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Capítulo 6

O comunicado às autoridades de
suspeitas ou ocorrências de violência
contra crianças e adolescentes e o
papel dos diversos órgãos do Sistema
de Garantia de Direitos (SGD)1

Benedito Rodrigues dos Santos

Introdução

A criança ou adolescente vítima de violência, no percurso de busca de atenção e prote-


ção, deve ser atendida simultaneamente pelos órgãos da rede de serviços e de exigibilidade de
direitos, compreendidos nos que chamamos de Sistema de Garantia de Direitos (SGD). Os
órgãos que prestam serviços são: os de Saúde, Assistência Social e Educação. Aos órgãos de
exigibilidade de direitos são: Conselho Tutelar, a Delegacia de Polícia, o Ministério Público,
a Defensoria Pública e a Justiça da Infância e Juventude e a Justiça Criminal.

Na concepção expressa no documento de Parâmetros (SPDCA/MDH, p. 21) tanto


os serviços de atenção quanto os órgãos de exigibilidade de direitos são componentes da rede
de proteção integral de crianças e adolescentes:
No atendimento a criança ou adolescente em situação de violência,
cada profissional é considerado um agente de proteção e, para tanto, 1 A primeira versão deste artigo foi adap-
tado do Guia Escolar (2011), em coau-
deverá conhecer e seguir os procedimentos definidos neste documento toria com Rita Ippólito e publicado na
durante um atendimento protetivo, seja a escuta especializada ou o primeira edição deste livro. Esta versão
sofreu alterações substanciais emana-
depoimento especial.
das na nova Lei nº 13.431/2017 (Lei
da Escuta Protegida), particularmente
na distinção realizada entre escuta espe-
A notificação às autoridades das suspeitas ou ocorrências de todas as sortes de maus- cializada e depoimento especial, já men-
-tratos contra crianças e adolescentes é uma obrigação dos cidadãos e, particularmente dos cionada na introdução desta edição.

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Escuta Protegida de crianças e de adolescentes vítimas ou testemunhas de violências: aspectos teóricos e metodológicos

profissionais que atuam nas áreas de atenção, estabelecida pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA):
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra
criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Con-
selho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras provi-
dências legais. (BRASIL, 1990)

A Lei nº 13.431/2017 reforça, contudo, que o dever de denunciar é de todos os


cidadãos:
Art. 13. Qualquer pessoa que tenha conhecimento ou presencie ação
ou omissão, praticada em local público ou privado, que constitua
violência contra criança ou adolescente tem o dever de comunicar o
fato imediatamente ao serviço de recebimento e monitoramento de
denúncias, ao conselho tutelar ou à autoridade policial, os quais, por
sua vez, cientificarão imediatamente o Ministério Público.

A Lei nº 13.431, no seu Artigo 15, insta o Poder Público a criar serviços de atendi-
mento, de ouvidoria e resposta para receber denúncias de violações de direitos de crianças
e, neste mesmo artigo, determina comunicação simultânea das denúncias para autoridade
policial, Conselho Tutelar e Ministério Público.

O profissional que deixar de reportar às autoridades podem ser sancionados pelas


autoridades competentes como o previsto no ECA:
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimen-
to de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche,
de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhe-
cimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra
criança ou adolescente: Pena – multa de três a vinte salários de referên-
cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. (BRASIL, 1990)

Essa obrigação legal, contudo, encontra sua razão fundamental na necessidade pro-
teção das crianças e dos adolescentes vítimas de violência: o ato de notificar tais casos às
autoridades responsáveis pode contribuir para interromper o ciclo da violência sexual que,
reiteradas vezes, vem sendo transmitido de geração para geração. Em casos extremos, a decisão
de não notificar pode acarretar sérias consequências para a vida de crianças e de adolescentes,
como já demonstrado no Capítulo 4.

A notificação torna-se assim em um direito da criança e do adolescente na medida em


que constitui uma forma de prevenção secundária, nos casos em que crianças e adolescentes
estão em situação de risco ou quando a violência sexual já ocorreu, pois pode proteger esses
indivíduos da repetição da violência perpetrada. Essa notificação pode, ao mesmo tempo,

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Capítulo 6 – O comunicado às autoridades de suspeitas ou ocorrências de violência contra crianças e adolescentes e o papel dos diversos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos (SGD)

contribuir para redução dos potenciais danos, de maneira que este não provoque maiores
sequelas em crianças e em adolescentes sexualmente abusados.

