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História da Educação

Física

AUTORIA
Yedda Maria da Silva Caraçato
Bem vindo(a)!

Olá, aluno(a),

Esse material de estudo é referente a nossa disciplina História da Educação Física.

Penso que se você está lendo esse material está procurando entender e conhecer
ainda mais a história do curso/do seu futuro campo de trabalho. Para entender e
conhecer melhor o seu curso teremos quatro unidades nesse material.

Na Unidade I estudaremos o que é a Educação Física, o conceito, as


especi cidades de Licenciatura e Bacharel em EF e os campos de atuação
pro ssional de cada especi cidade.
Já na Unidade II você irá saber mais sobre a história da Educação Física tanto
no contexto mundial como no Brasil, sua origem, desenvolvimento e
características ao longo das décadas.
Na sequência, na Unidade III, falaremos a respeito dos aspectos legais da
Educação Física, olhando tanto para o contexto escolar e não escolar.
Em nossa Unidade IV vamos nalizar o conteúdo dessa disciplina com A
Educação Física: Ensino e carreira, trazendo metodologias de ensino da EF e
preocupações acerca da carreira em EF no contexto formal e não formal na
contemporaneidade.

Muito obrigada e bom estudo!


Sumário
Essa disciplina é composta por 4 unidades, antes de prosseguir é necessário que
você leia a apresentação e assista ao vídeo de boas vindas. Ao termino da quarta da
unidade, assista ao vídeo de considerações nais.

Unidade 1 Unidade 2
Introdução a Educação Física História da Educação Física

Unidade 3 Unidade 4
Aspectos legais da Educação Física Educação Física: ensino e carreira
Introdução à Educação
Física

AUTORIA
Yedda Maria da Silva Caraçato
Sumário
Introdução

1 - O que é Educação Física

2 - Panorama dos conhecimentos sobre a área da educação física e


atuação pro ssional

3 - Licenciatura em Educação Física e seu campo de atuação

4 - Bacharel em Educação Física e seu campo de atuação

Considerações Finais

Introdução
Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) à Unidade I da nossa apostila de estudos da disciplina
de História da Educação Física.

Nesta unidade iremos estudar o conceito Educação Física, os conhecimentos sobre


nossa área no campo da Licenciatura e do Bacharelado e o campo de atuação
pro ssional nessas especi cidades da nossa área. Dessa forma, estamos
oportunizando a você a construção de competências pro ssionais e conhecimentos
de ordem procedimentais que o oportunizem estabelecer habilidades e
competências signi cativas para entender e conceituar a Educação Física no campo
da Licenciatura e no Bacharelado, compreendendo suas potencialidades e limitações
existentes nos campos de atuação pro ssional em que cada especi cidade oferece.

Tendo esses constructos estabelecidos, quero lhe trazer um questionamento: você já


conhece os campos de atuação da Educação Física? Se sua resposta for positiva,
quero convidá-lo(a) a re etir sobre como esses campos se con guram na atualidade;
e, em caso negativo, este é um momento ímpar para entender o campo no qual você
está adentrando. Vamos conhecê-lo.

Bom estudo!
Plano de Estudo:
1. Conhecer o que é a Educação Física
2. Compreender o panorama dos conhecimentos sobre a área da Educação Física
e atuação pro ssional

Objetivos de Aprendizagem:
1. Entendimento do que é a Educação Física
2. Entendimento acerca do panorama dos conhecimentos sobre a área da
Educação Física e atuação pro ssional
O que é Educação Física
O que é a Educação Física? Conceituar essa área com um grande leque de atuações
não é nada fácil, para tanto, é necessário entendermos que ela possui várias incursões
que se completam e mostram caminhos para o que pode ser a atual Educação Física.

Segundo Tubinho (2008), para explicar o novo conceito de Educação Física é


necessário estabelecer uma sequência lógica de raciocínio:

Primeiro: o conceito de Educação, saiu de uma perspectiva terminalista para outra


perspectiva de educação continuada, dessa forma então, deixando de constituir-se
num programa voltado para uma educação apenas num período na vida das pessoas.

Segundo: a Educação Física, era concebida como componente educacional, dessa


forma cou por muito tempo, assim delimitada à infância e adolescência, pois era
aplicada em processos formais na escola. Acontece então um rompimento, o qual
leva a Educação Física a constituir-se num processo de Educação ao longo da vida
das pessoas, deixando então de ser apenas para crianças e adolescentes e chegando
também aos jovens, adultos e idosos, pois era desenvolvida em vários locais,
independentemente.

Terceiro: a atividade física continua a ser um meio especí co da Educação Física,


podendo ser utilizada com ns educativos, por meio de exercícios ginásticos, jogos,
danças, esportes, atividades de aventura, relaxamento e muitas outras.

Quarto: se é uma Educação Física, ela tem que educar para algo, alguma coisa, de
forma que possa lhe dar sentido. Ou seja, nessa nova concepção de Educação Física,
ela está relacionada, ela constitui-se um meio para um estilo de vida ativo durante
toda a existência das pessoas.

Quinto: para a Educação Física poder ser um estilo de vida ativo, ela terá que ser
concomitantemente uma Educação para a Saúde e para o Lazer. Sendo que, nesse
processo a Educação Física desenvolverá hábitos, conhecimentos e atitudes.

É evidente que essa Educação Física com mais sentido substitui/deve substituir a
Educação Física passatempo ou Funcionalista de outrora, pois o importante, a partir
do manifesto da Educação Física em 2000, será o processo do desenvolvimento de
um estilo de vida, o qual que levará as pessoas a uma qualidade de vida desejável e as
oportunidades de entretenimentos considerados saudáveis, além disso propiciar
seres integrais e melhores convivências humanas.

Sendo assim, Tubino (2008) a rma que a Educação Física, nessa nova interpretação,
passa a ser um ensino para a criação de habilidades motoras, atitudes e
conhecimentos. Esse novo conceito renovado de Educação Física, além de dar
sentido aos seus programas, rompe com o seu entendimento como simples
atividade, passatempo ou moda.

Para Bracht (1997) é comum buscar elucidar a essência da Educação Física como se
esta existisse independentemente da Educação Física concreta e situada
historicamente que conhecemos.
Já para Medina (1983), existem três concepções do que é a Educação Física, sendo a
primeira a Educação Física Convencional, a qual de ne EF como um conjunto de
conhecimentos e atividades especí cas que visam o aprimoramento físico das
pessoas, dessa forma, os aspectos sociais e psicológicos têm um papel irrelevante. A
segunda concepção é relacionada à Educação Física Modernizadora, que de ne
como sendo a área do conhecimento humano que, fundamentada pela interseção de
diversas ciências e, através de movimentos especí cos, objetiva desenvolver o
rendimento motor e a saúde dos indivíduos. Dessa forma, considerando o ser
humano como sendo composto pelo corpo e mente/espírito.

A terceira concepção que Medina (1983) traz é a Educação Física Revolucionária, a


qual entende o ser humano por meio de todas as suas dimensões, sendo de nida
como a arte e a ciência do movimento humano que, através de atividades especí cas,
auxiliam no desenvolvimento integral dos seres humanos, renovando-os e
transformando-os no sentido de sua autorrealização e em conformidade com a
própria realização de uma sociedade mais justa e livre.

Segundo Oliveira (1983), várias denominações para a Educação Física foram adotadas
e vemos que ainda são atualmente, como EF sendo educação do movimento,
educação pelo movimento, educação do corpo, cultura do físico e esporte. Essas são
algumas das nomenclaturas, mas ele ainda acredita que o esporte é a nomenclatura
que mais compete com a expressão Educação Física. Entretanto seus dizeres
apontam que a característica essencial da EF é o movimento humano e sem ele a
Educação Física não existe, sendo o movimento o que distingue a EF das demais
disciplinas. E sendo os elementos da EF a ginástica, o jogo, o esporte e a dança.

De acordo com o Coletivo de Autores (1992, p. 33), a EF é uma disciplina que trata,
pedagogicamente, na escola, do conhecimento de uma área denominada de cultura
corporal.

Para Betti (1992), a EF na escola, como componente curricular da Educação básica,


também está ligada em introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de
movimento, assim formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-
la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e
dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida.

Dessa forma, aluno(a), podemos entender que o conceito de Educação Física não é
um só, mas é amplo e engloba tudo que nela está inserido, mas entende-se que a EF
está para e pelo movimento humano.
Panorama dos conhecimentos
sobre a área da Educação Física e
atuação pro ssional
A formação em Educação Física deveria abranger uma formação ampla e consistente
para que o pro ssional pudesse trabalhar em qualquer das áreas oferecidas pela EF.
Mas você, aluno(a), deve estar se questionando: “qual o motivo de atualmente termos
essas duas (Licenciatura e Bacharel) especi cidades da Educação Física?”.

Morschbacher (2012) expõe que, naquele momento, em 2005, a divisão do Curso se


justi cou pela crescente expansão do mercado de trabalho e pelas mudanças na
legislação referente à formação de professores para a atuação na Educação Básica,
em sintonia com o sistema Conselho Federal de Educação Física e Conselho Regional
de Educação Física (CONFEF/CREF).

Sendo assim, nesse momento em que o nosso mercado de trabalho ca mais


exigente, o momento político, histórico e social que se passava no momento, ca
estabelecido que os ingressantes até o ano de 2005, teria sua formação em
Licenciatura plena em Educação Física, exposto na Resolução  CNE/CP n° 2/2002, que
dizia que a partir de 15 de outubro de 2005 os cursos deveriam ter formações
distintas. Porém não ca claro para algumas instituições e começa gerar grandes
tumultos, incluindo o CONFEF/CREF. O MEC, dessa forma, emite a Nota Técnica n°
003/2010 - CGOC/DESUP/SESu/MEC, de 05 de agosto de 2010, e deixa claro em seu
artigo IV- 19:

Os cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física possuem


legislação especí ca para cada qual, apresentando nalidade e
integralidade próprias, exigindo-se, assim, projeto pedagógico e matriz
curricular adequados a cada grau.

