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Universidade Católica De Moçambique

Faculdade de Economia e Gestão

Administração e Gestão de Empresas-1ano

Noções de Direito

Tema: Integração das Lacunas da Lei

Discentes:
Dionísia Semente
Suzana Manga
Sónia Juíz
Obizanjo Mateus
Tenday Edson

Docente: Marta Nhaia

Beira, Dezembro 2021


Índice
Introdução.............................................................................................................................................1
Objetivos...............................................................................................................................................2
1.Lacunas..............................................................................................................................................3
1.1Espécies............................................................................................................................................3
1.2.O dever de integrar as lacunas.........................................................................................................4
1.3.Lacunas e a situação extrajurídica...................................................................................................5
1.4.As Lacunas da Lei e a Analogia......................................................................................................6
1.5. O problema das lacunas e os meios de integração..........................................................................7
1.5.1.A completude do sistema jurídico.............................................................................................7
1.5.2.As Lacunas na norma jurídica...................................................................................................7
1.5.3.Os meios de integração. A constatação e o preenchimento das lacunas....................................8
1.6. Origem das Lacunas.....................................................................................................................10
1.7.Teorias sobre a existência das lacunas...........................................................................................11
Conclusão............................................................................................................................................13
Bibliografia..........................................................................................................................................14
Introdução
“Lacuna é uma imperfeição insatisfatória dentro da totalidade jurídica, representa uma falha
ou uma deficiência do sistema jurídico” Maria Helena Diniz.

Neste presente trabalho iremos analisar com mais profundidade o estudo das lacunas da lei,
entender como é que elas surgem e como podem ser atenuadas, para que a norma jurídica
mantenha a sua objetividade. Iremos abordar sobre o dever de integrar as lacunas (em que
importante rever as lacunas antes de quaisquer decisão), lacunas e a situação extrajurídica
(onde analisaremos diferentes situações em que haja a presença de lacunas e o método
extrajudicial mais eficiente), as Lacunas da Lei e a Analogia (tratada, via de regra, pelos
lógicos, dentro do campo do raciocínio indutivo), o problema das lacunas e os meios de
integração (Em todos os sectores e nos mais íntimos redutos a norma jurídica aparece se não
pode proibir ou obrigar, ele ao menos permite ou garante, como faz, por exemplo, protegendo
a intimidade do indivíduo), a completude do sistema jurídico (as suas falhas perante algumas
situações), as Lacunas na norma jurídica, os meios de integração, a constatação e o
preenchimento das lacunas e por fim as teorias sobre a sua existência.

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Objetivos
Geral

Analisar a integração das lacunas da lei.


Específico
Entender o dever de integrar as lacunas;
Avaliar as Lacunas e a situação extrajurídica;
Demostrar as Lacunas da Lei e a sua analogia;
Especificar o problema das lacunas e os meios de integração.

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1.Lacunas
“Entende-se por lacunas a ausência de uma norma jurídica que permita resolver uma situação
da vida social que reclama uma solução jurídica”( (Latorre, 2013, p. 369).

Para determinar se existe uma lacuna jurídica importa, antes de mais averiguar se se trata de
uma omissão ou vazio do ordenamento jurídico ou se a relação da vida social requer uma
disciplina de natureza diferente: Moral, Religiosa ou de tanto Social.

Artigo 10° Integração das Lacunas da Lei, os casos que a lei não preveja são regulados
segundo a norma aplicável aos casos análogos.

1-Há analogia sempre que no caso omisso procedam as razões justificativas da


regulamentação do caso previsto na lei.

2-Na falta de caso análogo, a situação é resolvida segundo a norma que o Próprio intérprete
criaria, se houvesse de legislar dentro do espírito do sistema (Momade, 2019).

1.1Espécies
As lacunas que o ordenamento jurídico pode apresentar compreende várias espécies.

Segundo uma perspectiva, há lacunas:

1.Voluntárias: a inexistência de disciplina jurídica e querida pelo legislador. Fala-se dum


silencio eloquente da lei.

2.Involuntarias: O legislador não previu o caso que reclama a solução jurídica e, por isso, não
elaborou a correspondente lei.