Além de ser um dever moral e humanitário do educador, outra razão de igual impor-
tância para fazer a notificação de casos suspeitos é a obrigação estabelecida no mesmo ECA:

As razões para o exercício desse dever legal, moral e humanitário são, em resumo:

• Evitar que a mesma criança ou adolescente seja novamente vítima de abuso e de


exploração sexual;
• Evitar que outras crianças e adolescentes sejam vítimas de abuso e exploração
sexual;
• Prevenir que crianças e adolescentes sexualmente abusados repitam, na vida adul-
ta, a violência sofrida;
• Levar o autor da violência sexual a ser responsabilizado por sua ação e, ao mesmo
tempo, receber ajuda educacional e psicossocial para não reincidir no ato.

Abaixo provemos informações sobre as maneiras de proceder a denúncia, sua traje-


tória pelo SGD e os papéis de cada um dos órgãos.

Como proceder a denúncia ou a notificação dos casos

Em geral, faz-se uma distinção entre denúncia e notificação dos casos de violência
contra crianças e adolescentes. Enquanto uma denúncia, no sentido amplo do termo, é uma
comunicação realizada a um serviço ou diretamente às autoridades competentes de uma
“potencial ou testemunhada” violação de direitos; a notificação é uma comunicação formal
por parte de profissionais, em geral vinculados ao sistema de proteção, obre uma suspeita
ou ocorrência de violência de casos atendidos ou por eles contatados.

Denúncia ao Disque Direitos Humanos (Disque 100 ou congêneres estaduais


e municipais)

É um serviço de utilidade pública que pertencia à Secretaria dos Direitos Humanos


(atual Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos – MDH), vinculado a Ou-
vidoria Nacional de Direitos Humanos, destinado a receber denúncias relativas a violações de
direitos humanos, em especial as que atingem populações com vulnerabilidade acrescida, como:
crianças e adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, LGBTQI+, pessoas em situação
de rua e outros, como quilombolas, ciganos, indígenas, pessoas em privação de liberdade. O
serviço realiza ainda a disseminação de informações sobre direitos humanos e orientações acerca

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de ações, programas, campanhas e de serviços de atendimento, proteção, defesa e responsabili-


zação em Direitos Humanos disponíveis no âmbito federal, estadual e municipal.

O Serviço pode ser acessado por meio dos seguintes canais:

• No Brasil, discagem direta e gratuita do número 100 (Disque 100);


• Ligação internacional de fora do Brasil pelo número +55 61 3212-8400;
• Envio de mensagem para o e-mail disquedireitoshumanos@sdh.gov.br;
• Diretamente no Portal para crimes na internet www.disque100.gov.br ou na
Ouvidoria Online (Clique 100): www.humanizaredes.gov.br/ouvidoria-online/

Também está disponível para download em smartphones o aplicativo Proteja Brasil,


que permite o registro de denúncias direto pelo aplicativo, a localização dos órgãos
de proteção nas principais capitais e ainda disponibilização de informações sobre os
diferentes tipos de violações.
O aplicativo também recebe denúncias de locais sem acessibilidade, de crimes na
internet e de violações relacionadas a outras populações em situação vulnerável. O
Proteja Brasil funciona em celulares e tablets, com tecnologia iOS ou Android. Está
disponível em português, inglês e espanhol. Mais informações sobre o aplicativo
Proteja Brasil podem ser encontradas no site www.protejabrasil.com.br. (MDH/
SNDCA, 2017, p. 35)

Para realizar as denúncias, as informações necessárias são as seguintes:


1. Quem sofre a violência? (Vítima)
2. Qual tipo violência? (Violência física, psicológica, maus tratos, abandono etc.)
3. Quem pratica a violência? (Suspeito)
4. Como chegar ou localizar a Vítima/Suspeito
5. Endereço (estado, município, zona, rua, quadra, bairro, número da casa e ao
menos um ponto de referência, concreto e que define um lugar específico)
6. Há quanto tempo? (Frequência)
7. Qual o horário?
8. Em qual local?
9. Como a violência é praticada?
10. Qual a situação atual da vítima?
11. Algum órgão foi acionado?

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O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana
e feriados. As denúncias podem ser realizadas anonimamente, sendo garantido o sigilo.
Depois de recebidas, são analisadas e encaminhadas aos órgãos de proteção, defesa e respon-
sabilização, de acordo com a competência e as atribuições específicas: Conselho Tutelar,
unidades de polícia e Ministério Público. Lembrando ainda que os cidadãos podem dirigir
suas denúncias diretamente a qualquer um dos órgãos mencionados.

