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Revista Eletrônica
Jansller Luiz Genova1
Ana Paula Praissler²
Rafael Lazzari³
Luiz Eduardo Pucci4
Vol. 12, Nº 05, set/out de 2015
1
Mestrando em Zootecnia na Universidade Estadual do Oeste do Paraná
ISSN: 1983-9006
– UNIOESTE, Campus Marechal Cândido Rondon-PR, Brasil. E-mail: jansl-
lerg@gmail.com www.nutritime.com.br
² Zootecnista pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Campus de
Palmeira das Missões-RS. A Revista Eletrônica Nutritime é uma publicação bimensal
3
Prof. Dr. Adjunto do Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas – da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de
UFSM - campus de Palmeira das Missões-RS. literatura, artigos técnicos e científicos e também resulta-
4
Prof. Dr. Adjunto, Coordenador do Departamento de Zootecnia e Ciências dos de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do
Biológicas – UFSM – Campus de Palmeira das Missões-RS.
endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.
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Digestão e necessidades de aminoácidos em dietas para gatos
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Digestão e necessidades de aminoácidos em dietas para gatos
ticos do esôfago, classificados como primários, que re a secreção de ácido clorídrico e enzimas digestivas
se inicia com a contração da musculatura do esôfa- de proteína (ARGENZIO, 2006), sendo que os carboi-
go acima do bolo alimentar propelindo-o para frente. dratos e lipídios são praticamente inalterados nesse ór-
Esse transporte em direção ao estômago é facilitado gão (WORTINGER, 2009). Além disso, também ocorre
pela onda de relaxamento da musculatura logo a fren- a mistura do alimento às secreções gástricas.
te do alimento que está sendo impulsionado para o
estômago (SCAPINELLO et al., 2007). Essas secreções são compostas de muco, para pro-
teger o revestimento do estômago e lubrificar ainda
Estômago mais o bolo alimentar; ácido clorídrico (HCl), para
O estômago consiste em uma porção dilatada do que se obtenha um pH ideal para ocorrer as reações
tubo digestivo (REECE, 1996), conforme tabelas 1 e metabólicas necessárias; e pepsinogênio, substân-
2. Cães e gatos possuem estômago simples e uni- cia precursora de enzimas proteolíticas (WORTIN-
cavitário, com músculos esfíncteres que controlam a GER, 2009). Tais secreções são estimuladas pela vi-
entrada de alimentos na sua região superior (cárdia) são, olfato e odor, e quando misturadas ao alimento
que é ligada ao esôfago; e a região onde ocorre à sa- ingerido e deglutido vão formar o quimo, que passa-
ída dos alimentos (piloro), ligada ao intestino delgado rá ao intestino delgado (ID) por movimentos peristál-
(MONTE et al., 2010). Os processos de digestão nos ticos e regulados pelo esfíncter pilórico (WORTIN-
felinos têm início a partir deste órgão. GER, 2009).
A função do estômago consiste em armazenar ali- As dietas que contêm fibras insolúveis podem redu-
mentos e tornar o alimento sólido em fluido, para que zir a taxa de esvaziamento quando comparadas com
possa ser liberado para o intestino delgado para que dietas contendo fibras dietéticas solúveis. É o caso
ocorra a absorção dos nutrientes em uma velocidade de alguns carboidratos encontrados na soja (WOR-
adequada ao aproveitamento do organismo (HERDT, TINGER, 2009).
2004). Devido ao fato de que os gatos apresentam
maior frequência de ingestão de alimentos, o estôma- Intestino Delgado (ID)
go não tem papel de grande importância como função É o principal local de absorção final dos nutrientes.
de armazenamento. Absorção é a transferência que ocorre no organismo
dos nutrientes digeridos no lúmen intestinal para o
A mucosa gástrica nos gatos é uniforme, e é dividi- sangue ou sistema linfático, para distribuição aos te-
da em duas áreas: uma chamada de glandular, onde cidos de todo o corpo (WORTINGER, 2009).
está situado mais proximal e com maior número de
glândulas e a região aglandular, onde possui uma É dividido em três porções, duodeno, jejuno e íleo,
quantidade menor de glândulas (MASKELL & JOHN- sendo as duas primeiras as mais importantes em ter-
SON, 1993). mos de absorção (WORTINGER, 2009). No duodeno
e no jejuno é que chegam os ductos biliares e pan-
Nesse órgão é que se inicia a digestão propriamente creáticos, os quais provocam a incorporação de suas
dita, principalmente de compostos proteicos, pois ocor- secreções ao bolo alimentar.
TABELA 1. Comparação entre a capacidade relativa dos vários segmentos do sistema digestório de algumas espécies.