Dessa forma, entendemos que atualmente o curso de Educação Física não é mais
uma só formação, mas sim cursos distintos, contendo núcleo de estudos de formação
geral, tanto para o(a) futuro(a) licenciado(a) em EF quanto para o(a) futuro(a)
bacharel(a) em EF.

O Conselho Nacional de Educação, no ano de 2018, traz uma nova resolução para os
cursos de Educação Física. É de grande importância entendermos: o curso de
Educação Física (Bacharel/Licenciatura) deve conter carga horária referencial de 3.200
(três mil e duzentas) horas para o desenvolvimento de atividades acadêmicas.

No Art. 5º dessa mesma resolução se apresenta que, dada a necessária articulação


entre conhecimentos, habilidades, sensibilidade e atitudes requerida do egresso para
o futuro exercício pro ssional, a formação do graduado em Educação Física terá
ingresso único, destinado tanto ao bacharelado quanto à licenciatura, e desdobrar-se-
á em duas etapas, conforme descrição a seguir:
I - Etapa Comum - Núcleo de estudos da formação geral, identi cador da área de
Educação Física, a ser desenvolvido em 1.600 (mil e seiscentas) horas referenciais,
comum a ambas as formações.

II - Etapa Especí ca - Formação especí ca a ser desenvolvida em 1.600 (mil e


seiscentas) horas referenciais, na qual os graduandos terão acesso a conhecimentos
especí cos das opções em bacharelado ou licenciatura.

Muitas vezes, nas Instituições de Ensino Superior, o aluno escolhe quais das duas
especi cidades gostaria de cursar, entretanto as 1.600 horas de curso serão iguais,
independentemente de ter escolhido uma das especi cidades. Após cursadas essas
1.600 horas do núcleo comum, os cursos oferecem a etapa especí ca, assim, entrando
nas especi cidades da área da Licenciatura ou Bacharelado.

Agora vamos entender um pouco sobre cada etapa especí ca


(Licenciatura/Bacharel), ou seja, para que cada área está voltada, e seu campo de
atuação pro ssional.
Licenciatura em Educação Física
e seu campo de atuação
Você já conhece um pouco mais do curso de Licenciatura em Educação Física? Se
não conhece, vamos conhecer!

O curso de Licenciatura em Educação Física no Brasil já passou por diversas


mudanças. Atualmente o seu principal foco está voltado para formação de
professores para atuarem na escola, sendo esse campo de atuação um local muito
abrangente para o professor de Educação Física estar presente.

O Conselho Nacional de Educação, em dezembro de 2018, traz uma nova resolução


para o curso de Licenciatura em Educação Física, sendo que o curso deve conter
carga horária referencial de 3.200 (três mil e duzentas) horas para o desenvolvimento
de atividades acadêmicas (BRASIL, 2018a).

No curso de Licenciatura em EF, o Licenciado terá formação humanista,


técnica, crítica, re exiva e ética quali cadora da intervenção pro ssional
fundamentada no rigor cientí co, na re exão losó ca e na conduta
ética no magistério, ou seja, na docência do componente curricular
Educação Física, tendo como referência a legislação própria do Conselho
Nacional de Educação para a área (BRASIL, 2018b).

A especi cidade da Licenciatura em Educação Física é voltada para a área escolar, ou


seja, o seu único campo de trabalho é o ambiente escolar, como professor da
disciplina de Educação Física, um componente curricular obrigatório nos níveis de
ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio (1ª a 3ª série) e a Educação de
Jovens e Adultos (EJA).

É de grande importância entendermos que o documento que norteia a EF como


uma disciplina nas escolas é a LDBEN 9394/96. Para tanto, há que se entender que os
professores de educação física vêm conquistando cada vez mais espaço na área
escolar, tendo adentrado não de forma obrigatória, mas vêm conquistando esse
espaço na Educação Infantil - EI (1,2, 3, 4 e 5). De forma que atualmente muitos
municípios estabeleceram como lei a presença do professor formado em Licenciatura
em Educação Física para trabalhar a disciplina na EI, no lugar em que antes o
professor formado em pedagogia tinha esse espaço, sendo que o professor de EF é o
professor especialista na disciplina EF.

O órgão responsável em “ scalizar” a Educação em geral, sendo assim, a Licenciatura


em EF, é o MEC. É importante saber de alguns documentos que norteiam o
pro ssional da Educação e, para tanto, o professor de Educação Física, sendo eles a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96), de ne e regulariza a
organização da educação brasileira com base nos princípios presentes na
Constituição, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), são normas obrigatórias
para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos
sistemas de ensino e o Plano Nacional de Educação (PNE), determina diretrizes,
metas e estratégias para a política educacional a cada 10 anos. Desde 2017, a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), documento de caráter normativo, de ne o
conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos
devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.

Há que se entender que o professor de Educação Física, ou seja, o Licenciado em


Educação Física, tem uma grande gama de trabalho dentro do mundo escolar,
podendo atuar desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e a EJA, tanto em
escolas públicas como em escolas privadas. Dessa forma, estando presente na vida
escolar dos alunos durante todo o tempo em que ele está em formação na escola.
Bacharel em Educação Física e
seu campo de atuação
Se você chegou até aqui, aluno(a), penso que está querendo saber um pouco mais
dessa formação – Bacharelado em Educação Física –, então vamos lá!

Segundo Anversa (2017), os cursos de Bacharelado em EF tiveram um início, ainda


tímido, a partir da Resolução CFE n. 03/1987, uma vez que a área ainda não tinha um
consenso sobre o bacharelado.

Para Oliveira (2006), por meio dessa Resolução, o currículo do curso se desvinculou do
formato mínimo, garantindo às IES a oportunidade de desenvolver seu PPC de
acordo com as necessidades regionais, possibilitando a oferta de uma formação
especí ca para a licenciatura ou para o bacharelado, por meio dos indicativos da
formação geral (humanística e técnica) e de aprofundamento.

No ano de 1997, por meio da Resolução n. 218/1997, a Educação Física foi reconhecida
como área da saúde e, no ano subsequente, por meio da Lei 9696/1998, foi
regulamentada como pro ssão. Com isso foram criados o Conselho Federal de
Educação Física (CONFEF) e os Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs),
sendo revistos os campos de atuação do pro ssional, ampliando suas possibilidades
de intervenção.

A formação Bacharel em Educação Física atualmente é constituída em


3200 horas referenciais e sendo dessas 1600 horas especí cas, conforme
Resolução CNE/CES n. 06/2018, como explicado no começo da nossa
unidade. A formação do Bacharel em EF deve ser concebida, planejada,
operacionalizada e avaliada, quali cando-o para a intervenção
pro ssional em treinamento esportivo, orientação de atividades físicas,
preparação física, recreação, lazer, cultura em atividades físicas, avaliação
física, postural e funcional, gestão relacionada com a área de Educação
Física, além de outros campos relacionados às prática de atividades
físicas, recreativas e esportivas; visando a aquisição e desenvolvimento
dos seguintes conhecimentos, atitudes e habilidades pro ssionais
(BRASIL, 2018b).

A partir dessa constituição da formação do curso de bacharel em EF, conseguimos


ver o vasto campo de atuação que o Bacharelado nessa área pode atuar, sendo uma
área que atualmente vêm crescendo, acompanhando o nosso mercado e a evolução
dele.
Há que se conhecer melhor, então, as áreas que os pro ssionais de Educação Física
podem atuar, sabendo que há um grande leque de campos de atuação para esse
pro ssional. Lembre-se que o bacharel é conhecido como área não escolar, ou seja,
atua em todos os outros campos fora da escola.

SAIBA MAIS

Criado em 2008, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) surgiu


com a nalidade de aumentar as ações da Estratégia de Saúde da
Família (ESF) por meio de sua atuação integrada com as equipes de
saúde e todas as redes de serviço. Dessa forma, o presente artigo
apresenta os Pro ssionais de Educação Física e o SUS: desa o nos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Para complementar o presente
vídeo traz discussões acerca da presença do pro ssional de EF no SUS.

ARTIGO VÍDEO

O bacharel é muitas vezes ligado ao instrutor de academia, ao personal trainer, mas


temos campos de atuação para além da academia. Pode-se atuar com esporte, o
treinamento esportivo nas modalidades convencionais e não convencionais, a
recreação em hotéis, festas infantis, eventos em geral, grupos de corrida, treinamento
funcional, na natação, no núcleo de apoio à saúde da família, nas secretarias de
esporte e lazer de municípios, estados entre outros.

Além de ser um vasto campo, também há uma grande faixa etária e população que
esse pro ssional poderá trabalhar após sua formação, desde o bebê até idosos,
grávidas, pessoas com de ciências, comorbidades, doenças, entre muitas outras
especi cidades. É importante ressaltar que o bacharel é uma área em constante
mudança, pelo fato de a cada dia ter mais adeptos a cuidar da sua saúde, do seu bem
estar, do seu corpo. Sendo assim, crescendo ainda mais o público e modalidades que
os pro ssionais de Educação Física podem atuar.
REFLITA

Como vimos nessa unidade, o pro ssional de EF bacharel está inserido


no Núcleo de Atenção à saúde da família. Dessa forma estamos
presentes no Sistema único de saúde. Qual a importância de estarmos
presentes na Saúde pública do Brasil?

Fonte: a autora.
Livro

Web
História da educação física

AUTORIA
Yedda Maria da Silva Caraçato
Sumário
Introdução

1 - História da educação física no contexto mundial

2 - História da educação física no brasil - educação física, esporte e


seus desdobramentos:
do início à contemporaneidade

3 - Educação física, esporte e seus desdobramentos: do início à


contemporaneidade

Considerações Finais

Introdução
Olá aluno(a)!

Na Unidade II, iremos estudar sobre a Educação Física, sua origem, desenvolvimento
e características no mundo. Como também estudaremos a Educação Física, sua
origem, desenvolvimento e características no Brasil. Como também estudaremos a
relação da Educação Física, o esporte e seus desdobramentos desde seus primeiros
indícios até atualmente. Lembre-se que entender sobre o surgimento da então
Educação Física é muito importante.