Notificação às autoridades

Para o registro de notificações, o Ministério da Saúde desenvolveu o Sistema de In-


formação de Agravos de Notificação, no âmbito do Sistema Único de Saúde, e padronizou
a ficha de notificação de violências interpessoais e autoprovocadad. Esta ficha possui um
campo que possibilita a notificação intersetorial. Assim, conforme as pactuações locais, os
serviços de Assistência Social, os estabelecimentos de ensino podem utilizar a ficha para
realizar suas notificações.
Tanto as denúncias recebidas pelo Disque 100 quanto as notificações são comunica-
das aos Conselhos Tutelares. O Disque 100 envia também as denúncias recebidas às Delega-
cias de Polícia e ao Ministério Público. Os serviços de saúde enviam as fichas de notificação
para as unidades de vigilância epidemiológica e não diretamente para o Conselho Tutelar.
Para este órgão, estas enviar um comunicado com o resumo da notificação.
Vale lembrar que tanto os cidadãos quanto os profissionais podem encaminhar suas
denúncias e notificações diretamente para os Conselhos Tutelares, para as Delegacias Poli-
ciais e Ministério Público.

Os caminhos da investigação dos casos notificados: as principais etapas do


fluxo da notificação

O papel dos Conselhos Tutelares

Quando as denúncias ou notificações chegam ao Conselho Tutelar, os conselheiros


iniciam o processo de averiguação do fato, para aplicação das medidas de proteção de crianças
e adolescentes.

O Conselho Tutelar é órgão da administração pública composto por cinco membros


eleitos pela comunidade para garantir a proteção a crianças e adolescentes com seus
direitos ameaçados ou violados. Cada município deve ter pelo menos um. Os con-
selheiros tutelares podem aplicar medidas de proteção a crianças e adolescentes e de
responsabilização aos pais.

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Escuta Protegida de crianças e de adolescentes vítimas ou testemunhas de violências: aspectos teóricos e metodológicos

Atentos aos preceitos da Lei nº 13.431/2017 de não revitimização de crianças e ado-


lescentes e do documento de Parâmetro de Escuta de Crianças e Adolescentes Vítimas de
Violência (MDH/SNDCA, 2017, p. 22), os conselheiros tutelares devem cuidar para que:
Nos processos de averiguação da violência ocorrida para a aplicação
das medidas de proteção previstas no artigo 101, I a VII, do ECA, os
conselheiros tutelares devem envidar esforços para buscar informações
com os membros da família e, apenas quando for necessário, ouvir a
criança ou adolescente, zelando para que os questionamentos se limi-
tem àqueles necessários à aplicação da medida, deixando a oitiva sobre
os fatos ocorridos para as autoridades competentes que conduzirão a
investigação e o processo judicial.

O Decreto no 9.603/2018 reforçou essa recomendação com a seguinte redação:


O Conselho Tutelar deverá efetuar o registro do atendimento, do qual
deverão constar as informações coletadas com o familiar ou acompa-
nhante e aquelas necessárias à aplicação da medida de proteção da
criança ou do adolescente. (Art. 14)

Em localidades que possuem os Centros de Atendimento Integrado ou que já im-


plantaram os provimentos previstos na Lei nº 13.431/2017, os Conselhos Tutelares não
são demandas a realizar “averiguação” das denúncias encaminhadas pelo Disque 100 ou
recebidas diretamente. Tampouco realiza a escuta especializada com crianças e adolescen-
tes, abordando detalhes do fato ocorrido, pois esta é uma função do sistema de segurança
(unidades da Polícia Civil) e do Poder Judiciário.

As medidas de proteção às crianças e aos adolescentes são aplicadas com base a estudo
psicossocial realizado no Centro de Atendimento Integrado. É preciso lembrar aqui que,
segundo a Lei nº 13.431/2017, a entrevista sobre os fatos ocorridos referente à violência
sofrida é definida como depoimento especial.

Nas cidades onde há Conselho Tutelar, este órgão deverá aplicar outras medidas,
tanto as de proteção à vítima, quanto as pertinentes aos pais ou aos responsáveis previstas
no ECA, nos Arts. 101 e 129 (BRASIL, 1990). Nas cidades onde não existe Conselho
Tutelar, cabe ao juiz aplicar as medidas de proteção pertinentes, entre elas, o afastamento
do autor da violência sexual, caso este seja um membro da família que vive sob o mesmo
teto da vítima, ou a colocação em unidade de acolhimento institucional de criança ou de
adolescente, ou o seu encaminhamento para o serviço psicológico, quando este for necessário
e existir na cidade.

