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URBANIZAÇÃO (12/08)

O processo de urbanização ocorre a partir da industrialização e da mecanização


agrícola, que funcionou como dois principais fatores para o deslocamento da população
da área rural em direção a área urbana.

Em países centrais esse movimento foi planejado e ocorreu a partir do século


XVIII com a primeira e segunda Revolução Industrial. Já em países periféricos esse
processo ocorre de duas formas, a primeira em países industrializados ela ocorre devido
a decadência econômica no campo e pela mecanização agrícola, bem como pela
industrialização e, em países não industrializados esse processo ocorre principalmente
devido a problemas ambientais no campo como desertificação, bem como a expansão
das commodities agrícolas e não pelo desenvolvimento industrial, pois ele ainda não
existe nessas regiões.

Expansão Urbana

A expansão de uma cidade (área urbana de um município) ocorre de forma


horizontal e vertical. De forma horizontal a cidade cresce através de conjuntos
habitacionais e residenciais, e essa expansão da malha urbana ocorre com especulação
imobiliária. Já a expansão vertical é o crescimento de prédios na área urbana de um
município, que ocorrem principalmente em regiões centrais, provocando um
adensamento populacional bem como um problema ambiental chamada Ilhas de Calor.

Redes Urbanas

Rede urbana são relações comerciais, financeiras, industriais, culturais, políticas


e administrativas entre cidades. Essa relação ocorre de forma hierárquica, com algumas
cidades sendo mais importantes do que outras. Por exemplo, São Paulo/SP está numa
hierarquia maior do que Ribeirão Preto/SP.

Essa Hierarquia urbana possui dois esquemas, esquema clássico tradicional e


esquema clássico atual, como podemos ver na imagem abaixo.
Essa diferença ocorre devido ao avanço tecnológico dos meios de transporte e
comunicação ao longo dos anos, que promoveu a redução das distâncias entre cidades
pequenas a grandes cidades.

No caso do Brasil temos quinze metrópoles, sendo São Paulo a única Grande
Metrópole Nacional, Rio de Janeiro e Brasília Metrópoles Nacionais, e Belém, Belo
Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Salvador, Manaus,
Florianópolis, Vitória e Campinas sendo Metrópoles Regionais. Sendo que
Florianópolis, Vitória e Campinas se tornaram metrópoles em 2018 com a publicação da
pesquisa Regiões de Influência das Cidades – Regic do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística - IBGE.

As Metrópoles são municípios com elevado desenvolvimento urbano que


organiza em torno de si uma centralidade de oferta de empregos, serviços, e capital. Ela
é a centralidade de uma Região Metropolitana, que é o agrupamento administrativo de
duas ou mais cidades que conturbaram. A conturbação é a junção física da área urbana
de dois ou mais municípios.
Estatuto da Cidade e Plano Diretor

A criação do Estatuto da Cidade da Lei Federal nº 10257/01 ocorreu no intuito


de respeitar a Constituição Federal de 1988 quanto a criação de uma política de
desenvolvimento urbano mediante ao rápido e desordenado crescimento urbano
ocorrido no país na década de 1960. O Estatuto da Cidade contempla as diretrizes e os
instrumentos de cumprimento dessas diretrizes, com as especificidades das normas
deixadas a cargo de cada município, e para isso criou-se o Plano Diretor, que cria
pilares para um município equilibrado, sustentável e que promova qualidade de vida aos
cidadãos, garantindo a função social da propriedade e o princípio da dignidade humana.

A discussão do Plano Diretor Municipal (ou Urbano) ocorre em audiência


pública proposta pelo poder público com a participação dos vereadores do município e
da sociedade civil. Além do que já fora dito, ele propõe diretrizes para o zoneamento
municipal (uso e ocupação do solo), áreas de habitação, mobilidade, dentre outros.

O Plano Diretor combate a especulação imobiliária em respeito a garantia da


função social da propriedade através de duas importantes práticas, o Imposto Predial e
Territorial Urbano - IPTU Progressivo e pela outorga onerosa do direito de construir.

Segregação Socioespacial Urbana

A especulação imobiliária é a valorização de determinada região através de


investimentos públicos e privados que acaba motivando donos de terrenos a não
cumprirem com a função social da cidade aguardando a especulação e valorização desse
terreno. Essa valorização promove a gentrificação, que é a elitização de uma região
específica devido a especulação imobiliária, que devido ao aumento do processo acaba
expulsando pessoas com menor poder aquisitivo, ou seja, pessoas com menores
condições socioeconômicas não conseguem pagar o valor do aluguel dessa regiões e vão
para regiões mais periféricas, a esse fenômeno damos o nome de Segregação
Socioespacial, pois ele acaba separando (segregando) pessoas pelo poder de renda
dessas pessoas.
DEMOGRAFIA (19/08)

A demografia é o ramo da geografia que se dedica ao estudo das populações e a relação delas com a
sociedade. Por meio dos conceitos demográficos é possível entender a economia, a política, a cultura e até
mesmo o desenvolvimento de uma nação. Alguns conceitos são importantes, como:
População absoluta é a quantidade de habitantes totais em uma determinada área geográfica.  Já a
densidade demográfica é a razão entre a quantidade de habitantes de uma região pela extensão desse
território. Um país pode ser populoso e pouco povoado (baixa densidade demográfica, como é o caso da
China) ou pode ser muito populoso e muito povoado (como a Índia).

Dinâmica Demográfica
Quanto a dinâmica demográfica temos dois conceitos importantes, o crescimento vegetativo e o
demográfico, o primeiro considera as taxa de natalidade e mortalidade como variáveis para compreender o
aumento ou diminuição da população, compreendido assim como crescimento vegetativo positivo ou
negativo. Já crescimento demográfico é referente a relação da taxa de crescimento (Natalidade e
Mortalidade) com a taxa de migração.
Para isso precisamos compreender diversos índices, como taxa de natalidade, que é a quantidade total
de nascimentos em uma localidade, em um determinado espaço de tempo. No Brasil, a taxa de
natalidade está em queda devido a entrada maciça da mulher no mercado de trabalho e a possibilidade de
planejamento familiar. Temos também a taxa de mortalidade, que é a quantidade de óbitos em uma região.
Esse indicador pode demonstrar aspectos sobre a qualidade de vida, criminalidade, serviços de saúde, dentre
outros fatores.

