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Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças

(ISGECOF)

Faculdade de Administração e Gestão

Delegação de Mocuba

Curso de Direito IVo Ano, Semestre I

Cadeira: Direito Internacional Humanitário

Trabalho: Individual

Tema: Os Desafios Actuais dos Direitos Humanitários

Discente: Bethy Nazaré Alberto João Docente: Dra. Imelda da Conceição João

Mocuba, Abril de 2023

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Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças

(ISGECOF)

Curso de Direito IVO ano, Semestre I

Trabalho individual

O Trabalho da cadeira de Direito Internacional


Humanitário com o tema: os Desafios atuais dos
Direitos Humanitários é de carácter avaliativos.

Mocuba, Abril 2023

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Índice

Introdução..................................................................................................................................1
Objetivos....................................................................................................................................2
Fundamentação Teórica.............................................................................................................3
Países envolvidos na Primeira Guerra Mundial.........................................................................6
Segunda Guerra Mundial...........................................................................................................9
Os desafios atuais dos direitos humanitários...........................................................................10
3.1. Ajuda humanitária..................................................................................................10
3.2. A importância da ajuda humanitária para o desenvolvimento social........................10
Os principais desafios da ajuda humanitária............................................................................11
a) Falta de recursos para a ajuda humanitária................................................................11
b) Dificuldade de acesso e falta de segurança em áreas de conflito..............................11
Conclusão.................................................................................................................................13
Referências bibliográficas........................................................................................................14

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1. Introdução

O tema que fala sobre os conflitos armados, acontecem por diferentes motivos, como:
desentendimentos religiosos, interesses políticos e econômicos, disputas territoriais,
rivalidades étnicas, entre outras razões. Na História, elas são estudadas por um ramo
conhecido como História Militar, que se dedica não só a entender as grandes guerras, como
também a estudar a noção dos exércitos.

Um dos grandes teóricos da guerra moderna foi o militar prussiano Carl von Clausewitz,
responsável por estabelecer ideias como a da mobilização total de um Estado para a guerra.
Eventos como a Primeira e a Segunda Guerra Mundial são demonstrações perfeitas do estado
de guerra total. Para evitar os excessos, foram estabelecidas as Convenções de Genebra.

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2. Objetivos 

2.1. Objectivos Gerais


Analisar a aplicação do Direito Humanitário aos grupos vulneráveis em conflitos armados
contemporâneos, visando identificar convergências e divergências entre casos semelhantes, a
partir das decisões de órgãos e tribunais internacionais e/ou do estudo de casos concretos.

2.2. Objetivos específicos


a) Analisar quais são os grupos vulneráveis a serem protegidos pelo Direito Humanitário e
como isso reflete nos processos de alocação da ajuda humanitária;

b) Circunscrever a definição de grupos vulneráveis assim identificados pelos órgãos e


tribunais internacionais e como essa definição reflete nos casos concretos;

c) Identificar quem são os agentes, atores, sujeitos e operadores do direito humanitário em


cada caso concreto e como se articulam entre si, em especial na atenção aos
grupos vulneráveis;

d) Pesquisar como se aplica o Direito Humanitário em tempos de paz;

e) Estudar em que medida a perspetiva de gênero se insere neste contexto e como poderia
contribuir para a responder ao problema formulado.

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3. Fundamentação Teórica

A relação entre conflitos armados e vulnerabilidade faz-se evidente. Durante um conflito


armado, aumentam os deslocamentos forçados, a separação das famílias, o aumento do
tráfico de pessoas para fins de escravidão ou prostituição forçada. Aumenta o rapto de
crianças para servirem com soldados em grupos de milícias armadas o número de
desaparecidos, de execuções sumárias, de deslocados internos, de trabalho infantil crescem
exponencialmente, bem como o número de migrantes e refugiados. Também o meio ambiente
‘e afetado, e com ele epidemias sanitárias e desastres.

