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Comunicação na • Unidade de Ensino: 02 – Comunicação alternativa.

• Competência da Unidade: Conhecer e compreender


prática do as formas de comunicação alternativa, popular e

Assistente Social comunitária.


• Resumo: A comunicação comunitária como garantia
de emancipação, autonomia e direito humano.
Unidade 2 | Comunicação popular e • Palavras-chave: comunicação, cidadania, ação
comunitária política.
• Título da Teleaula: Comunicação popular e
Prof.ª M.ª Ana Carolina T. de Mello
comunitária.
• Teleaula nº: 02

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Contextualização Percurso teórico

Intuito: Estimular o aluno a refletir o significado e a • Comunicação popular: conceitos;


importância da comunicação alternativa e comunitária na • Comunicação comunitária e comunidade;
garantia da emancipação social e dos direitos humanos. • Comunidade: espaço para comunicação popular;
• Comunicação popular e cidadania
Objetivos: Conhecer o conceito de comunicação popular • Novas tecnologias em comunicação;
e sua interface com a práxis do assistente social.
• Comunicação popular e as novas tecnologias da
informação.

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Recapitulando a aula anterior Recapitulando a aula anterior

• Abordamos o conceito de comunicação e de • São componentes essenciais da comunicação: locutor


linguagem como elementos intrínsecos à espécie e locutário;
humana; • Modelos de Comunicação;
• Compreendemos que a linguagem é entendida como • Problematizamos a globalização, a reestruturação
o caminho para a sociabilidade humana; produtiva e o capital – na interface com o avanço da
• Tipos de linguagem: escrita, falada, gestual, comunicação;
audiovisual, visual (verbal e não verbal); • Direitos Humanos relativos a comunicação e a
• Comunicação Social, entendida como o estudo das informação.
relações humanas (causas, funcionamento e
consequências);

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Comunicação popular: também chamada de
Conceitos Com.
Alternativa

Com.
Com. Radical
Participativa

Comunicação
popular: conceitos Comunicação
popular
Com. Com.
Dialógica Participatória

Com. Com. Fonte: O próprio autor. 2023.


Comunitária Horizontal

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Comunicação popular: conceitos CEBs (Comunidades Eclesiais de Base)


Discussão com a
• A comunicação popular representa uma forma “As CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) representam um comunidade sobre os
alternativa de comunicação e tem sua origem nos importante momento na vida da Igreja. Essas comunidades problemas que eram
organizadas a partir dos anos sessenta, expressam uma “nova relacionados à
movimentos populares dos anos de 1970 e 1980, no religiosidade ou não
maneira de ser Igreja”, representando na prática uma tentativa
Brasil (Comunidades Eclesiais de Base – CEBs e Rede
de descentralização e democracia na arcaica estrutura dessa
de Comunicação Popular). Instituição. A partir de sua organização em pequenos grupos
• É um processo de comunicação que emerge da comunitários, as Cebs articularam com eficiência a relação Fé e
ação dos grupos populares. Política, constituindo-se num importante movimento
organizativo e reivindicatório das classes populares, com
• A comunicação popular foi também denominada de
papel destacado nas lutas pela redemocratização da
alternativa, participativa, participatória, horizontal, sociedade brasileira, no contexto da Ditadura Militar”
comunitária, dialógica e radical, etc. (SOARES, 2010, p. 73, grifo nosso).

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CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) CEBs (Comunidades Eclesiais de Base)


Discussão com a Discussão com a
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), no final da comunidade sobre os De acordo com Festa (1984 apud REIMBERG, s/d), nos comunidade sobre os
década de 60, começaram a discutir com as comunidades problemas que eram anos 60 e 70, as Comunidades Eclesiais de Base se problemas que eram
relacionados à relacionados à
locais os problemas que eram relacionados à religiosidade ou não multiplicaram pelo país e é a partir deste movimento que religiosidade ou não
religiosidade ou não, surgindo, então, possibilidades de surgem os movimentos sociais, inclusive com a
discussões e debates políticos. Nesse momento, tal participação das mulheres. “As CEBs se fundamentaram
prática começa a ser denominada de rede de na Teologia da Libertação - que indica a opção pelos
comunicação popular (DORNELLES, 2007). pobres, em Gramsci - como ferramenta teórica para a
construção de uma nova hegemonia cultural e política e
em Paulo Freire - como aplicação metodológica” (FESTA,
1984 apud REIMBERG, s/d).

