alter-
vação) e sua freqüência (i.e., do inter-
nativos: após a linha de base para um
valo entre as observações). Trata-se
determinadocomportamento,diferentes
de um delineamento fraco a ser usado
intervençõessealternam, segundo uma
apenas quando prevê-se que a inter-
seqüência determinada, sempre inter-
venção terá um efeito realmente forte.
caladas com reversões a linha de base
b) Delineamento de reversão: as situa- (A-B-A-C-A-B-A-D etc.). Nestedelinea-
ções de linha de base e intervençãosão mentohásempreoperigode interações
revertidas (ou alternadas), por esta ra- entre os efeitos das diferentes interven-
zão este delineamento é também de- ções.
nominado 'deIineamentoA-B-A'. Tra- Resumindo:
ta-se de um delineamento de aplica-
Uma análise funcional, sendo umaanálise
ção restrita, ou seja, apenas quando
das contingências responsáveis por um compor-
os efeitos da intervenção podem ser
tamento, basicamente busca responder a se-
cancelados, ou quando o retorno as
guinte questão: "Qual afunção deste comporta-
condições de linha de base representa
mento paraaquela pessoa?",ou, postode outro
umasituaçãosocialmenteaceitávelpara
modo, "Qual é a relação funcional entre esse
o sujeito
comportamento e seus efeitos?"
c) Delineamento de linha de base múl-
Evidentementeestamesmaperguntapode
tipia: uma linha de baseé ser feita, mutatjs mutantjs.. suando o com~orta-
.
para cada um de diferentes comporta- mentode interesse não ocorre: "Qual é afunção
mentes, e umainterven~ãoé~lanejada da omissão deste comportamento?", ou, de
para cada um destes comportamentos, novo, "Qual é a relação funcional entre esse
mas esta intervenção é introduzida em comportamento e seus efeitos?"

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16 M.A. MATOS

berra e se joga no chão, etc.) e


conceituais (Isto é, em termos de clas-
lista do comportamentodeveria sefazer
ses de ações. Ex.: a criança faz birra).
juntamente com suas orações antes de
Identifique exemplos e não-exemplos
dormir:
para uma definição completa.
- "Qual afunção desse comportamento
b) Verifique a freqüência de ocorrência de
para aquela pessoa?"
cada uma das ações identificadas, bem
- "Qual é a função
da omissão desse como da classe geral.
comportamentopara aquela pessoa?
2. Especifique o produto de cada uma
- "Qualé a relaçãofuncional entre esse dessas ações e o produto da classe de
e seus efeitos para
ações.
a) E uma condição reforçadora ou uma
condiçãoaversiva?
b) Sua ação se faz por apresentação, re-
Para terminar, uma palavra de advertên- moção, ou impedimento?
cia aos que pretendem utilizar a análise funcio-
c) O produtoégrande, provável, imediato?
nal na terapia. O problema com a terapia, com-
portamental ou não, é que este tipo de interven- d) Existemprodutosa longo prazo? Quais?
ção lida quase exclusivamente com as e) Os produtos são conseqüências natu-
especificações verbais do comportamento de rais ou sociais? São conseqüências
interesse (especificações essas que são de fato
mediadas por agentes sociais? Quem
comportamentos, mas de outro interesse).
são os agentes?
Isto pode resultar numa psicologialpsicoterapia
de poltrona. Verbalizações 'de poltrona' especi- 3. Identifique as condições antecedentes
ficam corretamente o ambiente apenas até o necessárias elou presentes quando o
ponto em que tatos corretos foram instalados, e comportamentoocorre.
apenas até o ponto em que estes tatos perma- a) Identifique as condições motivadoras.
neçam precisos e corretos. O problema é que Identifique as operações estabele-
operantes verbais de tatos permanecem preci- cedoras que afetam as condições
sos e corretos somente até o ponto em que motivadoras.
metodicamente interajam com as condições
b) Especifique os estímulos discri-
(antecedentes e conseqüentes) ambientais 'ex-
minativos. Existe mais de um
tra-poltrona' que os instalaram.
discriminativo para um mesmo com-
Sugerimos a seguir, a guisa de 'receita', portamento? Existe uma classe de es-
alguns passos a serem seguidos quando da tímulos discri-minativos?
realizaçãode uma análise funcional de um deter-
minado comportamento de interesse (Malott, c) Os discriminativos são circunstancias
Whaley & Malott, '1997). elou eventos físicos ou sociais?

1. Identifique o comportamento de inte- d) Existem outros comportamento que


resse ocorrem antes do comportamento de
interesse? Sua relação com o compor-
a) Verifique se você o enunciou em ter-
mos empiricos (Isto é, em termos de tamento de interesse é de necessidade
ações do participante. Ex.: a criança (pré-requisitos), de facilitação, ou são
grita e bate o pé, grita e esperneia, ocorrências acidentais?

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4. Ordene os comportamentos pré-corren- SIDMAN, M. (1994) Equivalente relations and
tes (necessários e facilitadores) e os de behavioca Research story. Boston: Authors
interesse, por hierarquia(forcadoscom- Cooperative Inc.
portamentos) ou por cronologia (se-
SKINNER, B. F. (1931) Theconceptof the reflex
qüência dos comportamentos).
in the description of behavior. Journalof Ge-
5. Organize suas observações em três neral Psychology, vo1.5, pp. 427-458.
colunas: condiçõesantecedentes, com-
portamento, condições conseqüentes SKINNER, B. F. (1972) A lecture on 'having a
(use como referência para a disposição poem'. Em Cumulative Record. New York:
das condições, cada comportamento Appleton-Century-Crofts,pp. 345-355.
identificado). SKINNER, B. F. (1989) The initiating self. Em
6. Verifique se não existem lacunas em Recent Issues in the Analysis of Behavior.
qualquer das três colunas. London: Merril Publishing Co., pp. 27-33.
7. Analise o que precisaria ser feito para
facilitar (ou para impedir ou dificultar,
conforme o caso) a ocorrência do com- LEI'TURAS RECOMENDADAS PARALIMA
portamento? ANÁLISE FUNCIONALAPLICADA
a) Comovocê alteraria as condições ante-
cedentes? Cooper, L. J., Wacker, D. P., Sasso, G. M.,
Reimers, T. M. & Donn, L. K. (1990) Using
b) Como você alteraria as condições con-
parents as therapists to evaluate appropriate
seqüentes? As suas alterações impli- behavior of their children: application to a
cam em operações de reforçamentoou tertiary diagnostic clinic. Journal of Applied
punição do comportamento de interes- BehaviorAnalysis, vol. 23, pp. 285-296.
se? Implicam em reforçamentode com-
portamentosincompatíveis? Cooper, L. J., Wacker, D. P., Thursby, D.,
Plagmann, L. A., Harding, J., Millard, T. &
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