Noutra perspectiva a lacuna pode ser:

1.da lei: ocorre no âmbito do direito legislado. Sucede com as lacunas:

a) manifestas (ou patentes): a lei não contém nenhuma norma jurídica, embora, segunda em
sua própria teleologia, a devesse ter

b) ocultas ou (latentes): a lei contém uma norma jurídica aplicável a umas certas categorias
de casos, mas não considerou situações especiais que continue uma subcategoria, a que não
teve se aplicar-se. A primeira vista a uma norma jurídica e, por tanto, não há lacunas. Porem
a situações especificas que exige uma restrição, ou seja, a não aplicação daquela norma; por
isso abrisse um vazio, uma lacuna;

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c) de coleção: surge, quando várias normas jurídicas contraditórias disciplinam uma
determinada situação e, na falta de um critério que afasta o conflito, nenhuma se aplica.

Aquele espaço jurídico, à primeira vista duplamente ocupado fica desocupado;

2.do direito: ocorre no âmbito (mais alargado) do ordenamento jurídico que, não
constituindo um sistema fechado, mas aberto ao sujeito a uma evolução continua, e suscetível
de ser lacunoso. Trata-se, porem do direito positivo, porque o direito ainda não positivada,
não deixa de oferecer a solução jurídica a todas as situações; de contrário, o direito anular-se-
ia isso facto a si mesmo

Quanto ao tempo, podemos ter lacunas:

1.Iniciais: podem ser conhecidas (lacunas voluntarias) ou ignoradas (lacunas involuntárias)


pelo legislador. Nas primeiras, este não quis resolver a questão e preferi abandonas a sua
solução a jurisprudência. Nas segundas, o legislador não teve conhecimento da situação ou
pensou erradamente que já estava disciplinada;

2.Posteriores: resultam de novas questões que, surgindo em consequências da evolução


técnica ou económica, determina a não aplicação duma lei que se tornou inadequada.

Finalmente, em relação a estrutura da norma jurídica, podemos ter lacunas:

1.De previsão: traduzem-se na falta de previsão de uma determinada situação de facto

2.De estatuirão: manifestam-se na ausência de consequências que o direito atribui a


verificação de uma situação de facto.

1.2.O dever de integrar as lacunas


“Novo processo de determinação da regra surge com a integração das lacunas. Indicamos o
significado geral desse processo. Nomeadamente, dissemos já que a existência de lacunas é
uma fatalidade” (Oliveira, 1995, p. 425).

Como proceder então, se os tecidos normativos não contem a previsão de um caso da vida.

A solução ingênua seria a de considerar que, quando não se encontra regra especifica, a
situação não pode ser resolvida em termos jurídicos. O juiz, por exemplo, colocando perante
uma hipótese desta índole, mandaria embora as partes, como fundamento de que ela seria
extrajurídica.

Logo encontramos porem o artigo 8/1 do código civil que exclui este entendimento:
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O juiz não pode abster-se de julgar invocando a falta de lei. Portanto, mesmo então a situação
deve ser juridicamente resolvida. A que apurar quais os processos mediantes os quais se
podem chegar a solução.

Os processos genericamente previstos por lei constam no artigo.10 do código civil. Estes
processos são tendencialmente aplicáveis a todos os ramos do direi, porque os princípios
gerais constantes das leis de introdução ou das disposições iniciais dos códigos civis são, por
forca de uma longa tradição, propícios fundamentais de toda ordem jurídica. Só não se
aplicarão naqueles ramos de direitos ou naquelas matérias em que disposição especial regular
diversamente.

II- Os processos gerais de integração previstos na lei são processos normativos. Deve-se
primeiro buscar uma regra que abranja aquele caso omisso; a aplicação dela dará a solução.
Isto confirma que a integração das lacunas acerta sobre um processo de determinação das
regras.As lacunas podem ser também integradas por interpretação iniciativa..

III-Antes porem de passarmos a analise destes processos, devemo-nos interrogar sobre os


significados da própria categoria lacuna. E, nomeadamente, devemos distinguir a lacuna da
situação extrajurídica.

