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Junior et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.14, n.4) p.

1 – 17 out - dez (2020)

Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal


Brazilian Journal of Hygiene and Animal Sanity
ISSN: 1981-2965

o
Revisão
Ultrassonografia em gatos com doença renal crônica – Revisão de literatura

Ultrasonography in cats with chronic kidney disease – Literature review

Francisco Antônio Félix Xavier Júnior2; Aline de Oliveira Almeida1, Raquel


Marques Souza 1; Steffi Lima Araújo 2; Thyago Habner de Souza Pereira 3,
Débora Damásio de Queiroz Paiva4; Glayciane Bezerra Morais2, Janaina Serra
Azul Monteiro Evangelista 2

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Resumo: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma afecção caracterizada por


causar lesões estruturais e funcionais nos rins, provocando perda irreversível da função
renal, uremia e falência renal. Essa doença é classificada pela Sociedade Internacional
de Interesse Renal (IRIS) em quatros estágios distintos, diferenciados através de
parâmetros específicos. Tendo em vista a prevalência da DRC no que se refere a causa
de óbito em gatos, é de suma importância estabelecer seu diagnóstico, tratamento e
posterior progressão em pacientes acometidos. A ultrassonografia surge assim como um
exame essencial para proporcionar análise completa dos rins, e acompanhamento de
animais com DRC, por ser mais acessível e não invasiva. Desse modo, essa revisão de
literatura tem o intuito de ressaltar a significância da ultrassonografia como importante
meio para monitorar de forma não invasiva a DRC em gatos, proporcionando assim
menos estresse a esses pacientes, além de auxiliar o médico veterinário quanto a
progressão da DRC.

Palavras-chave: Ultrassom, felinos, diagnóstico, rim.

Abstract: Chronic Kidney Disease (CKD) is a condition characterized by


causing structural and functional damage to the kidneys, thus causing an irreversible
loss of kidney function, uremia, and kidney failure. This disease is classified by the
International Renal Interest Society (IRIS) in four distinct stages, differentiated through
specific parameters. In view of the prevalence of CKD concerning the cause of death in
cats, it is extremely important to establish its diagnosis, treatment, and subsequent
progression in affected patients. Ultrasonography thus appears as an essential exam to
provide a complete analysis of the kidneys, and to monitor animals with CKD, as it is
more accessible and non-invasive. Thus, this literature review aims to highlight the
significance of ultrasound as an important means of non-invasively monitoring CKD in
cats, thus providing less stress to these patients, in addition to assisting the veterinarian
regarding the progression of CKD.

Keywords: Ultrasound, felines, diagnosis, kidney.


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http://dx.doi.org/10.5935/1981-2965.20200053

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Junior et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.14, n.4) p. 1 – 17 out - dez (2020)

Autor para correspondência. E-mail: juniorberith@gmail.com


Recebido em 09.04.2020. Aceito em 30.12.2020
1
Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Brasil
2
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Estadual do
Ceará, Fortaleza-CE, Brasil
3
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção Animal na Amazônia,
Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, Brasil
4
Departamento de Patologia e Medicina Legal, Faculdade de Medicina, Universidade
Federal do Ceará, Ceará, Brasil

Introdução Além disso, os rins também

Os rins são órgãos responsáveis atuam na conversão da vitamina D

pela filtração do sangue para a remoção (GARTNER e HIATT, 2007).

de resíduos tóxicos da corrente Tendo em vista que a DRC é a

sanguínea e reabsorção seletiva de sais, segunda causa de mortes mais frequente

glicose, proteínas e água. Assim, ao em gatos, observa-se, portanto, a

final de todas as etapas de formação e importância do diagnóstico precoce da

transformação do ultrafiltrado, é doença enquanto os sinais clínicos não

produzida a urina, que passa por outras são tão críticos e sem expressiva perda

estruturas do sistema urinário até ser de função renal. Assim, como os

eliminada do organismo (GARTNER e estágios iniciais da doença não são

HIATT, 2007). facilmente observados, cabe ao

Dessa forma, estes órgãos atuam veterinário fazer sempre o

também na regulação do equilíbrio acompanhamento, principalmente dos

ácido básico, uma vez que controlam a animais que fazem parte do grupo de

reabsorção de H+, subordinada pelo risco (SCHENCK e CHEW, 2010;

hormônio ADH; no equilíbrio osmótico, BASTOS e KIRSZTAJN, 2011).

