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LABORATÓRIO DE MÚSICA

VOLTA AO MUNDO ATRAVÉS DA MÚSICA E DA ARTE

VOLTA AO MUNDO ATRAVÉS DA


MÚSICA E DA ARTE

A história da arte costuma ser dividida em seis períodos: Antiguidade, Idade


Média, Renascimento, Idade Moderna (que compreende as escolas ou estilos barroco,
rococó, neoclássico e romântico), Arte Moderna e Arte Contemporânea. A divisão em
períodos permite identificar alguns aspectos que são recorrentes e que permitem o
reconhecimento de padrões, tanto nas técnicas — musicais e das artes visuais — quanto
no gosto e sociais.

Esse constante jogo interpretativo, do geral para o específico e vice-versa,


possibilita interpretar um estilo musical e iconográfico de forma relacional — isto é, por
meio de sua estruturação interna e das relações que ele estabelece com seu tempo.

ANTIGUIDADE MESOPOTÂMICA, PERSA E GREGA: 2600 A.C. –


300 D.C.

Antiguidade é o estudo do que podemos recuperar de mais remoto na história


humana. Tais estudos são feitos sobre civilizações que deixaram um arsenal de obras e
objetos que puderam ser recuperados: Mesopotâmia, Pérsia e Grécia Antiga. Esses
registros cobrem um período que podemos delimitar entre 2600 a.C. e 300 d.C., com a
queda do Império Romano. O que conhecemos da música e da arte da Antiguidade
chegou até nós por meio da escavação ou de estudos arqueológicos de manuscritos e
artefatos, em diversos estados de conservação — muitas vezes, apenas uma coleção de
alguns fragmentos incompletos.

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Uma das formas mais praticadas de música na Antiguidade era a música


executada em modos específicos para cada situação ou região — modos que
caracterizavam cerimônias fúnebres e militares, que precediam a entrada de nobres ou
que anunciavam a origem de determinados grupos, pessoas ou cultos. Da Mesopotâmia,
por exemplo, foram resgatadas tábuas de argila, escavadas na década de 1950 em ruínas
na Síria. Tais inscrições continham partituras, melodias e, às vezes, poemas e a forma
como deveriam ser executados. Além de argila, as partituras eram gravadas em tábuas
ou pedras. A escultura com mármore também era muito utilizada e desenvolvida.

Outra forma de resgatar a história antiga é por meio da técnica e dos


instrumentos, ou a partir de textos e narrativas, visto que alguns desses objetos existem
até hoje. Na Síria, por exemplo, tem-se o barbat, um instrumento de oito cordas presas
a uma caixa de ressonância que era utilizado pelas civilizações mesopotâmicas e
iranianas há cerca de 3.400 anos. A música desse período soava por meio de
instrumentos de cordas ou sopros, em melodias monódicas e modais, cujo ritmo parecia
derivado do próprio poema.

IDADE MÉDIA

A Idade Média abrange o período da queda do Império Romano (300 d.C.) ao


movimento denominado Renascimento, nos séculos XIV e XV. Esses dois marcos por si
só já são simbólicos. O primeiro marco representa o fim de um Império que havia se
estendido por boa parte do mundo antigo, no comércio, na jurisdição e no militarismo,
e dá origem a um período de desmembramento e ocupações territoriais.

Esse período contou com um fortalecimento da Igreja e de poderes centrados


em nobres e senhores feudais. As guerras prolongadas e a peste também marcaram essa
época, que apresentou uma arte muitas vezes de escárnio, irônica ou até mesmo
sensual, como as cantigas de amigo ou de maldizer, da tradição de Portugal e Espanha.

Na música, destacaram-se os trovadores, poetas que musicavam seus poemas e


tinham origem nobre, e os jograis, também poetas músicos, mas de origem popular. Tais

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artistas cantavam acompanhados de instrumentos de cordas dedilhadas, como o


alaúde. O trovadorismo foi também muito presente na França e na Inglaterra, e boa
parte das canções são anônimas, mantidas pela tradição.

O período também apresentou regulações na escrita musical e novos modos


musicais, de teoria e grafia, implementados pela Igreja, como o canto gregoriano e as
músicas eclesiásticas. A música continuava modal, mas algumas técnicas exploraram
uma rica composição polifônica para vozes que desenvolviam o contraponto dos
motetes.

RENASCIMENTO

O Renascimento foi um movimento que se espalhou a partir do século XIV da


Itália para toda a Europa e se caracterizou pelo perfeccionismo construtivo e formal, a
partir da recuperação de determinados valores resgatados em remissão à Antiguidade
Clássica. Tratou-se de um contraponto às experiências de algumas técnicas da Idade
Média, talvez pela ainda recente memória e a necessidade de superação das guerras e
da peste.

A música continuou fazendo parte da boa formação dos nobres, pois era
considerada atividade intelectual e de exercício de cálculo e proporções. O período se
caracterizou pela crescente sofisticação das formações orquestrais, com grande
diversidade de cordas e sopros e com importância cada vez maior dos instrumentos de
teclado, como cravo e órgão.