Se o autor da agressão mora na mesma residência da criança ou do adolescente se-


xualmente abusado, o Art. 130 do ECA determina que ele seja imediatamente afastado do

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lar (BRASIL, 1990). Para que isso aconteça, o Conselho Tutelar pode representar o caso
ao Ministério Público, que instaura um inquérito solicitando o afastamento do autor de
violência sexual e encaminha o processo para o juiz que, por sua vez, determina, à polícia,
o cumprimento do procedimento legal. Na impossibilidade de a criança ou do adolescente
voltarem para suas residências, devem ser providenciados seus encaminhamentos para uma
unidade de acolhimento institucional. O Conselho pode também solicitar a medida de
acolhimento institucional. Contudo, esta só pode ocorrer por determinação judicial, como
último recurso.

Além de aplicar as medidas de proteção e, de certo modo, como parte do espectro


mais amplo da proteção, os Conselhos Tutelares requisitam que uma Delegacia de Polícia
(Polícia Civil) apure as notificações de suspeita ou de ocorrência de abuso sexual.

O papel das unidades policiais (Polícia Civil)

A denúncia encaminhada pelo Disque 100 ou a notificação encaminhada pelos pro-


fissionais de educação, saúde e assistencial ou ainda recebidas diretamente por membros da
comunidade e população em geral, será submetida ao processo de investigação.

A delegacia de polícia é um órgão da Polícia Civil encarregado de investigar e apurar


fatos notificados como crimes. Embora muitas capitais de estados possuam delega-
cias especializadas na proteção de crianças e adolescentes vítimas de crimes, essa não
é a realidade da maioria das cidades brasileiras. Quando a cidade tem uma Deam
(Delegacia da Mulher), esse tipo de instância tem sido a solução tanto para superar
o problema da falta de preparo das delegacias comuns quanto para priorizar os cri-
mes cometidos contra a infância e a adolescência, os quais, normalmente, se diluem
nas já sobrecarregadas delegacias comuns. Denúncias de negligências e maus-tratos
ocorridos dentro da própria esfera familiar da vítima têm representado a maioria dos
casos atendidos nas delegacias especializadas em infância e juventude.

A Lei nº 13.431/2017 estimula o poder público a criar delegacias especializadas no


atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência e a designar recursos, nas suas
propostas orçamentárias, para a manutenção de equipes multidisciplinares destinadas a
assessorar as delegacias especializadas. Nas localidades onde não existem as delegacias es-
pecializadas, a Lei determina que a vítima seja encaminhada prioritariamente a delegacia
especializada em temas de direitos humanos (Art. 20).

O documento de Parâmetros recomenda que as interações entre os agentes encarre-


gados da segurança pública sejam concebidas como ato protetivo e que estes órgãos sejam

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Escuta Protegida de crianças e de adolescentes vítimas ou testemunhas de violências: aspectos teóricos e metodológicos

concebidos como parte da rede de proteção de crianças e adolescentes (MDH/SNPDCA,


p. 24 e 25):
Os agentes de segurança pública, nas suas abordagens e processos de
investigação, devem conceber sua intervenção como ato protetivo e
parte constitutiva da rede de proteção, guiando-se pelo princípio da
proteção integral da criança e do adolescente e demais princípios dis-
postos nestes Parâmetros.

As interações dos agentes encarregados da segurança pública serão


pautadas por procedimentos operacionais padrão (POP), definidos
em âmbito federal e referenciados no contexto local, que terão como
escopo principal a redução do número de vezes que a criança ou ado-
lescente tenha que relatar o fato ocorrido, o qual quando necessário
será relatado à autoridade competente.

Sempre que possível, a autoridade de segurança pública deverá ouvir


a pessoa a quem a criança ou adolescente fez a revelação, bem como
valer-se de registros anteriores sobre a ocorrência.

Uma das primeiras fases de apuração da denúncia é a emissão de um Boletim de


Ocorrência (BO), que é o primeiro passo para a instauração de um inquérito. O inquérito
é uma peça-chave de investigação das notificações de crimes e instrumento potencial de
responsabilização de seus autores.

O Decreto no 9.603/2018 estabelece as seguintes diretrizes para o registro da ocor-


rência policial:

• Deve ser elaborado a partir de documentação remetida por outros serviços, pro-
gramas e equipamentos públicos, além do relato do acompanhante da criança ou
do adolescente (Parágrafo 1º);
• A autoridade policial priorizará a busca de informações com a pessoa que acom-
panha a criança ou o adolescente (Parágrafo 3º);
• Sempre que possível, a descrição do fato não será realizada diante da criança ou
do adolescente (Parágrafo 4º);
• A descrição do fato não será realizada em lugares públicos que ofereçam exposição
da identidade da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência
(Parágrafo 5º);
• O registro do BO deve ser assegurando mesmo quando a criança ou adolescente
estejam desacompanhado (Parágrafo 2º) (Dec. no 9.603/2008, Art. 13). Para esses
casos, no espírito do documento de Parâmetros (MDH/SNPDCA, 2017), vale a re-
comendação para que a autoridade policial limite a perguntar o mínimo necessário
para não transformar o momento de registro do BO em uma fase da investigação.