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Comunicação popular: conceitos Comunicação popular: conceitos

• Por comunicação popular e alternativa, entende-se • A comunicação popular, alternativa e comunitária se caracteriza
“uma comunicação libertadora, transformadora, que como expressão das lutas populares por melhores condições de
vida, que ocorrem a partir dos movimentos populares e
tem o povo como gerador e protagonista”.
representam um espaço para participação democrática do
• Processo educativo transformador: “para que o povo “povo”.
tome consciência de sua realidade” ou “para suscitar • Possui conteúdo crítico-emancipador e reivindicativo e tem o
uma reflexão”, ou ainda “para gerar uma discussão” “povo” como protagonista principal, o que a torna um processo
(KAPLÚN, 1985, p.7, grifo nosso). democrático e educativo.
• Pautadas em concepções Freirianas sobre a • É um instrumento político das classes subalternas para externar
dialogicidade na educação e a defesa da posição sua concepção de mundo, seu anseio e compromisso na
transformadora do ser humano no mundo. construção de uma sociedade igualitária e socialmente justa.

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Comunicação comunitária
Conceitos
O conceito de comunicação popular até os dias atuais
ainda apresenta grandes polêmicas e discussões que
envolvem contradições e até mesmo modelos teóricos
Comunicação diferenciados. Contudo, optamos por apresentar algumas
definições que se posicionam de forma mais coerente
comunitária com o nosso projeto ético-político e com o que
acreditamos quanto ao processo de mobilização em uma
sociedade democrática.

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Comunicação comunitária Comunicação comunitária


Definições que se posicionam de forma mais coerente com o projeto A comunicação popular não se restringe a meios e
ético-político profissional e com o que acreditamos quanto ao processo
técnicas, mas também a processos de interação social e
de mobilização em uma sociedade democrática:
cultural articulados pela própria sociedade que pode
“[…] Comunicação é o processo de interação social democrático
baseado no intercâmbio de símbolos mediante os quais os seres interagir nas redes populares com sentidos e símbolos
humanos compartilham voluntariamente suas experiências sob sociais definidos por ela própria, e que pode, inclusive,
condições de acesso livre e igualitário, diálogo e participação. Todos diferenciar as classes sociais.
têm direito à comunicação com o propósito de satisfazer suas
necessidades de comunicação por meio da utilização dos recursos da
comunicação. Os seres humanos comunicam-se com múltiplos
propósitos. O principal não é o exercício de influência sobre o
comportamento dos outros” (BELTRÁN, 1981 apud DORNELLES, 2007,
p. 3).

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Comunicação comunitária Comunicação comunitária

À comunicação comunitária são reservadas exigências de Segundo Beltrán (1981 apud DORNELLES, 2007), há duas formas de
comunicação:
vínculos identitários, não possuir finalidades lucrativas e
estabelecer relações horizontais entre emissores e • Horizontal
receptores com vistas ao empoderamento social  Interação pessoal entre os indivíduos  É a que mais deveria
ser utilizada, pois está relacionada à interação pessoal entre os
progressivo da mídia e ampliação da cidadania. indivíduos e, dessa forma, seria uma forma mais fácil de estabelecer
a comunicação entre os sujeitos.

• Vertical
 Meios de comunicação em massa  Está relacionada aos meios
de comunicação em massa, que geralmente são instrumentos
relacionados e viciados das forças conservadoras e que tem algum
interesse mercantil.

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Comunidade Comunidade

• Sentimento de pertença, participação, conjunção de A comunicação comunitária pressupõe a existência de


interesses e a interação. uma práxis que vai além do simples estar próximo ou
• Noção de lócus territorial específico como elemento compartilhar das mesmas situações. Pertencer a uma
estruturante de comunidade está superada pelas mesma etnia ou morar num mesmo bairro, ou usar o
alterações provocadas pela incorporação de novas mesmo transporte coletivo, não garante a existência de
tecnologias da informação e comunicação. relações comunitárias. A comunidade se funda em
• Sem menosprezar que a questão do espaço identidades, ação conjugada, reciprocidade de
geográfico continua sendo um importante fator de interesses, cooperação, sentimento de pertença,
vínculos duradouros e relações estreitas entre
agregação social em determinados contextos e
seus membros.
circunstâncias.

