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R.: Conclui que é necessário que se tenha uma potência apetitiva. Considera para isso que "a toda
forma segue-se uma inclinação". Cabe aos que carecem de conhecimento a inclinação natural, o
apetite natural; aos que possuem o conhecimento suas formas existem de modo superior ao das
naturais, consequentemente sua inclinação também é superior, essa pertence a potência apetitiva da
alma tendendo para aquilo que se conhece.
Respostas às objeções: Há uma maneira superior em que nos seres dotados de conhecimento se
encontra o apetite; o que é apreendido e desejado é o mesmo quanto ao sujeito mas difere quanto a
razão "é apreendido como ente sensível ou inteligível, e é desejado como conveniente ou bom. Para
que haja potências diversas é preciso que nos objetos haja uma diversidade de razões, e não uma
diversidade material"; Pelo apetite natural cada potências deseja o objeto que lhe convém, cada um
possui inclinação natural, o apetite animal que segue ao conhecimento e convém a esta potência.
R.: Responde que é preciso sim que sejam consideradas distintas. A potência apetitiva é passiva,
consequentemente, é movida pelo objeto apreendido, distinguindo-se quanto aos princípios motores e
ativos. Assim as duas potências são de gêneros diferentes.
Resposta as objeções: As potências possuem distinção quanto ao objeto, e a cada potência cabe o
que lhe convém. O objeto desejável só move o apetite quando apreendido; Nem todos os apetites
visam coisas singulares pois o intelectivo pode voltar-se a razão universal diante de um particular e
mesmo desejar o que os sentidos não podem apreender; não há também "potência motora distinta
relativa ao intelecto e ao sentido", quanto ao intelecto uma opinião universal move-se mediante uma
particular, e o apetite superior move-se pelo inferior.
R.: Santo Tomás diz que há vários sentidos de necessidade: "em razão de um princípio intrínseco" seja
causa formal ou material, é a "necessidade natural e absoluta"; "em razão de um princípio extrínseco,
causa final ou eficiente", uma necessidade de coação; nenhuma destas necessidades repugna a
vontade.
Respostas às objeções: Agostinho refere-se a necessidade que aqui se chama de coação, a natural
não tira a liberdade da vontade; quando a vontade quer algo naturalmente não se refere a objetos
contrários mas antes "ao intelecto dos primeiros princípios"; nossa escolha diz respeito aos meios para
o fim, "o desejo do fim ultimo não faz parte dos atos de que somos senhores".
R.: Santo Tomás responderá que "a vontade não quer por necessidade tudo o que ela quer". Considera
que o intelecto adere por necessidade a princípios primeiros e a vontade ao fim ultimo, mas há alguns
inteligíveis que não possuem relação necessária com os primeiros princípios, também há na vontade
bens particulares que não possuem relação necessária com a bem-aventurança, a esse a vontade não
tem como objeto necessariamente.
Respostas às objeções: O bem a qual tende a alma em relação a algum objeto é múltiplo a vontade
não está determinada necessariamente a um só e único; não necessariamente a vontade é movida por
um vem particular porquê a capacidade da vontade está ligada ao bem universal e perfeito; a razão
apreende vários objetos e pode ser movida por diversos objetos não necessariamente por um.
R.: Tomás considera dois modos de um coisa ser superior: absolutamente ou relativamente. As duas
potências (intelecto e vontade) consideradas em si mesmas o intelecto aparece como superior, chega
a essa conclusão comparando os objetos destas potências: do intelecto é "a própria razão do bem
desejável", este bem desejável que têm sua razão no intelecto é objeto da vontade. Pela simplicidade
dos objetos nota-se a superioridade do intelecto. De modo relativo, a vontade pode ser superior,
quando o objeto da vontade é superior ao do intelecto, neste sentido "é melhor amar a Deus do que
conhecê-lo, e inversamente vale mais conhecer as coisas materiais do que amá-las".
Respostas às objeções: O intelecto é superior por seu fim, a razão do bem é objeto do intelecto e a
verdade a exprime, logo, o bem é uma espécie de verdade mas também a verdade é uma espécie de
bem, o intelecto é mais excelente que outras potências; quando referimos ao anterior absoluto e por
natureza este é mais perfeito como por exemplo o ato anterior a potência, neste sentido o intelecto é
anterior a vontade: "o bem conhecido move a vontade"; a virtude da caridade é a virtude superior a
alma, como já ficou dito na solução.
R.: Há duas maneiras em que as coisas se movem: a primeira como fim, a causa final que move a causa
eficiente, e é desta maneira que a vontade é movido pelo intelecto "pois o bem conhecido é o objeto
da vontade, e a move enquanto fim."; também da maneira de agente de modo que o que é impelido é
movido pelo que impele, assim o intelecto é movido pela vontade, a potência que possui ordenação
para o fim universal move as que possuem ordenação para um fim particular. Portanto, como causa
eficiente, a vontade move todas as demais potências menos as da alma vegetativa.
Respostas às objeções: Começa por considerar o intelecto de duas maneiras e a vontade de duas
maneiras quanto a universal e quanto a particular, observa então o que acontece quando tais potências
assumem um ou outro objeto. Quando se toma pela universalidade do objeto o intelecto é
absolutamente superior a vontade, considerando o intelecto na universalidade e a vontade
determinada o intelecto ainda é anterior, se considera a vontade na universalidade (seu objeto é o
bem) e o intelecto em certa potência especial a vontade é superior ao intelecto e o move; o intelecto e
a vontade movem-se de maneira diferente; não há necessidade de proceder ao infinito pois paramos
no intelecto como ponto de partida, há ainda um princípio intelectivo superior que é Deus.
R.: Não se considera que o irascível e o concupiscível sejam partes do intelectivo, "uma potência que
está ordenada a um objeto considerado sob uma razão universal não se diversifica pelas diferenças
especias contidas sob aquela razão universal".