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uma boa refeição! Para mim, comer bem vai muito além de nutrir o corpo, é também nutrir a alma:
afinal, uma boa refeição envolve tanta coisa… tem a ver com valorizar um momento em família –
ou na sua própria companhia - valorizar uma mesa bonita, bem montada… por que só ter
refeições bacanas em dias especiais? Para mim, TODO dia é especial! É como se fosse um
Agora, tenho certeza que você está se perguntando: como posso ter boas refeições na
correria do dia a dia? Por isso esse e-book é tão bacana: são receitas simples, sem segredos,
que todos conseguem fazer… mas vai muito além disso: a ideia aqui não é que você
simplesmente copie as receitas do livro, mas que você aprenda técnicas que vão dar a você - ou
sua funcionária – autonomia na cozinha, e que vão estimular sua criatividade e autoconfiança.
Desde que a Camile Fiuza - nutricionista, chef de cozinha, e autora de todas as receitas
desse e-book - passou alguns dias em casa fazendo uma consultoria, minha rotina mudou:
passei a comer melhor, ser mais organizada em relação às refeições, e minha qualidade de vida
melhorou muito. Por isso, e por conta do sucesso das receitas da Camile quando passei a
compartilhar minhas refeições nas redes sociais, decidimos nos juntar para fazer esse e-book –
assim, mais pessoas vão ter essa oportunidade de melhorar sua rotina!
Com amor,
@luisa
Jornalista e Criadora de Conteúdo
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Prazer, eu sou a Camile Fiuza,
Formada em Nutrição e Chef de Cozinha, tem mais de 6 anos de experiência em
Nesses últimos anos percebeu que o que faltava para as pessoas não eram dietas e nem
por objetivo mostrar o quão importante é ter uma boa alimentação, um bom planejamento,
e como isso impacta diretamente na sua saúde, na sua rotina, na sua casa, no seu
orçamento e no mundo!
“
Se é no lar que o coração se forma, então é à
mesa que ele se conecta. É muito mais do que
do que o ato de comer, é um gesto de amor,
um momento de comunhão e união!
Beijos,
da Cami
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Cozinhando com Luisa & Camile
Antes de mais nada eu quero te convidar a realmente conhecer o tal do forno, o seu forno, pois
cada um tem o seu, e cada um funciona de um jeito. Por que vamos começar falando do forno?
Pois é dentro dele que a mágica toda acontece. Se o forno está muito quente faz com que as
reações aconteçam muito rápido, e se o forno estiver frio as reações demoram para acontecer,
ou não vão acontecer como de fato deveriam. E aí é que acontecem alguns erros de percurso,
como por exemplo: bolo seco, solado, sem sabor, murcho no meio, com topo rachado como
um vulcão, entre tantos erros comuns que vemos em casa sem saber solucionar, porque não
entendemos o que de fato acontece quando colocamos a forma na grade e fechamos a porta
do forno no famoso “180 graus”.
Quando misturamos açúcar, ovos, gordura, farinhas e agentes de fermentação, cada item leva
determinado tempo, sob determinada temperatura, para agir. A partir de 60 graus, os ovos
começam a coagular, açúcar derrete, farinhas retém umidade, fermento vai liberando gás
carbônico e outros gases, até que nossa massa deixe de estar em estado “líquido” para se
solidificar. Esse é um dos motivos para o famoso “use ingredientes em temperatura ambiente”.
Se você usar ovos gelados, por exemplo, as reações não ocorrem no tempo certo. A
As massas assam de dentro para fora, ou seja, das bordas para o centro. Por isso sempre
espetamos um palito no meio para ver se ela está assada. Mas nem sempre entendemos
aquele bolo cru no meio, torrado nas bordas, quando afunda e por aí vai. Se sua receita está
equilibrada, ou seja, se você tem uma “fórmula” com quantidade de ingredientes correta,
vamos aos erros mais comuns:
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Cozinhando com Luisa & Camile
o Temperatura do forno: se o seu forno estiver muito quente, o seu bolo vai crescer muito
rápido, ou seja não vai dar tempo das reações dentro da massa acontecerem no tempo certo, e
com isso o bolo, vai assar e crescer mas sem a sustentação necessária. O que acontece? Ele
cresce muito, fica aquele bolo lindo, que a gente olha e morre de orgulho, mas depois ele
acaba murchando no meio, e fica aquele bolo meio deformado. Uma dica: cuidado para não
deixar o seu forno pré-aquecendo por muito tempo;
o Muito fermento ou bicarbonato: quem nunca encheu o bolo de fermento achando que isso
iria garantir um bolo lindo, alto e bem fofinho? Pois é, mas não é bem assim, pois quando
colocamos demais, o bolo não tem estrutura suficiente para aquilo, ou seja, não sustenta e cai.
o Bater demais a massa: em uma receita quando batemos os ovos, ele ajuda a dar estrutura
na receita, mas você sabe o motivo? Ele ajuda a incorporar ar na massa, o que vai ajudar na
estrutura da massa. Por esse motivo, em muitas receitas se orienta a misturar as farinhas na
mão, misturar com um fouet, pois se bater demais todo esse ar que incorporamos na receita
vai embora, daí o resultando possivelmente vai ser um bolo baixo, meio abatumado;
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Cozinhando com Luisa & Camile
desmoronar? Normal, acho que todo mundo passa por isso. Mas vamos lá vou te ensinar 2
dicas que vão te ajudar, primeiro conheça o seu forno, entenda que você tem um
relacionamento com ele (é quase isso mesmo), e a segunda é, marque mais ou menos se o
seu bolo está no forno a pelo menos 80% do tempo, por isso sempre falam que só pode abrir o
forno depois de 30 minutos, pois pode-se dizer que salve algumas exceções, o tempo de forno
dos bolos são muito semelhantes. Se você abrir antes do tempo vai entrar ar frio e vai diminuir
a temperatura interna ali do forno, ou seja, seu bolo vai murchar.
Temperatura: muito calor também pode fazer com o seu bolo não fique retinho, e fique
parecendo um “vulcão”, com aquela deformidade bem no meio, que daí muitas vezes
acabamos nivelando o bolo com uma faca. Ou seja, você já deve ter percebido que o X da
questão sempre é a temperatura. Por isso é tão importante você conhecer bem o seu forno,
e manter a revisão (manutenção) em dia, pois isso faz toda a diferença no resultado final.
mas é isso mesmo, a temperatura é fator fundamental, pois como já falamos, ela é quem
permite que as reações químicas da nossa receitas aconteçam no tempo correto. Aqui nesse
caso o bolo fica solado, por a temperatura estar muito baixa, ou seja, vai demorar para
começar acontecer as reações, o bolo vai demorar mais do que o recomendado para ganhar
forma, estrutura. O amido das farinhas costuma ir para o fundo da forma, dando aquele
aspecto gelatinoso, dando forma ao tão conhecido e famoso bolo solado.