1.3.Lacunas e a situação extrajurídica


I-Não basta dizer que a lacuna e um caso não previsto pelo direito ou não regulado
normativamente. Porque a maior parte das situações da vida não são previstas e nem
regulados pelo direito. Debalde procuraremos nas leis regras sobre passos de dança ou
preparação para o casamento. Nem o direito adianta nada se alguém se queixa de que o
vizinho não o cumprimenta quando se cruza com ele na rua. Apesar disso não, dizemos então
que há uma lacuna. Se fosse solicitado para resolver casos dessa ordem o juiz se limitar-se-ia
a declarar que a hipótese está extra murros da ordem jurídica (Ascensao, 2005). Se
quisermos, considerando que toda atuação que não tem relevância jurídica e genericamente
tomada como licita, diremos que defrontamos aqui condutas que não são impostas e nem
relevantes, são meramente licitas.

II-A lei, ao impor ao juiz o dever de julgar mesmo quando houver lacuna, tem evidentemente
em vista a verdadeira lacuna, e não a situação extrajurídica. Em ambas as hipóteses não há
falta de regras especificas mas só o caso lacunoso deve ser juridicamente regulado.

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E explicito o artigo 3/2 do estatuto dos magistrados judicias (Lei n° 21/85, de 30 de julho),
que dispõe que o juiz não pode abster-se de julgar, invocando a falta, obscuridade ou
ambiguidade da lei, desde que o caso em litigio deva ser juridicamente regulado.

Esta distinção corresponde ao modo de ver comum. O sentimento jurídico corrente basta para
que não aconteça ajuizarem-se acções referentes a matéria extrajurídica. Mas
paradoxalmente, esta singeleza a pratica não se alicerça numa construção doutrinaria precisa.
A distinção das lacunas e das situações extrajurídicas, dos casos que devem ou não ser
juridicamente resolvidos, e intelectualmente difícil.

III-Há antes de mais delimitar um âmbito de ocorrência do problema.

A lacuna pode ser:

-De previsão

-De estatuição.

No primeiro caso falha a previsão de um caso que deve ser juridicamente regulado.

No segundo a previsão mas não se estatuíram os efeitos jurídicos correspondentes.

Perante a lacuna de estatuição não há que distinguir-se juridicamente há ou não lacuna. Ao


prever a situação a lei já se pronunciou pela sua natureza jurídica. So resta então a tarefa de
determinar o regime que corresponde, por falta a estatuição.

1.4.As Lacunas da Lei e a Analogia


Admitimos até agora que no âmbito das leis vigentes existe uma norma aplicável cujo sentido
e necessário averiguar. Quando tal norma não existe surge uma situação distinta, em virtude
do antes referido princípio de que o Juiz tem que julgar todos os casos, coloca-se o problema
de colmatar as “lacunas da lei”, como tradicionalmente são designadas essas zonas vazias,
para as quais a lei não previu qualquer norma. Embora a maioria dos ordenamentos preveja
outras fontes supletivas, a primazia da lei na mentalidade jurídica moderna faz com que o
intérprete, se não encontra lei expressamente aplicável ao aspecto controvertido, procure
remediar ausência construindo uma norma, a partir dos elementos da própria lei. Trata-se do
método da analogia que desempenha um papel destacado na aplicação do direito.

A analogia baseia-se em entender que de uma norma de uma norma legal ou de seu conjunto
podem extrair-se princípios que são aplicáveis a casos que não se encontram previstos na lei,

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nem sequer de forma implícita mas que pelo facto de apresentarem uma semelhança
substancial com os contemplados nos testes legais devem ter as mesmas soluções. A
Dificuldade destes métodos reside, como poder ver-se, não só encontrar os princípios a
aplicar, mas muito especialmente em apreciar a semelhança entre o novo caso que se
apresenta e os contemplados na lei. A analogia não é só nem talvez seja primordialmente, um
exercício logico dado que o juiz tem de valorar o conjunto de circunstâncias que se verificam
no caso concreto.

