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minada ou de prestação de facto, decorrentes de relações jurídicas
reguladas pelo Direito Privado.
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tando 37 alterações, sendo a 33.ª introduzida pela Lei n.º
27/2019, de 28-03, e a última introduzida pela Lei n.º 119/
2019, de 18/09; de referir que, por via das alterações intro-
duzidas pela Lei n.º 27/2019, de 28/03 à Lei da Organização
do Sistema Judiciário, ao CPPT, ao CPC e ao RCP, passou a
aplicar-se o processo de execução fiscal à cobrança coerci-
va das custas, multas não penais e outras sanções pecuniá-
rias fixadas em processo judicial;
c) - O processo de execução laboral, regulado nos artigos
88.º e 90º do Código de Processo do Trabalho, aprovado pe-
lo Dec.-Lei n.º 480/99, de 09-12, sucessivamente alterado
pelos Dec.-Leis n.º 323/2001, de 17-12, n.º 38/2003, de 08-03,
e n.º 295/2009, de 23-11, por sua vez, objeto da retificação n.º
86/ 2009, de 23-11; pelas Leis n.º 63/2013, de 27-06, n.º
55/2017, de 17/07, n.º 73/2017, de 16/08, e n.º 107/2019, de
09/09;
d) - O processo especial de execução por alimentos (art.º
933.º a 937.º do CPC.
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Daí que o objeto da ação executiva é a alegada prestação exe-
quenda insatisfeita, nos termos acima definidos.
Exemplos:
a) - Na execução para pagamento de quantia certa, em linhas
gerais, apreendem-se bens patrimoniais do devedor (penhora), pro-
cede-se, em regra, à sua venda e com o respetivo produto paga-se ao
credor;
b) - Na execução para entrega de coisa certa ou determinada:
apreende-se o bem pretendido e procede-se à sua entrega ao credor
(art.º 861.º do CPC); não sendo encontrada a coisa pretendida, o
exequente pode, no mesmo processo, requerer a liquidação do seu
valor e da indemnização pelo prejuízo resultante da falta de entrega
e, feita essa liquidação, procede-se então à penhora dos bens neces-
sários ao respetivo pagamento, segundo os trâmites do processo de
execução para pagamento de quantia certa (art.º 867.º do CPC);
c) - Na execução para prestação de facto, se ela não for feita es-
pontaneamente, ou se liquida o valor de uma indemnização substi-
tutiva ou, quando se trate de facto fungível, avalia-se o custo dessa
prestação por outrem, apreende-se bens do devedor, que se vendem
para pagar o custo daquela prestação (artigos 869.º e 870.º do
CPC).
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2. Modos de organização da tutela jurídica
2.1. Preliminar
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Neste ponto, importa reter os conceitos gerais de ordem jurídica, ordenamento jurídico, Direito objetivo
e sistema jurídico, bem como a textura do ordenamento jurídico nos seus três níveis de organização
(Ramos de Direito / domínio macroestrutural; Institutos / domínio intermédio; valores, princípios e
normas jurídicas / domínio microestrutural) – veja-se apontamento sobre a “Textura do Ordenamento
Jurídico”.
2
Prof. Castro Mendes, Direito Civil – Teoria Geral – Vol. II, AAFDL, 1972/73, pag. 20;
3
Prof. Gomes da Silva, O Dever de Prestar e o Dever de Indemnizar, Vol. I, Lisboa, 1944, pag. 52.
4
Prof. Menezes Cordeiro, Teoria Geral do Direito Civil, 1º Vol., 2ª Edição, AAFDL, 1992, pag. 223.
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De entre as várias noções, podemos concluir que um direito
subjetivo é um poder jurídico atribuído a determinada pessoa ou entida-
de equiparada para a realização de um interesse (afetação de um bem a
uma necessidade), seja exigindo um comportamento (prestação) a ou-
trem (direitos subjetivos propriamente ditos), seja produzindo, por ato pró-
prio ou intermediado pelo tribunal ou por uma autoridade administrativa,
um efeito constitutivo, modificativo ou extintivo na esfera jurídica
alheia (direitos potestativos).
