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Prof.

ª Andrea Palmerston Muniz


Sigmund Freud (1856-1939)
Sigmund Freud foi um
médico neurologista e
psiquiatra criador da
psicanálise.
Freud nasceu em uma
família judaica, em
Freiberg in Mähren, na
época pertencente ao
Império Austríaco.
A PSICANÁLISE
Sigmund Freud (1856-1939) médico vienense que
alterou radicalmente, o modo de pensar da vida
psíquica.
Processos misteriosos do psiquismo, regiões obscuras:
as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a
interioridade do homem - problemas científicos.
Psicanálise se refere a uma teoria, a um método de
investigação e a uma prática profissional.
Teoria – caracteriza-se por um conjunto de
conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento
da vida psíquica.
Método de investigação – caracteriza-se pelo método
interpretativo, que busca ações e palavras ou através
das produções imaginárias. Ex: os sonhos, os delírios,
as associações livres.
A prática profissional refere-se a uma forma de
tratamento psicológico que visa o auto conhecimento.
Freud abandona a hipnose e utilizando a técnica
na qual a rememoração era realizada por meio da
conversação normal, dando voz ao paciente de
forma não direcionada.
De acordo com Freud:

[…] eu me tornava insistente – quando lhes asseguravam que eles


efetivamente sabiam, que aquilo lhes viria a mente – então, nos
primeiros casos, algo de fato lhes ocorria, e nos outros a lembrança
avançava mais um pouco. Depois disso eu ficava ainda mais insistente:
dizia aos pacientes que se deitassem e fechassem deliberadamente os
olhos a fim de se “concentrarem”—o que tinha pelo menos alguma
semelhança com a hipnose. Verifiquei então que, sem nenhuma
hipnose, surgiam novas lembranças que recuavam ainda mais no
passado e que provavelmente se relacionavam com nosso tema.
Experiências como essas fizeram-me pensar que seria de fato possível
trazer à luz, por mera insistência, os grupos patogênicos de
representações que, afinal de contas, por certo estavam presentes”
(FREUD, 1996, p. 282-283).
Conceitos Importantes:
Tópicas:
1ª- três regiões mentais foram
distinguidas: Consciente, pré-consciente e
inconsciente.
(mais tarde revelou-se inadequada para lidar com o ponto de vista
clínico de narcisismo patológico, pois não conseguiu localizar o
ego ou a internalização de valores e princípios adquiridos no curso
de desenvolvimento do indivíduo.)
Estrutura da aparelho Psíquico
INCONSCIENTE – exprime o conjunto dos
conteúdos não presentes no campo atual da
consciência.
Material recalcado e desconhecido. Possui as
leis próprias de funcionamento, não existe
passado e presente, condensação,
deslocamento
PRÉ- CONSCIENTE – refere-se ao sistema onde
permanecem aqueles conteúdos acessíveis à
consciência. É aquilo que não está na
consciência, neste momento, mas que no
momento seguinte pode estar.
CONSCIENTE – é o sistema do aparelho
psíquico que recebe ao mesmo tempo as
informações do mundo externo e interno. Na
consciência destaca-se o fenômeno da
percepção...
Estrutura do aparelho Psíquico