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4. Conflitos armados na história da humanidade e tentativas de proibição

"A Primeira Guerra Mundial foi um conflito que aconteceu entre 1914 e 1918, e os principais
cenários de guerra ocorreram no continente europeu.
Foi resultado de inúmeros fatores, como a rivalidade econômica, ressentimentos por
acontecimentos passados e questões nacionalistas.
Teve como estopim o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia,
em Sarajevo, na Bósnia, em junho de 1914.
Estendeu-se por quatro anos em duas fases distintas: Guerra de Movimento e Guerra de
Trincheira. A última fase é a mais conhecida por ter sido a mais longa (de 1915 a 1918) e por
ter sido efetivamente caracterizada por um alto grau de mortalidade dos soldados envolvidos.
O saldo do conflito foi, aproximadamente, 10 milhões de mortos e uma Europa totalmente
transformada."

4.1. "Causas da Primeira Guerra Mundial


As causas da Primeira Guerra Mundial são extremamente complexas e envolvem uma série
de acontecimentos não resolvidos que se arrastavam desde o século XIX: rivalidades
econômicas, tensões nacionalistas, alianças militares etc.

De maneira geral, os principais fatores que contribuíram para o início da Primeira Guerra
Mundial foram:

a) Disputas imperialistas;

b) Nacionalismos;

c) Alianças militares;

d) Corrida armamentista."

"Na questão imperialista, o enfoque pode ser dado ao temor que a ascensão da Alemanha
gerou em nações como Rússia, França e Grã-Bretanha. Os alemães haviam passado pelo
processo de unificação na segunda metade do século XIX e, após isso, lançaram-se à busca
de colônias para seu país. Isso prontamente chamou a atenção da França, por exemplo, que
via seus interesses serem prejudicados com o fortalecimento alemão.

A questão dos nacionalismos envolveu diferentes nações. A Alemanha encabeçava um


movimento conhecido como pangermanismo. Esse movimento nacionalista servia como
suporte ideológico para o Império Alemão defender os seus interesses de expansão territorial

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no começo do século XX. O pangermanismo ainda se expressava nas questões econômicas,
pois os alemães pretendiam colocar-se como a força econômica e militar hegemônica da
Europa.

Na questão nacionalista, havia também o revanchismo francês. Essa questão envolvia os


ressentimentos que existiam na França a respeito do desfecho da Guerra Franco-Prussiana,
conflito travado entre Prússia e França em 1870 e 1871. A derrota francesa foi considerada
humilhante, principalmente por dois fatores: a rendição ter sido assinada na Galeria dos
Espelhos, no Palácio de Versalhes, e pela perda da Alsácia-Lorena. Após o fim desse
conflito, a Prússia autoproclamou-se como Império Alemão.

A questão nacionalista mais complexa envolvia os Bálcãs, região no sudeste do continente


europeu. No começo do século XX, os Bálcãs eram quase inteiramente dominados pelo
Império Áustro-Húngaro, que estava em ruínas por causa da multiplicidade de nacionalidades
e movimentos separatistas que existiam em seu território.

A grande tensão nos Bálcãs envolvia a Sérvia e a Áustria-Hungria na questão referente ao


controle da Bósnia. Os sérvios lutavam pela formação da Grande Sérvia e, por isso,
desejavam anexar a Bósnia ao seu território (a Bósnia era parte da Áustria-Hungria desde
1908 oficialmente). Esse movimento nacionalista de sérvios era apoiado pela Rússia por meio
do pan-eslavismo, ideal em que todos os eslavos estariam unidos em uma nação liderada pelo
czar russo.

Tendo em vista todo esse quadro de tensão e rivalidades, as nações europeias meteram-se em
um labirinto de alianças militares, que acabou sendo definido da seguinte maneira:

Tríplice Entente: formada por Rússia, Grã-Bretanha e França.

Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália.

Esses acordos militares incluíam cláusulas secretas de cooperação militar caso uma nação
fosse atacada por outra nação adversária. Por fim, toda essa hostilidade deu a garantia para
todas as potências e chefes de Estado na Europa de que a guerra era apenas questão de tempo.
Por essa razão, as nações europeias iniciaram uma corrida armamentista com o objetivo de se
fortalecer para o conflito que ocorreria.

O que faltava para que a guerra tivesse início era um estopim, que aconteceu em 28 de junho
de 1914, durante a visita do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, a
Sarajevo, capital da Bósnia. A visita do arquiduque foi entendida como uma provocação e
colocou em movimento os grupos nacionalistas que existiam na Sérvia e Bósnia.

