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Desde os mais remotos registros que temos sobre a presença humana na Terra, a hostilidade e
os conflitos violentos sempre estiveram presentes. Há muitas teses de antropólogos e
sociólogos que defendem que a própria origem do ser humano (a passagem do hominídeo ao
homem) tem um fundamento violento (as teses de René Girard são um exemplo). Pois bem, a
história da humanidade, partindo desse princípio, pode ser contada por intermédio das
guerras.
A formação do primeiro exército organizado do mundo é atribuída aos assírios, povos que
construíram seu império na região da Mesopotâmia, no Oriente Médio. Os assírios
conseguiram montar uma máquina de guerra que contava com estratégias bem avançadas, se
comparadas com as de seus contemporâneos, como os babilônios. Uma das invenções
militares dos assírios, o carro de combate com tração animal, foi largamente utilizada por
outras civilizações a posteriori.
Ainda na região do Oriente Médio e se nos estendermos até a Ásia Menor, muitos povos que
ali se estabeleceram tiveram de entrar em conflito com grande frequência. É o caso, por
exemplo, da civilização persa, que teve de submeter, inicialmente, a civilização dos medos, que
habitavam a mesma região. Depois expandiram o seu império por toda a Ásia Menor,
chegando até as fronteiras dos domínios dos antigos gregos e entrando em conflito com estes
naquelas que ficaram conhecidas como Guerras Greco-persas ou Guerras Médicas.
Os gregos, por sua vez, além das famosas guerras contra os persas, também tiveram longos
conflitos internos entre as próprias cidades-estado, que disputavam a hegemonia da Hélade
(todo o conjunto formado por essas cidades-estado e suas colônias). Essas guerras internas
ficaram conhecidas como Guerra do Peloponeso e produziram um enfraquecimento nas três
principais cidades-estado gregas: Tebas, Atenas e Esparta. Esse enfraquecimento abriu portas
para o projeto imperialista de Felipe II da Macedônia, que conquistou todas as cidades-estado
gregas e promoveu a unificação da Hélade. Seu filho, Alexandre Magno, continuou o legado do
pai, expandindo o Império Macedônico em direção à Ásia.
No continente africano, sobretudo no Norte desse continente, duas civilizações tiveram grande
destaque por suas campanhas militares: os egípcios e os cartagineses. O Egito Antigo
constituiu-se de uma sucessão de impérios, que tiveram uma duração de cerca de três
milênios. Os egípcios valeram-se da guerra em diversos momentos, sobretudo contra povos
vizinhos, como os hititas, núbios e hicsos. Já os cartagineses constituíam uma colônia fenícia
no atual território dos países Tunísia e Marrocos e, como bons fenícios, eram exímios
navegadores. Durante muito tempo os cartagineses controlaram o fluxo de mercadorias que
passava pelo Mar Mediterrâneo, o que era um entrave à então República Romana. As
principais guerras travadas pelos cartagineses foram também algumas das principais dos
romanos: as Guerras Púnicas (264-146 a.C.)
Além dessas guerras, a Antiga Roma, quando se tornou Império com Octávio Augusto,
empreendeu várias guerras com vistas à sua expansão territorial. Essas guerras tinham
objetivos diferentes: iam desde sufocamento de revoltas em províncias até a proteção de suas
fronteiras. Já no Extremo Oriente, civilizações como a hindu, a mongol, a chinesa e a japonesa
também se ergueram por meio de sociedades guerreiras, com a dos samurais, no Japão, e dos
guerreiros nômades de Gêngis Khan, na Mongólia.