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Em relação ao encaminhamento ao Instituto Médico Legal (IML) e aos exames pe-


riciais, a Lei nº 13.431/2017 determina que, além do Instituto de Médico Legal (IML),
serviços credenciados do sistema de saúde mais próximo ao município possam fazer a coleta,
guarda provisória e material com vestígios da violência. Nesses casos, o SUS deve entregar
o material ao IML de forma imediata (Art. 18).

O Decreto no 9.603/2018, no seu Artigo 10, reforça o papel do SUS na coleta de


vestígios. Nesta direção, além especificar os diversos níveis de atenção à saúde de crianças
e adolescentes vítimas de violência, determina que, nos casos de violência sexual, além dos
exames profiláticos, atribui aos SUS a tarefa de realizar a coleta, identificação, descrição e
guarda de vestígios:
O IML é um órgão normalmente vinculado à Secretaria de Segurança
Pública dos estados e realiza, oficialmente, o chamado exame de cor-
po de delito. Esse tipo de exame é feito sempre que há uma agressão
a uma pessoa, a fim de buscar as provas materiais de ocorrência de
um delito.

O documento de Parâmetros recomenda que os procedimentos periciais, quando


estritamente necessários, sejam sempre orientados pelo princípio da não revitimização: co-
leta de informações com acompanhantes, quando necessário dirigir perguntas às crianças e
adolescentes de forma que sejam questionamentos mínimos necessários e que o profissional
adote o princípio das linhas de cuidado do atendimento humanizado preconizado pelo
Sistema Único de Saúde (MDH/SNPDCA, 2017, p. 25):
Os exames periciais e a coleta de vestígios em crianças e adolescentes,
quando estritamente necessários, devem seguir procedimentos não
revitimizantes. Por dependerem de consentimento da vítima ou do
adulto que figure como seu responsável, a autoridade de Segurança
Pública, ao solicitar o encaminhamento da criança ou adolescente
para esses serviços deve esclarecer a importância de tais exames para o
processo de responsabilização e a forma como eles se processarão, em
linguagem acessível e acolhedora.

No atendimento pericial deverá ser garantida a privacidade e um am-


biente confortável de confiança e respeito, com peritos capacitados e
conforme as normas técnicas expedidas pela Secretaria Nacional de
Segurança Pública (SENASP/MJSP), questionamento mínimos e
estritamente necessários para a coleta de vestígios.

Dessa forma, uma das providências importantes é o acompanhamento da criança ou


adolescente vítimas de violência até o IML por membros de sua família ou por educadores,
assistentes sociais, psicólogos ou, excepcionalmente, pelo Conselho Tutelar.

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Escuta Protegida de crianças e de adolescentes vítimas ou testemunhas de violências: aspectos teóricos e metodológicos

O Decreto no 9.603/2018 estabelece diretrizes mais concretas para a realização de


perícias:

• A perícia médica ou psicológica primará pela intervenção profissional mínima


(Parágrafo 6º, Art. 12, Dec. no 9.603/2018).
• A perícia física será realizada somente nos casos em que se fizer necessária a coleta
de vestígios, evitada a perícia para descarte da ocorrência de fatos mínima (Pará-
grafo 7º, Art. 12, Dec. no 9.603/2018).
• Os peritos deverão, sempre que possível, obter as informações necessárias sobre o
fato ocorrido com os adultos acompanhantes da criança ou do adolescente ou por
meio de atendimentos prévios realizados pela rede de serviços mínima (Parágrafo
8º, Art. 12, Dec. no 9.603/2018).

Vale ressaltar que o encaminhamento para o IML deve ocorrer somente para os casos
em que existem provas materiais a serem colhidas, devendo ser evitada a chamada perícia de
“descarte” (para descartar que o fato tenha ocorrido). Nesses casos, o delegado deve solicitar
provas do ato sexual (conjunção carnal), de lesões corporais (corpo de delito) e de autoria
do crime sexual. Por isso, é importante que os educadores orientem pais e vítimas sobre as
providências a serem tomadas depois de ocorrida a violência sexual. Uma delas é não eliminar
as potenciais provas (não tomar banho e não lavar as roupas, por exemplo).

