Você está na página 1de 10

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Departamento de Construção Civil

Dosagem do concreto

Fabithielle Maria Oliveira dos Santos


Giovani de Barros Moreira

Materiais de Construção II

CAMPUS PATO BRANCO, 2022


Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

Nome dos alunos: Fabithielle Maria Oliveira dos Santos, Giovani de Barros Moreira
Nome do professor: Mario Arlindo Paz Irrigaray

DOSAGEM DO CONCRETO

Relatório Técnico referente ao trabalho de


dosagem do concreto, realizado como
atividade avaliativa da disciplina Materiais
de Construção II, do curso de Engenharia
Civil, do Câmpus Pato Branco, da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.

PATO BRANCO, 2022


Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3
METODOLOGIA 3
RESULTADOS E DISCUSSÕES 8
CONCLUSÕES 10

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo realizar a dosagem e achar o traço do


concreto utilizando o método de dosagem IPT/ESUSP, para uma certa resistência
e um certo abatimento previamente determinados pelo orientador da disciplina.
Este método tem como principal objetivo garantir a resistência mecânica
desejada e o abatimento desejado, utilizando o mínimo possível de argamassa, ou
seja, obtendo o melhor custo possível para o produto final.
O processo de dosagem é fundamental para o resultado final do produto,
tanto para se ter controle do material a ser utilizado, quanto para se ter noção da
relação entre água e cimento do concreto, e consequentemente, sua resistência
média à compressão e sua resistência característica à compressão.
O grupo precisou realizar um concreto com as seguintes características, a
resistência característica à compressão de 25MPa, com um desvio padrão de
5,5MPa, e um abatimento entre 8cm e 10cm, usando como agregado miúdo areia
natural, e agregado graúdo 50% de brita zero e 50% de brita um.

METODOLOGIA

Conforme dito anteriormente, o método utilizado para achar o traço do


concreto foi o método de dosagem IPT/ESUSP, para executar esse método, o
grupo precisou de duas escolhas arbitrárias, uma é o teor de argamassa(α) inicial,
que precisa ser o mínimo possível para que o consumo de cimento também seja o
mínimo possível, o outro, é a quantidade de agregados em relação ao kilo do
cimento(m), ou seja, a soma de agregado graúdo e miúdo no traço, ambos os
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

valores são definidos arbitrariamente pelo grupo. Além de também ser necessário
uma relação entre a água e o cimento(x), que também é definida pelo próprio
grupo.
Foram feitas 3 misturas, e em cada mistura, foram moldados 3 corpos de
provas, e realizado o ensaio de abatimento, os corpos de prova foram rompidos
com 7 dias, e com a média das 3 misturas, foi possível achar uma relação entre a
quantidade de água do concreto e a resistência à compressão, a partir da Lei de
Abrams.
Neste trabalho, o teor de argamassa inicial definido foi de 35%, e a soma
de agregado graúdo e miúdo escolhida foi 6, a relação entre água e o cimento
para o primeiro traço foi de 0,6.
Com esses valores, podemos achar um traço inicial na forma de: kg do
cimento : quantidade de agregado miúdo(kg) : quantidade de agregado graúdo(kg)
: quantidade de água(kg). A relação entre o teor de argamassa inicial, a
quantidade de agregado miúdo e graúdo e a soma da quantidade de agregado
miúdo e graúdo é dado pela fórmula:

α = (a+1)/(m+1)

Com esses valores, achamos a quantidade de agregado miúdo, e como


m=a+p, achamos nosso traço inicial na fórmula:

1(c) : 1,45(a) : 4,55(p) : 0,6(x)

Com esse traço inicial, o grupo conseguiu ir aumentando o teor de


argamassa do concreto até achar o abatimento ideal, entre 8 e 10cm, definidos
pelo orientador da disciplina, o último traço, que atendeu ao abatimento, teve um
teor de argamassa de 42,5%, e foi definido:

1(c) : 1,975(a) : 4,025(p) : 0,6(x)


Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

Esse traço obteve um abatimento de 9,0cm:

Figura 1. Abatimento da primeira mistura.

A partir do traço da primeira mistura, foi possível alterar a relação entre a


água e o cimento, utilizamos a Lei de Lyse, para achar outras misturas visando
obter o mesmo abatimento, com três misturas diferentes, obteremos uma função
que relaciona a relação entre a água e o cimento, e a resistência a compressão do
concreto, a Lei de Lyse é definida como:

H = x/(m+1) * 100

Essa lei diz, que para um mesmo ‘H’ (relação entre água e materiais
secos), encontraremos um mesmo abatimento, então variando a quantidade de
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

água no concreto, encontramos um novo ‘m’, e com isso, um novo traço, que em
tese, atende o abatimento desejado com uma nova resistência. É importante
ressaltar que o ‘H’ e a relação entre a água e o cimento já são conhecidos, e com
isso, podemos achar a quantidade de areia e pedra da nova mistura, utilizando o
mesmo teor de argamassa da última mistura encontrada.
O primeiro ‘H’ encontrado pelo grupo foi igual a 8,57%, e com esse valor, e
com a relação entre a água e o cimento da segunda mistura sendo definido como
0,5, conseguimos encontrar o ‘m’, que foi de 4,83, e com o teor de argamassa de
42,5%, conseguimos encontrar a quantidade de areia e pedra, que foi de 1,05 e
3,78, respectivamente.
Com esses valores, encontramos o traço da segunda mistura, utilizando
uma relação entre a água e o cimento de 0,5:

1(c) : 1,05(a) : 3,78(p) : 0,5(x)

E encontramos o abatimento de 6,0cm, como indicado na figura abaixo.