Fim do direito: - é a realização de um interesse tido por juridica-
mente relevante;
Objeto do direito: a prestação em que se traduz o comportamento
exigível ou o efeito que potestativamente se possa produzir;
O conteúdo do direito (poder jurídico): são as possibilidades de
aproveitamento emergentes desse vínculo, o qual, nos direitos subje-
tivos (direitos de personalidade, direitos de crédito e direitos reais),
se traduz num dever do titular passivo e, nos direitos potestativos,
numa sujeição do obrigado (direito potestativo à constituição de uma
servidão de passagem, direito à execução específica de um contrato-
promessa, direito à modificação do contrato por alteração anormal
das circunstâncias, direito de resolução ou à anulação de um contra-
to, direito de requerer o divórcio).
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negócio jurídico (art.º 286.º do CC); o interesse para obter a mera declara-
ção de inexistência de um direito ou de um facto (art.º 10.º, n.º 3, alínea a,
do CPC); o interesse protegido dos particulares quanto a normas de
edificação urbana, como as que respeitam às distâncias a observar entre
prédios urbanos para assegurar o arejamento e a luminosidade dos prédios
contíguos - vide artigos 72.º a 75.º do Regulamento Geral das Edificações
Urbanas, aprovado pelo Dec.-Lei n.º 38382, de 7 de agosto de 1951.
De entre os interesses legalmente protegidos, assume hoje particular
relevo a tutela dos chamados interesses difusos, em especial nas áreas da
do ambiente, da saúde pública, do consumo, do património natural e cultu-
ral, e de outros interesses económicos coletivos homogéneos, para cuja pro-
teção se tem criado um mecanismo próprio, sob a designação de direito de
ação popular, que apresenta especificidades, nomeadamente quanto à legi-
timidade processual e ao âmbito do caso julgado5.
O interesse difuso respeita à afetação de um bem jurídico de natu-
reza algo complexa e intangível, compreendendo um conjunto integrado de
utilidades múltiplas (ambiente, saúde, consumo), afetação essa dirigida a
um universo indeterminado de pessoas, o que se repercute, frequentemente,
na dificuldade de concretização do elemento objeto de proteção e na defi-
nição dos interessados no exercício do direito de ação e no alcance subjeti-
vo do caso julgado.
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2.2.2. Conceito e modalidades de pretensões materiais
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Sobre a noção, estrutura e modalidades de pretensão judicial, veja-se o apontamento sobre “Confi-
guração do Objecto do Processo. Para uma análise aprofundada do conceito de pretensão jurídica, vide
Prof. Miguel Teixeira de Sousa, O Concurso de Títulos de Aquisição de Prestação – Estudo sobre a
Dogmática da Pretensão e do Concurso de Pretensões, Colecção Teses, Almedina, 1988, pp. 19 a 100;
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Quanto à distinção entre o direito subjetivo ou interesse legalmente protegido que se pretende fazer
valer e a pretensão, vide Prof. Antunes Varela, "O Direito de Acção e a sua Natureza Jurídica", in
R.L.J. Ano 125°, pag. 359.
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Postular significa aqui afirmar com vista a obter uma providência jurisdicional. Postulação significa,
pois, uma afirmação, processualmente formalizada, para consecução de uma providência jurisdicional.
