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21/12/2022 13:46 SINTOMA, NÃO SEM INIBIÇÃO E ANGÚSTIA - Clipp

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Notícias #19

                        Cecília Vicunã
Editorial
Hades #19

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  OS
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Rosangela C Castro Turim (CLIPP) IMPACTOS
DO RACISMO
“O sintoma é o que mais de real a psicanálise nos dá.” Tal afirmação de NA CLÍNICA
Miller em “Ler um sintoma” provocou uma questão da clínica, LACANIANA
principalmente com adolescentes, onde o “fora do sentido” do real, a COM
angústia ou até mesmo a inibição, não cessam de se inscrever, como MULHERES
resto sintomático, resistindo à interpretação do sintoma. NEGRAS:
PODE O
Em “Inibição, sintoma e angústia” Freud delimita os conceitos de inibição
ANALISTA
e sintoma. Escreve – “eles não se originam do mesmo solo. A inibição
ABSTER-SE
tem uma relação especial com a função e não significa necessariamente
DESSE
algo patológico.” A inibição é a limitação de uma função que pode ser PROBLEMA
sexual, da nutrição, da locomoção ou do trabalho. Já o sintoma indica a QUE ASSOLA
existência de um processo patológico. A

Segundo Freud, “o sintoma é indício e substituto de uma satisfação SOCIEDADE?

instintual que não aconteceu, é consequência do processo de repressão. HADES –


Esta procede do Eu, que – por solicitação do Supereu, eventualmente – CLIPP em
não deseja colaborar num investimento instintual despertado no Id. Notícias #18
Através da repressão, o Eu obtém que a ideia portadora do impulso
O MEDO DE
desagradável seja mantida fora da consciência.”
HANS:
O sintoma como uma das formações do inconsciente, como os sonhos e SOBRE
atos falhos, tal como formulou Freud, é passível de interpretação, de FOBIA,
decifração, pois é cifrado. Ao mesmo tempo, o sintoma aponta para uma ANGÚSTIA E
satisfação. SABER

No texto “Ler um sintoma”, Miller aponta o paradoxo com que Freud se


deparou num segundo tempo com a persistência do sintoma depois da
interpretação. O paradoxo aqui é o do resto, há um x que resta mais Categorias
além da interpretação freudiana. Ainda segundo Miller, Freud se
aproximou disso de distintas maneiras – pôs em jogo a reação Artigos (151)
terapêutica negativa, a pulsão de morte e ampliou a perspectiva até dizer Monografia
que o final da análise como tal deixa sempre subsistir o que chamava de s (1)
restos sintomáticos. Freud chocou-se com o real do sintoma – com o que
Atualidades
no sintoma é fora de sentido.
Psicanalíticas
Como praticantes da psicanálise de orientação lacaniana, passamos (35)
certamente pelo momento de decifração da verdade do sintoma, mas
Boletim
assistimos à confrontação do sujeito com os restos sintomáticos e
Hades (19)
sabemos que há o gozo do sintoma. Portanto, trata-se de uma redução.
Boletim
Miller adverte quanto à consequência de se inflar o sintoma, quando ele
Hades –
é alimentado com sentido, e propõe que “ler um sintoma vai no oposto, Textos (110)
consiste em privar o sintoma de sentido. Por isso Lacan substitui o
Clipping (8)
aparato de interpretar de Freud, o ternário edípico, por um ternário que

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não produz sentido, o do Real, do Simbólico e do Imaginário. Ao deslocar Curso de


A CLIPP
a interpretação do quadro edípico em direção  borromeano,
ao quadro ENSINO  é o
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Psicanálise
funcionamento mesmo da interpretação que muda e passa da escuta do (1)
sentido à leitura do fora do sentido.”
Feito por Nós
Para Miller, o analista pode e deve ir além da escuta, pois o que se (7)
escuta é sempre o sentido e o sentido chama sentido. Trata-se de
Memória
explorar o que pode a psicanálise, no nível da leitura, quando se toma
Clipp (5)
distância da semântica. A leitura, o saber ler consiste em manter à
distância a palavra e o sentido que ela veicula, a partir da escritura como Memorial (1)
fora de sentido, como letra, de sua materialidade. A interpretação que se Publicações
sustenta puramente no nível da palavra não faz mais que inflar o sentido, (2)
a disciplina da leitura aponta para a materialidade da escritura, quer
Sem
dizer, a letra enquanto produtora de acontecimento de gozo que
categoria (2)
determina a formação dos sintomas.

Para Miller, a interpretação como saber ler visa reduzir o sintoma a sua
fórmula inicial, ao encontro material de um significante e do corpo, quer
dizer, ao choque puro da linguagem sobre o corpo. “Para tratar o sintoma
é preciso passar pela dialética móvel de desejo, mas também é
necessário se desprender das miragens da verdade que essa decifração
lhes aporta e apontar mais além, à fixação do gozo, à opacidade do
real.”

Na clínica, principalmente com adolescentes, onde testemunhamos as


soluções de cada um diante do encontro com o real da puberdade,
somos convocados à leitura do sintoma, pois há um crescente
desinteresse pela interpretação do sintoma pela via do sentido, e o
manejo da angústia continua sendo bem atual, assim como a presença
da inibição como defesa da angústia.

Referências bibliográficas

Freud, S. “Inibição, sintoma e angústia.” In: Obras completas, vol. 17, Cia
das letras, São Paulo

Miller, J.-A “Ler um sintoma.” In: Opção lacaniana n.70, junho 2015

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