Capacidade relativa (%)
Espécie
Estômago Intestino delgado Ceco Colo e reto
Cães 63 23 1 13
Gatos 69 15 -- 16
Suínos 29 33 6 32
Homem 17 67 -- 17
Fonte: BORGES & NUNES, 1998.
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No ID o bolo alimentar é transportado por movimen- para facilitar a passagem das fezes (FÉLIX, 2009).
tos peristálticos, que além de empurrar a digesta ao Esse órgão tem função essencial na digestão de fi-
longo do TGI, realizam a mistura do alimento com as bras provenientes de alimentos vegetais, uma vez
secreções intestinais, aumentando a exposição das que todos os mamíferos dependem da população mi-
partículas de alimento digerido à superfície do intesti- crobiana do IG para digeri-las (MORGADO & GALZE-
no (WORTINGER, 2009). A digestão do quimo é fina- RANO, 2009).
lizada no íleo, e o que não é absorvido é transportado
por movimentos peristálticos até o intestino grosso O ceco dos gatos é uma estrutura extremamente pe-
(O’HEARE, 2008). quena, aparentando um formato de vírgula; quanto ao
conteúdo provindo do intestino delgado, entra no in-
A digestão de amidos e lipídios ocorre no ID graças testino grosso pela válvula íleo-cecal (GETTY, 1981).
à secreção de enzimas exógenas produzidas pelas
glândulas anexas ao sistema digestório. São eles A maior parte da absorção de água ocorre no cólon,
pâncreas, fígado e outras células secretoras de subs- sendo que esta porção do IG também conta com
tâncias que estão aderidas à camada epitelial do uma população microbiana que é capaz de realizar
próprio órgão (SCAPINELLO et al., 2007). Essas es- fermentação da matéria orgânica que ainda não foi
truturas e seus mecanismos de ação serão descritas digerida anteriormente (WORTINGER, 2009).
detalhadamente a seguir.
As colônias bacterianas que habitam o IG são capa-
Intestino Grosso (IG) zes de fermentar certos compostos, principalmente
Anatomicamente, inicia-se após a válvula ileoceco- fibras dietéticas insolúveis formando ácidos graxos
cólica e os segmentos são denominados ceco, cólon de cadeia curta (AGCC), dentro dos quais o butirato
(ascendente, transverso e descendente), reto e ânus é de suma importância, uma vez que pode ser usa-
(WORTINGER, 2009). O desenvolvimento desse ór- do como fonte de energia (WORTINGER, 2009). Da
gão varia entre as espécies animais, de acordo com mesma forma, quando aminoácidos não digeridos al-
a sua dieta (REECE, 1996). Em gatos, é um órgão cançam o cólon, as bactérias produzem as aminas
curto, com cerca de x de comprimento (FRANDSON, indol e escatol, bem como o gás sulfeto de hidrogênio
WILKE & FAILS, 2005), e sua capacidade de absor- que é produzido através da fermentação de aminoáci-
ção de nutrientes é limitada, porém com função princi- dos sulfurados. Essas substâncias produzem odores
pal de absorção de água e eletrólitos, principalmente fortes nas fezes e são responsáveis pela ocorrência
sódio, potássio e cloro (SILVA, 2009). A absorção de de flatulências (WORTINGER, 2009).
água é muito importante para assegurar a formação
das fezes com consistência ideal e prevenir a desidra- Pâncreas
tação dos animais (WORTINGER, 2009). O pâncreas é uma glândula anexa que possui fun-
ção endócrina, produzindo hormônios importantes
O IG não possui microvilosidades como o ID, somen- para o organismo; e exócrina, secretando íons de bi-
te células produtoras de muco alcalino. O mesmo tem carbonato e enzimas digestivas que são importantes
função de proteger a mucosa intestinal de injúrias me- para ocorrer à digestão dos alimentos (FRANDSON,
cânicas e químicas e lubrificar a parede do intestino WILKE & FAILS, 2005), principalmente de carboidra-
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tos e lipídios (REECE, 1996). As principais enzimas a veia central para retornar a veia hepática, e de lá
digestivas que são secretas pelo pâncreas são lipase prosseguir para o coração realizar a circulação em
intestinal, aminopeptidase, dipeptidase, enteroquina- todo o organismo (REECE, 1996).
se, tripsina, quimiotripsina, caripeptidase, amilase e
nuclease (WORTINGER, 2009). METABOLISMOS DIGESTIVOS
Cães e gatos pertencem a espécies diferentes e apre-
No TGI, o bicarbonato tem função de tornar o ambien- sentam diferenças fisiológicas e metabólicas. O gato
te intestinal favorável a ação de algumas enzimas di- doméstico em comparação ao cão apresenta metabo-
gestíveis essenciais, regulando o pH, uma vez que o lismo específico e original de energia e glicose (CASE
quimo acaba de sair do estômago, um ambiente mais & CAREY, 1998), e por isso, são denominados ani-
ácido que o ID (WORTINGER, 2009). mais gliconeogênicos (DA HORA, 2010).