com a maior ou menor retenção de O diagnóstico padrão para a

solutos; na pressão sanguínea, pois os DRC pode ser obtido por meio da

rins também possuem função endócrina análise da taxa de filtração glomerular,

e secretam renina, medulipina, e que é mensurado comumente pelo nível

prostaglandinas, que tem ações de creatinina sérica do organismo. No

vasoconstritoras, vasodilatadoras e entanto, tal exame demonstra agravante

vasoativas. apenas nos estágios finais da doença, o

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III e o IV, o que pode ser prejudicial ao permanentemente em casos mais


animal, já que este pode perder a extremos (LEVEY, 1990; STEVENS et
capacidade de filtração renal al., 2006).
Outro método de identificação todo o desenvolvimento do animal, mas
da DRC consiste no uso de exames de tende a atingir mais frequentemente os
imagem, como a ultrassonografia. Com de idade avançada, principalmente
ela é possível observar distúrbios renais, acima de sete anos (POLZIN et al.
uma vez que se consegue visualizar 2011; BARTGES, 2012).
tamanho, forma e arquitetura interna do Segundo a classificação proposta
órgão, características que são afetadas pela Sociedade Internacional de
em decorrência da DRC (DEBRUYN et Interesse Renal (IRIS), a DRC é
al., 2012). classificada em quatro estágios distintos
Tendo em vista a prevalência da progressivos, conforme os níveis séricos
DRC em gatos, sendo esses em grande de creatinina, marcador biológico
maioria idosos, essa revisão tem por padrão para análise da função renal
objetivo abordar os principais achados (Tabela 1) (POLZIN et al., 2005;
ultrassonográficos em gatos com DRC, SANDERSON, 2009; IRIS, 2019).
além de evidenciar a importância da Além disso, a IRIS também demarcou
ultrassonografia como um relevante os estágios com base na dosagem do
meio de monitoração não invasiva da biomarcador dimetilarginina simétrica
DRC, proporcionando assim melhor (SDMA), que é secretada pelos rins e
prognóstico para esses pacientes. tem eficiência no diagnóstico precoce
Desenvolvimento da DRC (LOURENÇO e
Estadiamento da doença renal crônica ALBUQUERQUE, 2019).
em gatos O estágio I ainda é uma fase
A Doença Renal Crônica não-azotêmica da doença, de modo que
(DRC) é uma enfermidade caracterizada a creatinina sérica se encontra dentro
por lesões estruturais e funcionais nos dos valores de referência. Portanto,
rins, evoluindo a uma perda da função outros indícios patológicos devem ser
renal de forma progressiva e observados para esta classificação,
irreversível, que se manifesta desde uma como proteinúria, concentração da
uremia até falência renal (POLZIN et urina, alterações morfológicas renais e
al., 2000). A DRC pode acontecer em achados anormais em biópsia.

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Quanto aos valores de creatinina renal, a exemplo da pielonefrite,