Se você chegou até aqui, espero que esteja disposto(a) a entender um pouco mais
sobre nossa área! A Educação Física, como visto na Unidade I, é uma área muito rica,
com grandes oportunidades, para tanto, vamos conhecer como se constituiu a
história da Educação Física?

Bons estudos!
Plano de Estudo:
1. Breve histórico da Educação Física no contexto mundial - origem,
desenvolvimento e características
2. Breve histórico da Educação Física no Brasil - origem, desenvolvimento e
características
3. Conhecer a Educação Física, esporte e seus desdobramentos: do início à
contemporaneidade

Objetivos de Aprendizagem:
1. Compreender a origem, desenvolvimento e as principais características da
Educação Física no mundo
2. Compreender a origem, desenvolvimento e as principais características da
Educação Física no Brasil
3. Compreender a EF, esporte e seus desdobramentos: do início à
contemporaneidade
História da educação física no
contexto mundial
Para entender a história da Educação Física no contexto mundial, é necessário
veri car os primeiros traços identi cados como ginástica a então atual Educação
Física (EF) em vários locais do mundo, pois cada país vivia e vive um contexto social.
Visto que até hoje a maioria dos países vivem de forma socializada, dentro do Brasil
encontramos povos que vivem em tribos, em meio a oresta, in uenciando, assim,
nos primeiros movimentos da humanidade que podem ser interpretados como EF.

É imprescindível entender que primeiro, a hoje conhecida como Educação Física,


antigamente, nos seus primeiro indícios era conhecida como ginástica, no decorrer
do texto adotamos o nome Educação Física para melhor entendimento e
compreensão.

Pensando nisso e na forma em que a sociedade vivia na pré-história, pode-se


entender que a EF nem sempre foi relacionada como estética, mais precisamente
como a Educação Física é atualmente. Para tanto, vamos buscar, na história mundial,
momentos em que são marcados pela presença da EF, assim, construindo a história
da EF no contexto mundial.

Segundo Bagnara, Lara e Calonego


(2010), a Educação Física vem
evoluindo gradativamente ,
seguindo a evolução cultural dos
povos, estando interligada aos
sistemas políticos, sociais,
econômicos e cientí cos das
sociedades. Os exercícios físicos
sempre foram evoluindo,
dependendo sempre de sua época e
de suas culturas, de forma que as
atividades foram passando por
mudanças. Na pré-história, os
homens apresentavam as atividades
físicas de cinco maneiras diferentes:
natural, utilitário, guerreiro, ritual e
recreativo. 
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Os primeiros relatos que temos vêm desde a pré-história, em que se tinha uma
preocupação com o físico mais forte, mas voltado para a proteção, pois as atividades
físicas dessa época eram voltadas para se defender e atacar, sendo que
Todos os exercícios físicos, qualquer que seja sua forma de realização,
possuem suas raízes, de forma hipotética ou verdadeira nas mais
primitivas civilizações. Pode -se a rmar que todos os tipos de exercícios
físicos são provenientes de quatro grandes causas humanas: luta pela
existência, ritos e cultos, preparação guerreira e jogos e práticas atléticas
(BAGNARA; LARA; CALONEGO, 2010, p. 1).

Pensando nesse contexto e no homem que ali vivia, ele realizava ações de caça,
marcha, subida em árvores, nado, salto e lançamento de suas armas de arremesso,
entre outras ações. Atualmente entende-se que esses são os primeiros traços que
apontavam para um início da EF. Porém, era algo cultural e vivido cotidianamente.
Registros propriamente ditos da Educação Física surgem um pouco mais tarde. Esses
registros são trazidos, então, por cada povo, cada país com focos diferentes.

Na China, segundo Bagnara, Lara e Calonego (2010), Educação Física era praticada
em caráter de guerra, além da nalidade terapêutica e higiênica. Já no Japão, a hoje
EF possuía fundamentos médicos, higiênicos, losó cos, religiosos e guerreiros.

O grande destaque para a construção da EF encontramos na Grécia antiga. Foi na


Grécia que surgiram os atuais jogos olímpicos, naquele contexto surgem os jogos
para momentos fúnebres, depois os jogos têm um caráter religioso para saudar os
Deuses do Olimpo. Nessa época tinha-se lutas, tiro com arco, jogo de bola e outros. Os
primeiros Jogos olímpicos ocorreram em 1479 a.C. e o último, em 393 d.C., esses jogos
eram um intercâmbio cultural entre as cidades-estado Gregas, porém o nome desse
jogo era Pan-Helênicos, o termo olimpíadas era o período de 4 em 4 anos que levava
para os jogos ocorrerem.

Ainda na Grécia foi onde surgiram


os grandes pensadores Platão,
Aristóteles, Sócrates e outros, os quais
contribuíram com conceitos,
utilizados até hoje, como: o de
equilíbrio entre corpo e espírito ou
mente (Platão). Na Grécia surgem
vários conceitos utilizados na
Educação Física atualmente,
principalmente na especi cidade do
bacharelado, como: halteres (“peso
livre utilizado na academia”), Atleta, a
ginástica e muitos outros.

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Em Roma, quando é tomada de forma militar pela Grécia, é vista a preparação dos
soldados e população para guerra, sendo assim visto como a EF. Segundo Bagnara,
Lara e Calonego (2010, p. 1),

A Idade Média foi marcada pelo impacto do Cristianismo, repleta de ascetismo.


Mesmo com isso, os estudantes continuavam a seguir as teorias de Aristóteles,
enriquecendo o patrimônio dos conhecimentos. Nesta época oresceu a arte gótica,
surgiram as primeiras universidades, e com elas personalidades geniais como Santo
Tomás de Aquino. Considerada como “a Idade das Trevas”, o culto ao corpo era
considerado pecado e com isso, houve uma grande decadência da Educação Física.
Os exercícios físicos caram retidos em torneios muito sangrentos.

Após essa grande decadência da EF, na época do Renascimento, começa buscar seu
próprio conhecimento. Assim, nesse período, segundo Pereira e Moulin (2006), a EF
volta a explodir, mas conhecida como cultura física. Grandes artistas, nesse momento,
em suas pinturas retornam a enaltecer a admiração, beleza do corpo – um grande
exemplo e artista é Leonardo da Vinci (1432-1519). Nessa época surge também a
anatomia, pois começa a se ter escultura de estátuas e dissecação de cadáveres,
sendo um passo para a Educação Física e a Medicina. Vittorino da Feltre (1378-1466),
ainda nesse período, introduz a EF na escola, juntamente com as disciplinas tidas
como intelectuais, em 1423, Feltre fundava a escola “La Casa Giocosa” e incluía os
exercícios físicos em seu conteúdo.

No período do Iluminismo na Inglaterra, têm-se novas ideias, principalmente com


Rousseau e Pestalozzi. Rousseau propõe que a EF é necessária na Educação Infantil,
devendo ser introduzida nas escolas. Já Pestalozzi é quem chama a atenção para a
realização do exercício de forma correta na sua execução e a posição para realização
de cada exercício.

Na Idade Contemporânea temos o grande marco da Ginástica Localizada, surgindo,


então, as quatro grandes escolas de ginástica, como a alemã, a sueca, a francesa e a
inglesa. A Escola de ginástica Alemã tem como objetivo preparar os corpos para a
defesa da pátria. A Escola Alemã se baseou nas ciências biológicas para transformar a
ginástica em um meio de educação em massa, capaz de atender às necessidades do
Estado.

A Escola de ginástica Sueca é considerada a grande “mãe da ginástica”, sendo ela a


grande in uência para tudo que conhecemos de ginástica na atualidade. Era dividida
em quatro partes. Segundo Pereira e Moulin (2006), a pedagogia, que era voltada
para a saúde, evitando vícios posturais e doenças; a militar, que incluía o tiro e a
esgrima; a médica, baseada na pedagogia, evitando também as doenças; e a que
visava a estética, preocupada com a graça do corpo.

Já a escola Francesa de ginástica foi dividida em cinco, sendo a civil e a industrial,


militar, médica e cênica. Para um dos pais dessa ginástica Georges Herbert defendia
que deveria preconizar os movimentos naturais do ser humano, como o correr, trepar,
nadar, saltar, empurrar, puxar, dentre outros.

A Escola Inglesa era baseada nos jogos e esportes a qual era in uenciada no
treinamento militar. Um dos pais dessa escola era Thomas Arnold, um dos recriadores
dos jogos olímpicos.
Pode-se dizer que essas grandes escolas de ginástica foram um grande marco para a
então hoje Educação Física, pois, a partir da propagação pelo mundo dessas escolas,
a EF passa a ser mais reconhecida, consequentemente, organizada e estudada.
História da educação física no
brasil - educação física, esporte e
seus desdobramentos: do início à
contemporaneidade
A origem da Educação Física (EF) no Brasil está totalmente ligada aos momentos
históricos que vivemos no nosso país, sendo que a EF na antiguidade era vista como
car forte, formação dos militares, movimento gímnicos, entre outros. Para tanto,
vamos conhecer um pouco mais da origem, o desenvolvimento da EF e suas
características com o passar dos anos no Brasil, dividindo em Brasil Colônia (1500 a
1822), Brasil império (1822 a 1889), Brasil república (1890 a 1946) e, por m, a atualidade,
a partir de 1980.

Estudos, como de Bagnara, Lara e Calonego (2010), apontam que os relatos sobre
atividade física vêm desde a época pré-histórica, na qual a preocupação era pelo
físico, pelo forte, mas com o intuito de proteção, na formação de militares. Há que se
entender que desde então a atual Educação Física vem se adaptando e se alterando
conforme a sociedade se muda, sendo assim, evoluindo ao passar de cada século até
chegar na Educação Física que conhecemos atualmente e que vemos na prática do
dia a dia, que temos muitos caminhos a percorrer ainda.  

Brasil Colônia, de 1500 a 1822


O primeiro relato que temos sobre a EF no Brasil, é no ano de 1500, quando Pero Vaz
de Caminha relata, em uma de suas cartas, que os indígenas aqui encontrados
dançavam, giravam, ao som de uma gaitada. A partir disso entende-se, segundo
Ramos (1982), que esse foi certamente o primeiro momento em que se vê o manifesto
da ginástica e recreação relatada no Brasil.