Teorias Demográficas
No estudo e entendimento das populações, alguns pensadores se dedicaram à criação de teorias
demográficas. Que explicam como ocorreram e ocorre o crescimento populacional.
A teoria Malthusiana (1766-1834), acreditava que população mundial crescia em progressão
geométrica, enquanto a produção de alimentos em progressão aritmética, o que resultaria em fome. A
solução encontrada por Malthus foi a ação moral no controle de natalidade, através de política de controle de
natalidade: Casamentos tardios (sem casamento sem filho); aumento do preço dos alimentos; redução de
salários.
Já a teoria Neomalthusiana (1940/1960), trata-se de uma renovação da teoria malthusiana, que
relaciona pobreza ao crescimento populacional. A solução encontrada é pela ação física no controle de
natalidade. Propõe políticas de estado para diminuição da população: esterilização da população;
distribuição de anticoncepcionais; educação para planejamento familiar; aprovação do aborto. Seguindo a
mesma linha de pensamento temos a teoria Ecomalthusiana, que compreende que o crescimento
populacional (principalmente por países pobres) vai aumentar a degradação da natureza.
E a Teoria Reformista acredita que o crescimento populacional é a consequência da pobreza e não
sua causa, dessa forma, a queda de natalidade ocorrerá com o aumento da alfabetização, conhecimento, e
pela entrada da mulher no mercado de trabalho. Como soluções têm a melhora das condições de vida como
forma de controle populacional; e critica a concentração de renda e baixo nível de investimentos estatais à
saúde e educação.

Transição Demográfica
A transição demográfica é uma teoria proposta por Warren Thompson (1920), que observou às
mudanças (ou transição) que tinham experimentado nos últimos duzentos anos as sociedades
industrializadas relacionadas com as taxas de natalidade e mortalidade.
Através dessa observação propôs a teoria da transição demográfica que toda sociedade pré-industrial
demograficamente passa, possuindo quatro fases ou estágios antes de se tornar uma sociedade pós-industrial.

Envelhecimento populacional
Através da transição demográfica podemos compreender que há um processo de envelhecimento da
população, principalmente nos países centrais, o que implica e implicará em mudanças necessárias na
previdência desses países, na população economicamente ativa e na acessibilidade dessa população na
cidade.
GUERRA FRIA (26/08)

A Ordem Mundial Bipolar se iniciou após a Segunda Guerra Mundial,


que deixou a Europa destruída, com milhões de mortos, parques industriais e
redes de transportes destruídos. Os países europeus industrializados perderam
grande quantidade de sua população e foram devastados economicamente, como
França, Reino Unido, Bélgica, Alemanha e Itália. Restando como polos de poder
os Estados Unidos e a União Soviética.

Essa bipolaridade da Guerra Fria data da Segunda Guerra Mundial, em


1945 e teve seu fim em 1991, com o fim da União Soviética. Porém, alguns
autores acreditam que esse conflito se iniciou a partir da Revolução Russa, em
1917, com o surgimento do Socialismo como oposição ao Capitalismo.

Divisão da Europa

A Guerra Fria começou a ser definitivamente delineada em uma série de


acordos ao final da Segunda Guerra Mundial, como a Conferência de Yalta e a
de Potsdam, a primeira dividiu a Europa em duas zonas de influência, o leste
europeu zona de influência da União Soviética, e a Europa Ocidental como área
de influência dos Estados Unidos. Já a Conferência de Potsdam dividiu a
Alemanha, país derrotado na Segunda Guerra Mundial, em quatro partes, que
passaram a serem administradas por Reino Unido, Estados Unidos, França e
União Soviética.

Os aliados ocidentais e capitalistas unificaram as três zonas formando a


República Federal Alemã – RFA (maio/1949) visando estabelecer uma nova
política econômica para estabilizar a economia deste país. Stálin em represália a
criação ao RFA bloqueou Berlim do restante do país a fim de anexar a capital
inteira a URSS. E com o fim do bloqueio (6 meses) Stálin criou a República
Democrática Alemã – RDA (out/1949).

Acordos Militares
As duas potências criaram blocos militares para proteger os países aliados no
caso de invasões e ataques inimigos. A Organização do Tratado do Atlântico Norte foi
criada em 1949, e o Pacto de Varsóvia foi criado em 1955 e teve seu fim em 1991, com
a dissolução da União Soviética.

O mapa a seguir mostra a expansão de países ingressantes na OTAN –


Organização do Tratado do Atlântico Norte após 1997, o que seria a motivação da
invasão russa à Ucrânia, segundo o presidente da Rússia, Vladmir Putin.

Fonte: BBC. Qual o papel da Otan no confronto entre Rússia e Ucrânia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/03/02/qual-o-papel-da-otan-no-confronto-entre-russia-e-
ucrania.ghtml>. Acesso em março, 2021.

Plano de Cooperação Econômica


Com o intuito de massificar os modelos capitalistas e socialistas, os
Estados Unidos e a União Soviética criaram pactos de cooperação com os seus
aliados.

Do lado capitalista, Harry Truman, presidente dos Estados Unidos lançou


bases de uma política de contenção ao socialismo na Europa através do Plano
Marshall (Programa de Recuperação Europeia – 1948/1951) e Plano Colombo
(Programa de Recuperação do Sudeste Asiático – 1947/1950).

E do lado socialista, A União Soviética criou a Cominform - Comitê de


Informação dos Partidos Comunistas e Operários, como objetivo de organizar os
países europeus orientais centralizando as decisões políticas em Moscou e a
COMECON - Conselho para Assistência Econômica Mútua, com o objetivo de
organizar as atividades econômicas atribuídas para cada país socialista pela sua
disponibilidade de recursos naturais e especialidade técnica.