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Comunidade: espaço para a comunicação popular


Conceitos
• Gira em torno da justiça social.
• Esta construída na práxis dos movimentos populares,
associações comunitárias, sindicatos, setores
Comunidade: espaço progressistas de igrejas, ONGs de base social e demais
organizações do terceiro setor.
para a comunicação • Mesmo não sendo possível identificá-los como
comunidades específicas, estes atores buscam a
popular transformação das condições de opressão e sofrimento
de segmentos da população brasileira com vistas à
efetivação de um mundo em que todos possam ter
dignidade e seus direitos de cidadania respeitados.

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Comunidade: espaço para a comunicação popular Comunidade: espaço para a comunicação popular
A comunicação popular, segundo Peruzzo (1991), é uma • É a comunicação na luta por melhores condições de “[...] busca transformar a
Comunicação de Massa, para
comunicação emergente que vem do povo ou tem a ver existência para o povo, mediante movimentos de base que as classes e os grupos
com ele. organizados. dominados tomem a palavra e
alcancem uma sociedade mais
justa” (BERGER, 1989 apud
O povo aparece como protagonista, mesmo que não • Encontrada em dois modos (principais) diferentes: DORNELLES, 2007, p.5).
na totalidade, de novas práticas sociais, culturais e 1. Surgida em 80, denominada como “populista
políticas. esquerdizante”, que concebe a comunicação popular
como libertadora e crítica, capaz de levar à
transformação social através de conteúdos críticos e
reivindicatórios, colocada em antagonismo à
comunicação de massa.

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Comunidade: espaço para a comunicação popular Comunicação Popular e seus diversos conceitos
• Encontrada em dois modos (principais) diferentes  Berger (1989 apud DORNELLES, 2007, p.5)  ”a [...]
(continuação): comunicação busca transformar a Comunicação de
2. A outra vertente aparece no início dos anos 90 e Massa, para que as classes e os grupos dominados
tem uma posição mais dialética e flexível, já que tomem a palavra e alcancem uma sociedade mais justa”.
acredita que a comunicação popular pode contribuir
para a democratização dos meios de comunicação e da  Beltrán (1981 apud DORNELLES, 2007, p. 5) 
sociedade. Ela percebe que não consegue levar a uma compreende que a comunicação popular está
transformação imediata devido às limitações, relacionada a um contexto alternativo, que é o do
contradições e sua inserção na grande diversidade “enfrentamento com o projeto de dominação capitalista e
cultural. Além disso, não se contrapõe à comunicação nele define-se como agente de definição do projeto
de massa. popular”.

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Comunicação Popular e seus diversos conceitos Comunidade: espaço para a comunicação popular

 Gimenez (1978 apud DORNELLES, 2007, p. 5)  Ressalta-se [...] a democratização da comunicação,


entende-se que “a Comunicação Popular é um tipo entendendo-a em seu caráter educativo e também com
de comunicação que tem a ver com o povo. No seu perspectiva social e política, tornando possível a participação
entender, dentro da visão romântica de povo, através da construção e transmissão das mensagens realizadas
pelas próprias pessoas, possibilitando que sejam os sujeitos
assumida pela esquerda latino-americana, povo é o
dessa ação e sintam-se capacitadas em realizar aquilo que
sujeito protagonista da história, dentro do populismo
estão acostumadas a receber pronto, deixando de ser meros
terceiromundista”. receptores e sendo então protagonistas da comunicação.
Evidencia-se assim esse caráter educativo, social e político que
permeia o conjunto das relações sociais (FERREIRA, 2016, p.
70).