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Cozinhando com Luisa & Camile
À medida que o bolo assa e cresce, ele vai criando uma aderência nas laterais da forma, o que
garante seu formato e também sua estabilidade. Uma lateral muito escorregadia vai fazer com
que ele tente subir e não consiga, pois não tem atrito. O que acontece? Seu bolo fica mais
baixo e menos fofo.
Então unte, mas sem exageros. Você pode usar spray desmoldante para formas retas ou óleo.
A manteiga ghee também pode ser utilizada. Eu não costumo enfarinhar, pois as laterais das
massas já são mais sequinhas, mas é permitido. Para desenformar, aguarde cerca de 10 a 15
minutos. Se o bolo for grande, cerca de 20. Não deixe esfriar por completo, principalmente se
forem massas úmidas, pois a massa vai suar e grudar na sua forma.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Materiais de formas
Existem vários tipos de formas no mercado, mas cada uma delas interfere no resultado, pois
todas tem uma determinada condução de calor. É possível assar qualquer coisa em cada uma
delas, desde que você entenda como funcionam e consiga regular tempo e temperatura de
acordo com o material.
Alumínio
Barata, dura bastante e tem uma condução de calor homogênea. Ela aquece e resfria
rapidamente, fazendo com que sua massa não continue assando infinitamente após sair do
forno. Para bolos, use as de fundo fixo. Para tortas que você precise desenformar com
facilidade, fundo removível. Massas de bolo podem ser assadas em fundo removível, desde
que não sejam muito fluídas, do contrário vão escorrer.
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Materiais de formas
Teflon | Antiaderente
Formas escuras retêm mais calor, mas podem ser perfeitamente usadas, desde que você
regule seu forno sabendo disso. Cuidado para algumas marcas, que avisam conduzir três
vezes mais calor do que as de teflon tradicionais.
Vidro
Para bolos não são boas, pois conduzem muito calor nas laterais e demora a chegar ao centro.
Ou seja, não conduzem de forma homogênea, mas funcionam muito bem para preparos
gelados como pavês ou tortas que não precisem estruturar no forno.
Cerâmica
Formas com capacidade maior de reter calor. Cuidado para não deixar preparos queimarem,
como suflês em ramequins, já que continuam assando após o forno.
Silicone
O silicone é um péssimo condutor de calor. Você já se deu conta de que na cozinha muitas
luvas são de silicone, assim como espátulas, pegadores e etc? Usamos esse material
justamente para não nos queimarmos. Por isso, bolos assados em silicone tendem a ficar mais
branquinhos e demoram mais a assar. Deixe as formas de silicone para preparos gelados
como entremet ou mousses, ou, para doces pequenos, tipo cupcake;
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Materiais de formas
Formas de papel | papelão
Existem vários tipos, com diversas espessuras. As para cupcake são finas e por isso o ideal é
assar os bolinhos com algo que segure o papel e evite que a massa se expanda muito. As de
bolo inglês, forneáveis, costumam contar com uma camada interna que dispensa untar.
Importante: como o material eh muito fino, recomendo colocar as formas diretamente na grade
do forno e não em uma assadeira, pois o alumínio conduz muito calor e pode queimar o fundo
do seu bolinho. Caso use assadeiras, fique atenta a temperatura do forno, baixando entre 5 e
10 graus.
o Método Cremoso;
o Método Espumoso;
o Cookies:
o Massa “podre” para tortas e quiches
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Cozinhando com Luisa & Camile
Método Cremoso
O método cremoso é uma técnica de confeitaria/ pastelaria para a mistura dos ingredientes,
utilizada na preparação de pães rápidos, alguns cookies, bolos levedados e amanteigados.
Os bolos amanteigados são leves e fofos mas possuem boa estrutura, ou seja, são bolos que
suportam mais peso sem deformar.
claro e fofo. A maioria das receitas sugere o uso da manteiga em temperatura ambiente, isso
normalmente significa deixar a manteiga em torno de 10 minutos fora da geladeira, numa
temperatura em torno de 20°C . Se realizado de maneira adequada, a manteiga estará macia
quando pressionada, mas ainda fria. A manteiga é uma emulsão, uma combinação
relativamente estável de água e gordura. Quando a manteiga é aquecida no micro-ondas, a
gordura se separa e a emulsão se dissolve e não será possível utilizá-la na receita, mesmo
que a manteiga seja refrigerada novamente.
2) Os cristais de açúcar são os responsáveis por fazer pequenos furos na manteiga que irão
capturar o ar. O tamanho do cristal de açúcar afeta a formação do creme, ou seja, quanto
menor o cristal, mais delicada será a textura do bolo, pois as bolhas formadas serão menores.
Por isso, por exemplo, antes de usar o açúcar demerara é bom você pulverizar ele, ou seja
triturar bem os grãos, pois isso faz diferença na receita.
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Método Cremoso
Os ovos ajudam a estabilizar a manteiga e o açúcar e criam uma estrutura mais elástica para
as bolhas de ar, de modo que elas se expandem e não colapsam quando assadas.
Adicione os ovos um de cada vez e misture até incorporar. As gemas possuem propriedades
emulsificantes. Elas serão responsáveis por estabilizar e homogenizar a emulsão (mistura de
dois líquidos imiscíveis, “que não se misturam”) formada pela gordura da manteiga e a água
das claras dos ovos. As claras dos ovos são formadas por 90% de água e 10% de proteínas.
Método Espumoso
Você já provou pão de ló? Ele é o melhor exemplo desse tipo de massa, já que a umidade vem
dos ovos, que contém bastante água. Algumas receitas podem levar gordura, líquidos e até
fermento, mas não é regra. Estes bolos não levedados crescem pela incorporação de ar
quando os ovos são batidos com açúcar e pelo vapor dos ingredientes líquidos gerado no
processo de cozimento. Os bolos não levedados são muito leves e delicados. Possuem uma
textura aerada, mas um pouco seca devido à baixa quantidade ou ausência de gordura. São
receitas excelentes para elaboração de rocamboles e bolos que utilizam caldas e recheios
muito cremosos. O método espumoso se divide em 3 categorias, de acordo com a quantidade
de gordura adicionada na preparação da massa:
o Sem gordura: Método espumoso preparado somente com as claras dos ovos;
o Pouca gordura: Método espumoso com adição das gemas dos ovos;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Método Espumoso
Geralmente são bolos mais finos em espessura, usados como base de tortas e outros preparos
e tem um pouco mais de estrutura que o pão de ló. O Bolo Chiffon (em inglês: Chiffon Cake e
em francês: Gâteau Chiffon ou Gâteau Mousseline) é um membro da família dos bolos
esponja, embora seja muitas vezes considerado um híbrido entre um bolo levedado e não
levedado, pois utiliza a gordura do óleo vegetal, fermento químico, mas os ovos são separados
e as claras são batidas em neve.