De modo geral, entende-se que as atividades físicas realizadas pelos indígenas era
relacionada às características da cultura primitiva desse povo (GUTIERREZ, 1980).
Posteriormente, segundo Ramos (1982), criada pelos negros, nas senzalas    surge a
capoeira, atividade ríspida, criativa e rítmica que era praticada pelos escravos.
Sendo assim, podemos entender que no Brasil colônia já começa a se ter traços de
atividades físicas, da cultura dos indígenas e escravos, que representaram os
primeiros traços da atual Educação Física no Brasil, conhecida como ginástica
anteriormente.
Brasil Império, de 1822 a 1889
O início do desenvolvimento da Educação Física no Brasil ocorreu no período do
Brasil império. Pois é nessa época que surgiram os primeiros tratados sobre a
Educação Física. Segundo Gutierrez (1980), em 1823, é elaborado o “Tratado de
Educação Física e Moral dos Meninos”, por Joaquim Antônio Serpa, o qual trazia que a
educação englobava a saúde do corpo e a cultura do espírito e, assim, dividia os
exercícios físico em duas categorias, os que exercitavam o corpo; e o que exercitavam
a memória. Sendo assim, esse tratado trazia a educação moral como coadjuvante da
EF e a EF coadjuvante da educação moral.

A ginástica é o início da Educação Física Escolar no Brasil, que ocorreu o cialmente


com a reforma Couto Ferraz, em 1851. Contudo, somente em 1882, que Rui Barbosa
lança o parecer sobre a “Reforma do Ensino Primário, Secundário e Superior”,
trazendo, assim, importância à Ginástica na formação do brasileiro, pois ele trouxe
in uências da Europa e Japão, o qual, segundo Beltrami (2006), era primordial que a
prática da EF desenvolvesse a virilidade do homem e a harmonia das formas
femininas, para exigência da maternidade futura nas mulheres. Nesse parecer, Rui
Barbosa defende a Ginástica (atual EF), e assim buscava instituir uma sessão de
Ginástica em todas as escolas de ensino normal para ambos os gêneros, a ginástica
seria uma matéria de estudo e em horas distintas ao recreio e após a aula, outro fato
importante desse parecer era que Rui Barbosa buscava que os professores de
Ginástica tivessem a mesma autoridade e direito dos professores de outras disciplinas
(BELTRAMI, 2006; DARIDO; RANGEL, 2005; RAMOS, 1982).

Segundo Darido e Rangel (2005), essa implementação da ginástica inicialmente não


ocorreram em todas as escolas, mas apenas em parte do Rio de Janeiro, capital da
República na época, e nas escolas militares.

Brasil República, de 1890 a 1946


A Educação Física no Brasil nesse período pode ser subdividida em duas fases: a
primeira remete ao período de 1890 até a Revolução de 1930 (presidente Getúlio
Vargas); e a segunda fase con gura o período após a Revolução de 1930 até 1946.

Sendo feita essa subdivisão, na primeira fase do Brasil república, a partir de 1920,
segundo Betti (1991), outros estados da Federação, além do Rio de Janeiro, começam
a realizar suas reformas educacionais e a inclusão da Ginástica na escola. Além disso,
começa a criação de diversas escolas de Educação Física, que tinham como principal
objetivo a formação militar (RAMOS, 1982). De acordo com o autor, a partir da
segunda fase do Brasil república, ocorre a criação do Ministério da Educação e Saúde,
e a partir de 1937, é criada a divisão de Educação Física, sendo responsável em
administrar a EF em todo país. Essa divisão cou sob responsabilidade do Major João
Barbosa Leite. Dessa forma, a EF ganha destaque no governo, e assim é inserida na
constituição brasileira, surgindo leis que a tornam obrigatória no ensino secundário,
para formar um homem corajoso, um herói.
Segundo Darido e Rangel (2005), com a intenção de a ginástica ser sistematizada
dentro da escola brasileira, surgem os métodos ginásticos. Esses métodos não
surgem no Brasil, mas vêm das escolas sueca, alemã e francesa, assim dando à
Educação Física uma perspectiva eugênica/higienista e militarista, pois o exercício
físico deveria ser utilizado para aquisição e manutenção da higiene física e moral,
preparando os indivíduos sicamente para o combate militar.

CONCEITUANDO

A Educação Física Eugênica/Higienista é produto do pensamento liberal,


principalmente no âmbito da escola, como “redentora da humanidade”.

A Educação Física Militarista é a obtenção de uma juventude capaz de


suportar o combate, a luta, a guerra, portanto ela deveria ser
su cientemente rígida.

O higienismo e o militarismo estavam orientados em princípios


anátomo- siológicos, buscando a criação de um homem obediente,
submisso e acrítico à realidade brasileira.

Brasil Contemporâneo, de 1846 a 1980


Segundo Beltrami (2006), em 1946 é elaborado o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, o qual permaneceu no Parlamento por quase 13 anos e,
quando aprovado, em 1961, não contemplava a Educação Física. Após várias tentativas
o diretor da divisão de Educação Física, o Major Leite, convenceu o relator do projeto
na câmara dos deputados e assim conseguiu introduzir a EF, a partir de uma
emenda, que posteriormente foi transformada no artigo 22 da LDB (BRASIL, 1996).

Segundo Darido e Rangel (2005), com a tomada do Poder Executivo brasileiro pelos
militares, ocorreu um grande crescimento do sistema educacional, quando o governo
planejou, então, usar as escolas públicas e privadas como fonte de programa do
regime militar.

Sendo que naquela época o havia um grande investimento no esporte, buscando,


então, fazer da Educação Física uma ideologia, a partir do êxito em competições
esportivas de alto nível. Sendo assim, não havia críticas internas, transparecendo
desenvolvimento. Dessa forma, acaba se fortalecendo a ideia do esportivismo, o
rendimento, a vitória e a busca pelo mais hábil e forte estavam cada vez mais
presentes na Educação Física.

Segundo Soares (2012, p. 3),


Dentre uma das importantes medidas que impactaram a Educação
Física no período contemporâneo, está a obrigatoriedade da Educação
Física/Esportes no ensino do 3º Grau, por meio do decreto lei nº 705/69
(Brasil., 1969). Segundo Castellani Filho (1998), o decreto lei nº 705/69
(Brasil., 1969), tinha como propósito político favorecer o regime militar,
desmantelando as mobilizações e o movimento estudantil que era
contrário ao regime militar, uma vez que as universidades
representavam um dos principais polos de resistência a esse regime.

Com isso, o esporte foi um aliado nesse momento para distrair a população quanto à
realidade política da época. Ademais, segundo Darido e Rangel (2005), a Educação
Física/Esportes no 3º Grau era considerada uma atividade destituída de
conhecimentos e estava relacionada ao fazer pelo fazer, voltada à formação de mão
de obra apta para a produção.

Educação Física na Atualidade, a partir de


1980
O modelo esportivista, mecanicista, tradicional e tecnicista começou a ser criticado,
principalmente a partir da década de 1980 e até os dias de hoje, pois ainda temos a
presença desse modelo sendo aplicado em algumas escolas.

É imprescindível entender que o ao longo da história da atual Educação Física, que é


o movimento e não o fazer por fazer, priorizou-se conteúdos gímnicos e esportivos, de
forma quase que somente procedimental, sendo o saber fazer e não o saber sobre a
cultura corporal ou como se deve ser.

Durante a década de 1980, a resistência à concepção biológica da Educação Física foi


criticada em relação ao predomínio dos conteúdos esportivos (DARIDO; RANGEL,
2005).

Atualmente, existem na Educação física diversas concepções, modelos, tendências ou


abordagens, que tentam romper com modelos mecanicista, esportivista e tradicional
que foram embutidos aos esportes. Entre essas diferentes concepções pedagógicas,
pode-se citar: a psicomotricidade; desenvolvimentista; saúde renovada; críticas; e
mais recentemente os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1997).

Em 1996, Um dos  “ganhos”  mais recentes talvez não tão recentes para a área no
contexto educacional está  contido  no  texto  da  nova  Lei  de  Diretrizes  e Bases   da  
Educação    Nacional    nº    9.394/96:    a Educação      Física      passou      a      ser     
componente curricular  integrado  ao  processo  educacional,  e não  mais  uma 
atividade  paralela  dentro  da  escola (BRASIL, 1996).

Para tanto, entende-se que a Educação Física vem cada dia mais se desenvolvendo
no Brasil, mas que sempre está ligada ao contexto político, social e econômico do
país.
Mas o mais importante é que cada vez mais a Educação Física vem ganhando espaço
na sociedade brasileira e abrangendo campos de atuação para o
Professor/Pro ssional de Educação Física.
Educação física, esporte e seus
desdobramentos: do início à
contemporaneidade
O esporte é um dos fenômenos socioculturais mais importantes no nal do século XX,
sendo assim tratar da Educação Física e esporte é relacionar ambos a partir da
segunda guerra mundial.

Pode-se dizer que existem duas interpretações do esporte, sendo o esporte vinculado
a ns educacionais e o esporte como fenômeno biológico. O esporte praticado,
generalizadamente, para muitos estudiosos desse fenômeno, como Tubino por
exemplo, é uma das manifestações da cultura física e que também compreende a
dança e a recreação e se fundamenta na educação física, dessa forma sempre está
ligado a nossa área. Segundo Tubino (2005), a Educação Física tinha anteriormente
muitas in uências da linha alemã, sueca e francesa, como já visto, porém após a
segunda guerra foram substituídas por grandes movimentos, como Iniciação
Esportiva (dos franceses), a Psicomotricidade e Educação Psicomotora (Wallon, Le
Boulch, Legido, Vitor da Fonseca e outros), o Behaviorismo Pedagógico Americano
(Objetivos, Taxionomias, Competências Básicas, Análise de Ensino etc), o Movimento
Esporte para Todos (da Noruega, Alemanha), do Método Aeróbico (Kenneth Cooper,
EUA), a Educação Física de Adultos (ACMs), a ênfase em Testes e Medidas, e outros
menos in uenciadores. A verdade é que cada um destes deixou registros importantes
que aos poucos foram compondo as Formas de Trabalho da Educação Física
contemporânea, ou seja, permanecem até os dias de hoje.