Nas cidades que possuem os Centros de Atendimento Integrado, em geral, o IML


encontra-se integrado à estrutura do Centro. Quando os serviços não se encontram fisica-
mente conectados, os profissionais do Centro acompanham a criança e o adolescente ao
serviço do IML.

A fase de apuração dos fatos pode prosseguir com a investigação para checar se houve
ou não o crime no ato denunciado. A Lei nº 13.431/2017 insta os órgãos policiais a envidar
esforços investigativos para que o depoimento especial não seja “o único meio de prova para
o julgamento do réu” (Art. 22).

O documento de Parâmetros da Escuta Especializada faz as seguintes recomendações


sobre a escuta da criança ou adolescente na fase de investigação policial:
Nos processos de investigação o depoimento da criança ou adolescente
deve ser concebido como último recurso, somente nos casos em que
a materialidade necessite ser comprovada pelo método testemunhal.
O agente deverá reduzir a termo as declarações nos instrumentais pró-
prios da segurança pública, constando as observações do profissional e
os relatos colhidos, procedimento que deve ser realizado sem colocar em
dúvida o relato que está sendo realizado, evitando-se atitudes preconcei-
tuosas que retirem o caráter profissional e humano que deve ser dispen-
sado no âmbito da atividade policial. (MDH/SNPDCA, 2017, p. 24)

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Capítulo 6 – O comunicado às autoridades de suspeitas ou ocorrências de violência contra crianças e adolescentes e o papel dos diversos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos (SGD)

Embora a Lei nº 13.431/2017 estabeleça que o depoimento especial de crianças e


adolescentes possa ser realizado tanto perante a autoridade policial quanto judiciária, a Lei
afirma que, preferencialmente, seja realizado um único depoimento especial na fase judicial,
em sede de produção antecipada de provas. Para cumprir este preceito legal, as unidades
policiais devem evitar a tomada de depoimento especial policial limitando esses procedi-
mentos a um número reduzido de casos apenas quando este for sumamente indispensável.
A autoridade policial deve representar ao Ministério Público, solicitando o depoimento
especial em sede de antecipação de provas.
Os sistemas de segurança e justiça devem se colocar em acordo sobre os tipos de
casos em que a autoridade policial represente imediatamente pela produção antecipada de
produção sem ouvir a criança ou adolescente vítima na unidade policial e aqueles que se faz
necessário a tomada de depoimento especial ainda na fase de investigação policial.
As diretrizes para tomada do depoimento especial encontram-se especificadas na Lei
nº 13.431/2017 e incluem: sua realização em um ambiente amigável, por pessoas capacitadas,
que sigam um protocolo de entrevista fundamento em pesquisa científica e que seja gravado
e anexado ao processo para que a vítima não tenha de repeti-lo outras vezes.
Compete à autoridade policial, quando constatada uma situação de risco, requisitar
à autoridade judicial responsável as medidas de proteção pertinentes entre as quais (Lei nº
13.431/2017, Art. 21).

• Solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da vítima e de suas famílias nos


atendimentos a que têm direito;
• Requerer a inclusão da criança ou adolescente em programa de proteção a vítima
ou testemunhas ameaçadas; e
• Representar ao Ministério Público para que proponha ação cautelar de anteci-
pação de prova, sempre que a demora possa causar prejuízo ao desenvolvimento
da criança ou do adolescente.

Os órgãos da rede de proteção devem estar atentos para o fato de que, nas situações
de violência intra e extrafamiliar, quando se inicia a fase de apuração da denúncia, o suspeito
autor do abuso sexual é intimado a depor. Nesse caso, podem ocorrer pressões familiares
sobre a criança ou adolescente para a retirada da queixa. Muitas vítimas são forçadas a negar
os fatos notificados, quando não ainda na fase de investigação, esta negativa pode ocorrer
na fase judicial, sobretudo quando as crianças possuem uma experiência de escuta negativa
nas organizações que compõem o Sistema de Garantia de Direitos.

Caso a criança ou o adolescente esteja em situação de risco, deverá ficar, temporaria-


mente, em uma unidade de acolhimento e até que o autor do abuso sexual seja afastado do
lar. Se o educador que fez a notificação da violência sexual também estiver sendo ameaçado
pelo autor de violência sexual, deve denunciar o caso à polícia.

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Escuta Protegida de crianças e de adolescentes vítimas ou testemunhas de violências: aspectos teóricos e metodológicos

Os órgãos competentes devem apurar os fatos e, ao mesmo tempo, encaminhar a


criança ou o adolescente vítimas de violência, quando necessário, para os serviços de assistên-
cia social e de apoio médico e psicológico, pois essas vítimas necessitam de atenção especial.