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Gavrilo Princip sendo preso após cometer o atentado que causou a morte de Francisco
Ferdinando.

O resultado da visita do arquiduque foi que Gavrilo Princip, membro de um movimento


nacionalista bósnio, armado de um revólver, meteu-se à frente do carro que levava Francisco
Ferdinando e sua esposa, Sofia. Ele abriu fogo, assassinando ambos. A consequência direta
do ato foi uma crise política gravíssima que ficou conhecida como Crise de Julho.

Como não houve saída diplomática para a Crise de Julho, a consequência final foram
declarações de guerra acontecendo em cadeia. Em 29 de julho, a Áustria declarou guerra à
Sérvia; no dia 30, russos (em defesa da Sérvia), alemães e austríacos mobilizaram seus
exércitos. Em 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia e, no dia 3, à França. No dia
4, o Reino Unido declarou guerra à Alemanha. Era o começo da Primeira Guerra Mundial.

5. Países envolvidos na Primeira Guerra Mundial


Como mencionado no texto, os dois grupos que lutaram entre si na Primeira Guerra Mundial
ficaram conhecidos como Tríplice Aliança (as principais forças eram a Alemanha, Áustria-
Hungria, Império Otomano e Itália) e Tríplice Entente (as principais forças eram a Rússia,
Grã-Bretanha e França). No caso da Itália, o país fazia parte da Tríplice Aliança, mas
recusou-se a participar da guerra quando ela se iniciou. Em 1915, a Itália aderiu à Tríplice
Entente.

Naturalmente, a Primeira Guerra Mundial não se resumiu ao envolvimento desses países, pois
diversas outras nações envolveram-se no conflito. No lado da Entente, países como Grécia,
Estados Unidos, Canadá, Japão e até mesmo o Brasil entraram no confronto. No lado da
Tríplice Aliança, houve a participação da Bulgária e de outros povos e Estados clientes, como
o Sultanato de Darfur.

5.1. Onde ocorreu a Primeira Guerra Mundial


Os combates da Primeira Guerra Mundial, em sua maioria, aconteceram no continente
europeu. Na Europa, destacaram-se a Frente Ocidental, em que os alemães lutaram contra
franceses e britânicos, e a Frente Oriental, em que os alemães lutaram contra sérvios e russos.
Durante a guerra, houve também batalhas no Oriente Médio, isto é, nas regiões que estavam
sob domínio do Império Otomano.

5.2. Fases da Primeira Guerra Mundial


Utilizando a classificação do estudioso Luiz de Alencar Araripe, a Primeira Guerra Mundial
pode ser dividida em duas grandes fases1. A primeira fase ficou conhecida como Guerra de

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Movimento e aconteceu entre agosto e novembro de 1914. A segunda fase ficou conhecida
como Guerra de Trincheiras e ocorreu entre 1915 e 1918.

i) Da primeira fase da guerra, destacou-se o plano alemão de invasão da França pelo


território belga, o chamado Plano Schlieffen. Esse plano foi elaborado pelo conde Alfred
von Schlieffen e consistia basicamente em uma manobra para envolver as tropas
francesas e conquistar Paris, a capital da França.

Poucos meses depois que os franceses conseguiram impedir os alemães de conquistar Paris,
iniciou-se a segunda fase da guerra, caracterizada pelas trincheiras. As trincheiras eram
corredores subterrâneos construídos para abrigar os soldados e separar os exércitos que
lutavam entre si. Muitas vezes, a distância entre uma trincheira e outra era mínima.

O espaço entre as trincheiras era conhecido como “terra de ninguém” e era preenchido com
sacos de areia, arames farpados e tudo que fosse necessário para garantir a proteção das
tropas e para informar que tropas inimigas aproximavam-se. Durante a guerra de trincheiras,
foram utilizadas pela primeira vez armas químicas. Os alemães inicialmente utilizaram gás
clorídrico, que, com o tempo, também passou a ser utilizado por franceses e britânicos. Por
fim, o gás clorídrico foi substituído pelo gás mostarda.

Soldados americanos utilizando máscaras para se proteger das armas químicas utilizadas na
frente de batalha.