REFLITA

Qual a importância da Educação Física na sociedade?

Fonte: a autora.

No Esporte, as grandes alterações se deram na segunda metade do século XX, a qual


o número de praticantes e modalidades surgidas crescem e muito. É importante
ressaltar que, ainda segundo Tubino (2005),o esporte era visto apenas na perspectiva
do rendimento e após a Carta Internacional de Educação Física e Esporte da UNESCO
em 1978, a prática esportiva com a Educação Física, passaram a ser entendidos como
“direitos de todas as pessoas”.
Nesse momento o Esporte rompeu com seu elitismo, democratizando então a sua
prática para aqueles sem talento e biotipos adequados, ou seja, não somente esporte
de alto rendimento, mas esporte para todos, sendo assim a abrangência social do
Esporte passou a ser preponderante. As formas de exercício do direito ao Esporte
passaram a ser o Esporte-Educação:  pelos princípios sócio-educativos da
participação, cooperação, co-educação, co-responsabilidade, da inclusão, do
desenvolvimento esportivo e do desenvolvimento do espírito esportivo,  o Esporte-
Lazer: pelo princípio do prazer e o Esporte de Desempenho: pelos princípios da
superação. É  evidente que a Ética do Esporte, apoiada na convivência humana,
deverá estar presente em qualquer dimensão esportiva (TUBINO, 2005).

Sendo que atualmente o esporte está


inserido dentro e fora da escola,
esporte de alto rendimento
(pro ssional) e esporte para o lazer,
prazer, sendo que o pro ssional de
Educação Física é necessário e  sua
presença dentro do esporte é
imprescindível , sendo ele muitas
vezes o técnico, o professor, o
preparador físico das equipes,
estando sempre envolvido no
esporte.

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SAIBA MAIS

Podemos dizer que a Educação Física é uma disciplina acadêmica que


estuda as diferentes formas e expressões corporais. Dessa forma,
entender e buscar conhecimentos sobre a EF nunca será em excesso e
entender a importância da Educação Física para a sociedade é muito
importante.

Acesse o link: a importância da Educação Física na sociedade.

https://blogeducacao sica.com.br/importancia-da-educacao- sica/


Livro

Vídeo
Aspectos legais da
educação física

AUTORIA
Yedda Maria da Silva Caraçato
Sumário
Introdução

1 - A educação física e aspectos legais: olhares para dentro e fora da


escola e práticas corporais e seus desdobramentos legais e sociais

Considerações Finais

Introdução
Olá, aluno(a). Se você chegou até a Unidade III, vamos juntos entender os elementos
basilares que norteiam e legalizam a formação inicial dos cursos de Educação Física -
Licenciatura e Bacharel, cuja centralidade de atuação ocorram, respectivamente, no
espaço escolar e em contextos não escolares.

Para tanto, vamos conhecer os documentos que desenham e orientam cada área de
formação para sua atuação nesses espaços, de forma a re etirmos acerca da
relevância entre os aspectos legais tratados nesses espaços formativos,
possibilitando-nos entender a importância de se conhecer pressupostos legais que
normatizam a área de atuação, podendo compreender os constructos que compõem
historicamente a atual mudança que estamos vivendo nos cursos de EF a partir da
nova Resolução CNE/CES 06/2018 e a Resolução CNE/CP 02/2019.

Bons Estudos!
Plano de Estudo:
1. Breve histórico da Educação Física e aspectos legais: olhares para dentro e fora
da escola
2. Relações das Práticas corporais e seus desdobramentos legais e sociais

Objetivos de Aprendizagem:
1. Conceituar e contextualizar a Educação Física e aspectos legais: olhares para
dentro e fora da escola
2. Estabelecer relações das práticas corporais e seus desdobramentos legais e
sociais
A educação física e aspectos
legais: olhares para dentro e fora
da escola e práticas corporais e
seus desdobramentos legais e
sociais

Licenciatura
A Educação Física, como estudamos na Unidade I deste material, encontra-se com
foco na formação inicial, de acordo com os campos distintos de atuação –
Licenciatura e Bacharel –, e, para tanto, neste tópico entenderemos quais os aspectos
legais legitimam o campo da formação com foco na Licenciatura, ou seja os aspectos
legais relativos à formação dos futuros professores que irão atuar na Educação Básica.

Para tanto, há que se trazer à cena as discussões apresentadas na LDBEN 9394/96


(BRASIL, 1996), na qual tem-se legalmente a efetivação de grandes mudanças no
cenário da educação brasileira. Em se tratando da especi cidade da Educação Básica,
destaca-se a integração da Educação Infantil e Ensino Médio a esse nível de ensino.
Introdução de um paradigma curricular novo no qual os conteúdos constituem meios
para que os alunos da Educação Básica possam desenvolver capacidades e constituir
competências; exibilidade, descentralização e autonomia da escola associadas à
avaliação de resultados (BRASIL, 1996).

Em relação à Educação Física, nesse mesmo documento, um grande marco, que no


Artigo 26, no parágrafo 3º, traz que:

A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é


componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas
etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos
noturnos (BRASIL, 1996).

Esse parágrafo da Lei n. 9394/96 (BRASIL, 1996), sofre várias alterações durante o
passar dos anos e, atualmente, lendo a LDBEN encontramos que
3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua
prática facultativa ao aluno:

I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; II –


maior de trinta anos de idade; III – que estiver prestando serviço militar
inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da
educação física; IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de
outubro de 1969;(V – (VETADO) VI – que tenha prole.

Esse cenário torna-se propício, possibilitando à EF adentrar e conquistar


mais espaço dentro da escola, pois torna-se componente curricular
obrigatório, podendo ser exercida desde a Educação Infantil, Ensino
Fundamental até o Ensino Médio.

Segundo Ferreira (2000), a partir da LDBEN 9394/96, a Educação Física está integrada
à proposta pedagógica da escola, podendo ser oferecida no mesmo horário das
demais disciplinas ou separadamente.

Para tanto, é necessário ter professores para atuarem com a disciplina Educação
Física. Dessa forma, ainda na LDBEN 9394/96, no Art. 62, “A formação de docentes
para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura
plena” (BRASIL, 1996). Sendo assim, entende-se que para se estar dentro da escola é
obrigatório ser formado em Licenciatura.

Há que se entender, que desde então há vários outros documentos, como BNC-
Formação, pareceres do CNE, que legalizam a Licenciatura para atuar dentro da
escola e somente em ambientes ligados à escola, como secretarias, núcleos e órgãos
similares.

Segundo Dourado (2015), no âmbito do Conselho Nacional de Educação (CNE),


aconteceu grande movimentação em direção à busca de maior organicidade para a
formação de pro ssionais do magistério da educação básica, incluindo a rediscussão
das Diretrizes e outros instrumentos normativos acerca da formação inicial
(Licenciaturas) e continuada.

Para tanto, é importante entendermos o que cada parecer relacionado à formação de


professores, a Educação Básica, apontam sobre a Licenciatura de forma geral, o que
atende à Licenciatura em Educação Física.
O Parecer 09/2001 (BRASIL, 2002),
explicita e direciona a elaboração de
diretrizes curriculares para a
graduação em três categorias de
carreiras: bacharelado acadêmico,
bacharelado pro ssionalizante e
licenciatura. Com isso, a licenciatura
ganhou terminalidade e
integralidade própria, em relação ao
bacharelado, segundo a Lei de
Diretrizes e Base atual, ou seja, exige-
se currículos próprios para
Licenciatura. 

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Assim como o Parecer 28/01 (BRASIL, 2001) também trata da Licenciatura e a de ne


como: uma licença, autorização dada por uma autoridade pública, por meio de um
diploma que atesta a concessão de uma licença para o exercício de determinada
atividade pro ssional, a pessoa autorizada age em conformidade com a lei. “No caso
em questão, trata-se de um título acadêmico obtido em curso superior que faculta ao
seu portador o exercício do magistério na educação básica dos sistemas de ensino
[...]” (BRASIL, 2001).

A partir dos pareceres do CNE 09/2001 e 28/2001, é especi cado o que é e do que se
trata o curso de graduação de Licenciatura, ganhando espaço, terminalidade e
integralidade própria, cando claro o local de atuação do Licenciado dentro da escola.

Para auxiliar a presença do licenciado nas escolas, em 1997, são consolidados os


Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental (1º ao 5º ano),
logo depois, em 1998, para o Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), e somente nos anos
2000 são lançados os PCNs para o Ensino Médio. Consolidar os PCNs é apontar  que
são metas de qualidade que ajudam a formação de um aluno participativo, re exivo,
autônomo e conhecedor de seus direitos e deveres. É importante ressaltar que esses
documentos são abertos e exíveis, podendo ser adaptados à realidade de cada
região (BRASIL, 2001). Nos PCNs existem metas especí cas para a Educação Física.

A proposta dos PCNs (BRASIL, 2001) entende a Educação Física como uma cultura
corporal, ou seja, como conhecimentos, representações e formas de expressão que se
transformam ao longo do tempo. Dentre as produções dessa cultura corporal,
algumas foram incorporadas pela Educação Física em seus conteúdos: o jogo, o
esporte, a dança, a ginástica e a luta. Os conteúdos apresentados nos PCNs (BRASIL,
2001) estão organizados em três blocos:
Esportes, Jogos, Lutas e Ginástica.

Atividades Rítmicas e Expressivas.

Conhecimento sobre o corpo.

Em 2010, na Conferência Nacional de Educação (CONAE) surgem apontamentos que


seria necessário se ter uma Base Nacional Comum Curricular, como parte de um
plano nacional de Educação, de forma que norteasse as disciplinas dentro da Escola,
incluindo a Educação Física. Ainda nesse ano, várias resoluções são promulgadas pelo
presidente da república, sendo uma delas a Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010, a
qual de ne as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (DCNs)
com o objetivo de orientar o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de
ensino. E ainda a Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, xa as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. O documento foi lançado em 2010.

Em 2011, a Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010, xa a Diretrizes Curriculares


Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos. Somente em 2012, a partir da
Resolução nº 2, de 30 de janeiro de 2012, de niu as Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio.