A integração de uma lacuna pode fazer-se por analogia com qualquer regra atual. Essa regra
tanto pode ser legar como consuetudinária, como jurisprudencial: toda regra do ordenamento
jurídico é utilizável.

1.5. O problema das lacunas e os meios de integração


1.5.1.A completude do sistema jurídico
Ordenamento jurídico é visto como um sistema. Esse sistema jurídico é um verdadeiro cipoal
em normas, que não param de ser criadas.O estado contemporâneo na ânsia de a tudo
controlar, serve-se das normas jurídicas escritas, como meio para saciar tal volúpia.Com isso
acabamos sendo envolvidos num mundo monstruoso de normas, do qual parece que não
podemos escapar do modo algum. Qualquer ação ou comportamento que procuremos
empreender já está lá, de um jeito ou de outro, previsto no sistema jurídico. Esse sistema se
caracteriza pela onipresença e pela completude.

Nem nos damos conta de como as normas jurídicas estão presentes em nossas vidas. Nos
momentos públicos e nos mais privados eles sempre comparecem. Por exemplo, num sistema
como o nosso onde o aborto é proibido, a norma jurídica está presente no próprio ato da
concepção: Quando um óvulo é fecundado, surge na norma jurídica para proteger a
fecundação.

Já vimos que a norma jurídica as ações e comportamentos dos indivíduos, mediante


proibições e obrigações, além das permissões.

Em todos os sectores e nos mais íntimos redutos a norma jurídica aparece se não pode proibir
ou obrigar, ele ao menos permite ou garante, como faz, por exemplo, protegendo a intimidade
do indivíduo.

1.5.2.As Lacunas na norma jurídica

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Na realidade, por mais que as normas jurídicas e os legisladores queiram, elas não
conseguem acompanhar a dinâmica de transformações da realidade social. E, até ao contrário
a norma tem as entre suas funções a de ser estabilizadora da sociedade, o que contrasta como
movimentos contínuos de mudança

No mundo contemporâneo, o alto grau de complexibilidade oferece ao indivíduo


muitas possibilidades de ação (Alias, mais do que as que ele pode realizar). Com isso, as
normas não conseguem dar conta de tudo em volume que emergem diuturnamente no meio
social.

Dessa forma, haverá casos que não foram previstos pelas normas jurídicas, e nessa hipótese
podemos falar que estamos diante “Vazios” ou “lacunas” nas normas jurídicas.

Todavia, frise-se, as lacunas não estão no sistema jurídico, nas normas jurídicas. Isto porque,
através dos meios de integração, o intérprete colmata as lacunas, preenche os vazios.

Pode existir falha nas normas, mas, observando interpretando-se o sistema jurídico,
consegue-se suprir tal falha, de modo que o sistema se apresente preenchido.

1.5.3.Os meios de integração. A constatação e o preenchimento das lacunas


A chamada integração é o meio através do qual o intérprete colmata a lacuna encontrada. Ela
pressupõe, portanto, o que é interprete haja lançado mão de todas as regras de interpretação a
sua disposição, ainda e assim não tenha conseguido detectar normas jurídicas aplicável ao
caso que lhe está examinando.

Quanto a analogia ela está indicada como modelo a ser utilizado pelo intérprete no
preenchimento de lacunas com base ela encontra que lhe foi feita no caso examinado.

Assim, esse meio de integração consistiria na aplicação da norma feita para um caso em
outro semelhante que não tenha previsão nomeada no sistema.

Mas sua utilização não é simples, pois há grande dificuldade em fixar o que vem a ser “caso
semelhante”.

A analogia é tratada, via de regra, pelos lógicos, dentro do campo do raciocínio indutivo. A
indução, como se sabe, é o raciocínio que, partindo de casos particulares, chega uma
conclusão geral (ao contrário da dedução, que, partindo do geral, chega a um particular).

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Na indução a conclusão geral e sempre provável, sendo certa que a probabilidade maior ou
menor que a conclusão geral ser verdadeira depende do número de amostras particular
semelhante.

