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Será que a educação sexual é importante nas escolas?

Falar sobre sexualidade é referir-se a sentimentos, emoções e afetos


fundamentais no desenvolvimento e na vida do ser humano. A perceção da
sexualidade é oferecida a crianças e adolescentes dentro e fora da escola.
Geralmente, a primeira educação sexual é oferecida pelos pais aos seus filhos,
de forma consciente ou inconsciente. É através da relação com os pais que se
desenvolve a capacidade de relacionamento afetivo e sexual. Apesar da nossa
sociedade estar em constante evolução, principalmente em assuntos
referentes à sexualidade, identidade de gênero e outros diversos assuntos;
muitas pessoas ainda têm um certo preconceito em relação à educação sexual.
A relevância a este assunto deveria ser maior, visto que, os problemas em
relação à sexualidade vêm intensificado ao longo do tempo, tais como, as
doenças sexualmente transmissíveis, a falta de conhecimento sobre métodos
contracetivos, entre outros. Este ensaio tem como objetivo mostrar a devida
importância à educação sexual nas escolas e perceber as consequências da
falta da mesma.
Muitos pais ainda têm um certo receio de ensinar sexualmente os filhos logo
desde cedo, sendo que na perspetiva deles a criança irá realizar atos sexuais
mais cedo por serem "ensinadas a isso". Acabam por ter medo de o fazer, pois
acham que a informação quanto à sexualidade erotiza precocemente, quando
na verdade o que erotiza precocemente é o silêncio. A criança pode ser
abusada sexualmente desde que nasceu e é extremamente importante ensinar
à criança o nome das partes do corpo das quais não podem ser tocadas, pois se
não souber, tem uma baixa probabilidade de ela contar a alguém que foi
tocada.
Se os pais não educam sexualmente os filhos por preconceito ou medo, a
quem cabe esta tarefa? À escola. Em Portugal, ao abrigo da Lei n.º 60/2009 de
6 de agosto e da Portaria n.º 196-A/2010 de 9 de abril, estabelece-se a
aplicação de um programa de educação sexual em todos os estabelecimentos
do ensino básico e do ensino secundário. As escolas são um local privilegiado
para a aprendizagem das várias dimensões associadas à sexualidade. Em
Portugal é preconizado pela lei que a educação sexual seja abordada num
número de horas definidas por ano letivo, num total de seis horas por ano
letivo no segundo ciclo e doze horas por ano letivo no terceiro ciclo e ensino
secundário. Mas será que as crianças têm mesmo o acesso à educação sexual
nas escolas? O facto de não haver uma disciplina específica para tal faz com
que todos se vão descartando e com que as crianças saiam prejudicadas.
Alguns temas abordados e que valorizam a educação sexual são a influência
positiva sobre a utilização de contraceção, a ocorrência de gravidez na
adolescência e a predominância de infeções sexualmente transmissíveis.
O International Technical Guidance on Sexuality Education, uma revisão
desenvolvida pela UNESCO entre 2008 e 2009 e que incluiu 83 estudos de
países em desenvolvimento e de países desenvolvidos, reforça esta perspetiva
de que a educação sexual influência positivamente a utilização da contraceção.
Um estudo norte-americano de 2011 analisou a influência da educação sexual
sobre os comportamentos sexuais dos jovens. Verificou-se que indivíduos do
sexo feminino que tinham recebido CSE (Comprehensive Sexual Education)
tinham maior probabilidade de usar preservativo na primeira relação sexual do
que aqueles em que a educação sexual tinha sido dirigida à abstinência.
A educação sexual reduz a ocorrência de gravidez na adolescência. A educação
acerca da gravidez deve coincidir sobre o de uso de métodos contracetivos. Na
Finlândia, entre 1975 e 2010 observou-se uma aparente relação causal entre a
educação sexual e o número de partos e abortos entre os 15 e os 19 anos.
Neste país, em 1990, foi implementado um programa de educação sexual,
existindo simultaneamente uma diminuição da gravidez adolescente. Contudo,
entre 1998 e 2006 o investimento neste programa foi reduzido, o que se
refletiu num aumento do número de partos no mesmo grupo etário. Após a
reintrodução do plano de educação sexual em 2006, verificou-se novo
decréscimo do número de partos e interrupções voluntárias da gravidez em
jovens.
Sobre a predominância de infeções sexualmente transmissíveis, em Portugal,
a maior parte dos jovens que participaram no estudo OSYS nunca tinha
realizado um teste de rastreio para o VIH. Do grupo de indivíduos que tinha
realizado um teste de rastreio, a maioria era do sexo feminino e tinha vida
sexual ativa.
Perante todos estes factos podemos concluir que realmente a educação
sexual tem um grande impacto nas nossas vidas, sendo assim bastante
importante desde cedo. É necessário dar mais relevância a este assunto,
principalmente nas escolas, pois além de ser algo de extrema importância para
a nossa educação e conhecimento, também pode ajudar na nossa saúde física
e mental.

Mariana Joaquim, 11º H, Nº21

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