sérica e dosagem de SDMA, a primeira hipertensão arterial sistêmica, diabetes
se encontra abaixo de 1,6 mg/dl, e a mellitus, nefrolitíase, glomerulopatia
segunda, abaixo de 18 µg/dl (IRIS, associada à proteinúria, ureterolitíase
2019). (MAY e LANGSTON, 2006). Nesta
No estágio II, os animais etapa da DRC, a creatinina sérica está
acometidos apresentam creatinina sérica entre 1,6 e 2,8 mg/dl, enquanto SDMA
entre os valores referenciais e um está entre 18 e 25 µg/dl (IRIS, 2019).
pequeno aumento progressivo, com leve No estágio III o animal
azotemia. Além disso, há possibilidade evidencia azotemia moderada e a
de apresentarem perda de peso e apetite creatinina sérica está aumentada. Os
seletivo, que podem ser agravadas em sinais clínicos são variáveis e o animal
decorrência de complicações causadas costuma apresentar perda da função
pela DRC, a exemplo a pielonefrite e renal nessa etapa. Este estágio ainda
nefrolitíase (POLZIN et al., 2005). pode ser subdividido de acordo com os
Nessa etapa também é possível ser sinais observados pelo veterinário, de
notado discreta perda de função forma que quando mínimos, está na fase
glomerular, consequente diminuição da inicial do estágio III; e quando mais
filtração renal e proteinúria (IRIS, graves, em fase avançada. O paciente
2019). Hipoparatireoidismo secundário, apresenta função renal diminuída em
hiperfosfatemia, acidose metabólica e razão de alterações funcionais tubulares
hipocalemia também podem ser vistas renais (IRIS, 2019). Prostração,
nesta fase da doença, em virtude do fraqueza, constipação e perda de apetite
aumento da quantidade de fosfato no são sintomas clínicos comuns presentes
sangue pela redução da TFG e da em animais neste estágio de DRC, estes
reabsorção de bicarbonato, que torna o originados pela desidratação crônica
sangue mais ácido, fatores de (POLZIN et al., 2005; MAY e
progressão da DRC (KIDDER e LANGSTON, 2006). O valor da
CHEW, 2009; POLZIN et al., 2009). creatinina sérica varia de 2,9 a 5,0
Durante estes primeiros estágios, mg/dl e de SDMA, de 26 a 38 µg/dl
cabe ao especialista analisar (IRIS, 2019).
constantemente doenças que evoluam O estágio IV é caracterizado
em conjunto com a DRC e que pelo alto índice de creatinina sérica no
acentuam o quadro da perda de função organismo e mais intensa perda de

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função renal, que pode evoluir para encontram acima de 5 mg/dl e de


falência renal. Ademais, é possível que SDMA acima de 38 µg/dl (IRIS, 2019).
mudanças gastrointestinais, Além dessa classificação, a IRIS
neuromusculares e cardiovasculares em também subclassifica a DRC quanto a
virtude da uremia também estejam proteinúria e hipertensão arterial, que
presentes nos pacientes. Na última etapa podem ser vistas em qualquer estágio da
da DRC, os valores de creatinina se doença (IRIS, 2019).
Tabela 1: Características de cada estágio da DRC de acordo com a classificação da IRIS.
Estágio da DRC Creatinina Sérica SDMA Características

Fase não azotêmica,


sendo necessário a
I <1,6 mg/dl <18 µg/dl
avaliação de outros
indícios patológicos.

Leve aumento do
nível de creatinina no
sangue, bem como da
II 1,6 – 2,8 mg/dl 18 – 25 µg/dl dosagem de SDMA.
Observa-se sutil
déficit na filtração
glomerular.

Aumento
significativo da
creatinina sérica e
SDMA, o que indica
III 2,9 – 5,0 mg/dl 26 – 38 µg/dl
maior perda de
função renal graças a
disfunção glomerular
e dos túbulos renais.

Aumento progressivo
da creatinina sérica e
SDMA, com
IV >5 mg/dl > 38 µg/dl expressiva perda da
função renal, que
pode alcançar a
falência do órgão.

As Tabelas 2 e 3 apresentam os relação proteína/creatinina urinária e


substágios da DRC de acordo com a pressão sanguínea, respectivamente.

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Tabela 02: Substágios da DRC de acordo com a relação proteína creatinina urinária
(RPC).
RPC urinária Subestágio

<0,2 Não-proteinúrico

0,2 – 0,4 Proteinúria limítrofe

>0,4 Proteinúrico

Tabela 03: Subestágios da DRC de acordo com a pressão sanguínea.


Pressão sanguínea sistólica Subestágio

<150 mmHG Normotenso

151 – 159 Pré-hipertenso

160 – 179 Hipertenso

>179 Hipertenso grave

Ultrassonografia renal em gatos essencial para que o exame seja

Para que padrões interpretado corretamente, tendo em

ultrassonográficos sejam estabelecidos vista que uma enfermidade quando

de forma adequada, faz-se necessário o estabelecida causará danos,

conhecimento geral sobre o órgão em promovendo assim alterações

questão, abordando assim sua anatomia, morfológicas e funcionais ao órgão

posição, estruturas e medidas regulares. afetado (ARONSON, 2014).