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ína oferece um mecanismo que cataboliza o excesso vem, portanto ser ofertadas ao mesmo.
(CASE & CAREY, 1998).
Embora existam centenas de aminoácidos na nature-
Os felinos não são capazes de sintetizar o ácido ara- za, apenas vinte são encontrados como componentes
quidônico a partir do ácido linoleico, havendo neces- de proteínas (GROSS et al., 2000). Os felinos neces-
sidade de receberem, além do ácido linoleico e lino- sitam de onze aminoácidos essenciais, referenciado
lênico, o ácido araquidônico através da dieta, e sua na Tabela 3. São eles: arginina, histidina, isoleucina,
deficiência causa problemas no pêlo, crescimento, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, taurina, treoni-
degeneração gordurosa do fígado e depósitos de lipí- na, triptofano e valina. Dos quais a arginina, taurina,
dios nos rins (CASE & CAREY, 1998). metionina e cistina são especialmente necessários.
A cistina e tirosina são essenciais apenas quando a
Também são incapazes de sintetizar vitamina A e ne- dieta é deficiente em metionina e fenilalanina, que
cessitam que essa vitamina esteja pré formulada em são, respectivamente, seus precursores (KIRK et al.,
sua dieta. Isto ocorre porque essa espécie carece da 2000).
enzima dioxigenase, essencial para o desdobramento
da molécula de betacaroteno (CASE & CAREY, 1998). Aminoácidos Não Essenciais
As deficiências de vitaminas do grupo B são raras, Aminoácidos não essenciais são aqueles que são
mas pode ocorrer deficiência de niacina. A maioria produzidos pelos animais em quantidades suficientes
dos animais satisfaz a necessidade através do con- para suprir as necessidades metabólicas do animal.
sumo de nicotinamida dietética e pela conversão do São eles: Alanina, aspargina, aspartato, cisteína, glu-
aminoácido triptofano em acido nicitínico (CASE & tamato, glicina, hidroxilisina, hidroxiprolina, prolina,
CAREY, 1998). serina e tironina.
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(ZORAN, 2002). O requerimento de cistina é maior nos Esta quantidade equivale a 240 g de proteínas/kg de
machos inteiros do que nas fêmeas ou em machos dietas de gatos em crescimento e 140 g nas dietas
castrados (HENDRIKS, 1995). A cistina atua na imu- de gatos adultos. Para estes valores, supõe-se que
norregulação entre os linfócitos e macrófagos, a libe- as fontes proteicas sejam de alta biodisponibilidade
ração desse aminoácido pelos macrófagos aumenta a e equilibradas. As taxas proteicas devem ser superio-
concentração intracelular de uma substância importan- res a 20% para manutenção e 30% para crescimento
te para a atividade dos linfócitos T (D’MELLO, 2003). (NRC, 1986 apud BORGES & FERREIRA, 2004); mí-
nimo de 28% para manutenção e 30% para cresci-
A glutamina, apesar de não ser um aminoácido es- mento e reprodução (AAFCO, 1994), Tabela 5.
sencial, é necessária para a manutenção das fun-
ções dos macrófagos e linfócitos, e seu requerimento FONTES PROTEICAS USADAS EM ALIMENTOS
é maior durante a resposta imune a patógenos pelo PARA GATOS
aumento na atividade metabólica (D’MELLO, 2003). Atualmente tem ocorrido um grande aumento na pro-
A glutamina aumenta a proliferação dos linfócitos e cura de alimentos industrializados para animais de es-
a produção de citocinas em situações de injúrias ou timação. Devido a esse aumento na demanda, novas
infecções (WISCHMEYER et al., 2001). marcas de rações vêm surgindo no mercado. A expan-
são do mercado de produtos para pequenos animais,
REQUERIMENTOS DE NUTRIENTES sobretudo no comércio de alimentos para animais de
O NRC 1986 recomenda para filhotes e crescimento estimação, é uma tendência observada mundialmente.
um aporte de 24% de proteína em relação à maté-
ria seca, para um alimento de 5.000 kcal de EM/kg As fontes protéicas para gatos podem ser classifica-
de matéria seca (em torno de 20% da EM), Tabela 4. das em duas categorias: origem animal, provenientes
de tecidos de animais ou de sub-produtos da indústria
de carnes de frango, bovinos, suínos, ovinos, peixe,
TABELA 4. Aporte proteico ótimo para gatos em % da Ener- ovos, leite, e as de origem vegetal que incluem os
gia Metabolizável e Necessidade de Proteína (NP).
grãos e farelos provenientes de sub-produtos indus-
Mínimo Máximo NP (% da MS) triais de grãos e vegetais, conforme Tabela 6.