A respeito dos horrores da Guerra de Trincheiras travada na Frente Ocidental, vale ressaltar o
relato feito pelo historiador Eric Hobsbawm:

Milhões de homens ficavam uns diante dos outros nos parapeitos de trincheiras barricadas
com sacos de areia, sob as quais viviam como – e com – ratos e piolhos. De vez em quando
seus generais procuravam romper o impasse. Dias e mesmo semanas de incessante
bombardeio de artilharia […] “amaciavam” o inimigo e o mandavam para baixo da terra, até
que no momento certo levas de homens saíam por cima do parapeito, geralmente protegido
por rolos e teias de arame farpado, para a “terra de ninguém”, um caos de crateras de
granadas inundadas de água, tocos de árvore calcinadas, lama e cadáveres abandonados, e
avançavam sobre as metralhadoras, que os ceifavam, como eles sabiam que aconteceria2.

ii) Na Frente Ocidental, destacaram-se batalhas como Verdun e Somme em que a luta
nas trincheiras causou a morte de milhões de soldados de ambos os lados. Na Frente
Oriental, os alemães conseguiram impor pesadas derrotas aos russos em batalhas
como a de Tannenberg, garantindo grandes conquistas territoriais.

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A violência da guerra também foi destacada durante os combates que aconteceram na Sérvia.
No Oriente Médio, destacou-se a perseguição que o Império Otomano promoveu contra os
armênios, o que levou ao Genocídio Armênio. A Primeira Guerra também registrou combates
aéreos e uma disputa acirrada entre alemães e britânicos no mar.

Em 1917, os Estados Unidos, presididos por Woodrow Wilson, entraram na guerra quando
uma embarcação britânica foi atacada por alemães, causando a morte de mais de uma centena
de americanos. Nesse mesmo ano, os russos, fragilizados por tantas derrotas e por uma crise
econômica duríssima, retiraram-se da guerra, e a Revolução Russa consolidou o socialismo
no país.

A Primeira Guerra Mundial encerrou-se como resultado do esfacelamento das forças da


Tríplice Aliança. Bulgária, Áustria-Hungria e Império Otomano renderam-se, sobrando
apenas a Alemanha. O Império Alemão, arrasado pela guerra, também se rendeu após uma
revolução estourar no país e levar ao fim da monarquia alemã. Aqueles que implantaram a
república no país (os social-democratas) optaram por um armistício para colocar fim à guerra
após quatro anos.

5.3. Consequências da Primeira Guerra Mundial


Como consequência do armistício e da derrota alemã, foi assinado, em junho de 1919, o
Tratado de Versalhes. A assinatura desse tratado aconteceu exatamente no mesmo local onde
os franceses haviam ratificado sua derrota em 1871. Dessa vez, os derrotados eram os
alemães, que assinavam um tratado que impunha termos duríssimos à Alemanha.

Delegações reunidas durante a assinatura do Tratado de Versalhes na Galeria dos Espelhos,


em 1919.

A Alemanha perdeu todas as suas colônias ultramarinas, além de territórios na Europa. Foi
obrigada a pagar uma multa pesadíssima, que arrastou o país pra uma crise econômica sem
precedentes na sua história. Suas forças militares foram restritas a 100 mil soldados de
infantaria. A rigidez dos termos do Tratado de Versalhes é entendida pelos historiadores
como a porta que deu abertura para o surgimento e crescimento do nazismo.

O fim da guerra também marcou a reconfiguração do mapa europeu por causa do


esfacelamento dos Império Alemão, Austro-húngaro e Otomano. Diversas novas nações
surgiram, como Polônia, Finlândia, Iugoslávia etc.

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6. Segunda Guerra Mundial
Os termos que os franceses e britânicos impuseram à Alemanha foram encarados pelos
historiadores como paz punitiva. O objetivo era enfraquecer a Alemanha de tal maneira que
outra guerra da magnitude da Primeira Guerra Mundial não acontecesse. Britânicos e
franceses fracassaram nesse objetivo, já que vinte anos depois uma nova guerra começou na
Europa: a Segunda Guerra Mundial.