A ultrassonografia fornece Os rins dos gatos são geralmente

informações sobre o tamanho, forma, mais arredondados que o dos cães,

arquitetura interna e localização dos apresentando comumente o formato de

rins, sobre os tecidos circundantes, além feijão e são revestidos por uma cápsula

de possibilitar a diferenciação entre fina, resistente e fibrosa. Ambos se

lesões sólidas ou preenchidas com localizam adjacentes à musculatura

líquido. Dessa forma, saber como sublombar em ambos os lados da

diferenciar o normal do patológico é abdominal e da veia cava caudal, sendo

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o rim direito mais cranial que o uma complexa estrutura hiperecoica,


esquerdo. O contorno renal do rim devido ao tecido conjuntivo e gordura
saudável é liso e bem definido (LANG, perirrenal ali presente (LANG, 2006).
2006; ARONSON, 2014; IULIIS e Acerca dos valores relatados, o
PULERÀ, 2019). rim do gato normalmente deve
Devido sua posição superficial, apresentar em média de 3,8 a 4,4 cm de
os rins podem ser avaliados através de comprimento, 2,7 a 3,1 cm de largura e
uma abordagem ventral ou lateral. Em 2,0 a 2,5 cm de altura. Além disso, o
todos os planos, três áreas distintas do tamanho renal pode variar dependendo
rim serão reconhecidas: o córtex renal, se o animal for castrado ou não.
medula renal e pelve renal. Em Geralmente, animais castrados
comparação com a medula, o córtex possuem rins menores em comparação
apresenta maior ecogenicidade, com animais inteiros, não havendo
entretanto é hipoecoico quando diferença entre os sexos. Além disso,
comparado ao baço. ambos os rins devem apresentar
A cápsula renal pode ser comprimento semelhantes, como os
observada como uma linha hiperecoica, observados na Figura 1 (LANG, 2006).
enquanto a pelve renal é vista como

Figura 1: Imagem ultrassonográfica de ambos os rins de um gato macho saudável. Nota-se que
não há diferenças significativas quanto aos seus tamanhos e arquitetura. Córtex renal (seta
amarela), Medula renal (seta vermelha). Fonte: Foto cedida pela Médica Veterinária Dra.
Débora Damásio de Queiroz Paiva.

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Inovações do diagnóstico Veterinária, é de grande importância


ultrassonográfico na doença renal para avaliar o fluxo sanguíneo em
crônica em gatos artérias e veias renais, o que colabora
No contexto atual, novas com determinação destes vasos, não
ferramentas diagnósticas associadas a expressados no modo B do exame,
ultrassonografia surgiram para como vasos interlobulares e arqueados
contribuir na monitoração da DRC, renais (TORROJA, 2007;
possibilitando assim avaliar a CARVALHO, 2009).
progressão dessa doença em gatos, bem O Doppler pulsado determina a
como a efetividade do tratamento profundidade dos vasos com base em
estabelecido. Dentre essas modalidades, ecos separados por pequenos intervalos
as que ganharam mais destaque foram a de tempo. Isso possibilita avaliar as
Ultrassonografia de Contraste e em condições que modificam a perfusão do
modo Doppler. parênquima renal por meio do Índice de
A ultrassonografia contrastada Resistividade (IR) e Índice de
baseia-se no uso de agentes de contraste Pulsatiliade (IP). Tais índices podem ser
ultrassonográficos (ACUS) vistos como marcadores de lesão renal
responsáveis por maximizarem a (KING et al, 2007), como apontado no
capacidade de detecção da estudo de Saraiva (2010), no qual as
vascularização dos órgãos. Na avaliação comparações entre os IRs de gatos em
renal, esse método será essencial para diferentes estágios da DRC apontaram
avaliar a perfusão renal, o que permite que com o avanço da doença, o IR é
acompanhar a progressão da DRC ao aumentado gradativamente (SARAIVA,
observar a presença do agente de 2010).
contraste no córtex renal (TAKEDA et O papel da ultrassonografia no
al., 2012). diagnóstico da doença renal crônica
A ultrassonografia com Doppler A DRC é uma doença que, além
é fundamentada na mudança de de causar danos a filtração, implica na
frequência sofrida pela onda ao entrar diminuição do tamanho dos rins,
em contato com um objeto em irregularidades em seu formato e
movimento, no caso, as hemácias alterações na arquitetura interna.
presentes no sangue (COEQUYT, 2005; Utilizando-se da ultrassonografia
BOYNARD, 2011). Ainda que seja uma veterinária, é possível observar todos
técnica pouco difundida na Medicina estes desarranjos no paciente, o que

