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MECANISMOS DE DEFESA

MECANISMOS DE DEFESA

- Descritos por Anna Freud


(O ego e os mecanismos de defesa - 1936)
- Importantes para o funcionamento mental
- Funcionamento normal x patológico
- Um mecanismo de defesa nunca ocorre sozinho
- Sempre há outros processos defensivos concomitantes, subsequentes ou
complementares
- Mecanismos primitivos x mecanismos adaptativos
Primitivas Intermediárias Elaboradas

● Cisão
● Isolamento
● Dissociação
● Racionalização
● Sublimação
● Negação
● Formação
● Supressão
● Idealização reativa
● Humor
● Projeção ● Anulação

● Introjeção ● Regressão
❖ REPRESSÃO: atividade do ego que barra um impulso do id de ascender à
consciência, assim como suas lembranças, desejos, emoções e fantasias.

No entanto, o material reprimido continua carregado de certa catexia de energia


impulsiva e continua exercendo pressão por satisfação.

O ego então necessita investir energia constante em oposição:


contracatexia.

O equilíbrio entre catexia e contracatexia não é constante,


mas oscila.

Contracatexias são reduzidas em situações diversas: sono (sonhos),


embriaguez, sedução, tentações…

O ego continua dispensando energia contracatéxica. Portanto, é uma atividade sempre


mal sucedida que desencadeia sintomas neuróticos e enfraquece o ego, demandando o
dispêndio de energia.
❖ FORMAÇÃO REATIVA: em uma situação ambivalente, uma das partes torna-
se inconsciente e a outra é evidenciada.

Sempre a parte que é tida como perigosa / não aceita socialmente.

Amor x ódio (vice-versa)

Crueldade x gentileza

Obstinação x submissão

Prazer / sujeira x ordem, limpeza…


❖ ISOLAMENTO

- Isolamento / repressão do sentimento: ideia / fantasia relacionada a desejo


acessível à consciência, mas o sentimento / emoção, não. Assim, as emoções
dolorosas ou apavorantes permanecem inconscientes / barradas / reprimidas /
isoladas.
- Isolamento de um pensamento determinado em relação aos pensamentos
que o precederam ou sucederam, impossibilitando o estabelecimento de
conexões associativas.

Mecanismos presentes em patologias obsessivas.


❖ ANULAÇÃO: se trata de uma ação que visa anular os efeitos de um dano que
se imagina ter causado a partir de desejos (sexuais, hostis…).

Assim, desejos / fantasias de agressividade são


“anulados” por atos / tendências a salvar e cuidar
de animais ou pessoas feridas.

Rituais obsessivos também são tidos como atos de anulação.


❖ NEGAÇÃO: quando uma parte da realidade (interna e/ou externa) não é aceita
(temida), através de fantasias e comportamentos essa parte é negada.

Ex. 1: mãe/pai negam cpto inadequado do filho

Ex. 2: menino tem medo do pai

- fala e age como o mais forte


da escola
- nega o próprio tamanho e fraqueza
em relação ao pai
- nega o próprio medo do pai
❖ PROJEÇÃO: atribuição de desejos e impulsos ao mundo externo (ao outro).

Mecanismo primitivo, presente na infância (“eu não fiz, foi ele quem fez isso”).

Situações difíceis de tolerar em si são projetadas no outro.

Mecanismo predominante em:

Preconceitos

Reações aversivas

Psicoses paranoides.

Outras patologias.
❖ IDENTIFICAÇÃO: introjeção para dentro de si de características do outro.

Incorporação.
❖ VOLTAR-SE PARA SI MESMO: impulsos originalmente destinados ao outro
são voltados para si mesmo quando impossibilitados de se dirigir ao outro.
❖ REGRESSÃO: diante de situação conflitiva (desejos fálicos, por exemplo) há
um retorno a estágios anteriores menos conflitivos (oral ou anal).
❖ SUBLIMAÇÃO: objeto original é substituído por outro semelhante e mais
adaptativo.

Satisfação libidinal em concordância com as exigências externas.

Ego normal em cooperação com o id.


Referências

BRENNER, C. (1987). Noções básicas de psicanálise: introdução à psicologia psicanalítica. Trad. Ana Mazur Spira. 4ª ed. São
Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo.

FIORI, W. da R.; RAPPAPORT, C. R. (coord). Psicologia do desenvolvimento. Conceitos fundamentais. São Paulo: EPU, 1981
EGO empreende um combate de defesa contra os impulsos do id.

Que defesas o ego utiliza contra o id?

O ego pode utilizar qualquer coisa ao seu alcance que lhe sirva aos propósitos.
Qualquer atitude do ego, qualquer percepção, uma modificação na atenção,
estímulo a outro impulso do id que seja mais seguro que o estímulo perigoso e que
com ele possa competir, um esforço vigoroso para neutralizar a energia do impulso
perigoso, a formação de identificações, ou o exercício da fantasia podem ser
utilizados, separadamente ou em qualquer combinação, de maneira defensiva. Em
uma palavra, o ego pode empregar, e realmente o faz, todos os processos de
formação normal do ego e da função do ego para fins defensivos em qualquer
momento dado (Brenner, 1987, p. 93)

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