Cookies
Não são só os bolos que precisam de equilíbrio e ordem de preparo. Cookies, ao contrario de
biscoitos, tem uma estrutura definida: crocância por fora e meio úmido. O método usado para
cookies é o cremoso (começamos batendo manteiga e açúcar e depois adicionamos os ovos).
Mas além do açúcar demerara, combinamos o açúcar mascavo. Além de ser úmido, ele é
ácido e reage com o bicarbonato de sódio (que é alcalino, mais a frente falaremos dessa
reação), produzindo dióxido de carbono e fazendo com que seus cookies não espalhem na
forma, fiquem altos e fofinhos no meio. Além disso, a acidez do mascavo acelera a coagulação
das proteínas do ovo, fazendo sua massa ganhar estrutura mais rapidamente e não
espalhando por completo. O ideal é que não, pois o açúcar demerara ajuda na fermentação
mecânica, criando mistura aerada com a manteiga e melhorando a estrutura da massa.
São aquelas massas para tortas, tarteletes e até quiches. A textura quebradiça da massa
depende da técnica utilizada, quantidade de ovos e gordura. Elas diferem basicamente na
quantidade de açúcar e ovos entre elas.
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o Pate Brisée: é a mais neutra, podendo ser usada para doces ou salgados, pois não tem
açúcar na massa e nem ovos geralmente, mas pode ter. Basicamente formada de 100% de
farinhas, 85% de gordura e 25% de água ou ovos e pitada de sal.
o Pate Sablée: é uma massa doce que permite adicionamos farinha de amêndoas e apenas
gemas ao invés dos ovos inteiros. É mais delicada que a sucrée, que tem mais estrutura para
tortas grandes. Gosto da Sablée para tarteletes. Ela costuma ser formada por 100% de
farinhas, 60% de gordura, 40% de açúcar e 25% de ovos.
o Pate Sucrée: como o nome diz, é uma massa doce. A mais doce das três e pede um
recheio mais ácido. A diferença dela para a Sablée é a quantidade de açúcar e as vezes de
gordura, tendo um pouco mais de estrutura. Ela é formada por 100% de farinha, 50% de
gordura, 65% de açúcar e 25% de ovos.
Farinhas
Antes de falarmos sobre as farinhas funcionais, vamos tentar entender o papel do trigo e por
que tentamos aproximar as nossas texturas dos preparos feitos com ele. Existem dois
componentes do trigo que, quando associados a outros ingredientes da preparação de
massas, fazem toda diferença na textura das preparações: o amido e o glúten. O glúten, que é,
na verdade, uma mistura de duas proteínas presentes nele (gliadina e glutenina). Ele é
composto, geralmente, por cerca de 40-70% de amido, e 7-15% de proteínas, entre outros
componentes. Geralmente em bolos, que priorizamos leveza, usamos trigo com menos
proteínas, e em pães, que precisamos de mais elasticidade, buscamos trigo com maior
percentual de proteína. O papel do glúten basicamente é formar redes elásticas e manter os
gases da fermentação dentro da massa, fazendo com que ela se expanda e permaneça fofinha
e úmida. O glúten formado vai dar liga, estrutura, umidade, maciez a qualquer massa que o
contenha. Quando trabalhamos no universo sem glúten, precisamos combinar ingredientes e
métodos que nos façam ter esses elementos nas nossas massas.
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Farinhas
Para entendermos como combinar ingredientes, precisamos pensar neles na essência, para
que possamos pegar elementos de um que complemente outro e faça sentido na receita. Você
provavelmente já deve ter notado que a grande maioria de sobremesas sem glúten (e salgados
também) levam farinha de arroz como base. Na verdade veremos mais a frente que temos
outras farinhas desse grupo que podemos substituir, mas usarei a de arroz como exemplo para
você entender o raciocínio. Você também já deve ter se dado conta de que raríssimas são as
receitas que levam somente ela como ingrediente, ao contrário do trigo que é usado sozinho e
faz milagres. Mas se perguntou o porquê disso?
A Farinha de arroz tem entre 5-7% de proteínas e de 23 a 27% amido. Ali em cima comecei
falando que o trigo pode ter até 15% de proteínas e até 70% de amido. Logo, sabendo dessa
nossa “deficiência” na farinha de arroz, usamos geralmente amidos e outros grupos de farinhas
com ela para garantir que as texturas tenham umidade, elasticidade e outras característica
dependendo do preparo que estamos fazendo. Por isso é comum você ver farinha de arroz
combinada a fécula de batata, polvilhos ou amido de milho, por exemplo. Ou em pães ela ser
usada junto com uma farinha de grão de bico (leguminosa rica em proteína – que garante
elasticidade) e por aí vai. Falaremos disso mais à frente.
E por que o percentual de amido faz diferença? Amidos são formados por carboidratos (que se
transformam em açúcar) e se tornam uma espécie de alimento para o fermento, que os usam
para liberar mais gases e assim sua massa cresce e fica fofa. Lembra o que acontece quando
juntamos água ou leite e amido? Forma-se um mingau, uma colinha. Isso acontece também
dentro de bolos e outros preparos: o amido gelatiniza quando aquecido e faz com que as
massas fiquem macias. Antes de falar de cada farinha, quero ressaltar sobre a aveia, que
naturalmente não forma glúten: ela pode ter contaminação cruzada por moagem ou plantio. Ao
contrário do trigo, ela contém avenina, uma proteína que é um tanto quanto similar a gliadina +
glutenina, criando estrutura e elasticidade. Porém se utilizada sozinha ela pode deixar a
massa pesada porque absorve muito líquido, graças a quantidade de fibra
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Grupo de Farinhas
Respeitando os grupos você pode trocar as farinhas sem que haja perda de textura nas
massas. Para trocar um grupo por outro (exemplo: farinha de arroz – que é base – por
amêndoas – que é gordura – é preciso ajustar o restante dos ingredientes).
o Farinha de arroz: é a base da grande maioria das receitas. A maioria contém cerca de 7%
de proteínas e de 23 a 27% de amido, enquanto o trigo pode chegar a 70%. Por isso, para
garantir leveza e maciez, colocamos amidos, féculas e polvilhos combinadas a ela para
aumentar esse aporte e garantir que teremos massas fofinhas. Ela pode ser substituída por
outras do mesmo "grupo".