Principais Conflitos

A Guerra Fria foi marcada por conflitos conhecidos como Proxy War,
(Guerra por Procuração), em que as duas potências não se enfrentaram em seus
territórios, e utilizaram regiões em outros territórios para travar batalhas, como a
Guerra da Coreia (1951-1953) que gerou a divisão entre as duas Coreias no
paralelo 38º N; como a Guerra do Vietnã (1959-1975), na qual os Estados
Unidos apoiaram o governo vietnamita contra a insurgência da Frente Nacional
para a Libertação do Vietnã (FNL), chamados de vietcongues, apoiados pela
União Soviética, que teve como resultado a vitória do norte; e a Guerra do
Afeganistão, na qual a União Soviética foi derrotada pelos mujahedins, apoiados
e treinados pelos Estados Unidos, entre os financiados surgiram dois grupos
fundamentalistas islâmicos, a Al-Qaeda e o Talibã.

Fim da Guerra Fria

O fim da Guerra Fria ocorreu com a dissolução da União Soviética em


1991, que ocorreu no governo do presidente Mikhail Gorbachev, iniciado em
1985, com vários problemas econômicos e políticos causados pelo
endividamento do Estado provocado pela corrida armamentista e aeroespacial,
atraso tecnológico das indústrias de base e setor terciário pouco desenvolvido,
queda dos preços do petróleo, derrota na Guerra do Afeganistão (1979-1989) e
oposição popular.

Com o intuito de combater o colapso econômico e os problemas


políticos, Gorbachev criou dois planos de reestruturação: a perestroika,
relacionado ao âmbito econômico, e a glasnost, referente ao aspecto político.

A perestroika tinha como meta modernizar a economia da União


Soviética através da redução da intervenção estatal na economia e abertura
progressiva à entrada de multinacionais estrangeiras no país. E a glasnost, que
significa transparência, teve como ações o fim do monopólio do Partido
Comunista e presos políticos foram libertados.
GLOBALIZAÇÃO E BLOCOS ECONÔMICOS (02/09)

A globalização é um processo de expansão econômica, política e cultural a nível


mundial. Sua origem remete ao período das Grandes Navegações no século XVI,
momento em que as trocas comerciais se ampliaram para outras nações.

No último século, o processo de globalização se acelerou bastante devido


à Terceira Revolução Industrial (ou Revolução Técnico-Científico-Informacional). Ela
promoveu a evolução das tecnologias de transportes e comunicação, de modo que a
distância e as fronteiras geográficas se tornam cada vez “menores”. Isso contribuiu
diretamente para o aumento das trocas comerciais entre os países, sobretudo para a
velocidade em que essas trocas acontecem.

Um dos principais elementos da globalização é a expansão do comércio


mundial, sendo que a busca por vantagens competitivas traz como consequências quatro
principais fatores econômicos: o aumento da concorrência entre os mercados; a grande
circulação no mercado financeiro, constituído por bancos e bolsas de valores, e nesse
momento tem com grande importância o capital especulativo; a existência de empresas
transnacionais, que com a maior velocidade nos meios de transportes e utilização dos
contêineres a produção de mercadorias passa a ser especializado em todo o mundo, se
aproveitando das potencialidades de cada país, como uma grande linha de montagem
em escala global, o que proporciona uma concentração e centralização de capitais; e por
fim, o surgimento de blocos econômicos.

A Globalização é outra característica deste mundo multipolar, que se baseia na


integração econômica, social e do trabalho. A globalização resolve o problema da
estagnação da produção de mercadoria nos países desenvolvidos, porém gera uma
concentração de renda a nível mundial.

Blocos Econômicos

As tendências de globalização e regionalização parecem contraditórias ou


excludentes, mas na realidade se complementam. Os megablocos regionais oferecem às
corporações transnacionais vastos mercados interiores unificados, ampliando a escala
das atividades econômicas e facilitando a centralização de capitais. Desse modo, a
regionalização funciona, em grande medida, como um patamar da globalização.

São blocos de Estados-nação que se unem para estabelecer uma integração para
intensificar as relações comerciais.

Tipo de Bloco O que significa


Zona de Livre- As barreiras alfandegárias entre os países-membros são
comércio retiradas
União aduaneira As regras de importação são as mesmas para todos os
países-membros e a mesma política sobre produtos de
outros blocos (Tarifas Externas Comuns – TEC).
Mercado comum Além do livre comércio, é permitida a livre circulação de
pessoas, serviços e capitais entre os países-membros
União monetária Os integrantes adotam a mesma moeda, que é controlada
por um banco central único
União política Os países-membros criam e adotam leis a respeito de
assuntos que vão além da economia, como direito dos
cidadãos, imigração e segurança – Parlamento Europeu

Organismos Internacionais – Organização das Nações Unidas

A Organização das Nações Unidas (ONU) é um órgão internacional criado em


24 de outubro de 1945, após a Segunda Guerra Mundial e sediada na cidade de Nova
Iorque, nos Estados Unidos. A função do órgão é manter a paz e a segurança
internacional, bem como desenvolver a cooperação entre os povos, e substituiu a Liga
das Nações, criada após a 1ª Guerra Mundial.

A ONU possui seis importantes órgãos: Assembleia Geral, composta por todos
os países membros, possui função consultiva; Conselho de Segurança, ele pode propor
acordos ou decidir ações armadas. É composto por cinco membros permanentes, com
direito a veto: EUA, Rússia, Reino Unido, França e China há dez indicados pela
Assembleia Geral para um período de dois anos. Único órgão da ONU que tem poder
decisório; Conselho Econômico e Social tem o objetivo de promover o bem estar
econômico e social das populações, coordena as agências e órgãos especializados: a
Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura); a Unicef
(Fundo das Nações Unidas para a Infância); a OIT (Organização Internacional do
Trabalho); o FMI (Fundo Monetário Internacional); a Cepal (Comissão Econômica para
a América Latina); a FAO (Organização para Alimentação e Agricultura); a OMS
(Organização Mundial da Saúde); Secretariado, é dirigido pelo secretário-geral,
António Guterres - 2019) a principal autoridade da ONU, que tem a função de
administrar a instituição e é indicado pelo Conselho de Segurança; Corte Internacional
de Justiça, sediado em Haia (Holanda) resolve disputas legais entre Estados-nação;
Conselho de Tutela; Tinha a função de proteger povos sem governo próprio sendo
composto por membros do Conselho de Segurança.