Crescimento 30% 70% 30-31
Manutenção 20% 65% 26-28 Animais de companhia, assim como outros tipos de
Fonte: BORGES & FERREIRA, 2004. animais, necessitam de nutrientes e não de ingredien-
TABELA 5. Perfil de proteína e aminoácidos em alimentos para gatos com base em uma dieta com Energia Metabolizável
em 4.200 kcal/kg.
Crescimento e reprodução
Nutriente Manutenção (mínimo) Unidade
(mínimo)
Proteína 30 28 %
Arginina 1,25 1,04 %
Histidina 0,31 0,31 %
Isoleucina 0,52 0,52 %
Leucina 1,25 1,25 %
Lisina 1,2 0,83 %
Metionina – cistina 1,1 1,1 %
Fenilalanina – tirosina 0,88 0,88 %
Treonina 0,42 0,42 %
Triptofano 0,1 0,1 %
Valina 0,2 0,2 %
Fonte: AAFCO, 1994.
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tes para manutenção, crescimento e reprodução. O ossos onde as variações nos níveis de proteína bru-
ingrediente, simplesmente é uma parte de toda a sua ta foram de até quatro pontos percentuais e na lisina
dieta com a função de fornecer ao animal as quanti- apresentou variação de 0,41 pontos percentuais, Ta-
dades necessárias dos nutrientes requeridos ao seu bela 7.
estado fisiológico (BORGES & FERREIRA, 2004). O
conhecimento dos nutrientes contidos nos ingredien- CONSIDERAÇÕES FINAIS
tes é fundamental para a formulação da dieta. A produção pet atualmente leva em consideração a
“humanização” dos animais de companhia, fator este
Existem várias fontes de consulta sobre a composi- que a torna promissora. Tendências indicam que a
ção dos ingredientes disponíveis, porém o principal procura pelo bem estar do animal é cada vez maior
problema enfrentado pelas indústrias de alimentação visando à longevidade de seu “amigo”.
animal é a falta de padronização e uniformidade das
matérias primas, principalmente os sub-produtos de Acompanhando esse crescimento no mercado e
origem animal (FERNANDES, 2002). Fahey & Hus- marketing pet vem à diversificação de empresas na
sein (1997) utilizaram amostras de farinha de carne e área da nutrição animal para este ramo. Portanto, sur-
TABELA 6. Fontes proteicas de origem animal e vegetal utilizadas em dietas para gatos.
Origem animal Origem vegetal
Carne Fresca (frango, galinhas, peru, carneiro, suínos, bovinos e pescado) Farelo de alfafa
Vísceras frescas (aves, carneiros, bovinos) Farelo de Algodão
Fígado fresco (aves, carneiros, suínos) Farelo de castanha de caju
Farinha de carne e ossos bovina Farelo de linhaça
Farinha de sangue bovina Farelo de girassol
Plasma sanguíneo Farelo de glúten de milho
Farinha de vísceras de aves Farelo de soja
Farinha de penas hidrolizadas Proteína texturizada de soja
Ovos desidratados Farelo de amendoim
Farinha de penas e vísceras de aves Farelo de germe de trigo
Leite em pó desnatado Farelo de ervilha
Leite em pó integral Levedura seca de cana desidratada
Caseína desidratada Levedura seca de cerveja desidratada
Fonte: Adaptado de SEIXAS et al., 2003.
TABELA 7. Valores médios, desvio padrão (DV) e variações em diferentes lotes de farinha de carne e ossos.
Média DV Variação
Nutrientes
% da matéria seca
Proteína bruta 52,8 1,7 50,3 a 54,4
Cálcio 9,52 0,74 8,65 a 10,42
Fósforo 4,68 0,34
Aminoácidos
Lisina 2,72 0,18 2,52 a 2,93
Metionina 0,75 0,06 0,68 a 0,81
Treonina 1,66 0,10 0,68 a 1,77
Isoleucina 1,50 0,10 1,38 a 1,61
Fonte: FAHEY & HUSSEIN, 1997.
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Digestão e necessidades de aminoácidos em dietas para gatos
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