- Trigo Sarraceno
- Farinha de Teff
- Farinha de Amaranto
o Amidos: a fécula de batata é o amido de eleição para a grande maioria das massas na
confeitaria, pois ajuda na leveza e na maciez. Na panificação, polvilho doce é o mais utilizado,
por ter mais elasticidade. Em cremes, o amido de milho atua como um espessante, deixando
os preparos mais firmes e com textura aveludada, engrossando os preparos de forma mais
rápida que féculas ou até mesmo o trigo. Quando misturado com substâncias ácidas o poder
espessante dele também diminui. Nesse caso, vale a pena aumentar um pouquinho a medida.
Em massas em geral ele aumenta a crocância e as cascas (como brownies e pães).
- Polvilho Doce ou Fécula de Mandioca (mais liga, usado mais em pães e em pequenas
quantidades em doces)
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Grupo de Farinhas
o Farinhas de oleaginosas: são farinhas naturalmente ricas em gordura e pouquíssima
estrutura. Como na maioria das massas sem glúten nós temos um limite de absorção de
líquido e gorduras, ao invés de aumentarmos a manteiga ou óleo, usamos farinhas de
oleaginosas para garantir um aporte de gordura "seca", sem que a massa seja prejudicada.
A farinha de amêndoas tem sabor mais suave e neutro, sendo muito utilizada na confeitaria.
Basta triturá-las até virarem pó, com cuidado para que o óleo não solte e passe de farinha para
pasta. Por terem uma gordura boa, ajudam na textura mais leve, principalmente em bolos sem
glúten.
- Amêndoas e Avelãs: essas duas são as mais neutras e com percentual de gordura
mais parecidos;
- Nozes, Castanha do Pará e Macadamias: (essas três tem mais gordura. Se a receita pedir
farinha de amêndoas e você optar por substituí-la por uma dessas acima, diminua em 10 a
15% a gordura da receita);
praticamente leguminosa. Se a receita pedir farinha de amêndoas e você optar por substituí-la
por amendoim ou caju, aumentar em 10 a 15% a gordura da receita);
o Aveia sem glúten/ farinha de linhaça/ farinha de chia: são farinhas de fibra que, por
natureza, absorvem um pouco mais os líquidos, mas também agregam bastante valor
nutricional. Combinadas a outras farinhas, como as de base, ficam perfeitas em bolos,
biscoitos, massas de quiches e etc. No caso da chia e da linhaça, o ideal é comprar os grãos e
triturar na hora ou farinhas que sejam estabilizadas, pois elas oxidam rapidamente (cerca de 3
dias) e tem seu sabor alterado (fica mais amargo). A farinha de aveia contém avenina, uma
proteína que é um tanto quanto similar ao glúten, criando tanto estrutura quanto elasticidade.
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Grupo de Farinhas
o Farinhas proteicas: ao retirarmos o glúten, que é a junção de duas proteínas presentes no
trigo, costumamos usar como estratégia algumas farinhas proteicas para ter elasticidade
agregada. Essas farinhas ajudam quando precisamos desta característica, como massas de
tortas e tarteletes, além de pães. Farinha de Grão de Bico (sabor mais intenso) Farinha de
Feijão Branco (sabor mais adocicado) Farinha de Painço (a que mais gosto para tarteletes)
Farinha de Lentilha/ Amaranto/ Quinoa.
o Farinhas "acessórias": são farinhas que podem ser adicionadas devido ao benefício, mas
não substituem as demais citadas acima. Dependendo do percentual de fibra de cada, pode
ser preciso aumentar os líquidos e/ou gordura das receitas. Farinha de Berinjela/ Farinha de
Maracujá/ Farinha de Banana Verde/ Uva
o Farinha Zaya: é a farinha da mandioca integral, e não só o amido dela, como o polvilho.
Tem estrutura e elasticidade, sendo uma farinha bem fina. Em algumas receitas ela substitui
integralmente o trigo, podendo ser usada 1:1. Quando substituímos na receita, trocamos
farinha de arroz + fécula de batata + polvilho doce presentes na receita e colocamos a Zaya
nessa somatória.
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Misturas Básicas
Todas as misturas variam de acordo com a quantidade de gordura, ovos e outros ingredientes
que você usará nas receitas. Mas podemos montar nossas misturas em potes de 1kg e usar
1:1 no lugar do trigo, dependendo de qual preparo queremos.
o Base funcional:
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Bicarbonato | Fermento
Cremor Tártaro
o Bicarbonato de sódio é um ingrediente alcalino que, quando entra em contato com o calor,
libera dióxido de carbono, o CO2, que vai fazer suas massas crescerem. Acontece que o
bicarbonato de sódio também produz carbonato de sódio, um gás que deixa os alimentos com
gostinho meio metalizado. Então para isso ser anulado, ele sempre é usado JUNTO com
algum ingrediente ácido como limão, iogurte, até cacau em pó 100% resolve o problema. O
bicarbonato puro é só uma base, sem combiná-lo a um ingrediente ácido você não terá tanto
no crescimento quanto o fermento em pó.
o Fermento em pó nada mais é do que a mistura do bicarbonato de sódio com amido e uma
parte ácida (geralmente cremor tártaro ou fosfato monocálcico). Quando usamos ele em uma
massa ela sofre duas etapas de reação: a primeira de forma mais rápida, pela mistura dos
ingredientes, e a segunda a partir de 50/60°C. É por isso que ele é usado para preparações
mais demoradas. Em uma mistura que tenha líquidos, como por exemplo massa de bolos, o
ingrediente básico e o ácido se ligam e criam bolhas que fazem a massa crescer. O fermento
químico começa a agir (e produzir gás carbônico) assim que um líquido é adicionado aos
ingredientes da massa. Por isso que adicionamos ele por último e já seguimos para o forno.
o Cremor tártaro é um ácido que tem várias funções. Ele é naturalmente encontrado no
sedimento de barris de vinhos depois que ele foi fermentado. Muitas vezes fermentos de bolo
que compramos levam cremor como ácido, mas ele pode ser comprado puro também. Ele
estabiliza e retém umidade das claras. Além disso ele também aumenta o volume das claras e
as deixam mais toleráveis ao calor.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Além disso, temos que considerar outro ponto: massas que precisam de refrigeração, ou seja,
aquela torta ou bolo com frutas que serão mantidos em geladeira, têm sua textura alterada
quando feitos com manteiga. Isso porque ela é uma gordura que se solidifica em temperaturas
baixas. Óleos vegetais não sofrem essa diferença, exceto o de coco, mas que não endurece
tanto quanto a manteiga. Então se seu bolo for para refrigeração, faça a massa com óleo, de
preferência.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Sobre a Ghee
Ela é uma manteiga livre de lactose (não sem caseína) e é feita a partir do aquecimento da
manteiga e da retirada das impurezas. Colocamos os blocos de manteiga sem sal na panela
ou em banho-maria e vemos ela separar em 3 partes: a lactose desce, o meio é a manteiga
clarificada e em cima forma-se uma espécie de espuma branca, que também descartamos.