No ano de 2014 é formulado o Plano Nacional de Educação (PNE), o qual tem uma
vigência de dez anos para atingir as metas estabelecidas relacionadas a Educação no
Brasil, ou seja, até 2024. O PNE tem 20 metas para a melhoria da qualidade da
Educação básica e 4 delas falam sobre a Base Nacional Comum Curricular, mas mais
precisamente na meta 15 aponta que devem assegurar que todos os professores da
educação básica possuam formação de nível superior obtida em curso de licenciatura
na área de conhecimento em que atuam. Dessa maneira, entende-se mais uma vez
que o pro ssional que está atuando dentro da escola deve ser licenciado na área de
atuação.

Em novembro de 2014 foi realizada a 2ª Conae, que resultou em um documento sobre


as propostas e re exões para a Educação brasileira e é um importante referencial para
o processo de mobilização para a Base Nacional Comum Curricular.        Em 2015,
aconteceu o I Seminário Interinstitucional para elaboração da BNC. Esse Seminário foi
um marco importante no processo de elaboração da BNC, pois reuniu todos os
assessores e especialistas envolvidos na elaboração da Base. Já em setembro de 2015
a 1ª versão da BNCC foi disponibilizada. E houve uma mobilização das escolas de todo
o Brasil para a discussão do documento preliminar da BNC.

No ano de 2015, a partir do CNE/CP 02/2015, mais uma vez traz sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada dos Pro ssionais do
Magistério da Educação Básica, dessa forma intensi cando ainda mais o local de
atuação do Licenciado, sendo a escola.

Em maio de 2016, a 2ª versão da BNCC é disponibilizada. Em agosto, começa a ser


redigida a terceira versão, em um processo colaborativo com base na versão 2. Já em
abril de 2017, o MEC entregou a versão nal da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A partir da homologação da BNCC
começa o processo de formação e capacitação dos professores e o apoio aos sistemas
de Educação estaduais e municipais para a elaboração e adequação dos currículos
escolares. Em dezembro de 2017, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi
homologada pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. Ainda em dezembro de
2017 o CNE apresenta a Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017, que
institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular.

No ano de 2018 o Ministério da Educação entregou ao Conselho Nacional de


Educação (CNE) a 3ª versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino
Médio. Em dezembro de 2018, o ministro da Educação, Rossieli Soares, homologou o
documento da Base Nacional Comum Curricular para a etapa do Ensino Médio.
Desde dezembro de 2018 o Brasil possui uma Base Nacional Comum Curricular com
aprendizagens previstas para todas as etapas de ensino da educação básica, tratadas
como habilidades e competências. Sendo que nesse documento existem
competências e habilidades para a Educação Física, sendo assim, norteia de forma
legal a atuação do professor de Educação Física na Educação básica.

É importante entendermos que em 2018, a partir da resolução CNE/CES 06/2018, traz


alterações ao curso de Educação Física de forma geral, sendo que os cursos tanto de
Licenciatura quanto Bacharelado terão sua constituição em duas etapas, sendo o 1º a
etapa comum e a 2ª etapa especí ca. Como consta no Art. 5º da Resolução CNE/CES
6/2018.

Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades,


sensibilidade e atitudes requerida do egresso para o futuro exercício
pro ssional, a formação do graduado em Educação Física terá ingresso
único, destinado tanto ao bacharelado quanto à licenciatura, e
desdobrar-se-á em duas etapas, conforme descrição a seguir: I - Etapa
Comum - Núcleo de estudos da formação geral, identi cador da área de
Educação Física, a ser desenvolvido em 1.600 (mil e seiscentas) horas
referenciais, comum a ambas as formações.

II - Etapa Especí ca - Formação especí ca a ser desenvolvida em 1.600


(mil e seiscentas) horas referenciais, na qual os graduandos terão acesso
a conhecimentos especí cos das opções em bacharelado ou
licenciatura.
Porém, no ano de 2019, após a publicação da BNCC e da Resolução CNE/CES 06/2018,
foi promulgado e publicado o último documento que temos atualmente que norteia
os cursos de Licenciatura, trazendo aspectos legais, a partir da Resolução CNE/CP nº
2/2019, a qual de ne as Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação Inicial em
Nível Superior de Professores para Educação Básica e institui a Base Nacional Comum
para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação),
trazendo a organização dos cursos de licenciatura, a carga horária e as competências
pro ssionais a partir da BNC- formação, sendo

I-Grupo I: 800 (oitocentas) horas, para a base comum que compreende


os conhecimentos cientí cos, educacionais e pedagógicos e
fundamentam a educação e suas articulações com os sistemas, as
escolas e as práticas educacionais. II - Grupo II: 1.600 (mil e seiscentas)
horas, para a aprendizagem dos conteúdos especí cos das áreas,
componentes, unidades temáticas e objetos de conhecimento da BNCC,
e para o domínio pedagógico desses conteúdos. III - Grupo III: 800
(oitocentas) horas, prática pedagógica, assim distribuídas: a) 400
(quatrocentas) horas para o estágio supervisionado, em situação real de
trabalho em escola, segundo o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) da
instituição formadora; e b) 400 (quatrocentas) horas para a prática dos
componentes curriculares dos Grupos I e II, distribuídas ao longo do
curso, desde o seu início, segundo o PPC da instituição formadora.

Dessa forma, consegue entender a utilização da BNCC dentro do curso de formação


Inicial em Licenciatura, tornando obrigatório o estudo da BNCC de forma geral. Sendo
assim, a BNC- formação, traz as competências gerais para o docente, assim como
competências especí cas relacionadas ao conhecimento pro ssional, a prática
pro ssional e engajamento pro ssional. Além de trazer dimensões dessas mesmas
competências especí cas.

Para tanto, é necessário entender que a reorganização para o curso de Licenciatura


em Educação Física deverá ser realizada e em muitas instituições já estão sendo, a
partir da Resolução CNE/CP nº 2/2019, pois é a última resolução em vigor e todos os
cursos de Licenciatura devem atendê-la, assim estando cumprindo os aspectos legais
para o Licenciado. Sendo assim,

Art. 27 Fica xado o prazo limite de até 2 (dois) anos, a partir da


publicação desta Resolução, para a implantação, por parte das
Instituições de Ensino Superior (IES), das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica
e da BNC-Formação, de nidas e instituídas pela presente Resolução.
Parágrafo único. As IES que já implementaram o previsto na Resolução
CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015, terão o prazo limite de 3 (três) anos, a
partir da publicação desta Resolução, para adequação das competências
pro ssionais docentes previstas nesta Resolução.
Entende-se que os cursos de Educação Física - Licenciatura estão em constante
reorganização para atender os aspectos legais para os futuros Licenciados em EF,
estejam dentro das escolas. Há que se entender que a partir desses documentos
trazidos de forma sucinta compreendemos os aspectos que legalizam a Licenciatura
no campo escolar e norteiam a atuação do professor de Educação Física na escola.

Bacharel
Para falarmos de aspectos legais do Bacharel em Educação Física é necessário
entendermos as Leis e Resoluções que tratam dessa especi cidade da Educação
Física e o conselho que regulamenta a pro ssão (CONFEF/CREF), que deve orientar,
disciplinar e scalizar o exercício das atividades próprias dos pro ssionais de
Educação Física (EF).

Segundo Anversa (2017), os cursos de Bacharelado em EF tiveram um início, ainda


tímido, a partir da Resolução CFE nº 03/1987, uma vez que a área ainda não tinha um
consenso sobre o bacharelado. Segundo Souza Neto (2004, p.11), assim mantinha-se
“basicamente a mesma estrutura anterior à Resolução n. 3/87 (isto é, uma espécie de
licenciatura ampliada), porém, conferindo os dois títulos em formação concomitante”
dentro das 2.880 horas, assim sendo  formação 3+1, ou seja, se realizava 3 anos e  mais
1 ano de matérias pedagógicas.

Em 1996, com a promulgação da LDBEN 9394/96, ocorre um maior direcionamento


para os cursos de formação de professores, dessa forma no ano de 1997, por meio da
Resolução nº 218/1997, a EF foi reconhecida como área da saúde e no ano
subsequente, por meio da Lei 9696/1998, foi regulamentada como pro ssão e
ampliou as possibilidades de atuação para além do treinamento esportivo e a escola,
com isso foram criados o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e os
Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs), o qual é destinado a orientar,
disciplinar e scalizar o exercício das atividades próprias dos pro ssionais de
Educação Física. E os conselhos Regionais de EF, são organizados no formato
determinado pelo CONFEF e são subordinados a ele (ANVERSA, 2017; BRASIL, 2005).
Em razão desse delineamento histórico em relação aos cursos de
formação de professores, como visto nos aspectos legais relacionados à
Licenciatura e após várias discussões internas da área, foram
estabelecidos direcionamentos para a formação inicial em Bacharelado
em Educação Física (Parecer CNE/CES n. 058/2004 e Resolução CNE/CES
n. 07/2004), a m de formar pro ssionais para atuarem fora da escola. A
Resolução supracitada, institui que a graduação para bacharel em EF
habilita o pro ssional para atuar nas diferentes manifestações
relacionadas à atividade física e esportiva, com exceção da educação
básica, tendo sua formação subsidiada em duas dimensões: a formação
ampliada direcionada para os conhecimentos e discussões pautadas na
relação ser humano e sociedade, biológica do corpo humano e produção
do conhecimento em EF, e formação especí ca direcionada a questões
culturais do movimento humano, técnica instrumental e didático
pedagógica, sendo assim entende-se que o Bacharel está diretamente e
legalmente amparado para se trabalhar fora da escola (BRASIL, 2004).

Dessa forma, se tem indicativos da necessidade e di culdade de romper com um


per l pré-existente, assim formando o pro ssional autônomo e empreendedor.

Mais tarde com a CNE/CES 04/2009, é instituída a carga horária mínima e os


procedimentos relativos à integralização e duração de alguns cursos de graduação,
bacharelados, na modalidade presencial. Dessa forma, enfatiza-se que, para os
Bacharelados em Educação Física, a citada Resolução xou a carga horária mínima
em 3.200 horas com um limite mínimo para integralização de quatro anos.

