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Tudo o que precisa saber


sobre o LOD do seu modelo

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Nível de desenvolvimento
(LOD)

O acrónimo LOD pode estar associado a dois conceitos, Level of Development (nível de desenvolvimento)
e Level of Detail (nível de detalhe) que, embora tenham semelhanças, é preciso saber distingui-los. O nível de
detalhe está associado unicamente à quantidade de detalhe que é introduzido na geometria do modelo, en-
quanto o nível de desenvolvimento se refere ao grau da geometria do elemento e à meta-informação adicio-
nada garantindo sempre a fiabilidade da informação para o uso definido. Exemplificando, um arquiteto pode
modelar um candeeiro como sendo uma simples caixa ou pode criar um objeto bastante complexo e perfeito
para “renderizações”. No entanto, apesar deste último objeto ter mais detalhe geométrico, podem ambos
apresentar o mesmo nível de desenvolvimento. Assim, um candeeiro desenvolvido de forma muito realista
não é sinónimo do seu nível de desenvolvimento ser também alto, podendo ser mesmo inferior ao de uma
simples caixa se esta contiver parâmetros diversos como o custo, amperes, ligações elétricas. Pode-se asso-
ciar o nível de detalhe ao input do elemento ao passo que para o nível de desenvolvimento vamos obter um
output confiável. Se cada interveniente no Projeto tiver conhecimento das capacidades do modelo BIM com
que está a trabalhar, reconhecendo as suas dimensões (3D,4D,5D,6D e 7D) ou os seus LOD’s, estará mais apto
em perceber como usar o seu modelo. Ao longo das diferentes fases do Projeto, cada interveniente será capaz
de reconhecer que informação pode e deve integrar no modelo e em que altura, que análise o seu modelo
permite fazer, e que dados este precisa para cumprir os seus objetivos originários de outras especialidades.
É impossível caraterizar um modelo com um só LOD, ou seja, não se deve identificar um modelo como sen-
do um modelo LOD 200 porque os modelos do projeto, em todas as fases de entrega, vão conter elementos
e assemblagens com vários níveis de desenvolvimento. Os LOD’s a serem utilizados devem ser definidos antes
de se dar início a qualquer projeto e esta definição deve ser feita tendo em consideração o intuito do modelo.
Em 2008 a AIA publicou o primeiro conjunto de definições LOD no documento AIA Document E202-2008
BIM Protocol e distingue cinco níveis LOD: 100, 200, 300, 400 e 500. Em 2011, o BIMForum começa a desen-
volver um documento intitulado “LOD Specification” que se baseia nas definições LOD existentes no protocolo
da AIA e se organiza respeitando o sistema de classificação da CSI (Construction Specifications Institute), o
UniFormat 2010. Com uma versão atualizada em 2016, de acordo com o LOD Specification existem seis níveis
de desenvolvimento:

▪ LOD 100: Elementos com o LOD 100 não contêm representações geométricas e são representados no
modelo por um símbolo ou outra representação genérica que faça apenas referência à sua massa e volu-
me. Qualquer informação adicionada tem de ser considerada como aproximada. Nível mais adequado para
a fase preliminar do Projeto;

▪ LOD 200: o elemento é representado graficamente no modelo como um sistema genérico, objeto ou
assemblagem com valores aproximados de quantidades, tamanho, forma, localização e orientação. Infor-
mação não-geométrica pode ser adicionada ao elemento. Este nível é normalmente aplicado na fase da
criação do projeto esquemático e no detalhado;
▪ LOD 300: o elemento é representado graficamente no modelo como um sistema específico, objeto ou
assemblagem em termos de quantidade, tamanho, forma, localização e orientação. Informação não-
geométrica pode ser adicionada ao elemento. Este é o LOD mais utilizado na criação dos documentos
de construção (memórias descritivas);

▪ LOD 350: mesmo elemento que o designado com LOD 300 mas é adicionada informação relativa à
coordenação entre diferentes sistemas contidos no modelo;

▪ LOD 400: às caraterísticas de um elemento com LOD 350 são adicionados detalhes associados à
metodologia da sua fabricação, instruções de assemblagem e instalação, especificações precisas,
quantidades, custo dos materiais associados. Segundo a interpretação do BIMForum, um elemento com
LOD 400 já é modelado com detalhe e precisão suficientes para a fabricação do respetivo componente,
o que significa que esta pormenorização permite construir o edifício com base na consulta do modelo.
Este nível só deve ser aplicado depois da fase de concurso e é indicada a sua utilização por parte dos
empreiteiros durante a construção;

▪ LOD 500: o elemento é uma representação confirmada em campo em termos do seu tamanho,
forma, localização, quantidade e orientação. São adicionadas informações que apoiam na utilização do
elemento, na sua monotorização e manutenção, visando o trabalho de gestão do edifício.