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c) – Pretensões baseadas na tutela da capacidade civil:
- curadoria provisória (artigos 89.º e seguintes do CC) a
que corresponde a forma de processo de jurisdição voluntária
previsto e regulado nos artigos 1021.º a 1025.º do CPC;
- curadoria definitiva (artigos 99.º e segs. do CC) a que cor-
responde a forma de processo especial prevista e regulada nos
881.º a 890.º do CPC;
- regulação das responsabilidades parentais, inibição ou
limitação do poder paternal – artigos 1913.º e seguintes do
CC e os processos tutelares cíveis previstos e regulados nos
artigos 34.º e seguintes do Regime Geral do Processo Tutelar
Cível aprovado pela Lei n.º 141/2015, de 08-09, alterada pela
Lei n.º 24/29017, de 24/05;
- medidas de acompanhamento de pessoa maior impossi-
bilitada, por razões de saúde, deficiência, ou pelo seu compor-
tamento, de exercer, plena, pessoal e conscientemente, os seus
direitos ou de cumprir os seus deveres - artigos 138.º a 156.º
do CC e 891.º a 905.º do CPC com as alterações introduzidas
pela Lei n.º 49/2018, de 14-08.
d) - Pretensões negociais (que se inscrevem no domínio dos negó-
cios jurídicos), correspondentes aos deveres principais de prestação;
aos deveres secundários acessórios da prestação principal; aos deve-
res secundários de prestação autónoma, sucedânea ou complementar
da prestação principal; aos deveres laterais de conduta;
e) - Pretensões de obrigação extracontratual, mormente as que
emergem de deveres de indemnização ou de ressarcimento respeitan-
tes às obrigações dessa natureza, designadamente nos domínios da
responsabilidade civil delitual (por factos ilícitos), pelo risco ou por
factos lícitos, da gestão de negócios e do enriquecimento sem causa;
f) - Pretensões reais, fundadas na incerteza, na violação ou na
ameaça de violação de direitos reais de gozo ou da posse:
- contencioso possessório:
- ações possessórias de prevenção, de manutenção e de restituição
da posse, respectivamente, em caso de ameaça de lesão, turbação ou es-
bulho da posse (artigos 1276.º a 1284.º e 1286.º do CC), a que corres-
ponde hoje a forma de processo declarativo comum;
- embargos de terceiro repressivos ou preventivos - em caso de ofen-
sa ou ameaça à posse por ato judicial (art.º 1285.º do CC) a que corres-
ponde a forma de procedimento incidental prevista nos artigos 342.º e
seguintes do CPC;
- providência cautelar de restituição provisória de posse com funda-
mento em esbulho violento - art.º 377.º a 379.º do CPC;
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- contencioso petitório:
- ações confessórias ou negatórias que visam o mero reconhecimento
de existência ou inexistência do direito de propriedade ou dos direitos
reais de gozo limitados; exemplo típico de ação de simples apreciação
negativa, aliás frequente, é a impugnação de escritura de justificação no-
tarial prevista nos artigos 89.º a 101.º do Código do Notariado – vide
também art. 10.º, n.º 3, al. a, do CPC;
- ação de reivindicação com fundamento em aquisição originária do
direito de propriedade ou de outros direitos reais de gozo limitado (por
usucapião, acessão ou ocupação) ou em presunção desses direitos funda-
dos na posse (art.º 1268.º do CC) ou no registo (7.º do Cod. Reg. Pre-
dial), que, em caso de esbulho, visa o reconhecimento do direito do direi-
to real e a restituição da coisa (art.º 1311.º CC);
- ação de petição de herança prevista nos artigos 2075.º a 2078.º do
CC;
- ações de condenação, que em caso de ameaça ou turbação, visam o
reconhecimento do direito de propriedade e a condenação do réu na inibi-
ção de determinados comportamentos (v.g. o tipo de turbações a que se
referem os artigos 1346.º, 1347.º e 1348.º do CC);
- ação de divisão de coisa comum prevista como processo especial
nos artigos 925.º a 930.º do CPC, e art. 1412.º e 1413.º do CC;
- ação de demarcação prevista nos artigos 1353.º a 1355.º do CC, que
segue a forma do processo declarativo comum.
