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IMERSÃO PREVIDENCIÁRIA

Profª. Drª. Danielle Riegermann


Doutora e Mestra em Direito
Profª de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho
Advogada Trabalhista – 18 anos
www.iapajus.com.br
Fonte: Dados do Observatório
Digital de Saúde e Segurança
do Trabalho, desenvolvimento
pelo Ministério Público do
Trabalho e OIT
NEXO DE CAUSALIDADE
É a RELAÇÃO ENTRE CAUSA E EFEITO
entre uma conduta e um resultado
(conduta do agente e o dano causado)
Na responsabilidade subjetiva, é
formado pela culpa genérica do agente.
Já na responsabilidade objetiva, é
composto pela conduta e previsão de
legal da responsabilização sem culpa
ou pelo exercício de atividade de risco
pelo agente.
Para Maria Helena Diniz:

“tal nexo representa, portanto, UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA ENTRE O


EVENTO DANOSO E A AÇÃO QUE O PRODUZIU, de tal sorte que esta é
considerada como causa. Todavia, não será necessário que o dano resulte
apenas imediatamente do fato que o produziu. BASTARÁ QUE SE
VERIFIQUE QUE O DANO NÃO OCORRERIA SE O FATO NÃO TIVESSE
ACONTECIDO. Este poderá não ser a causa imediata, mas, se for condição
para a produção do dano, o agente responderá por consequência”.
A COMPOSIÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE VARIA A PARTIR DO TIPO
DE RESPONSABILIDADE EM QUE O AGENTE ESTÁ SUBMETIDO:

• Na responsabilidade subjetiva o nexo causal é composto pela culpa ou


dolo.

• Na responsabilidade objetiva o nexo causal é composto pela conduta,


junto a previsão legal de responsabilização sem culpa ou o exercício de
atividade de risco.
1. Teoria da equivalência das condições ou
do histórico dos antecedentes
Esta teoria baseia-se na ideia de que todos os fatos relativos ao evento
danoso geram a responsabilidade civil. É como se o dano fosse um
“quebra-cabeça” que não formaria uma imagem sem que todas as peças
tivessem sido postas.
2. Teoria da causalidade adequada
Esta teoria baseia-se na ideia de que se deve identificar a possível causa
que gerou o dano de forma mais significativa. A partir desta identificação,
os demais fatos circunstanciais devem ter seu peso balizado
proporcionalmente ao grau de relevância em comparação com a causa
principal.
Incumbe à PERÍCIA MÉDICA DO INSS a investigação do nexo de
causalidade entre a lesão, perturbação ou morte e o acidente ou
doença, bem como tipificar o evento como sendo em decorrência
do trabalho.
Uma das constantes críticas dos beneficiários da Previdência Social
no Brasil:

a caracterização do acidente de trabalho ou da doença


ocupacional nem sempre é tarefa fácil, e, pior, ao contrário
do que preconiza a melhor doutrina, os profissionais
encarregados de fazer o laudo médico de nexo de
causalidade oneram o vitimado com a comprovação da
correlação entre infortúnio e efeito causado à saúde do
segurado.
Para a proteção previdenciária, não há necessidade de existência
de dolo ou culpa do empregador, sendo devido o benefício por
incapacidade inclusive nos casos de culpa da vítima.
Impõe-se que haja nexo causal entre o acidente ou a doença e a
lesão ou a morte; caracteriza-se o nexo de causalidade se, abstraído
o evento, a incapacidade para o trabalho não se tivesse verificado.
Riscos Laborais - agentes físicos, químicos e
biológicos ou associação destes
Os riscos e consequentes danos que são prevenidos pela aposentadoria
especial como forma de demonstrar a gravidade da situação que, eventual
adoção do critério objetivo da idade mínima, poderá acarretar ao segurado.
O obreiro em atividade especial já é prejudicado por laborar em situações
atípicas, exposto às adversidades de sua peculiar ocupação, principalmente,
propenso aos danos resultados da sua exposição aos diversos agentes nocivos.
Agentes Físicos
Dentre estas energias, fontes dos elementos insalubres e periculosos,
elencam-se: o ruído, as temperaturas extremas, altas ou baixas, as
vibrações, as pressões anormais, as radiações, a umidade e a
eletricidade como sendo os agentes nocivos presentes na maioria das
atividades que ensejam a prevenção extraordinária conferida pela
aposentadoria especial.
Um ambiente de trabalho desorganizado, com problemas de iluminação,
ventilação, sinalização, ruído, máquinas quebradas, com trabalhadores
insatisfeitos e sem treinamento pode causar doenças ocupacionais
e acidentes de trabalho, influenciando diretamente a capacidade produtiva
e a saúde do trabalhador.

• Norma Regulamentadora
– NR 17
A iluminação pode causar danos à visão e, com isso,
contribuir para um baixo desempenho da capacidade de produção
de uma pessoa, seja em um escritório ou em uma fábrica.

A exposição a elevados índices de temperaturas (Índice de


Calor ou Frio) e umidade alta no ambiente de trabalho
influenciam negativamente a produtividade e aumentam o índice
de erros, inclusive causando danos à saúde do trabalhador.
A exposição a ruídos excessivos no ambiente de trabalho
também pode influenciar a saúde auditiva do trabalhador.
Pesquisas demonstram que a exposição constante sem adotar
medidas preventivas e/ou de controle geram a perda de
audição temporária, podem passar a ser permanente.

Com relação aos problemas de postura, o ideal é a prevenção,


buscando a adequação de mesas, cadeiras e instrumentos de
trabalho, com o intuito de garantir o conforto do trabalhador e
consequentemente a produtividade do mesmo.
Agentes Químicos
Os principais agentes químicos qualitativos comprovadamente
cancerígenos são arsênico, chumbo, cromo, fósforo, mercúrio, silicatos,
benzenos, fenóis e hidrocarbonetos aromáticos (como grande parte
dos solventes e tintas), relacionados no anexo 13 da norma
regulamentadora 15 (NR-15).
Agentes Biológicos
· Pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem
como objetos de seu uso, não previamente esterilizados;
· Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções
de animais portadores de doenças infectocontagiosas
(carbunculose, brucelose, tuberculose);
· Esgotos (galerias e tanques);
· Lixo urbano (coleta e industrialização).
• Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de
vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde
humana;
• Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos
destinados ao atendimento e tratamento de animais;
• Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro,
vacinas e outros produtos;
• Laboratórios de análise clínica e histopatológica (aplica-se ao pessoal
técnico);
• Gabinetes de autópsias, de anatomia e
histoanatomopatologia (aplicado somente ao pessoal
técnico);
• Cemitérios (exumação de corpos);
• Estábulos e cavalariças;
• Resíduos de animais deteriorados.
Perigos Laborais
Outros expressivos agentes de grande periculosidade e que determinam
a prevenção e proteção concedidas aos trabalhadores através da
aposentadoria especial diz respeito às atividades com exposição à
agentes periculosos como a eletricidade, os inflamáveis e explosivos e
aos riscos de morte por violência física, caso dos vigilantes ou pelo
exercício de atividade, cuja natureza, seja de alto risco, como no caso
dos motoboys, abordados na NR-16 (BRASIL - MTb, 1994).

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