A analogia é, por sua vez, a passagem de um caso particular para outro particular, sem a
necessidade de generalização.Quando um caso particular não está previsto no sistema jurídico
por uma de suas normas escritas

(Costume jurídico), para preencher as lacunas por analogia o intérprete tem de descobrir um
caso semelhante. Do contrário, não é possível lançar mão da analogia que necessita de
situações particulares semelhantes em termos característicos, para ser utilizado como método
de integração.

Se o intérprete não conseguir preencher a lacuna pelo uso da analogia por ausência de casos
semelhantes normatizados, deve, então, servir-se os “Princípios gerais do Direito” para a
colmatarão.

Há muita divergência na doutrina sobre o que e quais seriam os “Princípios gerais do


direito”. Sem entrar na controvérsia podemos afirmar serem os que expiram e dão
embasamento a criação de e qualquer norma, inclusive e especialmente a Constituição, bem
como os valores sociais que afetam o sistema e dirigem sua finalidade.

Os princípios gerais do direito são o penúltimo reduto de o intérprete deve retirar a resposta o
problema da lacuna.

Mas, no que diz respeito a lacuna, deve ser utilizada pelo intérprete por exigência de uma
aplicação justa no caso concreto, tendo em vista a falta de normas jurídicas e dos outros
meios de integração.

Quanto a interpretação extensiva, no caso das lacunas, conforme aventamos no subitem


anterior, pode se dizer que quando o intérprete chega a ela, ampliando o sentido e o alcance
pode estar propriamente preenchido a uma lacuna.

Com efeito pode ocorrer que a norma jurídica por seu texto não previsse a situação que surge
examinada na interpretação extensiva. E o intérprete para chegar a ela, buscou fixá-la com
base em outras normas do sistema para caso similar (Analogia).

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Fazendo a interpretação de forma extensiva, responde-se que sim, uma vez que, mesmo não
sendo proprietário, a finalidade o preceito era de beneficiar a pessoa que detinha o uso e o
gozo do prédio.

Tecnicamente, o que o caso releva é ausência de norma jurídica regulando a situação do


usufrutuário. Havia lacuna, portanto. Como a interpretação extensiva, no entanto, ela foi
suprida.

1.6. Origem das Lacunas


I-Caracterizamos já as fontes de direito, nomeadamente a lei.

“Em cada ordem jurídica haverá um número variável de leis, seja qual for a técnica que se
seguir, certo e que as leis são impotentes para regular todas as situações da vida que exige
disciplina jurídica. Surgirão sempre hipóteses, que podem até ser muito numerosas, que não
são previstas nem objeto de qualquer especifica determinação. Diz-se então que há uma
lacuna” (Magalhaes, 2010, p. 300).

Como e natural, não há lacunas da lei quando a própria lei indica um direito subsidiariamente
aplicável. E o que se passa quando o código comercial manda aplicar subsidiariamente o
direito civil. Uma omissão do código comercial não e pôs uma lacuna da lei em sentido
técnico, desde que na lei civil se encontre uma norma aplicável a aquele caso.

II-Poderá estranhar-se que a ordem jurídica tenha lacunas, por a lei não prever logo toda as
situações relevantes. Mas a lacuna e uma fatalidade. Há numerosas razões que provocam a
sua ocorrência:

1) Deficiência de técnica legislativa

E a extremamente difícil prever todas as situações possíveis. As falhas de previsão são


frequentes até as matérias de grande relevância.

2) Intensão de não regular desde logo

Sobre tudo em matérias novas, o legislador, conscientemente deixa por vezes certos pontos
por regular. Pode fazê-lo por três razoes:

a) Por se tratar de matéria ainda muito fluida e ser arriscado encera-la desde logo no regime
preciso. Deixa-se então certos sectores a reação da pratica, apesar das dificuldades que assim

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reverte para esta. E que o legislador confia mais na capacidade de acomodação da vida que
nos seus próprios prognósticos;

b) Por querer deixar aos órgãos de aplicação de direito, sobretudo aos órgãos judiciais, um
espaço livre em que se pensa ser útil que eles deem o seu contributo através da integração da
lacuna;

c) Por falta da capacidade do órgão legiferastes para encontrar a solução adequada o acordo
que torne possível a sua implantação.