Organização Mundial do Comércio – OMC

Em 1947, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial criara o Acordo Geral de
Tarifas e Comércio – GATT, de caráter Provisório – apenas existir até a criação da
Organização Internacional do Comércio – OIC e tinha como objetivo a diminuição das
barreiras comerciais e a garantia de acesso mais equitativo aos mercados por parte de
seus signatários.

Somente em 1994, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (1947) passa a ser


Organização Mundial do Comércio, com o objetivo de criar normatização quando ao
apoio doméstico (Concessão de subsídios reduzindo custo de produção) e subsídios a
exportações para cultivos agrícolas (Auxílio estatal para a exportação).

Dessa maneira, a OMC busca reduzir e eliminar obstáculos comerciais entre os


países, favorecendo práticas protecionistas aos países periféricos em detrimentos dos
países centrais, administra e auxilia acordos comerciais, bem como promove maior
integração regional.

Uma ação importante foi a Rodada de Doha (Qatar-2001) que foi finalizada
apenas em 2013 (em Bali), e tinha o intuito de buscar um alinhamento em relação às
políticas de protecionismo entre os países, buscava a redução de tarifas e de subsídios
por parte dos países centrais, porém ela não foi muito aceita por tais países.
GEOGRAFIA AGRÁRIA (09/09)

Em Geografia Agrária os temas mais recorrentes são os agrossistemas (tipos e


formas de se produzir na agricultura), a Revolução Verde e suas consequências, a
estrutura fundiária brasileira (questão agrária no Brasil), e os principais cultivos
agrícolas no Brasil e no mundo.

A atividade agropecuária consiste no cultivo e criação de variadas espécies para


a produção de alimentos e matéria-prima, através de técnicas que se transformaram e se
modificaram ao longo do tempo e dos espaços nas diferentes sociedades. A Revolução
Neolítica, quando as sociedades nômades coletoras passaram a ser sedentárias, é
considerada a grande revolução humana, pois é o momento que os seres humanos
passam a dominar técnicas de seleção e de cruzamento de espécies e técnicas de manejo
com o intuito de aumento da produtividade através da irrigação, fertilização e
domesticação de animais para o trabalho.

Agrossistemas

Quanto aos principais agrossistemas temos os tradicionais, modernos e


alternativos, o primeiro tendo como características principais a aquisição e acesso às
técnicas través do conhecimento tradicional e ao saber popular, com relações de
trabalho geralmente familiar e o acesso à terra é pela posse de pequenas propriedades ou
latifúndios com a produção de plantation. O Sistema Plantation é um termo utilizado
para o sistema econômico no período colonial aplicado nas colônias europeias, e que era
e é fundamentado em quatro pilares, como latifúndio, monocultivo, mão de obra
escravizada e foco na exportação (commodity).

O agrossistema moderno é o Agronegócio, desenvolvido em médias e grandes


propriedades, com relações de trabalho geralmente assalariada e uma produção todo no
campo através da agroindústria. Essa produção ocorre através de conhecimento
científico adquirido pela compra de tecnologia tanto de sementes (transgênicas) quanto
de defensivos fitossanitários (agrotóxicos) criados na Revolução Verde e
comercializados por grandes conglomerados.
Já os agrossistemas alternativos são baseados no conhecimento científico e na
união dos saberes populares e da natureza, desenvolvido em pequenas e em médias
propriedades (privadas ou coletivas), com relação de trabalho familiar, assalariada e as
vezes cooperativa. O acesso às técnicas se dá pela Universidade, ONGs, associações e
saberes populares. São exemplos dessa prática a agricultura orgânica, agroecologia e
agroflorestal. A agricultura orgânica é baseada numa agricultura sem a utilização de
agrotóxicos e transgênicos, e vem se tornando gentrificada; a produção agroecológica é
voltada a uma produção de alimentos aliada com a conservação da biodiversidade, bem
como o modo de vida das comunidades, respeitando cultura e o trabalho. E a
agroflorestal foi desenvolvido por Ernest Gotsch, que se utiliza de um sistema ancestral
(de povos originários) de uso da terra com o manejo integrado entre floresta e cultivos
agrícolas.

Revolução Verde

A Revolução Verde foi uma mudança abrupta na forma de se produzir cultivos


agrícolas que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, incentivada
pela Organização das Nações Unidas, financiada pela Fundação Ford, Instituto
Rockfeller e Banco Mundial e tendo como base teórica a teoria Malthusiana
(Neomalthusiana), de que a população (PG) crescia mais do que a produção de
alimentos (PA). E como resultado houve uma massificação e generalização da produção
agrícola, ou seja, simplificação das variedades agrícolas, uma utilização de uma
agricultura em larga escala com a utilização de defensivos fitossanitários (agrotóxicos),
fertilizantes químicos, sementes geneticamente modificadas, e como consequência a
mecanização e uso cada vez maior de irrigação.

As consequências da Revolução Verde são aumento da produtividade agrícola,


aumento do desemprego no campo (mecanização), contaminação da natureza (Solo,
cursos de água e animais) e de ser humanos, diminuição dos polinizadores, desgaste do
solo pela mecanização e monocultivo, diminuição da produção de alimentos frente a
produção de commodities agrícolas (insegurança alimentar) e concentração fundiária.

Estrutura Fundiária Brasileira


D. João III instituiu em 1536 as capitanias hereditárias – terras doadas pelo governo
português para indivíduos de sua confiança. Os Capitães Donatários produziam em sua
terra e pagavam impostos à monarquia portuguesa. Alguns Capitães Donatárias não se
interessavam na produção, a Coroa Portuguesa instituiu a Lei de Sesmarias, a qual se o
proprietário não produzisse e semeasse a terra, esta seria repassada para outro agricultor.