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contribui para o diagnóstico precoce da avaliação renal em pequenos animais


doença. Assim, com o devido (VAC, 2004, DEBRUYN et al., 2012).
tratamento, o avanço da DRC pode ser Ultrassonografia renal em gatos com
retardado, bem como outras patologias doença renal crônica
advindas desta doença (LITTLE, 2006; O exame ultrassonográfico renal
DEBRUYN et al., 2012). feito através da ultrassonografia de
Segundo estudos de Torroja contraste, bem como a ultrassonografia
(2007), o diagnóstico complementar dos em modo Doppler apresentam um
exames de imagem e laboratorial grande potencial em fornecer uma
ajudam a elucidar o diagnóstico mais análise não invasiva da perfusão renal
precoce da DRC, uma vez que o em gatos com DRC, possibilitando
primeira mostra as características assim um acompanhamento da
morfológicas do órgão, que podem estar progressão e controle da DRC nesses
comprometidas. O exame bioquímico, pacientes (KINNS et al., 2010).
demonstra as alterações na função renal Comumente, na ultrassonografia
mediante concentrações séricas de renal os rins de gatos com doença renal
creatinina, SDMA e ureia e alterações crônica em estágio terminal apresentam
metabólicas como hiperfosfatemia, contornos irregulares, tamanho
acidose metabólica, hiper/hipocalemia e pequeno, ecogenicidade geralmente
hipoalbuminemia. E, por sua vez, no aumentada, além de perda da distinção
exame de urina são analisados corticomedular. O córtex pode parecer
densidade urinária, proteinúria, estriado, não sendo incomum achados
cilindrúria, hematúria e pH urinário como a mineralização do parênquima, e
(POLZIN, 2009). a dilatação renal pélvica em alguns
A ultrassonografia vem sendo gatos (Figura 2) (GRIFFIN, 2020).
usada com maior frequência por Em um estudo realizado em
profissionais da área por ser uma gatos com doença renal crônica, foram
técnica não agressiva ao animal, que observadas alterações renais em todos
não se faz necessário o uso de sedativos os casos, sendo a mais considerável a
e nem de local específico para sua diferenciação corticomedular reduzida e
realização e que possui preços a presença de contornos irregulares,
relativamente acessíveis. Dessa forma, observada em 60% (3) dos casos. Além
torna-se mais acessível a prática da disso, 40% (2) dos animais

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apresentaram displasia renal, apenas um animal apresentou atrofia


hiperecogenicidade do córtex renal e renal, cistos renais e hidronefrose
dilatação da pelve renal, quanto que (VALENTE, 2019).

Figura 2: Imagem ultrassonográfica evidenciando rim com tamanho reduzido e contornos


irregulares em um gato com DRC. Córtex renal (seta amarela), Medula renal (seta vermelha).
Fonte: GRIFFIN, 2020.

Monitoramento precoce da doença associados a outras doenças que surgem


renal crônica em gatos secundariamente a uma DRC e/ou que a
O monitoramento precoce da induzem, como o cisto renal e a doença
DRC em gatos é essencial para renal policística.
estabelecer seu estágio, bem como O sinal medular característico é
proporcionar melhor qualidade de vida um achado ultrassonográfico
aos pacientes que são diagnosticados encontrado em animais com DRC, mas
com antecedência, permitindo assim o também em animais não acometidos
estabelecimento de um protocolo pela doença (KEALLY, 2012). É
terapêutico e manejo adequado, o que representado por uma linha hiperecoica
retarda a progressão da doença na região corticomedular do rim. Em
(DUTRA et al., 2019). Para isso, a termos de comparação entre gatos
ultrassonografia atuará como importante saudáveis e gatos com DRC, verificou-
ferramenta na visualização de achados se no estudo de Cordella e
indicativos de DRC, como o sinal colaboradores (2020), que existem dois
medular, bem como os achados tipos de separação corticomedular entre