A imagem 1 exemplifica os variados LOD:

Imagem 1 - Níveis de desenvolvimento (BIM Forum, 2016).

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O LOD Specification é uma referência que permite a toda a comunidade AEC especificar e distinguir, com
um alto nível de confiança, o conteúdo dos seus modelos BIM nas suas diferentes fases de projeto e constru-
ção. Este guia apresenta os seguintes objetivos principais:

1. Ajudar as equipas, incluindo o DO, a especificar as entregas BIM e a obterem uma ideia clara do que
deve ser incluído em cada entrega;

2. Ajudar os gestores do projeto a explicarem às suas equipas a informação e o detalhe que estes precisam
de providenciar nas várias fases do processo de projeção e a supervisionar o progresso dos modelos;

3. Permitir aos profissionais de níveis inferiores na cadeia de valor a confiarem na informação específica
contida nos modelos que recebem de outros;

4. Proporcionar uma norma que pode ser usada como referência nos contratos e nos planos de execução
BIM (BEP).

Este documento encontra-se dividido em duas partes, a primeira consiste numa descrição ilustrada dos
elementos específicos a serem modelados para cada LOD (imagem 2) e a segunda parte consiste numa folha
de cálculo que apresenta logo no início a “tabela do elemento modelado” (Model Element Table), represen-
tada na imagem 3.

Imagem 2 - Descrição e ilustração de fundações de parede para o LOD 100 e 200 (BIM Forum, 2016).

Imagem 3 - Model Element Table (BIM Forum, 2016).


Na coluna F da tabela, imagem 3, encontram-se os elementos que existem num edifício listados de
acordo com o sistema de classificação CSI Uniformat 2010. Na coluna G (relevant atribute tables) são
referenciadas as tabelas de atributos (imagem 4) relevantes para cada um desses elementos e campos a
serem preenchidos com informação relativa ao LOD e ao MEA (Model Element Author).

Imagem 4 - Tabela de atributos (Attribute Tables) para aberturas envidraçadas (BIM Forum, 2016).

O detalhe que deve ser empregue num um só software que responda corretamente às
modelo depende das intenções da sua aplicação necessidades de todos e que seja apropriado a
e deve ajudar o utilizador a perceber claramente a todas as análises que precisam de ser feitas. Além
informação que este irá ou não possuir. Os modelos disso, à medida que se vai adicionado cada vez
podem ser criados tendo várias finalidades em mais informação ao modelo, este ganha dimensões
mente e nem sempre precisam de estar em difíceis de serem suportadas a nível tecnológico pelo
perfeita sincronia entre eles, por exemplo, um hardware habitualmente usado - eventualmente
modelo de análise estrutural não tem de estar não consegue dar resposta a este alto nível de
necessariamente em sincronização com o modelo complexidade de dados. Como consequência, será
arquitetónico para conseguir cumprir os objetivos necessário dividir o modelo em múltiplos ficheiros
de avaliação estrutural. Na ideologia pura do BIM mais pequenos. - Em contrapartida existe o modelo
iríamos trabalhar apenas com um único modelo ao federado (federated model), ilustrado na imagem
longo de todo o projeto que iria sofrer mutações 5 em que é assumida a existência de diversos
e constantes atualizações de informação, indo cada modelos, criados individualmente, que respondem
participante aceder a um modelo único (single a exigências e propósitos diferentes, intersetados
model), adicionando conteúdo, alterações essas entre si, gerando um único modelo do edifício. Os
que passariam a estar imediatamente disponíveis diferentes modelos criados podem ser integrados
para os restantes participantes do projeto. Na num único modelo federado, em que cada um deles
prática este ideal é difícil de ser realizável por pode ser baseado num outro e apresentar autores e
diversas razões. É, por exemplo, difícil escolher LOD’s diferentes.

Imagem 5 - Federated model (Succar, Episode 5: BIM Data Sharing Methodologies, 2006).

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