Ela é o que resta da “filtragem” e tem menos água que os tabletes convencionais, afinal ela
evaporou durante o preparo, tendo cerca de 97% de gordura (se parece com o óleo, porém
com densidade).
No que isso interfere? Ao retirarmos os sólidos da manteiga, ela se torna mais fluída e menos
estável para cremes como buttercream e também dão um pouco menos estrutura aos bolos
(você pode reparar que é uma gordura que derrete bem mais fácil e que não queima na
panela, como a tradicional. Chamamos isso de ponto de fumaça mais alto).
Açúcares e Adoçantes
Na confeitaria funcional, é muito comum as pessoas quererem reduzir a quantidade de açúcar
nas receitas ou até mesmo trocar por adoçantes. Isso é possível, desde que você entenda o
papel dele ou, ainda, como reestruturar a sua fórmula ao diminuir a gramatura dele. Lembre-se
que uma receita tem um equilíbrio de ingredientes e, ao mudar, você precisa compensar o
que foi retirado.
Vamos entender o que o açúcar faz nas nossas massas, porque ele não existe apenas para
adoçar. Para começar você precisa saber que açúcar é um ingrediente líquido. Ele vai derreter,
formando uma “calda” e dando umidade à massa.
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Açúcares e Adoçantes
Ele mexe com cor, estrutura, umidade e muitos outros fatores. Lembra lá no começo quando
eu te disse que o ar é um dos fatores mais importantes para o bolo e por isso te expliquei
temperatura de forno, fermentação e etc? Pois bem, misturamos a nossa massa e colocamos
ela no forno. O ar começa a expandir para dar estrutura a massa, cria bolhas, o açúcar derrete
e começa a fazer a calda e também parte da umidade da massa começa a evaporar. Quando
colocamos muito açúcar, essa “calda” em excesso impede que a massa estruture e seu bolo
cresce muito pouco. Por outro lado, se usarmos pouco açúcar, a formação da cadeia da massa
será afetada e seu preparo provavelmente vai ficar mais duro e seco.
Provavelmente na época da escola você ouviu falar em reação de Maillard. Ela ajuda a dar cor
e sabor ao bolo quando juntamos açúcar + proteína + aminoácidos (sabe aquele cheirinho de
bolo assado que invade a cozinha? Pois é!). A segunda reação que temos é a caramelização,
que acontece pela quebra dos açúcares complexos em simples e isso está diretamente ligado
a temperatura do forno (160 a 180°).
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Açúcares e Adoçantes
Antes de eu te contar as diferenças entre os tipos de açúcar e também te explicar como
usamos adoçantes, vamos falar de um detalhe importante: a granulação deles. Usamos muito
açúcar demerara, mas é sempre bom usar ele triturado. E sabe por que? Quando o grão é
muito grande, eles nem sempre derretem de maneira homogênea, podendo parar no fundo da
forma ou cristalizando em cima, resultando em uma caramelização desregulada. Por isso é
importante que grãos de açúcar, independente do tipo, ou até mesmo de adoçantes, sejam
finos.
O açúcar mascavo é mais bruto e tem um sabor mais intenso de cana, também tem mais
umidade e acidez. Ele é ótimo para caramelizar alguns ingredientes e pode ser combinado ao
demerara em alguns bolos para que o sabor não fique tão característico e para que também
não perca estrutura (quanto utilizado sozinho, principalmente em alguns bolos, a massa tende
a crescer um pouquinho menos, porque a umidade dele pode pesar as massas, desde que
você não reestruture os demais ingredientes levando essa característica dele na substituição).
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diferente em bolos. As massas costumam perder mais estrutura e ficam um pouco mais baixas.
Pode ser usado sozinho, mas recomenda-se combiná-lo ao demerara em bolos e massas que
vão ao forno, ou ainda aumentar quantidade de ovos ou agentes de fermentação. Em
preparações geladas, como mousses, sorvetes, pudins e etc, ou até mesmo em cookies,
cupcakes e doces que não precisam de tanta estrutura, o açúcar de coco pode ser utilizado
sozinho.
o Mel, melado, agave e similares: são ótimos substitutos, mas precisamos levar alguns
fatores em consideração. São mais doces que o açúcar, então usamos em uma quantidade
menor (reduzimos cerca de 20% da quantidade). O mel contém água (cerca de 25%), portanto
também devemos reduzir a quantidade de líquidos da receita ao usarmos ele no lugar do
açúcar.
o Adoçantes culinários tendem a ressecar mais as massas e dar menos estrutura a elas,
pois eles não tem a mesma capacidade química dos açúcares. Por isso, geralmente
aumentamos um pouco a quantidade de ovos ou gordura da receita para equilibrá-la (em torno
de 20 a 30%, dependendo dos demais ingredientes utilizados). Existem adoçantes naturais
(xilitol, eritritol, taumatina, estevia, etc) e artificiais (sucralose, aspartame, sacarina). Apesar do
valor alto, optar pelos naturais garante mais benefícios e qualidade no produto final. Mas
lembre-se de usar com moderação, pois algumas pessoas podem apresentar desconforto
abdominal ao usar esses adoçantes.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Chocolate ou
Cacau em pó
O cacau tem grãos de polpa branca que são fermentados, torrados, descascados e moídos
para produzir os nibs de cacau, que é composto basicamente de sólidos de cacau e manteiga
de cacau. A partir desse nibs é feita uma pasta (massa ou licor de cacau), que é pressionada
para remover sua manteiga de cacau, usada na fabricação do chocolate. Os sólidos de cacau
que permanecem são triturados em pequenas partículas e transformados em cacau em pó.
Quando queremos um sabor intenso de chocolate ele geralmente é utilizado, pois o cacau tem
a maior quantidade de sólidos que qualquer outra variação do chocolate.
Embora o cacau em pó seja 100%, existe uma quantidade de manteiga de cacau entre as
marcas, entre 10 a 25%. Quanto menos gordura, mais amido o cacau em pó vai ter. E no que
isso interfere? Amidos absorvem em umidade. Você já deve ter notado que adicionar cacau em
receitas, como bolos brancos, sem reestruturar as receitas, podem fazer com que elas fiquem
ressecadas, certo? Por isso que quando temos uma receita base e precisamos adicionar
cacau, ou aumentamos a gordura ou, o que é mais comum, retiramos parte da farinha de base
para a entrada dele.