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os grupos: em gatos saudáveis, observa- está relacionado ao acúmulo de cálcio


se uma linha hiperecoica mais fina e nos túbulos contorcidos proximais em
com bordas definidas separando as duas decorrência do aumento de
regiões renais; enquanto que em gatos paratormônio, por sua vez originado da
acometidos com a DRC, essa linha diminuição da função renal
hiperecoica é mais espessa e não possui (DEBRUYN et al., 2012).
bordas definidas (Figura 3). Além disso, há também a
No mesmo estudo, 84 gatos hipótese de que esta linha espessa
que apresentavam o sinal medular hiperecoica represente fibrose e
foram separados em dois grupos: gatos colágeno, recorrentes de hipóxia nos
com linha corticomedular fina, com 50 túbulos renais ocorrida pelo aumento do
animais; e gatos com linha consumo de oxigênio renal. Sabendo da
corticomedular espessa, com 34 forte correlação existente entre a
animais. No resultado da pesquisa, dos diminuição da função renal e da TFG
50 gatos que estavam no primeiro com o SDMA, é possível complementar
grupo, 20 tinham DRC e 30 não; o diagnóstico da DRC observando-se a
enquanto no segundo grupo, 25 gatos ecogenicidade da região corticomedular
tinham DRC e 9 não (CORDELLA et renal (SCHWEDHELM e BORGER
al., 2020). Tal aumento de espessura 2011).

Figura 3: Ultrassonografia renal de felinos distintos. (A): Ultrassonografia renal de gato não
diagnosticado com DRC; a seta indica o sinal medular fino como uma linha fina, definida e
hiperecoica. (B): Ultrassonografia renal de gato diagnosticado com DRC, as pontas da seta
indicam o sinal medular característico, com maior espessura, contorno indefinido e hiperecoico.
Fonte: CORDELLA et al., 2020.

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Em estudo realizado por Yan e entretanto, não houveram alterações
colaboradores (2020), gatos com DRC significativas entre os grupos de diferentes
foram selecionados com o intuito de estágios da DRC. Assim, a espessura
avaliar a relação entre a função renal e as cortical renal pode facilitar a detecção de
dimensões renais determinadas por meio alterações precoces na função renal em
da ultrassonografia. Através desse estudo gatos com DRC, pois o afinamento do
foi concluído que a espessura cortical córtex renal em felinos com DRC reflete a
renal está associada à função renal em perda da função renal. Além disso,
gatos com DRC, semelhante ao que ocorre também é a melhor variável para avaliar e
em humanos. Além disso, a espessura monitorar a progressão da DRC em gatos,
cortical renal também demostrou melhor tendo em vista seu maior destaque quando
correlação com a gravidade da DRC comparada as outras variáveis estudadas
quando comparada ao comprimento renal, (YAN et al., 2020).
que é utilizado para auxiliar na avaliação Os cistos renais são estruturas
da gravidade da DRC e atrofia renal em geralmente redondas ou ovoides, de
gatos. Nesse mesmo estudo, a espessura conteúdo anecoico, com uma parede fina,
cortical renal e a relação corticomedular lisa e bem definida, podendo ser solitários
foram significativamente diferentes entre ou múltiplos, envolvendo um ou ambos os
o grupo controle e os grupos da DRC, rins (Figura 4).

Figura 4: Cistos renais (setas) em um Maine Coon macho castrado de 3 anos de idade.

Fonte: GRIFFIN, 2020.