7. O Direito da Guerra e da Paz simboliza a origem do próprio Direito.


Conflitos armados não são recentes, como tampouco são recentes as tentativas para a
manutenção da paz. Com a criação das Nações Unidas, todavia, o direito estatal `a guerra foi
substituído pelo direito coletivo `a paz e a segurança internacional e o Século XX foi
testemunha da construção de inúmeros mecanismos e organismos internacionais, com vistas a
garantir este propósito. Neste contexto, o Direito Internacional Humanitário, que surge em
1864 com a Ia Convenção de Genebra, vai adquirindo novos conceitos, e ampliando
sua jurisdição, buscando incluir não apenas as guerras convencionais, mas também os
conflitos não assimétricos e os conflitos internos, tentando regulamentar a atuação dos mais
diversos atores e agentes internacionais, num cenário cada dia mais complexo e por vezes
paradoxal. A década de 90, com a atuação da ONU em diversas intervenções humanitárias -
Somália, Ruanda, Ex-Jugoslávia; com o fomento de novos instrumentos -
Peacekeepers,
Peacemarkers,
Peacebulding; e novas agências

 Conselho de Direitos Humanos, Organização Internacional de Migrações, somente para


mencionar alguns-, trouxe novos contornos político-jurídicos para os velhos temas, inserindo
a preocupação com a paz na Agenda internacional dos Estados, dentre os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio  (ODS), hoje Agenda 2030; e como Responsabilidade Coletiva
de Proteger   (R2P). Após os atentados de 11 de setembro de 2001 tudo mudou. A Guerra ao
Terror desfragmentou o Direito Internacional, fez ressurgir o discurso de alianças, de
intervenção e ingerência, de retrocesso aos direitos humanos conquistados. Aqui se insere a
presente investigação, cujo problema de pesquisa assim se resume: O direito humanitário
criado no Século XX será suficiente para responder aos desafios dos grupos vulneráveis em
conflitos armados do Século XXI? A metodologia de pesquisa centra-se no estudo das
decisões de órgãos e tribunais internacionais, bem como no estudo de casos e visa

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circunscrever a definição de grupos vulneráveis sob um novo olhar do Direito Internacional
dos Conflitos Armados.

8. Os desafios atuais dos direitos humanitários


8.1. Ajuda humanitária
A ajuda humanitária abrange ações de trabalho voluntário com o intuito de minimizar, senão
eliminar, as consequências de desastres naturais, emergências sanitárias e conflitos violentos.
Ela é realizada por agentes diversos, como Organizações Não Governamentais (ONGs),
empresas multinacionais, governos e civis.
Os princípios da neutralidade, imparcialidade e independência guiam o trabalho humanitário,
mas ele é viabilizado em diferentes contextos que, muitas vezes, podem comprometer a
segurança de seus agentes.
Neste artigo, estende a importância da ajuda humanitária, as diferentes formas de auxílio e os
principais desafios para a sua efetividade.

8.2. A importância da ajuda humanitária para o desenvolvimento social

A Organização das Nações Unidas (ONU) é um dos principais atores de trabalho


humanitário. No contexto mundial, o órgão é representado pelo United Nations Office for the
Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA — Escritório das Nações Unidas para a
Coordenação de Assuntos Humanitários). 
Além dela, atuam em âmbito global a Oxfam, os Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha,
exemplos de órgãos mundialmente reconhecidos pelas suas ações humanitárias.

Pessoas e empresas financiam essas ações por meio de doações. Embora a maior parte delas
aconteça em situações de emergência e calamidade, também é possível estabelecer programas
de desenvolvimento para obter resultados em longo prazo.
Os programas de desenvolvimento buscam criar condições para que seja possível retirar
grupos sociais de altos níveis de vulnerabilidade ao longo do tempo e de forma sustentável.

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Dessa forma, enquanto as ações humanitárias de curto prazo objetivam salvar vidas, as
atividades de longo prazo aliviam a pobreza e restabelecem a segurança social dos países.
Esse tipo de trabalho é importante porque, em crises prolongadas, é preciso unir os benefícios
de uma ação rápida com o desenvolvimento ao longo do tempo.
No mundo ideal, os próprios Estados ameaçados deveriam idealizar e
operacionalizar programas para a promoção contínua da vida, ou o provimento de condições
mínimas para a sobrevivência de suas populações.
Entretanto, o que acontece é a falta de governança e a ascensão de interesses pessoais,
políticos e financeiros em detrimento da qualidade de vida da população. Tais fatores
contribuem para a manutenção da pobreza e inviabilizam a mitigação da recorrência de crises
humanitárias.