Com o fim do tráfico negreiro e o lógico fim da escravidão, e a grande quantidade


de população escravizada no Brasil houve a preocupação quanto ao domínio das terras
brasileiras. Em 1850 foi criada a lei de Terras para regulamentar a posse de terras no
Brasil, em que só poderia ser dono de terras pela compra do Título da terra em Cartório.

Nossa estrutura fundiária é herança de um passado colonial, com predomínio das


grandes propriedades (plantations) voltadas para atender às necessidades do mercado
externo, e é compreendida como havendo grande concentração fundiária, a qual 1% dos
grandes proprietários ocupam 43% das terras agricultáveis, e os 47% pequenos
produtores possuem cerca de 3% das terras agricultáveis do Brasil.

Essa concentração de terras ocorre de forma desigual no Brasil, sendo que a região
Centro-Oeste possui maior desigualdade em relação a estrutura fundiária, e já na região
sul há uma maior equidade em relação a distribuição de terras, promovida pelo processo
de colonização agrícola ocorrida na região.

Principais cultivos agrícolas no Brasil e no Mundo

O trigo é um importante cultivo agrícola que é produzido na região sul do país


no inverno brasileiro, também na argentina e Estados Unidos, mas sua maior produção é
na Ucrânia e Rússia e teve sua produção atingida pela guerra entre esses dois países
gerando aumento do preço desse cultivo.

O arroz é produzido principalmente na região Centro-Oeste e Sul do país e


abastece principalmente o mercado interno do Brasil. A Companhia Nacional de
Abastecimento – Conab realizava a política de estoques reguladores com o arroz, o que
evitava uma alta variação dos preços em períodos de alta demanda ou baixa produção,
porém em 2016 o governo federal parou de realizar tais estoques gerando aumento dos
preços desse cultivo agrícola ano passado e nesse ano.
A cana-de-açúcar, item largamente produzido no Brasil, é a matriz de dois
subprodutos: o açúcar e o etanol. O açúcar é exportado, enquanto o etanol é um
importante combustível brasileiro, que passou a ser produzido a partir de 1970, após a
criação do Proálcool, política pública que ampliou o cultivo da cana no estado de São
Paulo. Desde 2010 a produção de cana-de-açúcar vem se expandindo para os estados de
Goiás, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul, impulsionada, principalmente, pela
possibilidade de cogeração de energia elétrica através da biomassa da cana.

E por último, a soja iniciou no Brasil no início do século XX na região sul do


país e expandiu para a região Centro Oeste na década de 1970 na expansão agrícola,
proporcionada por investimento estatal com venda de terra mais barata e investimento
em pesquisa na agricultura (EMBRAPA). Atualmente é um de nossos cultivos agrícolas
mais importantes.
INDUSTRIALIZAÇÃO (16/09)

A industrialização é o nome que se dá para o processo onde os países deixam


uma economia voltada para a agricultura ou para a manufatura, para adentrar na
modernização do processo industrial. Esse processo gerou mudanças estruturais nos
diferentes países com deslocamento populacional do campo para a cidade.

Esse processo de industrialização ocorreu em diferentes países em épocas


diferentes que damos o nome de Revoluções Industriais:

1ª Revolução 2ª Revolução 3ª Revolução Indutrial


Indutrial Indutrial
Principai Máquina à vapor Motor à Combustão Computadores e
tecnologia máquinas (automação)
Fontes de Carvão Petróleo, carvão e Petróelo, carvão,
energia hidroeletricidade. hidroelétrica, energia
nuclear e energias
alternativas.
Microeletrônica,
Principais Têxtil e Automobilística e
Biotecnologia e
indústrias Carbonífera Siderúrgica
telecomunicações

Sistemas Taylorismo/Fordismo Toyotismo


Produtivos
Países Inglaterra, EUA, Europa e Japão EUA, Euopa, Japão,
França, Bélgica Sudeste Asiatico e
América Latina

Concentração (Economia de Aglomeração) e Desconcentração Industrial

Até o final do século XX as indústrias possuíam uma estratégia de se instalar em


grandes centros urbanos, onde estavam concentradas tanto força de trabalho quanto
mercado consumidor, a fim de evitar gastos de transporte. Isso desencadeou um
processo rápido de industrialização, de urbanização e poluição nessas regiões.

Com a especulação imobiliária nas áreas urbanas, com aumento do custo de


instalação, serviço, transporte e salários, as indústrias passaram a buscar novas regiões
para se instalar, promovendo o que Milton Santos chamou de Guerra dos Lugares
(Guerra Fiscal), ou seja, disputa das unidades federativas para atrair essas indústrias.
Essa desconcentração industrial gerou um processo cunhado por Eliseu Sposito
chamado de Disjunção Produtiva, ou seja, a linha de montagem das indústrias migrou
para médias cidades, porém as sedes e polos de decisões continuaram instalados nas
grandes metrópoles.

Sistemas Produtivos Industriais

Os sistemas de produção industrial têm como finalidade a diminuição de custos


e o aumento da produtividade. Os principais sistemas são: taylorismo; fordismo e
Toyotismo. O Taylorismo é um sistema de administração de empresas muito aplicado à
indústria e que foi elaborado por Frederick W. Taylor (1856-1915) e que possui como
principais características a máxima produtividade através de padrões repetitivos dos
trabalhadores e das máquinas, uma ampla divisão de tarefas através de uma hierarquia
nas empresas, com alta subordinação e rendimento individual, funções repetitivas e
otimização do trabalho para a aplicação de um sistema de produção em massa.

Já o Fordismo foi elaborado por Henry Ford (1863-1947), e é frequentemente


entendido como uma aplicação do Taylorismo ao sistema de produção fabril das
empresas Ford. Apesar de manter as premissas de Taylor para a produção em massa —
esforço repetitivo, distribuição de tarefas e alienação do trabalho —, o Fordismo
apresentava as suas especificidades. A principal delas foi a inserção da esteira na cadeia
produtiva, permitindo aumento da produtividade através das “linhas de montagem”.

