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Sobre a vontade em Tomás- Iniciação a Filosofia Tomista de Gardeil- Estudo.

A vontade é basicamente o apetite dos seres racionais, pois


nos sêres desprovidos de conhecimento encontra-se,
seguindo-se à sua forma natural, uma inclinação ou um apetite
chamado natural, appetitus naturalis, - nos seres cognoscentes,
seguindo-se à forma apreendida, um apetite chamado animal, ou
antes, por se exprimir em um ato, elícito, appetitus elicitus. Sendo
assim, em toda faculdade apetitiva tem um apetite natural que
corresponde à sua natureza de faculdade e um apetite elícito que
corresponde à forma que é conhecida. Deste modo, o apetite
chama-se nas coisas carecentes de conhecimento, apetite natural
, como, por exemoplo, se diz que a pedra deseja ir para bixo.
Naquelas que têm conhecimento sensitivo, é chamado de apetite animal,
que se divide em concupiscível e irascível. Naquelas que têm intelecção
é chamada de apetite intelectual ou racional, que é justamente a vontade.

Deste modo, assim diz Tomás:

"Impõe-se que
em tôda natureza
intelectual haja
uma vontade. O
intelecto, com
efeito, é atuado
pela forma
inteligível,
enquanto faz ato
de intelecção,
como a coisa da
natureza é
atuada, em seu
ser natural, por
sua própria
forma. Ora, a
coisa da
natureza tem, em
virtude da forma
que a determina
em sua espécie,
uma inclinação
para as
operações e para
o fim que lhe
convém.
Semelhantemente
convém que à
forma inteligível
se siga, no que
faz ato de nteligência, uma
inclinação para
suas operações
e seu fim
próprio. Esta
inclinação, na
natureza
intelectual, não é
outra coisa que a
vontade, que é o
princípio das
operações que
existem em nós,
pelas quais o
que faz ato de
inteligência age
em vista de um
fim: o fim, com
efeito, ou o bem,
é o objeto da
vontade. Em
todo ser
inteligente deve#se, em
conseqüência,
encontrar
também uma
vontade". (Cont.
Gent.,
IV,
c. 19)

Conclusão: há dois gêneros de potências apetitivas


, as potências sensíveis, que se seguem ao conhecimento
sensível, e a vontade, que se segue ao conhecimento
intelectual.

Prosseguindo, ainda que se dirija para as coisas que só


podem existir de modo singular, a vontade é, pois, como
a inteligência, ''uma falcudade do universal''.

Deste modo, a nossa potência apetitiva espiritual é única.


A vontade compreende a afetividade sensível, mesmo
ela sendo dividida em duas modalidades: concupiscível e
irascível, a vontade compreende em seu objeto estas duas
modalidades. A vontade também recebe o gozo do bem, quando
êste é possuído.

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