9. Os principais desafios da ajuda humanitária

a) Falta de recursos para a ajuda humanitária

O baixo volume de recursos é uma das principais barreiras para prestar assistência àqueles em
situação de vulnerabilidade. Muitas vezes, a demanda de recursos e os recursos efetivamente
disponíveis são incompatíveis para que a ajuda humanitária seja eficiente.
Isso acontece porque a quantidade de conflitos e de pessoas necessitadas é infinitamente
maior que a quantidade de doadores. Quando os recursos são escassos, a continuidade dos
programas de ajuda humanitária fica comprometida.

b) Dificuldade de acesso e falta de segurança em áreas de conflito


É preciso garantir um nível mínimo de acesso e segurança às equipes de trabalho que
atuam, muitas vezes, em ambientes insalubres e sujeitos às ações violentas de grupos de
extermínio. Condições de segurança devem ser viabilizadas para que não haja limitações
às ações dos voluntários e o potencial comprometimento dos programas assistenciais.

Apesar disso, muitos agentes humanitários ainda arriscam suas vidas pelo bem do próximo. É
o caso dos brasileiros que foram assassinados em um atentado a bomba em Bagdá, no Iraque,
em 2003, e dos profissionais dos Médicos Sem Fronteiras mortos nas cidades de Aleppo e
Damasco.
Muitos ataques acontecem no translado até o destino, uma vez que o caminho é monitorado
por, pelo menos, um dos lados dos conflitos. Em fevereiro de 2021, o embaixador italiano na

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República Democrática do Congo, Luca Attanasio, o carabineiro italiano Vittorio Iacovacci e
o motorista do carro em que os três estavam foram assassinados em um ataque em Goma.

c) Uso da ajuda humanitária como pretexto para ações ilegais e imorais


Alguns governos e exércitos usam a ajuda humanitária como pretexto para ações ilegais.
O caso mais conhecido culminou com o assassinato de Osama Bin Laden, em 2011, por
um grupo do The United States Navy — Sea, Air, and Land (SEALs).

Os SEALs obtiveram acesso às amostras de DNA que atestaram a presença do terrorista na


caverna em que ele foi encontrado e morto, segundo relatos da mídia.

Na ocasião, os Médicos Sem Fronteiras denunciaram o exército norte-americano de ter criado


uma falsa campanha de vacinação e usá-la como pretexto para obter vantagens militares. O
ato, posteriormente, poderia se transformar em uma ameaça à vida de habitantes de locais
precários e conflituosos em todo o mundo.
Apesar de todos esses desafios, a ajuda humanitária trabalha para prevenir, restabelecer ou
consolidar a segurança — seja ela alimentar ou física. Ainda, busca promover a paz e o
ambiente favorável à manutenção da vida humana por meio de ações efetivadas quando os
órgãos governamentais são incapazes — ou desinteressados — em fazê-la.

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10. Conclusão

Conclui que "Os termos que os franceses e britânicos impuseram à Alemanha foram
encarados pelos historiadores como paz punitiva. O objetivo era enfraquecer a Alemanha de
tal maneira que outra guerra da magnitude da Primeira Guerra Mundial não acontecesse.
Britânicos e franceses fracassaram nesse objetivo, já que vinte anos depois uma nova guerra
começou na Europa:"

"Primeira Guerra Mundial encerrou-se como resultado do esfacelamento das forças da


Tríplice Aliança"

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11. Referências bibliográficas

"ARARIPE, Luiz de Alencar. Primeira Guerra Mundial. In.: MAGNOLI, Demétrio (org.).
História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013, p. 332.

2 HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995, p. 33."

Site eletrónico: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/primeira-guerra.htm

SILVA, Daniel Neves. "Primeira Guerra Mundial"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiag/primeira-guerra.htm. Acesso em 12 de abril de 2023.

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