O chocolate em pó, é composto por cacau em pó, em concentrações que variam de 25% e
50%, dependendo do fabricante, contém açúcar e aromatizantes. Prefira sempre os que
tiverem maior concentração de cacau. É indicado para preparos mais simples, como caldas de
chocolate, bolos e brigadeiros, onde a intensidade de sabor e textura não vão fazer diferença.
Dependendo da receita, a diferença na textura, cor e sabor será completamente diferente.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Chocolate ou
Cacau em pó
Para começar você precisa saber que sendo cacau, ele é 100% e não contém adição de
açúcares ou outros componentes, podendo conter manteiga de cacau em sua composição.
O cacau é utilizado em receitas nas quais você quer ter um sabor intenso, como por exemplo,
um bolo com sabor intenso, um brownie, glaçagens e massas de tortas.
o Cacau Natural - naturalmente ácido, que é o mais comum de se encontrar e tem a cor um
pouco mais clara e normalmente é combinado nas receitas com bicarbonato de sódio;
o Cacau Alcalino – tem a cor bem mais escura, teve a sua acidez neutralizada através de
uma solução de potássio. Como é neutro, não reage com o bicarbonato de potássio, por
isso, é comum usar fermento em pó ( que é ácido) nos preparos (mas há exceções);
É TÃO IMPORTANTE?
Sendo assim se a sua receita não precisa dessa reação química, como acontece por
exemplo com caldas, chocolate quente, brownies, pudim, sorvetes, etc., você pode trocar o
cacau natural pelo alcalino ou vice-versa, sem se preocupar, pois a diferença estará apenas
no sabor, e não na estrutura e textura do massa. Lembrando que o cacau em pó tem o sabor
mais forte, mais concentrado;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Os líquidos são responsáveis por reagir com os amidos presentes nas farinhas e criarem
parte da estrutura das massas. Eles também agem como vapor durante o aquecimento, além
de se ligarem ao fermento para que ele se desenvolva. Sua gordura influencia nas texturas das
massas: enquanto leites com um percentual de gordura equilibrado deixam as receitas mais
fofas, a água pode deixar as superfícies mais rígidas (por isso usamos água na panificação, ela
ajuda nas cascas, por exemplo). Por isso, quando um bolo pedir leite e você substituir por água
ou suco, lembre-se de aumentar a gordura da sua receita para reequilibra-la. O mesmo
acontece quando trocamos um leite de amêndoas ou zero lactose por um leite de arroz, por
exemplo, pobre em gordura.
Fique atento também aos rótulos dos leites vegetais que vocês compram: muitas vezes eles
são extremamente diluídos para baratear o produto e para compensar a quantidade de água
presente nele e dar textura, os fabricantes adicionam espessantes e estabilizantes. Tenham
em mente que leite vegetal bom é aquele que tem dois ingredientes: oleaginosas (amêndoas,
castanhas) ou coco + água. E só. Espessantes e estabilizantes podem ser adicionados para
evitar que água e gordura se separem. Porém, fiquem atentos aos que são usados. Se tiver
dúvidas se o leite tem uma boa concentração de gordura, basta olhar o rótulo: ele deve ter
entre 5g e 8g de gordura por porção de 200ml. Leites com menos do que isso certamente são
muito “ralos”, não oferecendo o aporte de gordura necessário à sua receita.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Você já deve ter notado que o leite de coco tem algumas variações no mercado: para beber,
para cozinhar, creme de coco e etc. Eles são classificados de acordo com a quantidade de
gordura, tipo de tratamento térmico e utilização de alguns aditivos, como espessantes e
conservantes. Aqui nesse e-book vamos utilizar nas receitas leite de coco industrializado, pois
ele possui uma maior quantidade de gordura (boa), e isso faz diferença na receita, por isso não
é indicado usar em receitas o leite de coco para beber, e caso use tem que adequar a
quantidade de gordura utilizada.
Para fazer leites vegetais em casa, basta deixar de molho 1 xícara de oleaginosas em água
morna por pelo menos 6 horas, descartar a processar com 2 a 3 xícaras de água. Você pode
coar e guardar esse leite para ser utilizado em até três dias. Lembre-se que leites que passam
por processo UHT (Ultra High Temperature) tem uma validade maior pelo processo de
pasteurização em alta temperatura, aumentando também a durabilidade da sua receita devido
ao tratamento térmico em alta temperatura.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Creme de leite fresco ou nata fresca, aqueles de garrafinha encontrados refrigerados, não
contém espessantes ou estabilizantes, e tem um percentual de gordura entre 30% e 50%,
sendo mais estáveis para fervura ou processamento.
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Cozinhando com Luisa & Camile
o Leia todas as dicas e orientações que antecedem as receitas, pois elas vão te ajudar aí
no dia a dia, na hora de fazer aquele doce gostoso, na hora de substituir algum ingrediente
que está faltando, ou para identificar algum erro em uma eventual receita que você venha à
fazer. Elas te darão mais autonomia e liberdade;
o Cada receita foi escrita passo a passo com a maior riqueza de detalhes possível para
assim facilitar o entendimento no modo de preparo, e evitar dúvidas, pois queremos que
você se sinta segura(o) para fazer todas as receitas desse e-book;
o Todas as receitas desse e-book foram testadas e aprovadas pela nutricionista e chef de
cozinha Camile Fiuza, então pode confiar e seguir o passo a passo;
o Sinta-se livre para descobrir novos sabores, alterar e ir testando novos ingredientes nas
receitas, mas lembre-se que isso poderá ocasionar em um resultado final diferente do
esperado e proposto na receita original;
o Muitas fotos desse e-book são de autoria da nutricionista e chef de cozinha Camile Fiuza,
mas algumas foram salvas do Pinterest, pois o objetivo era que você tivesse uma foto de
referência, para saber em qual resultado final chegar, e se inspirar nas finalizações;
o Você vai perceber que algumas receitas onde tem como ingrediente o leite de coco, é
sugerido que você use o industrializado:
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Cozinhando com Luisa & Camile
Pastinha de
damasco
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Cozinhando com Luisa & Camile
Pastinha de
tâmaras
- 400gr tâmaras sem caroço; 1. Coloque as tâmaras em um travessa, cubra com água
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Cozinhando com Luisa & Camile
Purê de maça
para adoçar
3. Retire as sementes;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Barrinha de
cereal
- 1 xícara de uva passa; 1. Deixe a uva passa de molho em água morna por 10
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Banana
integral
- 1 e ½ xícara de farinha de arroz por uns 25 - 30 minutos ou até dourar, mas fique
integral, ou farinha de amêndoas atento pois o tempo pode variar de forno para forno.