No entanto, com a Resolução CNE/CES 06/2018, o curso de Bacharelado volta a ter


relações com o curso de Licenciatura em Educação Física, de forma que, nesse
momento, o curso volta a ter uma etapa em comum com a formação para o
Licenciado em Educação Física. Assim, as diretrizes para os cursos são divididas em
etapa comum e etapa especí ca.

I - Etapa Comum - Núcleo de estudos da formação geral, identi cador da


área de Educação Física, a ser desenvolvido em 1.600 (mil e seiscentas)
horas referenciais, comum a ambas as formações.

II - Etapa Especí ca - Formação especí ca a ser desenvolvida em 1.600


(mil e seiscentas) horas referenciais, na qual os graduandos terão acesso
a conhecimentos especí cos das opções em bacharelado ou licenciatura
(BRASIL, 2018).
Contudo, entende-se que os aspectos legais para a formação do pro ssional de
Educação Física para atuar fora da escola é diferente em alguns aspectos da
formação pro ssional de Educação Física para se atuar dentro da escola, de forma
que, atendendo à Resolução CNE/CES 06/2018, a última em vigor, que trata do curso
de Bacharelado em Educação Física,

Art. 19 O Bacharel em Educação Física terá formação geral, humanista,


técnica, crítica, re exiva e ética, quali cadora da intervenção pro ssional
fundamentada no rigor cientí co, na re exão losó ca e na conduta
ética em todos os campos de intervenção pro ssional da Educação
Física (BRASIL, 2018).

Dessa forma, consegue-se entender que aspectos que legalizam a pro ssão do
Bacharel em Educação Física estão interligados com o conselho desses pro ssionais,
como as Resoluções e Diretrizes Curriculares Nacionais para esse curso de formação,
sendo que, em vigor, norteiam a formação desse pro ssional bacharel em Educação
Física.

SAIBA MAIS

O Conselho de Educação Física, pessoa jurídica de direito público interno


sem ns lucrativos com sede e Foro na cidade do Rio de Janeiro/RJ e
abrangência em todo o Território Nacional, e os Conselhos Regionais de
Educação Física – CREFs, com sede e Foro na Capital de um dos Estados
por ele abrangidos ou no Distrito Federal, são autarquias especiais,
criados pela Lei Federal nº. 9.696, de 1º de setembro de 1998, publicada no
Diário O cial da União em 02 de setembro de 1998, com personalidade
jurídica e autonomia administrativa, nanceira e patrimonial,
organizadas de forma federativa como Sistema CONFEF/CREFs.

Link: https://www.confef.org.br/confef/conteudo/471
REFLITA

Você sabia que o Conselho de Educação Física possui um Estatuto?

Qual a nalidade do conselho de Educação Física?

O conselho tem por nalidade promover os deveres e defender os


direitos dos Pro ssionais de Educação Física e das pessoas jurídicas que
nele estejam registrados, sendo que para ser um pro ssional Bacharel
em EF e estar atuando de forma correta, você deve estar registrado no
Conselho de Educação Física.

Fonte: a autora.
Livro

Vídeo
Educação física: ensino e
carreira

AUTORIA
Yedda Maria da Silva Caraçato
Sumário
Introdução

1 - Metodologias de ensino da educação física

2 - Carreira em educação física

Considerações Finais

Introdução
Olá, aluno(a),

Você já ouviu falar de metodologias de ensino? Se você chegou até aqui, iremos

juntos conhecer as metodologias de ensino da Educação Física.

As metodologias que estudaremos mais a fundo serão as metodologias de ensino


desenvolvimentista, construtivista e histórico-superadora. Porém, não se esqueça que
após a década de 80 temos várias metodologias sendo “construídas” para o ensino da
Educação Física.

Para além disso, estudaremos os atuais campos de atuação do pro ssional formado
em bacharel e licenciatura em Educação Física e suas preocupações.

Bom Estudo!
Plano de Estudo:
1. Conhecer metodologias de ensino da Educação Física
2. Entender as preocupações da contemporaneidade acerca da carreira em
Educação Física no contexto formal e não formal

Objetivos de Aprendizagem:
1. Compreender as metodologias de ensino da Educação Física
2. Conhecer e compreender as preocupações da contemporaneidade acerca da
carreira em Educação Física no contexto formal e não formal
Metodologias de ensino da
educação física
Para entendermos as metodologias de ensino em Educação Física, primeiro é
necessário sabermos o que é metodologia e o que é uma metodologia de ensino.
Para tanto, segundo o dicionário da Língua Portuguesa Michaelis, metodologia é

I - Parte da lógica que trata dos métodos aplicados nas diferentes


ciências.

II - Estudo dos métodos, especialmente dos métodos cientí cos.

III - Conjunto de regras e procedimentos para a realização de uma


pesquisa.

Sendo assim, buscamos entender o signi cado de método de ensino, o qual é o


conjunto das ações docentes que dirigem e estimulam o processo de ensino e
aprendizagem (LIBÂNEO, 1991). Utilizamos da metodologia de ensino, mais
precisamente no contexto dentro da escola, aplicando uma das metodologias que
pode ser utilizada para aplicação da sua aula, como será visto logo a seguir em
relação à Educação Física dentro do campo escolar.

Ao longo das décadas, segundo Silva (2016), podemos a rmar que a concepção de
Educação Física na Escola, na qualidade de componente curricular, como vimos ao
decorrer do material, é resultado de muitos debates promovidos por grupos de
estudiosos com diferentes olhares sobre sua área de pesquisa em EF e o papel dessa
disciplina na escola. Dessa forma, podemos dizer que após a década de 80 a EF para
de ser somente o ensino de técnicas esportivas na escola, e passa a ser componente
curricular responsável pelo trato pedagógico de conteúdos culturais (DAOLIO, 2014).
É necessário buscar e se apoiar em
metodologias para o ensino da EF,
contudo os estudiosos buscam
outros campos para ir além do que
era ensinado, contribuindo, assim,
segundo Silva (2016), para a
construção de um olhar
multifacetado sobre a área. Entre
diversos olhares, pro ssionais e
estudiosos conseguimos citar
algumas metodologias : Humanista;
Fenomenológica; Sociológica; Crítico-
superadora; Crítico- emancipatória;
Cultural; Desenvolvimentista e
muitas outras ao decorrer da história
da EF.
@freepik

Segundo Silva (2016, p. 22),

Na década de 1980, principalmente com o m da ditadura no país, vários


discursos oriundos de uma corrente mais crítica conseguiram despertar
maior interesse ao propor discussões que estimulavam os pro ssionais a
olhar para a EF como algo que pudesse contribuir para a transformação
social dos alunos.

Sendo assim, surgem vários discursos que propunham propostas pedagógicas para
escola, surgindo algumas tendências, essas em articulação de diferentes teorias
psicológicas, sociológicas e concepções losó cas. Atualmente temos várias
abordagens pedagógicas, metodologias de ensino, mas nos limitaremos trazendo as
metodologias Desenvolvimentista, Construtivista e Crítico-superadora. Para tanto, é
necessário entender que existem muitas outras metodologias de ensino, como
histórico-crítica, ensino aberto, psicomotricista, cultural e muitas outras.

Buscando interlocuções sobre a metodologia Desenvolvimentista, segundo Freitas e


Rinaldi (2008), essa metodologia tem a psicologia do desenvolvimento e da
aprendizagem como base teórica. O principal objetivo é o oferecimento de
experiências de movimentos adequadas ao nível de crescimento e desenvolvimento.
Nessa abordagem é defendido de que o movimento é o principal meio e m da
Educação Física. E têm três aspectos relacionados ao conhecimento do crescimento,
desenvolvimento e aprendizagem da criança são de suma importância.
[...] em primeiro lugar, o estabelecimento de objetivos, conteúdos e
métodos de ensino coerentes com as características de cada criança; em
segundo lugar, a observação e a avaliação mais apropriada dos
comportamentos de cada indivíduo, permitindo um melhor
acompanhamento das mudanças que ocorrem e, nalmente, a
interpretação do real signi cado do movimento dentro do ciclo de vida
do ser humano (TANI et al. 1988 apud FREITAS; RINALDI, 2008, p.2 ).

Segundo Silva (2016), a metodologia desenvolvimentista acredita que a ação do


professor orienta-se principalmente para a educação pelo movimento, ou seja,
levando ao aluno a possibilidade de experimentar diversi cadas formas de
experiências corporais, que atendam suas necessidades motoras.

Buscando sobre a metodologia Construtivista, encontramos como principal


representante no Brasil, Emilia Ferreiro, seguidora de Jean Piaget. Essa metodologia
recebe in uências da área da Psicologia, tendo Jean Piaget como referencial teórico.
Segundo Silva (2016), essa abordagem considera o jogo e o brinquedo elementos
centrais para o aprendizado do aluno, defendendo que as aulas devem estabelecer
uma relação constante com o conteúdo que a criança traz da rua.

Já a metodologia crítico-superadora, segundo Oliveira (1997), é o conhecimento o


elemento de mediação entre o aluno e o seu apreender (no sentido de construir, de
demonstrar, de compreender e de explicar para poder intervir), a realidade social
complexa em que vive. Concede uma dinâmica curricular que      valoriza, na
constituição do processo pedagógico, a intenção dos diversos elementos, como o
tempo, espaço pedagógico e segmentos sociais, sendo todos pertencentes à
comunidade escolar. Segundo Cararo e Gasparin (2008), o objeto de estudo dessa
metodologia é a cultura corporal e o seu enfoque metodológico é a discussão de
conteúdos e objetivos, a apreensão do conhecimento e conclusões e perspectivas.

Segundo Freitas e Rinaldi (2008), essa metodologia é uma concepção propositiva,


pois estabelece critérios para a sistematização dessa disciplina no âmbito da escola.
 Os idealizadores dessa metodologia são Carmen Lúcia Soares, Celi Taffarel, Elizabeth
Varjal, Lino Castellani Filho, Micheli Ortega Escobar e Valter Bracht; a principal obra é
o Coletivo de autores - Metodologia do ensino da Educação Física, publicada em
1992.