E o Toyotismo, também chamado de sistema de produção flexível, foi criado na


década de 1970 por Taiichi Ohno (1912) e Eiji Toyoda (1913-2013) e diretamente
aplicado nas linhas de produção da Toyota. O toyotismo foi elaborado com base nas
seguintes premissas: a) produção flexível e não mais em massa, mas variando de acordo
com a procura; b) maior rapidez no processo produtivo (just in time); c) o mesmo
trabalhador realiza múltiplas funções; d) não necessidade de estocagem; e) produtos não
necessariamente padronizados.

Produção Industrial Mundial

A produção industrial europeia se desenvolveu principalmente em quatro países


centrais, Alemanha (Com um setor industrial diversificado e tecnológico principalmente
automobilístico e atualmente foca em energias renováveis), França (com foco na
indústria de base e de tecnologia, foco em energia nuclear), Inglaterra (A primeira a se
industrializar com grandes reservas de carvão e minério de ferro) e Itália
(principalmente no norte com petroquímica, automobilística e siderúrgica). Atualmente
a Europa sofre um processo de desconcentração industrial de indústrias migrando de tais
países para o Leste Europeu, proporcionando alto crescimento na Polônia, Hungria,
Eslováquia e República Tcheca.

A industrialização Norte Americana é caracterizada em três fases sendo três regiões


específicas (Cinturões): O Manufacturing Belt é a região nordeste dos EUA, com
disponibilidade de minério de ferro e de carvão, e a foi o início da industrialização do
país; o Sun Belt, na região Sul e Oeste dos EUA, com grandes reservas de petróleo e
gás natural, foram palco de importante desenvolvimento bélico e tecnológico
proporcionado pela Guerra Fria; e o Rust Belt, vem ocorrendo na região Nordeste dos
Estados Unidos, e basicamente é um processo de desindustrialização dos EUA, gerado
pelas Maquiladoras (indústrias do Nordeste dos se mudaram para o México para
diminuição da produção industrial), Crise de 2008 e competição com indústrias no
sudeste asiático.

Nos países periféricos podemos dividir em dois grupos, a industrialização por


Substituição de Importação, focada numa produção para o mercado interno, com
produtos nacionais substituindo produtos importados, e ocorreu em países da América
Latina, como Argentina, Brasil e México. E as Plataformas de Exportação, com uma
produção voltada para o mercado externo, através de uma política de investimento na
educação para promover uma mão de obra qualificada, bem como uma política cambial
de desvalorização de sua própria moeda, e ocorreram no Japão, Tigres Asiáticos e
China.

E por fim, a industrialização de países periféricos ocorreu na União Soviética e


na China, com ações centralizadas por meio do Estado no planejamento e na condução
da economia indicando quais setores produtivos receberiam investimentos e em quais
locais seriam instalados. No caso da China, houve inicialmente uma centralização do
investimento em infraestrutura a partir da Revolução Chinesa em 1949. E
posteriormente, em 1979, houve a criação das Zonas Econômicas de Exportação com o
Estado permitindo a instalação de multinacionais em seu país com a responsabilidade de
socializar o conhecimento industrial com as empresas nacionais chinesas, e mais
recentemente, a partir de 2015, a China vem passando por um processo de grande
desenvolvimento tecnológico, através de investimentos em tecnologia e Infraestrutura,
como a Nova Rota da Seda, que vem proporcionando uma maior facilidade para os
empresários chineses que comercializam seus produtos com outros países.
Questões Ambientais (23/09)

A atividade humana vem causando diversos problemas ambientais que prejudicam a


vida no planeta e interferem nas dinâmicas naturais da Terra. Esse desequilíbrio que o
ser humano vem causando somente ele pode cessar.

Conceitos importantes

Ecótono é uma região resultante do contato entre dois ou mais biomas fronteiriços, e
como consequência são áreas de transição ambiental, onde entram em contato diferentes
comunidades ecológicas e, por isso, proporciona a formação de espécies endêmicas e
por isso importante para o mundo.

Já a Teoria de Refúgios, proposta por Jurgen Haffer (1969) e Aziz Ab’Saber (1977)
discorre sobre o endemismo (especiações) de algumas regiões provocada pelo
isolamento geográfico de algumas espécies em períodos de glaciação na Época
Pleistoceno (Período Quaternário).

Essas regiões florestais que abrigam uma grande concentração de espécies com alto
grau de endemismo e que estão sobre grande ameaça foram definidas por Norman
Myers (1988) como Hotspots de Biodiversidade.

Fenômenos Ambientais (e) Urbanos

Ilhas de calor consistem no fenômeno climático que acontece principalmente nas


grandes cidades. Esse fenômeno acontece devido à concentração de asfalto, ruas,
avenidas e concreto (prédios, casas e outras construções). Nestas cidades, a temperatura
média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais próximas.

Já a inversão térmica, ocorre principalmente em dias frios, geralmente no inverno, em


que o ar mais próximo da superfície tende a permanecer mais frio e, sendo mais pesado,
permanece estacionado, bloqueando o ar mais quente que se localiza acima. Com isso, a
circulação atmosférica do local é interrompida. Podemos observar que a inversão
térmica é, portanto, um fenômeno natural, porém, quando ocorre em municípios muito
urbanizados e industrializados tentem a “aprisionar” a poluição através dessa inversão
térmica causando problemas respiratórios na população.

A eutrofização é um processo causado pela alta concentração de matéria orgânica em


ambientes aquáticos. Um dos fatores mais relevantes quanto a ocorrência da
eutrofização está a poluição dos ambientes aquáticos por meio do depósito de
esgoto, efluentes industriais e fertilizantes agrícolas. Que promove a multiplicação de
algas, dificultando a penetração da luminosidade, impactando na fotossíntese e
promovendo uma baixa concentração de oxigênio na água e provocando a morte de
diversos peixes.

Dentre os principais problemas ambientais decorrentes da poluição está a chuva ácida.