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Descrição da SP
Resolução da SP
Priscila começou recentemente a trabalhar na associação de
moradores do bairro e ainda está conhecendo a comunidade.
Comunicação popular Ela precisará de seu apoio para que esta relação seja

na prática do harmoniosa e para que consiga estabelecer uma relação de


confiança e respeito com os moradores.
assistente social O desafio proposto é participar de uma reunião com os
moradores e associados e auxiliar Priscila no processo
comunicacional.
 O que seria necessário que Priscila considerasse
para se comunicar de forma assertiva? Qual seria o
objetivo dessa forma de comunicação?

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Resolução da SP
Interação
Precisamos considerar que estamos em um grupo
heterogêneo, e portanto, a habilidade de O processo de comunicação é uma
comunicação terá um papel fundamental para o ação política. Como podemos
sucesso desta ação. incentivar a participação popular
O objetivo nessa situação é nas decisões tomadas pelos
• Garantir que todos compreendam o propósito da nossos governantes, considerando
reunião. que isto significa uma ação de
• Estabelecer os limites e possibilidades de intervenção cidadania e democracia?
da associação.

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Resposta interação Resposta interação

Espinosa (1978 apud DORNELLES, 2007. p. 6) considera O incentivo pode se dar:


ineficaz a comunicação popular, se ela estiver somente • Por meio da divulgação das possibilidades de acesso às
embasada na teoria e tiver pouca prática e que a instituições de diálogo e debates de interesse público,
comunicação pode ser libertadora quando o povo como Conselhos Gestores de Políticas Públicas
“expressar com a sua própria voz, os seus próprios (Assistência, Saúde, Educação e etc.);
valores e sua visão de mundo”. “O papel da Comunicação
• Por meio do incentivo à participação em reuniões
seria organizar o que estava disperso, valorizando os comunitárias;
elementos progressistas que subsistem no povo. Propôs
• Por meio do incentivo ao exercício da cidadania através
unir a teoria com os aspectos progressistas da cultura
do voto e etc.
popular”.

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Comunicação popular e cidadania
Conceitos
• O direito à informação constitui-se num direito ‘em
si’ e ao mesmo tempo é a porta de acesso a outros
direitos.

Comunicação popular • O jornalismo e a comunicação popular podem


e cidadania estimular a construção da cidadania, ao informar os
cidadãos sobre seus direitos.

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Comunicação popular e cidadania Comunicação popular e cidadania


Só existe cidadania se houver a prática da A cidadania contempla direitos civis, sociais e
reivindicação: políticos:

Em vez de meros receptores, são acima de tudo sujeitos


daquilo que podem conquistar. Se existe um problema em É preciso que os trabalhadores possam ser educados
seu bairro ou em sua rua, por exemplo, não se deve sobre a existência desses direitos, vendo dessa forma a
esperar que a solução venha espontaneamente. É preciso amplidão (amplitude) do que há para construir em
que os moradores se organizem e busquem uma solução termos de uma sociedade sempre melhor (MANZINI-
capaz de atingir vários níveis, entre eles o de pressionar os COVRE, 1993, p.37).
órgãos governamentais competentes (MANZINI-COVRE,
1993, p.10).

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Comunicação popular e cidadania Comunicação popular e cidadania

A cidadania contempla direitos civis, sociais e A cidadania passa pela criação de espaços de
políticos (continuação): comunicação:

• Gentilli (2005) defende que o cidadão precisa ter


A nova cidadania requer a constituição de sujeitos acesso à informação pública e que essa é uma
sociais ativos, definindo o que eles consideram ser os condição para a ampliação de seus direitos.
seus direitos e lutando pelo seu reconhecimento. Nesse
• Essa função também deve ser cumprida pela
sentido, ela é uma estratégia dos não-cidadãos, dos
comunicação popular. Assim, os cidadãos serão
excluídos, uma cidadania ‘de baixo para cima’ (DAGNINO,
informados sobre seus direitos civis, políticos e sociais,
1994, p.108).
e poderão exercer seus direitos de cidadania.