O papel do Ministério Público

Após o término da apuração dos fatos, o delegado faz um relatório final e o envia
para a Central de Inquéritos do Ministério Público.
Ministério Público é o responsável pela fiscalização do cumprimento
da lei. Os Promotores de Justiça têm sido fortes aliados do movimen-
to social de defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Em alguns
estados brasileiros, o Ministério Público criou o Centro Operacional
e as Coordenadorias da Infância, que vêm se mostrando instrumentos
eficazes na implantação e na fiscalização do cumprimento do ECA.

Nesta fase, o promotor analisa o relatório e, se houver indícios de violência, oferece a


denúncia e qualifica o crime, que segue para a Vara Criminal da Justiça comum. Em algumas
cidades do Brasil, já existem as varas especializadas em crimes contra crianças/adolescentes.
A existência dessas varas tem contribuído para agilizar e aumentar a eficiência na apuração
dos crimes cometidos contra crianças e adolescentes. O promotor pode também solicitar à
autoridade policial novas diligências e aguardar um novo relatório para decidir se deve ou
não oferecer a denúncia (BRASIL/CNMP, 2019).

Com a determinação da nova Lei nº 13.431/2017 de que todas crianças vítimas de


violência de até 7 anos de idade e todas crianças e adolescentes vítimas de violência sexual
sejam ouvidas em sede de produção antecipada de provas, o Ministério Público deve repre-
sentar de imediato pela produção antecipada de provas.

O promotor ou a promotora tem papel importante na audiência do Depoimento


Especial. Ele(a) deve vigiar para que o depoimento ocorra de acordo com o previsto na Lei
nº 13.431/2017 e formular quesitos adequados e não revitimizados para serem repassados
ao profissional que está conduzindo a entrevista forense.

O papel da Defensoria Pública ou do advogado do acusado

Segundo a Constituição Brasileira, toda pessoa acusada tem direito à defesa. As pes-
soas podem arcar com os custos de advogado, em geral contratando serviços de particulares.
Contudo, aquelas pessoas que não podem pagar um advogado têm direito à assistência
judiciária gratuita por meio da Defensoria Pública:

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Capítulo 6 – O comunicado às autoridades de suspeitas ou ocorrências de violência contra crianças e adolescentes e o papel dos diversos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos (SGD)

A Defensoria Pública é o órgão encarregado de prover assistência judi-


ciária gratuita àqueles que dela necessitarem, por meio de defensores
públicos ou advogados. A Constituição Federal assegurou esse direito
e determinou a criação de Defensorias Públicas (BRASIL, 1988), ao
passo que o ECA estendeu esse direito a todas as crianças e adolescen-
tes (BRASIL, 1990). Até o momento, no entanto, poucos estados
constituíram suas defensorias públicas especializadas em infância e
adolescência.

A Defensoria Pública especializada em infância e juventude, em geral, se ocupa da


defesa de adolescentes em conflito com a Lei. Contudo, estes podem ser também nomeados
curadores de crianças e adolescente vítimas de violência, possibilidade essa que vem causando
certa tensão com o Ministério Público da Infância e Juventude, em razão dos Promotores
de Justiça já possuírem essa função de defesa da criança ou adolescente vítima. Os núcleos
de infância e juventude das Defensorias Públicas advogam pelo direito da criança e do ado-
lescente vítima de violência contar com um(a) advogado(a) para lhe dar assistência durante
o processo e que as Defensorias Públicas podem cumprir esse papel.

Dessa forma, é importante ressaltar a importância de que a Defensoria Pública assu-


ma esse papel de “curadoria” da criança vítima e que os defensores públicos, na sua função
de defender o acusado de autoria de violência contra criança ou adolescente, tenham em
mente o direito à proteção integral da criança e do adolescente de modo a evitar o uso de
estratégias de desqualificação das vítimas, muito recorrente na atuação de defensores públicos
e advogados dativos.

No seu papel clássico de defensor do acusado, o membro da Defensoria pode, na


audiência de tomada de depoimento especial, apresentar questões para que a autoridade ju-
dicial presidindo a audiência repasse ao profissional que está conduzindo a entrevista forense.

É fundamental que os membros da rede de proteção discutam com os defensores


públicos a sua missão dupla de defender o acusado, mas também proteger a vítima de vio-
lência que é uma criança ou adolescente.