Consciente

Pré-consciente

Inconsciente
2ª - Tópica
Id, Ego e Superego.
O inconsciente, por si só não poderia mais ser
tratado como um único local na psique, pois havia,
de fato, vários reinos inconscientes, e de diferentes
tipos. A partir de então, o termo inconsciente foi
usado apenas como um qualificador aplicável a
processos mentais, independentemente da sua
localização topográfica.
Uma porção do ego e do superego foram, portanto,
ditas inconscientes, enquanto que os componentes
da ID não podem tornar-se conscientes sem serem
transformados em representações, ficando as suas
formas originais inconscientes.
ID
Constitui o reservatório da energia
psíquica, é onde se localizam as
pulsões: de vida e de morte. É regido
pelo princípio do prazer.
EGO
É o sistema que estabelece o equilíbrio entre
as exigências do id, as exigências da
realidade e as “ordens” do superego. Procura
dar conta dos interesses da pessoa. É regido
pelo princípio da realidade, que, com o
princípio do prazer, rege o funcionamento
psíquico.É um regulador na medida que
altera o princípio de prazer para buscar a
satisfação considerando as condições
objetivas da realidade. As funções básicas do
ego são: percepção, memória, sentimento,
pensamento.
Superego
Origina-se com o complexo de Édipo, a
partir da internalização das proibições,
dos limites e da autoridade. A moral, os
ideais são funções do superego.
O conteúdo do superego refere-se a
exigências sociais e culturais.
Os sistemas se combinam para produzir
um comportamento ou um pensamento.
O ego é central nesta relação estrutural,
todos o querem como aliado.
DESCOBERTA DA
SEXUALIDADE INFANTIL
A grande maioria de pensamentos e desejos
reprimidos referiam-se a conflitos de ordem
sexual, localizados nos primeiros anos de vida dos
indivíduos.
Na vida infantil estavam as experiências de
caráter traumático, reprimidas, que se
configuravam como origem dos sintomas atuais, e
confirmava-se dessa forma, que as ocorrências
deste período da vida deixam marcas profundas
na estruturação da personalidade.
Sexualidade ► centro da vida psíquica
Existência da sexualidade infantil
Existência da sexualidade infantil
Os principais aspectos destas descobertas são:
A função sexual existe desde o princípio da vida, logo
após o nascimento, e não só a partir da puberdade.
O período de desenvolvimento da sexualidade é
longo e complexo até chegar a sexualidade adulta,
onde as funções de reprodução e de prazer podem
estar associadas, tanto no homem como na mulher.
A libido é a energia dos instintos sexuais.
Fases do desenvolvimento sexual: Fase oral,
anal, fálica, de latência e genital.
Fase Oral
Este período do desenvolvimento da
personalidade é assim chamado porque
a maior parte das necessidades e
interesses da criança está concentrada
na porção superior do trato digestivo.
Quer dizer, seus impulsos são
satisfeitos principalmente na área da
boca, esôfago e estômago, ou melhor,
a libido está intimamente associada ao
processo de alimentação.
FASE ORAL
É o período de aproximadamente um ano
que segue ao nascimento.
Desenvolvimento psicossocial:Confiança X
desconfiança (Erik Erikson).
Fase Anal
A criança passa, aos poucos, de uma
posição predominantemente passiva e
receptiva para uma posição
predominantemente ativa.
Fase Anal
Durante o segundo e terceiro ano de vida, a
região do ânus adquire uma importância
fundamental na formação da personalidade.
Neste período a energia libidinosa está centrada
na porção posterior do trato digestivo e a
satisfação anal ocupa uma posição de destaque.
A criança obtém prazer pela estimulação da
mucosa retal e das partes adjacentes.
Precursores do superego.
Desenvolvimento psicossocial:Autonomia X
vergonha e dúvida (Erik Erikson).
Angústia
Segundo Freud, é o estado afetivo
(emocional) puro, correspondente à
ansiedade, ao medo e ao susto, mas
que pode prescindir do objetivo, ou
seja, pode existir como sentimento,
isoladamente, sem necessitar de causa,
motivo ou razão de ser.
Angústia objetiva é a antecipação da
desaprovação externa se a criança
comporta-se ou deseja comportar-se
em desacordo com as normas do meio.
Fase Fálica
Corresponde ao período que vai dos três anos
aos cinco ou seis anos de idade.
O termo fálico, relativo ao pênis, usado para
esta fase, provém do fato da libido
concentrar-se nos órgãos genitais que
passam a ser a zona erógena predominante.
O complexo de Édipo
O complexo de castração
Desenvolvimento psicossocial: Iniciativa X
culpa (Erik Erikson).
Fase de latência
Período que vai, aproximadamente, dos cinco aos
dez anos.
Este período caracteriza-se por uma aparente
interrupção do desenvolvimento sexual, em que
os impulsos eróticos exercem menor influência na
conduta e o ego encontra uma trégua para os
conflitos emocionais que vinham se desenrolando
nas fases anteriores.
Afastando-se temporariamente dos interesses
sexuais, acriança utiliza a energia psíquica para o
fortalecimento do ego.
Fase Latência
Formação do superego
Desenvolvimento psicossocial:
Formação dos grupos
O papel dos pais e professores.
Produtividade X inferioridade
(Erik Erikson).
Mecanismos de Defesa
Repressão
Compensação
Fantasia
Formação reativa
Projeção
Introjeção
Negação
Racionalização
Sublimação
Identificação
Mecanismos de Defesa
DESLOCAMENTO – um impulso ou sentimento é
inconscientemente deslocado de um objeto original