3) Imprevisibilidade

A evolução incessante das circunstâncias faz com que a lei feita hoje se vá aplicar amanhã em
condições muito diversas. E pode acontecer mesmo que em situações que ainda não ocorriam
no momento da elaboração da lei exijam depois disciplina própria. A circulação aérea requere
regulamentação minuciosa; mas quando surgiu, provocou uma lacuna, pôs as leis sobre a
circulação terrestre ou marítima não lhe era em geral aplicável.

Basta a referência a esta última categoria de casos para demostrar o que através dissemos,
quando inevitabilidade são concorrência de lacunas da lei.

III- Mesmo quando se verifica uma lacuna, o caso concreto deve ser resolvido. E tão
necessário integrar a lacuna. Desta tarefa se ocupam fundamentalmente os artigos 10 do
código civil do português e o 4 da lei da introdução a código civil brasileiro.

Os processos que nos apresentam são processos normativos. Deve-se primeiro buscar uma
regra e por meio dela resolver os casos omissos. As integrações das lacunas surgem por isso
como processo de determinação da norma aplicável. Dela falaremos em momentos posterior.

“A lacuna pode ser também ultrapassada por meio da interpretação enunciativa (e utilizada
para designar um terceiro processo de determinação de regras jurídicas)” (Amaral, 2004, p.
341).

1.7.Teorias sobre a existência das lacunas


a) Realismo ingênuo: a evolução social é quem cria os vazios, brancos, não apenas na lei,
mas no próprio sistema jurídico, de sorte que não podem ser resolvidos com base em normas
preexistentes.

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b) Empirismo cientifico: com base na norma de liberdade, pela qual tudo o que não está
proibido esta juridicamente permitido, alguns autores defendem a inexistência de lacunas.

c) Ecletismo: e majoritária. A lei apresenta lacunas, a ordem jurídica não, pois o direito se
apresenta como ordenamento que não se forma apenas pelo agregado de leis, mas que as
sistematiza, estabelecendo critérios gerais para a sua aplicação. O direito é mais amplo,
abrange a totalidade de modelos jurídicos vigentes, se a lei não é elucidativa quanto a
determinado aspecto, este pode ser defendido pelo costume, analogia ou recursos aos
propícios gerais do direito.

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Conclusão
Após a execução do trabalho chegamos a seguinte conclusão, a integração das lacunas da lei,
faz com que se use a jurisprudência porque por mais que seja o caso ídolo, desde que
submetido à apreciação jurídica, deve ser julgado à luz do direito vigente, pois os juízes não
podem deixar de julgar alegando inexistência de normas ou que estas serem obscuras. Se o
juiz pudesse abandonar a causa, a segurança jurídica estaria ameaçada.

Ao findar, recomendamos que, quando a lei for omissa, o juiz pode decidir o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. Também podem lá ser usado os
métodos normativos (dedutivo, indutivo e analogia). Será de estrema importância identificar
as lacunas para saber deduzir uma resolução eficiente que não distorça a ordem social porque
a lei não é a única fonte de direito.

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Bibliografia
Amaral, D. (2004). Manual de introducao ao direito. Lisboa,Portugal: Editora Coimbra.

Ascensao, J. d. (2005). O direito-Introducao e teoria geral(13 edicao). Lisboa,Portugal:


Almedina.

Latorre, A. (2013). Introducao ao Direito. Lisboa,Portugar: Escolar.

Magalhaes, D. (2010). Nocoes Fundamentais de Direito. Coimbra,Portugal: Coimbra.

Momade, Y. (2019). Codigo Civil (5 edicao). Maputo,Mocambique: Plural.

Oliveira, J. d. (1995). O Direito- introducao e teroria geral(9 edicao). Lisboa,Portugal:


Almedina.

Karl, E.(1983).Introdução ao pensamento jurídico(6 edição).Lisboa,Portugal:Calouste


Gulbendian.
Hans,K. Teoria Pura do Direito(4 edição). Coimbra,Portugal:Armenio Amado.

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