em pó;
DICA:
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Castanhas
ou nuts
em pó;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Cenoura
low carb
DICA:
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Cenoura
funcional
- 2 colheres de sopa de fogo baixo, e mexa sem parar com fouet, até a calda
engrossar. Demora, mas dá certo, pode confiar;
chocolate em pó 50%;
ghee;
DICA:
Experimente colocar ½
colher de chá de gengibre
em pó, e trocar o açúcar
por 1 xícara de mel
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Chocolate
sem farinha
- 1 colher de sopa de fermento por uns 25 – 30 minutos, mas fique a tento pois o
coco ou de manteiga;
DICA:
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Chocolate
funcional
em pó;
DICA:
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Coco
integral
- 1/4 de xícara de óleo de coco; ovos, o óleo de coco, leite de coco e o açúcar até ficar
uma massa homogênea, bem cremosa;
- 200ml de leite de coco
2. Em um bowl misture as farinhas e o coco, e despeje
industrializado;
todo o creme e vá mexendo até incorporar tudo,
- 1 xícara de açúcar mascavo;
depois adicione o fermento e misture devagar;
- 1 e ½ xícara de farinha de arroz
3. Leve para assar em forno pré-aquecido á 180° graus
integral;
por uns 30 minutos ou até dourar, mas fique atento
- ½ xícara de farelo de aveia;
pois o tempo pode variar de forno para forno. Tire o
- 100g de coco ralado desidratado; bolo do forno e espere amornar para poder
- 1 colher de sopa de fermento desenformar;
em pó; 4. Enquanto isso vamos fazer a calda de coco. Coloque
todos os ingredientes em uma panela em fogo médio,
CALDA DE COCO:
e mexa sem parar com fouet, até a calda engrossar.
de coco
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Fubá
low carb
DICA: desenformar;
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Cozinhando com Luisa & Camile
- 1 xícara de leite de coco o leite de coco, o óleo e bata até virar um creme;
DICA:
.
Para acompanhar, faça um
café, e como o bolo ainda
quentinho ... e sinta o
cheirinho de infância.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Laranja
low carb
desenformar;
DICA:
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Milho
sem farinha
- 4 ovos;
1. No liquidificador, coloque o leite da sua escolha e o
- 2 latas de milho;
milho (sem a água), e bata bem até virar um creme
- 500ml de leite integral sem lactose
bem liso, você vai bater por mais ou menos uns 3 – 5
ou leite de amêndoas;
minutos;
- 2 colheres de sopa de óleo de
2. Depois adicione os ovos, o açúcar, o óleo de coco, e
coco;
bata novamente por aproximadamente 2 minutos, pois
- ½ xícara de açúcar demerara ou é importante os ovos baterem bem;
pode adoçar com mel ou melado;
3. Por último misture com uma espátula de silicone o
- 150gr de coco ralado seco; coco seco ralado e o fermento em pó;
- 1 colher de sopa cheia de 4. Despeje a massa em uma forma devidamente untada,
fermento em pó; eu sugiro que você faça em uma forma retangular, tipo
aquelas onde a vó fazia nega maluca, pois esse bolo
fica mais molhadinho (mais pesado), então não é um
bolo que vai crescer um monte e ficar um bolo super
alto, então para ficar mais bonito a apresentação faça
nessa forma. Mas caso queira fazer em uma forma
redonda com furo no meio, só lembrar de fazer em
uma forma grande, para o bolo ter espaço, pois esse
bolo não é para ficar alto;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bolo de Milho
saudável
- 3 ovos;
1. No liquidificador, coloque o leite e o milho (sem a
- 1 lata de milho;
água), e bata bem até virar um creme bem liso, você
- 200ml de leite de coco
vai bater por mais ou menos uns 3 – 5 minutos;
industrializado;
2. Depois adicione os ovos, o açúcar, o óleo de coco, e
- 1 colher de sopa de óleo de coco;
bata novamente por aproximadamente 2 minutos, pois
- 1 xícara de fubá ou farinha de é importante os ovos baterem bem;
milho;
3. Por último misture com uma espátula de silicone o
- ½ xícara de açúcar demerara ou fubá, o coco seco ralado e o fermento em pó;
pode adoçar com mel ou melado;
4. Despeje a massa em uma forma devidamente untada,
- 1 colher de sopa de fermento em pode ser redonda com furo no meio;
pó;
5. Leve o bolo para assar em forno pré aquecido 180
- 80gr de coco seco ralado; graus por mais ou menos 30 – 40 minutos, ou até o
seu bolo estar completamente assado;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Bombom de
uva (na travessa)
MONTAGEM:
INGREDIENTES RECHEIO: Em uma travessa (ou em taças individuais) coloque
uma camada com todo o creme branco, e espalhe;
- 1 caixa de uva verde sem
Por cima forre com as uvas (sugiro que você não as
sementes higienizadas e bem
corte ao meio para não soltar água);
secas;
E finalize com o creme de chocolate, espalhe bem.
Coloque raspas de chocolate e uvas para decorar;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Brigadeiro de
de colher
IMPORTANTE:
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Cozinhando com Luisa & Camile
Brownie de
batata doce
- ½ xícara de farinha de 5. Forre uma forma quadrada 24x24 com papel manteiga,
e despeje a sua massa;
amêndoas;
6. Dê batidinhas com a forma na bancada da sua
- 1 colher de chá de bicarbonato de
cozinha, para a massa ficar uniforme, se for
sódio;
necessário ajude com uma espátula;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Cheesecake de
tofu soft
Cocada cremosa
saudável
- 2 xícaras de chá de coco ralado fogo alto até ferver e reduzir, ele vai engrossar;
- 1 colher de chá de essência de o coco e deixe em fogo baixo por 10 minutos; ou até
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Cozinhando com Luisa & Camile
Cookies de
chocolate
- 2 colheres de sopa de farinha de 2. Enrole a massa com um plástico filme e leve para a
amêndoas; geladeira, por mais ou menos 30 minutos, isso vai
- Uma pitada de bicarbonato de pegue a massa, faça bolinhas com ela, achate
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Cozinhando com Luisa & Camile
Danoninho
funcional
- 300gr de inhame;
1. Lave bem os inhames e coloque-os para cozinhar em
- 250gr de morango bem maduros água fervente até estarem bem macios, e não al dente,
(pode usar congelado também se se quiser pode cozinhar na pressão, mas é muito
quiser); importante cuidar com o tempo, pois se o inhame
- 1 banana bem madura; ficar tempo demais na panela (na água) e cozinhando,
- 2 colheres de sopa de sumo de vai absorver muita água, e não irá atingir a textura e
limão siciliano; cremosidade que a gente quer na receita;
DICAS IMPORTANTES:
Fudge
saudável
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Cozinhando com Luisa & Camile
Geleia de Frutas
vermelhas
B. Pode ser atração principal na sua tábua de queijos quando for receber os amigos;
E. Esquentar uma fatia de um bolo simples amanhecido, e derramar por cima uma bela colherada
da sua geleia;
.