Figura 2. Abatimento da segunda mistura.


Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

O mesmo procedimento foi utilizado para a terceira mistura, porém agora utilizando
uma relação entre a água e o cimento de 0,4, e o traço encontrado foi de:

1(c) : 0,98(a) : 2,69(p) : 0,4(a)

O abatimento encontrado com a terceira mistura foi de apenas 3,0cm, como mostra
a figura abaixo.

Figura 3. Abatimento da terceira mistura.

O motivo da variação do abatimento nas três misturas, mesmo utilizando a


mesma relação entre a água e materiais secos, é variado, pode ser pelo fato da
produção do concreto ser pouco volumosa, e a maior parte do material perdido na
betoneira é água, areia e cimento, enquanto a brita não sofre perda de seu
material, e colabora com um ensaio de abatimento com um resultado abaixo do
esperado.
O grupo deveria ter previsto esse fenômeno, principalmente, visto que
quanto menor a relação entre a água e o cimento, menor o volume que cada kilo
de cimento representa, essa diferença de abatimento, causou uma segregação
maior no concreto, que gerou uma variação maior na resistência à compressão de
cada corpo de prova, e também diminui a resistência esperada da última mistura
em relação às duas primeiras, o que resultou em um consumo de cimento muito
elevado para alcançar a resistência média à compressão determinada
previamente.
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como resultado final do nosso trabalho de dosagem, temos o traço final do


concreto que será produzido para atingir a resistência média de 34,075MPa, e
assim, garantir o fck de 25MPa, para essa determinação, utilizamos um ajuste
exponencial, feito por Métodos dos mínimos quadrados para encontrar uma
função que relacione a quantidade de água do concreto com sua resistência à
compressão, a Lei de Abrams nos garante que essa relação é uma função
inversamente proporcional, e com essa função definida, nós podemos estimar a
quantidade de água utilizada para atingir a resistência média, e podemos
encontrar os outros dois componentes do concreto igual fizemos anteriormente,
com o mesmo teor de argamassa e a mesma relação entre a água e os materiais
secos, após o rompimento dos nove corpos de prova, três para cada mistura,
obtivemos o seguinte resultado:

Tabela 1. Resistência dos Corpos de prova.


Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

Com esses dados é possível executar a Lei de Abrams, e montar o


seguinte gráfico, e obter a equação para a curva:

Figura 3 - Gráfico da Resistência à compressão x Quantidade de água.

Realizando ajustes matemáticos para encontrar a quantidade de água para


a resistência de 34,075MPa, temos que será utilizado 0,082 para cada kg de
cimento, esse resultado é totalmente incompatível com a realidade, e também é
totalmente incompatível com a teoria, já que para essa relação entre água e
cimento, a quantidade de agregados obtidos seria negativa. Esses resultados
demonstram fatos citados anteriormente, segregação da mistura 3, o que baixou a
resistência, além de um coeficiente de variação de 23, o que é elevado para a
fórmula, esses resultados tornaram uma função que deveria ser exponencial, em
uma função quase linear, o que torna o ponto em que se alcança os 34,075MPa
muito distante, para meios comerciais, esse traço seria impossível, o consumo de
cimento seria muito elevado.
Esses resultados demonstram principalmente a queda de resistência que é
ocasionada pela segregação do concreto, e que, em concretos feitos em obra, o
volume de concreto produzido deve ser padronizado, assim como a quantidade de
cada material, cada ‘betonada’ deve ter o mesmo volume, para tentar garantir o
abatimento ideal, e por consequência a resistência desejada.
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Construção Civil

CONCLUSÕES

O trabalho de dosagem é de fundamental importância para a disciplina de


Materiais de Construção II, é essencial para os alunos terem um entendimento
maior sobre o funcionamento do concreto, de como fazer o concreto.
Os resultados inesperados obtidos pelo grupo revelam uma falta de
experiência do grupo na fabricação do concreto, o que gerou em um abatimento
indesejado e uma segregação do concreto, em uma indústria, os resultados
encontrados seriam completamente não executáveis, e teriam que ser refeitos,
porém, este trabalho também deu a noção necessária sobre a importância do
processo de dosagem na resistência à compressão do concreto, que muitas vezes
é o fator mais importante da análise da qualidade do produto final.
O grupo aproveitou o processo desse trabalho para obter conhecimento a
respeito do concreto e do processo de fabricação, e os erros cometidos durante o
trabalho não serão repetidos futuramente, em possíveis execuções feitas na
prática.

Você também pode gostar