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Comunicação popular e cidadania Comunicação popular e cidadania
A Comunicação no exercício profissional do Assistente A Comunicação no exercício profissional do Assistente
Social: Social (continuação):

• “[...] a reflexão sobre a comunicação no exercício profissional • Abreu (2002 apud FIGUEIREDO, 2011, p.327), nos alerta
do assistente social é um desafio. Trata de uma interface entre sobre o tema na perspectiva de “encontrar a superação
áreas que possuem uma relação dialética com a dinâmica da necessária enquanto classe trabalhadora organizada e,
vida econômica, política e social do país e do mundo” também, como uma categoria que tem por instrumentos de
(FIGUEIREDO, 2011, p. 327). trabalho o conhecimento e a linguagem”. E ainda salienta que
”precisamos compreender nossa relação com os meios de
comunicação e, ainda, nosso papel como educadores
sociais”.

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Novas tecnologias em comunicação


Conceitos
Para além da comunicação presencial...

De acordo com Lewgoy, “na era digital, a internet


Novas tecnologias em apresenta-se como uma nova tecnologia da inteligência,

comunicação capaz de aumentar a capacidade humana de aprender e


compreender” (LEWGOY, 2004, p. 114, grifo nosso).

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Novas tecnologias em comunicação Novas tecnologias em comunicação

A revolução digital não só redesenha os espaços Não podemos negar que a tecnologia está cada vez mais
ocupacionais, mas também as competências e presente em nossa vida social e profissional.
habilidades demandadas pela Sociedade do
Conhecimento. Mas assim como a comunicação cibernética nos aproxima
de lugares e conhecimentos ela também pode ser
As novas tecnologias transformam a relação com o
excludente em um Estado neoliberal, capitalista que nos
espaço, dando-nos uma nova percepção de mundo e,
“força” a ter acesso a todas a mídias possíveis e, não
neste contexto, observamos uma era digital marcada por
interagir com essas tecnologias significa alienação e
uma velocidade e um estilo de vida nunca antes
exclusão dos espaços, das redes, e até da sociedade.
experimentados.

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Novas tecnologias em comunicação Novas tecnologias em comunicação

Exclusão digital:

Você consegue pensar,


Desigualdade no acesso à internet e às Tecnologias da
neste momento, sobre
Informação e Comunicação
os cenários (a
materialização e as
manifestações) da
exclusão digital?

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Novas tecnologias em comunicação Novas tecnologias em comunicação

Cenários da exclusão digital:


• Analfabetismo
• Não acesso à celular
• Acesso à celular sem internet
• Acesso à celular com internet restrita (vídeos e etc.)
• Não acesso à computador
• Acesso à computador sem internet
Dukechargista

• Acesso à computador na escola em sistema de revezamento, com


internet e tempo de uso restritos
Fonte:

• Acesso à internet e não acesso a bens materiais (propagandas)

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Novas tecnologias em comunicação


Conceitos
Cenários da exclusão digital:
“Segundo Marcuschi [...] No país, ainda há um grande número de
pessoas que ainda se encontra à margem do fenômeno da sociedade Comunicação popular
da informação. Afinal, “ninguém consegue ter acesso a tudo o que
está na rede, pois as trocas no ciberespaço funcionam como e as novas
tecnologias da
quaisquer outras. Ou seja, estão vinculadas às condições de
produção e circulação do discurso (conhecimento, acesso etc.)”
(2010, p. 169). Assim, do mesmo modo que a internet é um espaço
perfeito para o uso da comunicação popular, contraditoriamente informação
também é um espaço que controla o acesso das pessoas a essas
informações” (WISTUBA; LIMA, 2017, p. 159).

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Comunicação popular e as novas tecnologias da Comunicação popular e as novas tecnologias da
informação informação
Impulsionada pelo desenvolvimento da internet e das Contudo...
mídias sociais, a comunicação popular passou a ser um
importante e influente meio de comunicação usado pelas Pensar essa expansão é refletir que esta desencadeia um
classes sociais excluídas das pautas da mídia tradicional. aceleramento das informações e da comunicação,
bem como culmina com um elevado consumo de
tecnologias externas e importação de produtos e
serviços, cada vez mais onerosos para as famílias
brasileiras.