F. Que tal inovar e usar em uma receita de medalhão de mignon com queijo brie?
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Cozinhando com Luisa & Camile
Granola com
nuts e coco
- 2 colheres de sopa de mel; Leve para assar em forno pré-aquecido 200 graus
- 2 colheres de sopa de óleo de por mais ou menos 30 minutos, mas sempre
FRIGIDEIRA:
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Cozinhando com Luisa & Camile
Mingau de
quinoa branca
A. Granola;
B. Nuts;
D. Frutas secas;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Mousse de Maracujá
saudável
- 5und de marácuja;
1. Higienize os maracujás, corte-os ao meio, apoie uma
- 1 xícara de tofu soft; peneira em um bowl ou direto na panela, e despeje a
- 1 xícara de leite de coco polpa, e com a ajuda de uma colher vá mexendo para
industrializado; separar o suco da polpa;
- ½ xícara de água filtrada; 2. Depois disso, acrescente ao suco de maracujá, ½
- ¼ de açúcar mascavo ou pastinha xícara das sementes da fruta, caso goste, a água, o
de tâmara; açúcar ou a pastinha de tâmara (se você optar pela
- 1 colher de sopa de óleo de coco; pastinha, vai ficar uma delícia, mas a cor da sua
mousse vai ficar um pouco mais escura);
- 1 colher de chá de ágar ágar
(opcional, mas dá um pouco de 3. Leve a panela ao fogo alto, e com a ajuda de um fouet
diferença na textura); mexa sem parar até ferver. Assim que ferver abaixe o
fogo e deixe até engrossar, até estar em uma textura
mais cremosa;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Muffin de aveia
e banana
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Cozinhando com Luisa & Camile
Muffin de
mirtilo
em pó;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Panqueca de
banana
- 1 colher de chá de fermento em pó 5. Se quiser pode fazer em uma frigideira pequena (tipo
químico; aquelas individuais de fazer ovo), pois assim a sua
panqueca vai ficar mais alta e fofinha;
A. Frutas;
B. Mel;
C. Geleia;
D. Mel;
E. Granola;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Pudim de
chia
É uma sementinha preta, rica em 1. Qual o segredo? Misturar tudo, fechar bem, colocar na
fibras que aumentam o tempo de geladeira e TEMPO!!
digestão dos alimentos, e também
2. É isso mesmo, coloque os ingredientes em um pote
prolongando a saciedade. Quando
individual com tampa de preferência, pois assim fica
em contato com algum líquido a
mais fácil para você poder levar de lanche, ou até
chia tem o poder de geleificação,
mesmo para dividir em casa com a família e fazer
que no caso aqui vai transformar a
também cada pudim de chia com uma “cara” diferente.
nossa em um delicioso creme
Se não tiver potes de vidro com tampa, pode colocar
em copos, taças, o que você preferir, daí só não
INGREDIENTES BASE:
esquecer de fechar bem com um plástico filme;
- 2 colheres de sopa de chia; 3. O ideal é você fazer a base do seu pudim de chia de
um dia para o outro, pois ele vai precisar ficar pelo
- 1 xícara de leite de coco
menos de 4 – 5 horas na geladeira;
industrializado;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Pudim de
chia
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Cozinhando com Luisa & Camile
Pudim de
chia
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta de Banana e
pasta de amendoim
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta de Banana e
pasta de amendoim
- Uma Pitada de sal; 4. Para finalizar você pode decorar com bananas
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta Funcional
de limão
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta Funcional
de limão
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta Funcional
de maça
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DICA:
Experimente usar o limão
.siciliano e a noz moscada
na sua receita, faz fazer
toda diferença e dar um
sabor especial.
.
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta Funcional
de maça
- 1 colher de sopa de mel; sementes e corte cada metade em fatias finas (meia
lua), espalhe o sumo de limão e misture bem;
- 1 colher de sopa de canela;
2. Em uma frigideira grande coloque o mel, junte as
- 1 colher de chá de noz moscada; -
maças, a canela e a noz moscada ralada na hora
- Sumo de 1 limão siciliano;
(faz toda diferença no sabor);
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta Funcional
de ricota
- 2 xícaras de farinhas de
1. Em um recipiente coloque a farinha de amêndoas;
amêndoas;
2. Acrescente a manteiga temperatura ambiente, e
- 1 xícara de farinha de aveia;
misture com as pontas dos dedos, até formar uma
- 2 colheres de sopa de manteiga massa lisa e homogênea, que não grude nos dedos.
ghee;
Lembre-se de não sovar a massa. E se precisar vá
- Água filtrada o quanto baste; pingando água aos poucos até dar o ponto correto da
massa;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta Funcional
de ricota
- 250gr de creme de ricota ou creme 2. Despeje o recheio sobre a massa pré assada e leve ao
de tofu; forno 180 graus por 25 – 30 minutos, ou até a torta
- 2 colheres de sopa de mel; estar assada;
- Sumo de 1 limão siciliano; 3. Você pode servir com geleia, com frutas, comer com
mel, essa torta é uma delícia;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta Mousse
de chocolate
- Água o quanto baste; 3. Se for necessário vá pingando água aos poucos, até
chegar no ponto de uma massa lisa e sem grudar nas
mãos;
Dica da Cami:
4. Abra a massa, e forre o fundo de uma forma redonda
Se quiser, para poder variar a sua
com fundo removível (23cm);
receita, você pode fazer como base
um bolo (sem furo no meio), e 5. Fure bem a massa com um garfo, e leve para assar
depois fazer a mousse por cima; em forno pré aquecido 180 graus por mais ou menos
10 – 12 minutos;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Torta Mousse
de chocolate
- 200gr de iogurte natural grego, ou final antes de desligar a batedeira, coloque uma pitada
algum outro mas bem cremoso (não de sal, e reserve até derretermos o chocolate;
- 4 claras (para fazer em neve); micro-ondas, cuidado para não deixar queimar, então
sugiro colocar de 15 em 15 segundos, até derreter
- Pitada de sal;
completamente;
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Cozinhando com Luisa & Camile
Trufas de Damasco
e coco
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Cozinhando com Luisa & Camile
Trufas de Tâmaras
“energy ball”
- Noz moscada (ralada na hora, só ela não irá grudar nas mãos;
um pouco para realçar o sabor); 3. Separe a massa em pequenas porções enrole uma à
Para polvilhar: castanhas uma, para facilitar, esteja com as mãos úmidas ou com
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Cozinhando com Luisa & Camile
Trufas de
chocolate
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