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ESCOLA DE MINISTROS
AS CARTAS CATÓLICAS
Exceção seja feita à duas cartas: 2Jo possui, como destinatário, a “Senhora eleita”,
que aparenta ser mais uma comunidade particular do que toda a Igreja; e a 3Jo que se
destina a “Gaio”, provavelmente um presbítero de alguma comunidade.
A Carta de Tiago é mais que uma carta, poderia classificar-se como uma homilia ou
catequese que exorta à paciência nas tribulações, ao domínio da língua, à misericórdia etc.
É dirigida a todas as comunidades cristãs, simbolizadas pelas doze tribos de Israel. A Carta,
sobretudo, reduz a lei ao mandamento do amor ao próximo: exalta os pobres e adverte
severamente os ricos. Insiste nas práticas das boas obras e previne contra uma fé estéril. A
exigência do amor exclui a exploração, e apresenta a passagem mais violenta do Novo
Testamento contra os ricos exploradores na linha profética do Antigo Testamento.
As Cartas de João (1, 2 e 3) 1Jo foi dirigida às comunidades cristãs da Ásia Menor,
que passavam por séria crise, provocada por um grupo de dissidentes carismáticos que
propunham uma doutrina gnóstica.
A carta mostra que é vazio e sem valor qualquer espiritualismo que não se traduz
em comportamento prático. Não é possível amar a Deus sem amar ao próximo e sem
formar comunidade: se Deus é Pai, os homens são filhos e família de Deus, e
consequentemente todos devem amar-se como irmãos. Deus manifestou o seu amor por
meio de Jesus, que tornou possível o amor entre os homens. Daí o perigo de negar que
Jesus é o Messias, o Filho de Deus, que viveu e deu sua vida pelos homens. Por outro lado,
somente pela fidelidade ao exemplo e mandamento de Jesus é que o homem tem vida
plenamente humana.
2Jo, esta carta se dirige a uma comunidade personificada como ‘‘Senhora eleita’’,
repetindo frases da primeira carta de João. Trata-se de comunidade exposta à ameaça de
perder o próprio coração da fé e da vida cristã. Alguns pregadores ‘‘avançados’’ negam que
o homem Jesus seja o Messias enviado por Deus e deixam de lado o mandamento do amor
mútuo, rompendo consequentemente sua relação com Deus. Em poucas palavras, pregam
um conhecimento elevado que não necessita da fé em Jesus nem do seu evangelho de
amor. O Ancião é radical: proíbe que a comunidade mantenha qualquer relacionamento
com esses impostores. Trata-se sem dúvida de pessoas que pertencem ao grupo combatido
pela primeira carta de João. O remetente assina ‘‘Ancião’’ (= presbítero) e os destinatários
se encontram na Ásia Menor. O autor e a época são os mesmos da primeira carta de João.
A Carta de Judas. O autor desta carta se diz irmão de Tiago, que é, sem dúvida, o
parente do Senhor. O estilo e a linguagem retórica da carta não são próprios de um judeu
palestinense. Isso e outras referências a pregações dos apóstolos sobre os tempos difíceis
sugere uma época relativamente tardia. Assim como a carta de Tiago, parece ser do final
do séc. I.
Os livros foram sendo aceitos aos poucos na lista dos escritos sagrados. De fato,
será no Concílio, já citado, de Laodicéia, final do séc. IV, que veremos essas cartas serem
lidas, efetivamente, por toda a Igreja do Oriente e do Ocidente.