Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Índice
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 1
2. A REFLEXÃO A FAZER ................................................................................................................................................. 2
3. A EVOLUÇÃO NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS................................................................................................................ 2
4. A ACTUAL QUALIDADE DA ÁGUA................................................................................................................................ 4
5. O QUE É NECESSÁRIO MELHORAR............................................................................................................................ 4
6. CONCLUSÃO................................................................................................................................................................. 5
1. INTRODUÇÃO
1
Presidente do Conselho Directivo do IRAR
2
Vogal do Conselho Directivo do IRAR
3
Vogal do Conselho Directivo do IRAR
4
Director do Departamento de Qualidade da Água do IRAR
2. A REFLEXÃO A FAZER
O facto de esta condenação se referir a factos ocorridos há cerca de cinco anos não deve
impedir uma reflexão sobre este assunto. Trata-se de uma mensagem importante da
Comissão Europeia, que traduz uma situação então vivida e à qual importa reagir com
ponderação e determinação, num continuado esforço de melhoria da situação.
Essa reflexão deve passar por avaliar o que efectivamente melhorou nestes últimos anos,
mas sobretudo por avaliar o que há ainda a melhorar, para que se atinjam os níveis de
qualidade de serviço necessários. Apresentam-se seguidamente alguns contributos para a
reflexão.
5
Trata-se do Departamento de Qualidade da Água do IRAR. Note-se que um balanço do primeiro ano da sua
actividade foi apresentado em Junho do corrente ano através da publicação intitulada “A qualidade da água para
consumo humano em Portugal: o balanço da intervenção do IRAR como autoridade competente”, disponível no
sítio do IRAR (www.irar.pt) na secção Documentação / Outros documentos / Textos sobre qualidade da água.
2
o acompanhamento do tratamento dos incumprimentos aos valores paramétricos,
acautelando a implementação, por parte das entidades produtoras e distribuidoras
de água, de medidas correctivas, de forma a ser restabelecida a qualidade da água;
Para a evolução positiva que se tem verificado, não se podem deixar também de salientar
os investimentos avultados nos sistemas multimunicipais de abastecimento em “alta”, de
iniciativa estadual, os quais se reflectem, nomeadamente:
No reforço dos sistemas de tratamento e drenagem das águas residuais, tendo em vista
a protecção dos recursos hídricos e, consequentemente, das captações superficiais;
Há, complementarmente, que referir uma cada vez maior atenção com os sistemas
municipais de distribuição em “baixa”, e um esforço de iniciativa municipal, com reflexos:
Nos investimentos realizados nos sistemas de abastecimento, especialmente em
desinfecção e em desferrização/desmanganização, com reflexos já evidentes na
qualidade da água na torneira do consumidor;
3
Para ilustrar o que é referido, na última década o País evoluiu em termos de cobertura da
população de cerca de 80 para cerca de 92% em abastecimento público, sendo a meta
estabelecida no Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas
Residuais (PEAASAR) de 95% em 2006.
Apesar de existirem mais de 4 000 zonas de abastecimento, das quais 90% servem menos
de 5000 habitantes, e consequentemente serem muito difíceis melhorias muito relevantes de
um ano para outro, salientam-se as seguintes evoluções conseguidas ao nível do
cumprimento da frequência e da qualidade da água:
Entre 1999 e 2004 houve uma redução de cerca de 50% das análises em falta, que
passaram de 25% para menos de 14%. Note-se que, há cerca de uma década, apenas
se faziam metade das análises obrigatórias.
No mesmo período verificou-se uma redução de cerca de 30% nos incumprimentos aos
valores paramétricos, que passaram de 2,4% para cerca de 1,7%.
Quanto aos parâmetros microbiológicos, apesar do controlo ter passado a ser feito, de
acordo com a nova legislação, na torneira do consumidor, o que determina que, em
circunstâncias idênticas, haja uma tendência de aumento de incumprimentos, não se
verificou agravamento entre 2003 e 2004, o que, na prática, significa uma melhoria
considerável.
6
O relatório da qualidade da água para consumo humano referente a 2004 vai ser publicado muito em breve e
confirma esta tendência.
4
da água para consumo humano em Portugal, o que deve constituir um verdadeiro objectivo
nacional.
Em termos de metas globais, é do interesse nacional continuar a fazer uma clara aposta
estratégica no sector, concluindo definitivamente o “ciclo infra-estrutural do saneamento
básico”, aspecto essencial numa sociedade desenvolvida, dado que estes serviços
essenciais são um dos pilares da cidadania nacional e europeia. Essa aposta deve ter como
objectivo servir, de forma regular e contínua, a maior percentagem possível da população,
com um elevado nível de serviço, a um preço eficiente e justo e dentro de uma perspectiva
ambientalmente sustentável.
Para a prossecução destes objectivos, é necessária a existência de uma adequada
organização do sector, procurando nomeadamente maximizar os benefícios resultantes de
potenciais economias de escala, de gama e de processo, optimizar a utilização das diversas
fontes de financiamento disponíveis, garantir uma adequada capacidade de geração de
receitas, promover a equidade entre consumidores, clarificar o papel dos diversos tipos de
actores do sector e consolidar um adequado e efectivo modelo de regulação e de controlo
ambiental.
O IRAR considera necessário que as entidades produtoras e distribuidoras de água
reforcem a sua capacidade interna de forma a garantirem:
a totalidade das análises de monitorização da qualidade da água para consumo
humano, passando do actual nível de 87% de cumprimentos para 100%;
6. CONCLUSÃO
5
Contudo, há ainda muitas situações a melhorar. Por essa razão, deve ser um objectivo
nacional o reforço e a consolidação da melhoria da qualidade da água para consumo
humano em Portugal. Esse esforço deve permitir atingir a curto prazo as metas de 100% de
realização da totalidade das análises de monitorização da qualidade da água e de 99% de
cumprimento dos valores paramétricos da qualidade da água pelas entidades produtoras e
distribuidoras de água.
Devemos estar conscientes que se trata de um esforço conjunto de todos, nomeadamente
dos Municípios, a quem compete a distribuição directa de água às populações, e do Estado,
quer como produtor de água em “alta” em boa parte do território, quer nas suas funções de
autoridade competente para a qualidade da água, de autoridade de saúde e de autoridade
licenciadora.
Só assim poderemos atingir os níveis de qualidade de serviço que consideramos
necessários ao desenvolvimento da sociedade portuguesa, servindo, de forma regular e
contínua, a maior percentagem possível da população com um elevado nível de serviço,
nomeadamente da qualidade da água distribuída.