para um objeto substitutivo.
COMPENSAÇÃO – é o mecanismo de defesa pelo qual
o indivíduo, inconscientemente, procura compensar
uma deficiência real ou imaginária.
Por meio dos processos de deslocamento e
condensação, os desejos encontram formas de
expressão (FREUD, 1988ª)
FANTASIA - é um conjunto de ideias
ou imagens mentais que procuram
resolver os conflitos intrapsíquicos,
através da satisfação imaginária dos
impulsos.
FORMAÇÃO REATIVA – mecanismo
inconsciente pelo qual atitudes, desejos
e sentimentos, desenvolvidos pelo ego
são a antítese do que é realmente
almejado pelos impulsos.
INTROJEÇÃO – um tipo de
identificação onde o sujeito,
inconscientemente, procura igualar-se
a outro, transferindo para si mesmo
vários elementos de sua
personalidade.
PROJEÇÃO – é o processo mental pelo
qual atributos da própria pessoa, não
aceitos conscientemente, são
imputados a outrem, sem levar em
conta os dados da realidade.
NEGAÇÃO - consiste no bloqueio de
certas percepções do mundo externo,
ou seja, o indivíduo frente a
determinadas situações intoleráveis da
realidade externa, inconscientemente
nega sua existência para proteger-se
do sofrimento.
RACIONALIZAÇÃO – é a tentativa de
explicação consciente visando justificar
manifestações de impulsos ou afetos
inconscientes e não aceitos pelo ego.
REPRESSÃO- é o processo automático
que mantém fora da consciência,
impulsos, ideias ou sentimentos
inaceitáveis, os quais não podem
tornar-se conscientes através da
evocação voluntária.
SUBLIMAÇÃO – é o processo pelo qual
um impulso é modificado de forma a
ser expresso de conformidade com
demandas do meio
Referência Bibliográficas:
Freud, Sigmund (1980). Três Ensaios sobre a sexualidade infantil. Em:
Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud, Ed. Standard
Brasileira. Rio de Janeiro: Imago Ed. (Vol. VI).
____________ (1900). A interpretação dos sonhos. . Em: Obras
Psicológicas completas de Sigmund Freud, Ed. Standard Brasileira. Rio
de Janeiro: Imago,1988a Ed. (Vol. VII).
Palácios, J., Cubiero R., Luque A., Mora J. (2004). Desenvolvimento
Físico e Psicomotor depois dos dois anos. Em Coll, César, Palácios, J. &
Marchesi, A. (Orgs). Desenvolvimento psicológico e educação:
Psicologia evolutiva. (pp.127-141).(Vol.1). Porto Alegre: ArtMed.
Siqueira, T.,C; Trabuco, P., M. (2013). Educação Sexual no
Desenvolvimento Infantil. Educativa: Goiânia, v. 16, n. 2, p. 297-318,
jul./dez.
APRENDIZAGEM SEGUNDO
FREUD
Gênese das preocupações da criança.
A criança descobre diferenças que a
angustiam. É essa angústia que faz
querer saber.
Porque nascemos e por que morremos?
De onde viemos e para onde vamos?
Descoberta daquilo que ele chama de
diferença sexual anatômica.
A criança descobre diferenças que a
angustiam. É essa angústia que faz
querer saber.
Exemplo: um menino de mais ou menos 5 anos pergunta a mãe
se Deus existe, ao que ela diz “não”. Depois pergunta ao pai, que
afirma que acredita em Deus.
Mas tarde sua irmã diz que vai perguntar a uma pessoa, quantas
horas são. Então o menino diz: Vai perguntar à um homem ou à
uma mulher. Ela responde que tanto faz. Ele lhe diz que se
perguntar a uma mulher a resposta será diferente da resposta
de um homem,(o homem pensa diferente, provavelmente por
que tem pênis).
O que se busca, quando se quer aprender algo?
O que se espera da Criança
O que se espera é que na entrada da criança
à escola, ela “sublime” em “pulsão de saber”,
associada a “pulsão de domínio” e a “pulsão
de ver”.
O desejo de saber associa-se com o de
dominar, o ver e o sublimar.
Psicanálise e a Educação
Os educadores investidos da relação
afetiva, primitivamente dirigida ao pai,
se beneficiarão da influencia que esse
ultimo (o pai) exercia sobre a criança.
Cabe ao professor o esforço imenso de
organizar, articular, tornar lógico seu
campo de conhecimento e transmiti-lo a
seus alunos (guiado pelo seu desejo).
Grandes nomes da Psicanálise
Melanie Klein- austríaca, tendo
conhecido o trabalho de Freud aos 24
anos. Voltada à área infantil, Klein
construiu o seu legado com a ajuda do
trabalho psicoterapêutico em crianças.
Grandes Nomes da Psicanálise
Donald Woods Winnicott-
Winnicott acabou por criar a teoria onde
deveríamos priorizar os cuidados
maternos. De acordo com seu trabalho,
nosso potencial está vinculado ao
amadurecimento e integração social.
Entretanto, sozinhos, não temos
garantias de que acontecerá.
Grandes nomes da Psicanálise
Jacques Lacan- Entre os principais conceitos
desenvolvidos estão: simbólico, imaginário, real, alienação
e sujeito do inconsciente.
A psicanálise lacaniana defende que o sujeito é
constituído pela linguagem, assim como seu
inconsciente, de modo que, sem a linguagem, o
inconsciente seria um vazio. De acordo com Lacan,
a constituição do indivíduo surge da sua relação com
o outro.
Grandes nomes da Psicanálise
Erik Erikson- psicanalista responsável pelo
desenvolvimento da Teoria do Desenvolvimento
Psicossocial na Psicologia e um dos teóricos da
Psicologia do desenvolvimento.
“forneceu elementos para a compreensão do
processo de internalização da cultura no universo
inconsciente individual e na formação da
personalidade do ser humano”.
Referência Bibliográfica:

Kupfer, Maria Cristina M. 2001. Freud e


a Educação: o mestre do impossível.
Editora Scipione São Paulo. (p. 77-
100).

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