Trata-se de um fenômeno em que a grande concentração de gases poluentes lançados na
atmosfera reagem com as partículas de água nas nuvens, deixando a chuva com caráter
mais ácido do que o natural. Quando a água da chuva ácida atinge o solo e os rios e
lagos, ocorre a alteração de diversos fatores biológicos no entorno do local afetado. 

Novo Marco Legal do Saneamento Básico

O Brasil possui cerca de 35 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada e 100
milhões que não possuem coleta de esgoto, e isso motivou o processo de
universalização desse serviço pra população brasileira através da atualização do marco
legal do saneamento básico, com a possibilidade de investimento privado no setor e com
a emissão de normas de referência pela Agência Nacional de Águas.

O objetivo desse novo marco legal é atingir 99% da população com acesso a água
potável e 90% da população com coleta e tratamento de esgoto até 2033, através de
processos de abertura de licitação para o oferecimento desses serviços.

Acordos Ambientais

 Clube de Roma (1968)


o Cientistas e líderes políticos discutem sobre meio ambiente pela
primeira vez
 Conferência de Estocolmo (1972)
o Teve como intuito conscientizar a sociedade sobre sua relação
com o ambiente – criação do PNUMA
 Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Nairóbi (1987)
o relatório chamado Nosso Futuro Comum, que apontou a
necessidade de um desenvolvimento sustentável.
 Eco 92 (Rio 92)
o Diversos documentos foram assinados nesse encontro, visando
principalmente modificar o modelo consumista de
desenvolvimento para algo mais sustentável – Agenda 21.
 Protocolo de Kyoto – 1997
o Diminuição da emissão de CO² e Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo – MDL (crédito de Carbono)
 Rio + 10 (Johannesburgo - 2002)
o Maior parte dos países não mudam suas atitudes
 Rio + 20 (Rio de Janeiro - 2012)
o conferência embasada nos pilares econômicos, sociais e
ambientais, tratando basicamente de dois temas:
 o desenvolvimento da economia verde, ou seja, a interseção entre o ambiente
e a economia, que está fundamentada na erradicação da pobreza;
 a reestruturação do governo das Nações Unidas baseando-se no
desenvolvimento sustentável para garantir, dessa maneira, o compromisso
político internacional em torno da sustentabilidade.
 21ª Conferência das Partes (COP21) – Acordo de Paris (2015)
reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento
sustentável. Proposta de diminuição do aumento da temperatura global.
Geologia, Geomorfologia e Pedologia (30/09)

Geologia

Em relação a Geologia, temos duas importantes teorias, a Teoria da Deriva Continental de Alfred
Wegener, que a partir de quatro argumentos, morfológico, paleontológico, litológico e paleoclimático
acreditava que os continentes estariam a deriva e se deslocavam com as mudanças das marés. Somente em
1960, Harry Hess, “confirma” a teoria de Alfred ao criar a Teoria das Placas Tectônicas, a qual descrevia
que na realidade placas tectônicas que estariam “a deriva” e que elas deslocavam por correntes ou células de
convecção na Astenosfera. Essas correntes provocam três movimentos, e que geram três tipos de limites
entre placas tectônicas:

Movimento Divergente – Limite Construtivo

Movimento Convergente (Subducção/Obducção) – Limite Destrutivo

Movimento Tranformante (Transversal) – Limite Conservativo

Quanto as estruturas geológicas são três: Crátons (escudos cristalinos), formações mais antigas da Terra,
onde estão as principais jazidas de minérios; Bacias Sedimentares, regiões onde se localizam jazidas de
petróleo, carvão e gás natural; e os Dobramentos Modernos e Antigos (Cinturões Orogênicos), que são as
formações mais recentes da crosta terrestre.

Quanto aos recursos minerais encontrados em áreas de escudo cristalino, o Brasil possui quatro importantes
reservas minerais:

Projeto Trombetas: Foi descoberto na década de 1960, com a exploração de bauxita.

Projeto Grande Carajás: Descoberto na década de 1980 na Serra do Carajás (PA), com exploração de
minério de ferro, e projetos de agropecuária e de infraestrutura para possibilitar a mineração, como a
Hidrelétrica de Tucuruí e a estrada de Ferro Carajás.

Quadrilátero Férrico: Região histórica de mineração e corresponde a 70% da exploração de minério de


ferro do Brasil.

Maciço de Urucum: Produção de 1930 com a extração de manganês.

Geomorfologia
Quanto a área da Geografia relacionada ao Relevo tempos os tipos de intemperismo, que podem ser
por agentes exógenos (externos), como intemperismo físico, químico (em regiões úmidas) e biológicos, e
por agentes endógenos (interno), como vulcanismo e abalos sísmicos.

Quanto as classificações do relevo brasileiro temos:

Aroldo de Azevedo – Critério Altimétrico;

Aziz Ab’Sáber – Critério: Geomorfológico, relacionado a definição de cada relevo;

Jurandyr Ross – Critério: Morfoestrutura (Paleoclima e Morfoclima).

Pedologia

A pedogênese é como se dá o desenvolvimento do solo, que é a camada mais superficial da litosfera


e é formada por partículas minerais, matéria orgânica, ar e água. O solo é o resultado da ação de
intemperismo no material rochoso, logo o clima e o relevo são fatores determinantes nessa formação de
relevo.

Quanto maior a quantidade de temperatura e umidade, maior o intemperismo químico e físico, e


maior será o desenvolvimento do solo, ou seja, a profundidade desse solo.

Na pedogênese temos quatro importantes processos:

Adição – Incorporação da matéria orgânica no solo.

Remoção – Retirada de sais minerais através do processo de lixiviação e posterior laterização.

Transformação – Ruptura da rede cristalina dos minerais primários e decomposição da matéria


orgânica.