No exame ultrassonográfico, esse animais podem inclusive ser
achado comumente está associado a assintomáticos, fazendo com que a doença
Doença Renal Policística (DRP) ou seja percebida apenas em estágios mais
secundariamente a uma nefropatia avançados, muitas vezes próximo a
crônica. Quando grandes ou múltiplos, insuficiência renal. A ultrassonografia é
esses cistos promovem distorção do de grande importância no diagnóstico
contorno e parênquima renal, provocando precoce desta doença por ser um método
assim insuficiência renal crônica não invasivo ao animal (BILLER, 1994).
conforme progride (LANG, 2006; Além da natureza hereditária, a
FERREIRA, GALVÃO, SOCHA, 2010). DRC também é relacionada a outras
A Doença do Rim Policístico doenças, o que define seu caráter
(DRP) é uma síndrome hereditária adquirido. Assim, muitos fatores podem
autossômica de carácter progressivo, que originar a DRC, dentre estes: (1) a
pode ocorrer de duas maneiras: DRPA urolitíase, vista tanto como causa quanto
dominante e DRPA recessivo (YOUNG et consequência da DRC; (2) os linfomas
al., 2005). A DRPA dominante ocorre renais, que alteram a arquitetura do órgão
com maior frequência, e é caracterizada e pode reduzir subitamente a taxa de
pela presença de múltiplos cistos renais e filtração glomerular; (3) as infecções,
o alargamento do órgão em foco (Figura causadas por agentes infecciosos como o
5). Estes cistos destroem o parênquima vírus da imunodeficiência felina (FIV), o
renal e pode levar o indivíduo a casos vírus da leucemia felina (FeLV), e a
avançados de DRC, até a insuficiência nefrite piogranulomatosa associada a
renal crônica (IRAZABAL e TORRES peritonite infecciosa felina (PIF); (4) as
2011). Tal síndrome é causada por endocrinopatias, a exemplo da diabetes
mutações nos genes PKD1 e PKD2, mellitus e hipertireoidismo, e da
responsáveis pela codificação das cardiomiopatia hipertrófica felina; (5) o
proteínas que atuam na proliferação, uso de drogas nefrotóxicas, que podem
diferenciação e transporte de moléculas levar a doença renal aguda, capaz de
(ALVES et al., 2014; NUNES, 2002). evoluir até a DRC; e (6) dietas
A DRPA recessiva é extremamente inadequadas, com rico teor de proteínas e
rara e acomete ainda nos primeiros tempos sódio (GLICK et al., 1978; HUGHES et
de vida do animal, na maioria das vezes al., 2002; WILLIANS et al., 2010; POLI
levado a óbito. É causada por anomalias et al., 2012; REYNOLDS e LEFEBVRE,
no gene PKHD1 (YOUNG et al., 2005). 2013; COWGILL et al., 2016; JEPSON,
A DRPA é silenciosa e alguns 2016; BURGESS e DEREGIS, 2019;
Junior et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.14, n.4) p. 1 – 17 out - dez (2020)

CONROY et al., 2019).

Figura 5: Doença Renal Policística grave em um persa macho castrado de 16 anos.


Na imagem é possível observar inúmeros cistos no parênquima renal (seta amarela).
Fonte: GRIFFIN, 2020.
Considerações Finais monitoração de pacientes crônicos,

Na Medicina Veterinária atual é podendo assim mostrar ao médico

possível notar, em todos os seus campos veterinário a eficiência da terapêutica

de atuação, o aumento da presença do estabelecida, bem como a progressão da

exame de imagem para complementar DRC.

diagnósticos, em especial a Referências Bibliográficas


ARONSON, L.R. Kidney and ureter. In:
ultrassonografia. Com ela é possível ver
LANGLEY-HOBBS, S.J.; DEMETRIOU, J.;
as estruturas internas do organismo, a LADLOW, J. Feline Soft Tissue and General
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Na área da nefrologia veterinária, a
BARTGES, J.W. Chronic kidney disease in
ultrassonografia vem sendo muito dogs and cats. Veterinary Clinics: Small
Animal Practice, v.42, n.4, p.669-692, 2012.
utilizada como ferramenta no diagnóstico
da doença renal crônica. O identificação BASTOS, M.G; KIRSZTAJN, G.M. Doença
renal crônica: importância do diagnóstico
precoce da DRC é essencial para precoce, encaminhamento imediato e
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