g) - Pretensões potestativas, que correspondem ao exercício de di-
reitos potestativos, tendo por objeto:
- a constituição de uma situação jurídica nova - ações de constitui-
ção de servidão de passagem a favor de prédio encravado (trata-se tam-
bém de uma ação real), ações de estabelecimento da paternidade, ações
de adoção;
- a modificação de situações jurídicas pré-existentes - ações des-
tinadas a adotar medidas de acompanhamento a pessoa maior; ação de
impugnação pauliana prevista nos artigos 610.º a 618.º do CC, para
decretação da ineficácia relativa do negócio jurídico impugnado (art.º
616.º do CC); ações de preferência; ações divisão de coisa comum; ações
para execução específica de contrato-promessa (art. 830.º do CC), ações
de preferência real (v.g. art.º 1410.º do CC); ações para modificação de
servidão predial; ações de separação de bens e de separação de pessoas e
bens.
- a extinção de situações jurídicas pré-existentes - ações de anulação
de negócio jurídico; ações de resolução de contratos por via judicial;
ações de anulação de deliberações sociais; ações para extinção de servi-
dões prediais, ações de divórcio;
h) – Pretensões satisfativas de prestações patrimoniais pecuniárias,
de entrega de coisa determinada móvel ou imóvel ou de prestação de
facto positivo ou negativo, fungível ou infungível - artigos 601.º e
817.º a 829.º do CC e artigos 10.º, n.º 4 e 6, do CPC.
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2.3. Modos de tutela judicial
2.3.1. Preliminar
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2.3.3. Espécies de ações
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616.º CC; ação de redução ou conversão de negócio jurídico nulo
ou anulável, respetivamente, nos termos dos artigos 292.º e 293.º
do CC;
- ações extintivas, como por exemplo a ação de anulação ou de
resolução de um negócio jurídico, ação de divórcio, ação de ex-
tinção de uma servidão de passagem.
Em suma:
a) - a ação declarativa tem por base a incerteza de um direito ou
de um interesse legalmente protegido, ou então a sua violação ou
ameaça de violação, pressupondo, portanto, uma resistência intelec-
tual, efetiva ou potencial, do réu ao direito ou interesse afirmado pelo
autor;
b) - a ação executiva pressupõe a certeza de um direito ou inte-
resse legalmente protegido e o estado de insatisfação da prestação
correspetiva, estado este que se traduz numa resistência material por
parte do devedor à realização prática do direito ou interesse do credor
suportado em título idóneo.
Por seu turno, a ação executiva visa uma prestação judicial de efeti-
vação prática do direito ou interesse insatisfeito, através de um processo
consubstanciado fundamentalmente em medidas de caráter operativo,
ainda que possa ser salpicado ou atravessado por procedimentos eventuais
de índole declaratória. Neste tipo de ação, a intervenção do tribunal é cen-
trada no controlo da validade e regularidade dos pressupostos processuais e
da legalidade da pretensão executiva, bem como no controlo da legalidade
e proporcionalidade das medidas de coerção, como sejam as providências
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de afetação de bens (penhora e apreensão), as providências expropriativas
(venda executiva, adjudicação de bens e entrega de bens) e nas providên-
cias de pagamento. Todavia, a intervenção do tribunal de execução pode
ocorrer, ainda que episodicamente, sob uma matriz cognitiva-decisória, nos
procedimentos declarativos incidentais ou suscitados por dependência da
execução (embargos de executado, incidente de oposição à penhora, con-
curso de credores, embargos de terceiro).
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Por sua vez, as formas de processo, tal como se encontram modela-
das na lei, tipificam o conteúdo programático a seguir no âmbito de cada
ação, parametrizando desse modo o quantum de atividade processual a
desenvolver. Nessa medida, o conteúdo do direito de acção e do direito
de defesa encontra-se densificado na forma de processo.
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dentes funcional e procedimentalmente da ação em que se inscrevem. Po-
dem ser processados nos próprios autos ou por apenso ao processo prin-
cipal e ter implicações no desenvolvimento normal da ação principal.
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148.º (atos de parte), 152.º a 155.º (atos dos magistrados), 157.º a
161.º (atos de secretaria) do CPC;
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