Translocação – Movimentação de material dentro do perfil pedológico através da infiltração e da


evaporação.
CLIMATOLOGIA e QUESTÃO HÍDRICA (07/10)

Quanto ao clima, podemos diferenciar inicialmente tempo e clima. Sendo Tempo o estado geral da
atmosfera em um determinado momento, variando constantemente, é a estimativa do que se espera que
ocorra em termos de temperatura e de precipitação pluvial em um curto período. Já Clima é a sucessão dos
tipos de tempo registrados por normalmente um ano, baseadas por pesquisas de período histórico igual a 30
anos, que gerarão características gerais do comportamento da atmosfera em um determinado local.

Quanto ao clima, temos os elementos climáticos e os fatores climáticos. Os elementos climáticos são as
grandezas atmosféricas que variam no espaço e no tempo, como temperatura, umidade do ar, precipitação,
pressão atmosférica e velocidade dos ventos. E os fatores climáticos são as condições que determinam e
interferem nos elementos climáticos e que possibilitam padrões climáticos.

Tipos de chuvas

Quanto as precipitações temos três tipos de chuvas, as convectivas, as frontais e as orográficas.

As chuvas convectivas são chuvas causadas pelo movimento de massas de ar mais quentes que sobem e
condensam. As chuvas convectivas ocorrem principalmente, devido à diferença de temperatura nas em
camadas próximas da atmosfera terrestre. São caracterizadas por serem de curta duração, porém de alta
intensidade e abrangem pequenas áreas. E são típicas do verão brasileiro.

As chuvas frontais são causadas pelo encontro de uma massa fria (e seca) com outra quente (e úmida),
típicas das latitudes médias, como as de inverno no Brasil.

E as chuvas orográficas são originadas quando uma massa de ar úmido que se desloca, encontra uma
barreira topográfica (serra, montanha, etc), e é forçada a elevar-se, ocorrendo queda de temperatura seguida
da condensação do vapor d’água e formação de nuvens. Como por exemplo, no Planalto Borborema no
Nordeste e na Serra do Mar no Sudeste.

Brisa Oceânica e Monções

As brisas marítimas são correntes de ar que surgem em regiões litorâneas e possuem dois sentidos
possíveis: do mar para a areia (durante o dia) e da areia para o mar (durante a noite). Esse deslocamento
ocorre devido ao aquecimento diferencial da superfície, em que a água demora a se aquecer e para resfriar,
já na praia esse processo é mais rápido. Esse aquecimento e resfriamento promovem diferença de pressão
nas duas superfícies e que como consequência gera ventos de uma área para outra. Sempre da área mais fria
para o mais quente, ou seja, durante o dia o vento ocorre da praia para o mar (brisa marinha), e durante a
noite ocorre do mar para a praia (terral).
As Monções seria o mesmo fenômeno, mas que ocorre durante estações e ocorrem principalmente na região
do sudeste asiático (China e Índia). Durante as Monções de Inverno temos o Himalaia com alta pressão e o
oceano índico com baixa pressão, e assim o ventos correm do continente para o litoral, proporcionando
período severo de estiagem. Já durante as Monções de Verão, o Himalaia fica com baixa pressão e o oceano
índico com alta pressão, proporcionando ventos úmidos (do Oceano) para a Índia e China, gerando cerca de
80% da precipitação anual somente em dois a três meses.

Zona de Convergência Intertropical e Zona de Convergência Atlântico Sul

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é uma grande zona de instabilidade (oscilando de Norte a
Sul), resultado do encontro de ventos alísios provocados pelo movimento de Rotação da Terra, e traz
umidade para a costa do NE.

Já a Zona de Convergência Atlântico Sul (ZCAS) é uma grande e prolongada zona de convergência de
fluxos de umidade sobre o Brasil resultado da interação da circulação de vários sistemas
meteorológicos: frentes frias na costa do Sudeste, Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN) e Alta da
Bolívia (anticiclônica). Sendo que o VCAN e a Alta da Bolívia canalizam umidade na região central do
Brasil, facilitando o transporte da umidade da Amazônia para a região Centro-Sul, e que encontra uma frente
fria na costa do Sudeste, causando grande quantidade de precipitação, que ocorrem principalmente no início
do ano.

A união dos fenômenos ZCIT e ZCAS configuram os Rios Voadores, que é um fluxo de umidade da
Amazônia, que foi gerado no Oceano Atlântico e carregado para a região norte pela ZCIT e que somado
com o processo de evapotranspiração promovem um verdadeiro rio aéreo (mesmo volume de água do rio
Amazonas), que vai até a região Centro-Sul do Brasil.

El Niño e La Niña

São fenômenos naturais de transferência de calor dos trópicos para as regiões polares, ou seja, não são
provocados pela ação humana. O El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um
aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical que provoca diminuição da
atividade pesqueira; Aumento das chuvas do Sul; Seca na Amazônia Oriental e Nordeste (Diminuição de
ventos Subtropicais).

Por sua vez, a La Niña é um fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado por um esfriamento anormal nas
águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical (2 a 7 anos), e provoca aumento de chuvas do Nordeste e
Norte; Resfriamento do Sudeste; e Seca no Centro Oeste, Sudeste e Sul. No mundo promove resfriamento de
Oeste dos EUA e Japão; Chuvas no Sudeste Asiático.

Questão Hídrica

Os conceitos principais sobre água, é a Rede de Drenagem, que é referente ao percurso do rio com afluentes
e sub-afluentes, que são limitados pelos divisores de água (interflúvio), que são as regiões mais altas da área
limitando esses canais fluviais. As Bacias Hidrográficas são áreas que possuem uma única confluência
(exutório) das águas sob seu domínio e são separadas topologicamente entre si pelos terrenos mais elevados
(divisores de águas). E as Regiões Hidrográficas são espaços territoriais compreendidos por uma ou mais
bacias com características similares, visando orientar o planejamento e o gerenciamento dos recursos
hídricos.

Os rios possuem a nascente (manancial), seu leito e sua foz, que pode ser dividida em Delta ou em Estuário.
A foz em estuário normalmente é retilínea e que mais ocorre no Brasil. Já a foz em Delta ocorre em regiões
mais planas, com grande depósito de sedimentos, formando diversos canais, como o Delta do Ganges e do
rio Nilo.

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