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Comunicação popular e as novas tecnologias da Comunicação popular e as novas tecnologias da


informação informação
Ou seja, Tecnologia como libertadora ou excludente e formadora de
consensos:
• Não possuir;
“De acordo com Martino (2007, p.158), a tecnologia, desde o
• Não acessar; advento da modernidade, tem sido usada como uma forma de
Desperta a sensação de não pertencimento ou até libertação. Embora de suma importância, essa liberdade precisa ser
usada com cautela, pois quando se fala em tecnologia empregada
mesmo de empobrecimento.
em comunicação, é necessário prestar atenção na forma de uso para
Isso produz a necessidade de consumir e estar que não se torne uma força contrária e influencie no que se está
conectado o tempo todo; aqui se encontra uma das querendo transmitir. Afinal, para Martino, as mudanças na edição
novas perspectivas trazidas pela comunicação na geram mudanças no sentido, pois, mesmo ao lidarmos com fatos
reais, a montagem de uma reportagem traz um novo discurso, criado
contemporaneidade.
a partir da seleção” (WISTUBA; LIMA, 2017, p. 157).

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Comunicação popular e as novas tecnologias da Comunicação popular e as novas tecnologias da


informação informação
Tecnologia como libertadora ou excludente e formadora de Tecnologia como libertadora ou excludente e formadora de
consensos (continuação): consensos (continuação):
“Segundo Álvaro Vieira Pinto (2005, p. 123), qualquer máquina ou “O uso da tecnologia para ampliar a participação popular é
criação tecnológica deve se ajustar às necessidades da realidade, determinante no resultado do conteúdo a ser divulgado – aqui
senão seria uma criação absurda. O autor ressalta que a máquina entendido como a linguagem, a forma, o conteúdo, e como ele é
está sempre a serviço do ser humano, que a cria para ter condições percebido pelo receptor, visto que até mesmo a seleção do que é
mais convenientes de produzir algo de forma mais assertiva. E essa é divulgado interfere na construção da percepção do leitor da
uma das características principais da comunicação comunitária aliada realidade” (WISTUBA; LIMA, 2017, p. 157).
à tecnologia digital: a capacidade de ampliar o acesso das pessoas à
comunicação por meio da internet e de se tornarem não somente
atores dos conteúdos, mas também produtores e disseminadores das
informações geradas” (WISTUBA; LIMA, 2017, p. 157).

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Comunicação popular e as novas tecnologias da
informação
Resolução da SP
Tecnologia como libertadora ou excludente e formadora de
consensos (continuação):
“[...] conforme afirma Charaudeau (2013, p.242), o acontecimento, Materialização da
seja ele relatado pelo jornalista que cobre in loco, seja descrito por
agências de notícias e/ou jornalistas longe do fato, sempre é um Comunicação
Comunitária
objeto de interpretação, pois, “ao entrar na máquina de informar,
passa por uma série de filtros construtores de sentidos, e o relato
resultante, assim como seu comentário, escapam à intencionalidade
de seu autor”” (WISTUBA; LIMA, 2017, p. 157-178).

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Descrição da SP Resolução da SP
Você é assistente social de referência de um território de Visando a intervenção profissional, um canal de
ocupação de um determinado CRAS. Devido a elevada comunicação precisa ser estabelecido, considerando
demanda de atendimento social cuja prerrogativa apresentada escolaridade, acessibilidade, produção, etc.
são desproteções de ordem socioeconômica diversas, você e a
pessoa representante da referida comunidade decidem iniciar
• Jornal, panfleto, folder, carro de som
um processo de mobilização popular comunitária para refletir a
situação do bairro, das condições de moradia, salubridade e • Grupo de WhatsApp.
acessos das famílias residentes.
 O que você faria para mobilizar estes moradores?
Cite exemplos.

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Resposta interação
Interação
• Recordando a comunicação vertical:
O que você considera ser “O receptor das mensagens é passivo e está submetido,
uma vez que quase nunca se lhe dá a oportunidade
uma comunicação vertical adequada para atuar também como verdadeiro e livre
e horizontal? Exemplifique emissor; seu papel consiste em escutar e obedecer. Tão
vertical, assimétrica e quase autoritária relação social
constitui, no meu modo de ver, uma forma
antidemocrática de comunicação [...]” (BELTRÁN, 1981
apud DORNELLES, 2007, p. 3).
Exemplo: Televisão, rádio e etc.