O papel do Poder Judiciário

O Poder Judiciário, estimulado pelo ECA, criou em todos os estados do país uma área
especializada para a infância e adolescência, denominada Justiça da Infância e Juventude.
Cada estado possui uma Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ). Os coordenadores
desses órgãos se congregam, em âmbito nacional, no Colégio de Coordenadores da Infância
e Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil.

123
Escuta Protegida de crianças e de adolescentes vítimas ou testemunhas de violências: aspectos teóricos e metodológicos

A Justiça da Infância e Juventude é o órgão encarregado de aplicar a lei


para solucionar os conflitos relacionados aos direitos de crianças e ado-
lescentes. O ECA faculta (e estimula) a criação das chamadas varas es-
pecializadas e exclusivas para a infância e a juventude. No entanto, até
o momento, existem poucas no Brasil. Naqueles municípios em que
elas não estão presentes, suas atribuições são acumuladas por um juiz
de outra alçada, conforme dispuser a Lei de Organização Judiciária.

Contudo, os casos de violência contra crianças e adolescentes são encaminhados para


a Vara Criminal da Justiça. Alguns estados possuem varas criminais especializadas em crimes
contra crianças e adolescentes. As varas criminais de posse da denúncia realizam as audiências
para ouvir o acusado, as vítimas e as testemunhas na busca por provas da materialidade do
crime que potencialmente tenha ocorrido.

Seguindo os preceitos da nova Lei nº 13.431/2017, a metodologia do depoimento


especial se tornou regra geral que deve ter sua prática universalizada. É de responsabilidade
do Sistema de Justiça realizar as audiências de produção antecipada de provas por solicitação
do Ministério Público. Relembrando aqui que devem ser ouvidas em sede de produção an-
tecipada de provas todas as crianças de até de 7 anos de idade, vítimas de todas as formas de
violência, e crianças e adolescentes vítimas de violência sexual com menos de 18 anos de idade.

Depois dessa fase, o processo volta ao juiz para a aplicação da sentença (fase final) ou
para ir a julgamento, o que pode resultar em pena ou em multa para o autor da violência
sexual. Considerando-se a morosidade da Justiça, o trâmite desses processos nunca ocorre
dentro tempo satisfatório, podendo se prolongar por meses e mesmo anos. Por esse motivo,
é crucial haver acompanhamento permanente e cobrança firme na agilidade do seu trâmite
pelas partes interessadas.

Considerações finais

É sempre importante reforçar que a notificação às autoridades das suspeitas ou ocor-


rências de violência contra a criança e o adolescente é um dever legal dos profissionais, um
direito da criança e do adolescente e um fator de proteção para as mesmas. Para notificar, os
profissionais não precisam ter ouvido uma revelação ou “ter certeza” de que o fato aconteceu.
A Lei determina que as suspeitas de que tenha havido violência devem ser comunicadas às
autoridades competentes para que sejam investigadas.

Embora os capítulos desta coletânea estejam dispostos em ordem sequencial, o lei-


tor deve concebê-los como três blocos simultâneos: o primeiro é composto pelo Conselho
Tutelar; o segundo é composto pelos serviços de proteção (Educação, Saúde e Assistência
Social) e o terceiro, composto pelos órgãos dos sistemas de segurança e justiça. Nos próximos

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Capítulo 6 – O comunicado às autoridades de suspeitas ou ocorrências de violência contra crianças e adolescentes e o papel dos diversos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos (SGD)

capítulos, vamos descrever qual é o papel desses vários órgãos na escuta protegida de crianças e
adolescentes (escuta especializada e depoimento) e na atenção geral às crianças e adolescentes.
Vale ressaltar que a finalidade principal da Lei nº 13.431/2017 é reduzir o número de vezes
que a criança ou o adolescente deve falar sobre o fato ocorrido e prevenir a revitimização.

Referências bibliográficas

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Guia prático para


implementação da política de atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas
de violência. Brasília: CNMP, 2019.

____. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em: <http://www.


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____. Decreto no 9.603/2018, que regulamente a Lei nº 13.431/2017. Disponível em:


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Acesso: 22 ago. 2019.

____. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/18069.
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____. Lei nº 13.431/2017, que estabelece o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do


Adolescente Vítima ou Testemunha de Violência. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm>. Acesso em 22 ago. 2019.

____. MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. Parâmetros de Escuta de Crianças


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____. Secretaria de Direitos Humanos. Disque Denúncia. Disponível em: <http://www.1.


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Acesso em: 21 out. 2013.

SANTOS, B. R.; IPPOLITO, R. Guia Escolar: identificação de sinais de abuso e exploração


sexual de crianças e adolescentes. Rio de Janeiro: Seropédica/Edur, 2011.

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