Com isso, conhecemos um pouco dessas metodologias de ensino e devemos


entender que redes de ensino públicas e privadas, muitas vezes, adotam uma
metodologia de ensino comum para todas as áreas, porém nós, como professores,
podemos utilizar de algumas dessas metodologias em nossas aulas e não
necessariamente de uma única. Devemos entender que o principal sempre deve ser a
Educação Física e o movimento e utilizar a melhor forma para ensinar e promover a
Educação Física.
Carreira em educação física
Para falar em preocupações da contemporaneidade acerca da carreira em Educação
Física no contexto formal e não formal é necessário entender o que é esse contexto
formal e não formal. 

[...] Formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos


previamente demarcados; a informal como aquela que os indivíduos
aprendem durante seu processo de socialização - na família, bairro,
clube, amigos etc., carregada de valores e culturas próprias, de
pertencimento e sentimentos herdados (GOHN, 2006 apud BENDRATH,
2010, p. 28).

A carreira em Licenciatura em Educação Física está legitimada historicamente e por


Lei é obrigatório o professor de EF estar dentro da escola no Ensino Fundamental e
Ensino Médio. Já na Educação Infantil não podemos a rmar que é obrigatória ainda a
presença desse professor formado em Educação Física em todo o país, mesmo sendo
obrigatória a disciplina de Educação Física em toda a Educação básica (BRASIL, 1996).
Em alguns Estados e Municípios já existe essa obrigatoriedade por Lei, seja municipal
ou Estadual; podemos citar no Paraná, as cidades do Noroeste, como Maringá,
Paiçandu, Marialva e outras a presença do professor Licenciado desde o Infantil 4 e 5
nas escolas municipais.

Entretanto na rede privada de Ensino, em sua grande maioria encontramos o


professor de Educação Física desde a Educação Infantil. Sendo assim, podemos
a rmar que o decorrer da carreira desse pro ssional e o local de atuação do
Licenciado em Educação Física é na Escola, podendo estar presente desde a
Educação Infantil até o Ensino Médio. É importante ressaltar que o Licenciado em
Educação Física, além da escola, pode estar inserido em secretarias de Educação ou
órgãos que regem a educação.

REFLITA

Quais são as preocupações dos professores de Educação Física no início


da carreira docente?

Fonte: a autora.
Para tanto, buscar e entender as preocupações sobre a carreira do licenciado vem à
tona no momento em que vivemos, politicamente, socialmente e economicamente,
de forma que vem acontecendo várias mudanças nas políticas educacionais, como
estudamos nas Unidades II e III, pareceres que regem os cursos de formação inicial,
assim como documentos normativos da educação básica como a Base Nacional
Comum Curricular (2017), que de ne o conjunto de aprendizagens essenciais que
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação
Básica.

Sendo assim, a Educação Física dentro da escola ganha mais força e o seu
reconhecimento como componente curricular está se tornando ainda mais forte.
Dessa forma, é necessário entender que os conteúdos da EF devem ir para além dos
muros da escola, ou seja, os alunos terem autonomia para aplicar esse conteúdo em
sua vida, com amigos, familiares a partir do que foi ensinado e aprendido por ele das
aulas dentro da escola. Assim, pode ter uma maior qualidade de vida, entendendo a
importância da Educação Física e como utilizá-la fora desse contexto formal.

Entretanto conseguimos buscar outras preocupações do pro ssional já formado no


início de sua carreira docente, segundo  Favatto e Both (2019), o início da carreira é o
momento que mais preocupa o professor, visto que ele assume uma
responsabilidade nunca passada antes; teve uma pequena passagem na sala de aula
como estagiário, mas não como o professor de alguma turma propriamente dito,
dessa forma, o choque de realidade muitas vezes é grande, com o ambiente escolar, a
falta de interesse dos alunos pela disciplina, sua imposição à frente da turma, agora
sendo sua turma, a construção da identidade pro ssional. Com isso, conseguimos
entender que a preocupação atual do contexto formal acerca da carreira de Educação
Física está ligada tanto ao momento que vivemos, como a inserção do professor
dentro da sala de aula, do ambiente escolar.
Trazer à tona a carreira do Bacharel
em Educação Física é trazer um
leque de opções para esse
pro ssional atuar, entendendo que,
segundo as DCNs e Nunes, Votre e
Santos (2012), o bacharel em
educação física é um pro ssional
capaz de intervir acadêmica e
pro ssionalmente nos campos da
prevenção, promoção, proteção e
reabilitação da saúde, projetos
sociais, esportes, lazer e gestão de
empreendimentos dessa área. A
listagem é exaustiva, pois há espaço
para o bacharel em todas as
circunstâncias em que se
con guram atividades físico-
esportivas fora da escola. 
@freepik

Sendo assim, o bacharel atua em espaços, clubes, academias, áreas de lazer, iniciação
esportiva e atividades físicas, empreendimentos físico-esportivos, bem como em
secretarias de esporte e lazer, em projetos sociais, associações esportivas e recreativas,
centros de reabilitação física para pessoas com de ciência, em órgãos públicos e de
iniciativa privada nos setores de administração, organização esportiva, recreativa e de
lazer, em esportes marítimos e atividades físico-esportivos de praia, em prestação de
serviço em condomínios, empresas e hospitais, em consultorias, projetos e eventos de
esportes de aventura e ligados à natureza. Para tanto, uma grande preocupação em
relação a essa especi cidade é a legitimação dessa área como pro ssional da saúde,
mesmo que segundo a Resolução CNS nº 218, de 06 de março de 1997, reconhece o
pro ssional de Educação Física como pro ssional da saúde, o reconhecimento da
sociedade em geral ainda é pequeno.

É necessário entender que o bacharel em EF está relacionado a prevenção e


promoção da saúde, não tendo uma ação medicamentosa. Para tanto, falta o
reconhecimento desse pro ssional como da área da saúde, tendo espaço efetivo na
saúde pública, mesmo atualmente já se tendo o pro ssional no Núcleo de Saúde da
Família, do SUS, ainda é muito pequeno seu espaço nesse campo. Atualmente pela
Resolução nº 391, de 26 de agosto de 2020,
Art. 1º - De nir a atuação do Pro ssional de Educação Física em
contextos hospitalares.

Art. 2º - Reconhecer que o Pro ssional de Educação Física possui


formação para intervir em contextos hospitalares, em níveis de atenção
primária, secundária e/ou terciária em saúde, dentro da estrutura
hierarquizada preconizada pelo Ministério da Saúde e considerando o
SUS.

Dessa forma, é necessário se entender e ter ações na formação inicial e do Conselho


de Educação Física,  que leve o futuro pro ssional e a sociedade em geral a entender
e reconhecer o pro ssional dentro desse campo de atuação e mais ainda como uma
pro ssão da área da saúde, que previne  doenças e promove a saúde. Lembrando que
esses são alguns dos locais que o Bacharel em EF pode e está atuando, pois
atualmente vêm surgindo várias modalidades esportivas, dessa forma, sendo áreas e
locais de atuação desse pro ssional. Com esse atual ganho da legitimação da
presença do pro ssional de EF em hospitais, a algum tempo no SUS (ainda a minoria),
como já estudado na Unidade III, entende-se que os estágios e disciplinas também
serão reorganizados e tendo esse local de atuação mais presente dentro do currículo,
trazendo uma melhor visibilidade e entendimento, para o futuro pro ssional e para a
população em geral, tendo contato com esse pro ssional nesse local.

Dessa forma, conseguimos entender que as preocupações acerca da carreira de


ambas as especi cidades acontecem e tanto os licenciados como os bacharéis,
re etem e tem preocupações relacionadas a sua carreira e área de atuação ligadas ao
contexto em que vivemos, político, econômico e social.
SAIBA MAIS

Entender as preocupações dos professores de Educação Física que estão


no início da carreira docente, é importante para entendermos as
situações, as preocupações que esses pro ssionais passaram nesse
momento inicial da carreira. Para tanto, este estudo descritivo de
abordagem qualitativa contou com a participação de 16 professores
efetivos que estavam entre o 1º e 4º ano de docência nas escolas
municipais e estaduais de Maringá (Paraná). Para coleta de dados foi
empregada a entrevista semiestruturada e as informações foram
analisadas conforme a técnica da análise de conteúdo. Os resultados
evidenciaram que todos os grupos apresentam preocupações com as
dimensões consigo, tarefa, impacto da tarefa, realidade social do aluno,
políticas públicas para a educação e status da disciplina. Além disso,
observou-se que as inquietações dos professores com um e dois anos de
carreira apresentavam comportamento mais crítico e resistente frente às
normas da instituição, enquanto que os docentes com três e quatro anos
de magistério apresentaram postura crítica e madura frente aos
problemas do trabalho.

Fonte: Favatto e Both (2019).


Livro

Vídeo
Conclusão

Prezado(a) aluno(a),

Neste material, busquei trazer para você o que é a Educação Física (EF) e os
conhecimentos sobre Licenciatura e Bacharel em EF, além da história da Educação
Física e seu conceito no contexto mundial, como também a história da Educação
Física no Brasil, trazendo os principais marcos. Para tanto abordamos os períodos
importantes da história da EF no Brasil e, neste aspecto, acreditamos que tenha
cado claro para você o quanto é importante conhecer a história da Educação Física.

Destacamos também a importância histórica dos aspectos que legalizam a


Educação Física e a diferenciação entre  Licenciatura e o Bacharel e as Resoluções e
Pareceres que legalizam cada especi cidade.

Levantamos também as metodologias de Ensino utilizadas na Educação Física e


demos ênfase em algumas delas, sendo importante entendê-las.

Ao pensarmos nas preocupações acerca da carreira em Educação Física, como aqui


abordamos o que mais se perpassa no começo da atuação desse pro ssional e o
que o preocupa nesse início de carreira.

A partir de agora acreditamos que você já está preparado(a) para seguir em frente
em seus estudos, conhecendo um pouco mais de cada especi cidade da Educação
Física, seus aspectos legais e as áreas e locais de atuação de cada pro ssional!

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

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