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Resposta interação
Conceitos
• Recordando a comunicação horizontal:
“[...] é a que mais deveria ser utilizada, pois está relacionada à
interação pessoal entre os indivíduos e, dessa forma, seria
uma forma mais fácil de estabelecer a comunicação entre os
sujeitos. Já a vertical está relacionada aos meios de
Recapitulando
comunicação em massa, que geralmente são instrumentos
relacionados e viciados das forças conservadoras e que tem
algum interesse mercantil” (BELTRÁN, 1981 apud DORNELLES,
2007, p. 3).
Exemplo: Reuniões comunitárias, Conselhos gestores e
etc.

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Recapitulando Recapitulando
• Comunicação popular também denominada de alternativa, • Comunicação popular comunitária como possuidora de um caráter
participativa, participatória, horizontal, comunitária, dialógica e educativo e transformador;
radical, etc; • A comunicação popular não se restringe a meios e técnicas,
• É um processo de comunicação que emerge da ação dos mas também a processos de interação social e cultural articulados
grupos populares; pela própria sociedade que pode interagir nas redes populares
• As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), no final da década de com sentidos e símbolos sociais definidos por ela própria, e que
60, começaram a discutir com as comunidades locais os pode, inclusive, diferenciar as classes sociais;
problemas que eram relacionados à religiosidade ou não, • Tratamos o conceito de comunicação comunitária (horizontal e
surgindo, então, possibilidades de discussões e debates políticos. vertical);
Nesse momento, tal prática começa a ser denominada de rede de
comunicação popular (DORNELLES, 2007);

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Recapitulando Recapitulando
• A comunicação comunitária pressupõe a existência de uma práxis • A comunicação sob o viés dos direitos do cidadão;
que vai além do simples estar próximo ou compartilhar das • Que a cidadania contempla direitos civis, sociais e
mesmas situações. Pertencer a uma mesma etnia ou morar num políticos: É preciso que os trabalhadores possam ser educados
mesmo bairro, ou usar o mesmo transporte coletivo, não garante sobre a existência desses direitos, vendo dessa forma a amplidão
a existência de relações comunitárias. A comunidade se funda (amplitude) do que há para construir em termos de uma
em identidades, ação conjugada, reciprocidade de sociedade sempre melhor (MANZINI-COVRE, 1993, p.37);
interesses, cooperação, sentimento de pertença, vínculos
• Exclusão digital.
duradouros e relações estreitas entre seus membros.
• A comunicação popular, segundo Peruzzo (1991), é uma
comunicação emergente que vem do povo ou tem a ver com ele,
onde o povo aparece como protagonista, mesmo que não na
totalidade, de novas práticas sociais, culturais e políticas;

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Referências bibliográficas Referências bibliográficas
DORNELLES, Beatriz. Divergências conceituais em torno da SOARES, Paulo Célio. Ceb´S: um novo sujeito na vida da igreja. In:
comunicação popular e comunitária na América. Disponível Revista Discente do Programa de Pós-graduação em História
em: . Acesso em 12 jan. 2023. da UFMG. vol. 2, n.º 1, Janeiro/Julho de 2010. Disponível em:
PERUZZO, Cicilia M.K. Mídia comunitária. Comunicação e www.fafich.ufmg.br/temporalidades. Acesso em 12 jan. 2023.
Sociedade: revista do Programa de Pós-Graduação em WISTUBA, Vanuza Santos; LIMA, Marcelo Fernando de. A
Comunicação Social. São Bernardo do Campo: UMEP, n. 30, p.141- comunicação popular no contexto das tecnologias da informação. In:
156, 1998 Revista Dito Efeito. Curitiba, v. 8, n. 12, 2017. Disponível
KAPLÚN, Mário. El comunicador popular. Quito: CIESPAL, 1985. em:https://revistas.utfpr.edu.br/de/article/view/5625/5007. Acesso
em: 12 jan. 2023.
FESTA, Regina. Movimentos sociais, comunicação popular e
alternativa. In: FESTA, R. ; SILVA, Carlos Eduardo Lins da (Orgs.).
Comunicação popular e alternativa no Brasil. São Paulo:
Paulinas, 1986. p.9-30.

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Finalização da aula

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