O retrato era um gênero muito popular da pintura na Inglaterra do século XVI.


Paralelamente, os pintores começaram a resgatar a iconografia dos mitos clássicos,
muitas vezes adaptando aos dogmas e preceitos da Igreja.

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PERÍODO MODERNO: BARROCO, ROCOCÓ, NEOCLÁSSICO E


ROMANTISMO

A Idade Moderna costuma ser situada entre o final da Renascença e o final do


século XIX. Caracterizou-se pelo surgimento dos Estados fortes, do positivismo e da
ciência de intervenção sobre a natureza. A forma de trabalho adotada a partir da
Revolução Industrial modificou o modo como as coisas eram produzidas e distribuídas.
O período foi marcado pelo choque de civilizações que a expansão das navegações
acabou possibilitando. O período moderno enfrentou também a Igreja em diversos
pontos, marcando a autonomia da pesquisa científica e do Estado.

A música se inseriu nesses contextos, com enormes avanços teóricos e


tecnológicos e na autonomia, passando a se mostrar como uma linguagem de grandes
espetáculos, mas também capaz de dar conta de momentos de intimidade.

Com o iluminismo francês e, particularmente, com a intervenção ativa de Jean-


Philippe Rameau (1683-1764), por meio do Conservatório de Paris, na França, o sistema
musical passou por um amplo processo de normalização e normatização. Esse processo
deu origem a regras e procedimentos que criaram as bases da escrita e das teorias de
harmonia, contraponto e composições, que tiveram o seu ápice no século XIX, com
enormes orquestras, teatros e eventos, chegando ao que Richard Wagner (1813-1883)
definiu como “arte total”.

O piano foi aperfeiçoado, o que definiu sua presença marcante. A harmonia


centrava-se sobre a redução dos modos antigos às teorias baseadas em duas escalas e
ao temperamento dos instrumentos. As pinturas cada vez mais exploravam as
novidades nos estudos de luz e sombra, perspectiva e composição de novas cores e
material de acabamento.

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ARTE MODERNA

A grandiosidade das formações orquestrais e alguns recursos harmônicos e


melódicos que acabaram se tornando clichês começaram a se desgastar na virada para
o século XX. Os valores tradicionais foram confrontados com as novas tecnologias,
advindas da Revolução Industrial, da mecanização e do surgimento de novas técnicas
que impactaram profundamente a história da arte. Entre elas, destacam-se a fotografia,
o cinema, o desenvolvimento dos aparatos de reprodução e artes gráficas e o
fortalecimento dos jornais e folhetins.

A centralidade da imitação realista e retratista do mundo se libertou para


intervenções abstratas e composições de cores e padrões, caminhando para a
abstração. O impressionismo, o expressionismo, o construtivismo e o abstracionismo
tomaram um papel central, de onde brotariam as vertentes da arte do século XX. O
primitivismo e a incorporação de valores e estéticas de outras civilizações — países do
Oriente, da África e da Índia — são valores que foram trazidos e incorporados como
escuta dos artistas. A modernidade conviveu ainda com um conflito entre o progresso
como valor positivo, das novas descobertas, e como valor negativo, de perda de
determinados valores estéticos ou humanos.

Na música, o maior impacto foi o desenvolvimento dos mecanismos de


reprodução em massa e edição do som depois de gravado, com correções e
equalizações. Essa rara novidade separou a música a partir daí de toda a música anterior
na história, pois ela passou a ser registrada como som, e não apenas grafada em
partituras, o que nunca havia sido feito antes. Compositores ousaram por meio da
polirritmia e da dissonância aberta, valores evitados rigorosamente ou moderados e
controlados no classicismo.

O grande espírito da época das vanguardas era a contestação e a ruptura, em


busca do novo. Na pintura, começaram a prevalecer o abstracionismo e as composições
geométricas ou de padrões. Além disso, a música conviveu com a liberação da
dissonância e a busca por novas sonoridades e valores.

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ARTE CONTEMPORÂNEA

A marca da contemporaneidade é o campo expandido em que a música se insere,


dando ênfase tanto ao ruído como forma expressiva como ao silêncio ou à pausa como
estrutura formal. Convivem estilos, técnicas e linguagens em obras mistas. Surgiram
outras referências na tentativa de substituir o centro tonal como referência: a
dissonância livre, a dodecafonia, o serialismo e a fusão da música acústica com a música
digital e com a música eletroacústica.

Alguns pontos se tornaram centrais a partir do final do XX e aprofundaram-se no


início do século XXI, tais como: a autoria e o trabalho colaborativo; a valorização do
processo frente ao resultado; e os conteúdos cada vez mais expressando identidades e
disputas territoriais, com temáticas como a da mulher, a do negro, a da luta pela inclusão
e a da migração.

Se a marca da modernidade das vanguardas da virada do século XX era a ruptura,


a contemporaneidade tem como paradigma a reutilização, a reciclagem, a citação, a
paródia e a ressignificação. Ela se caracteriza por ser uma arte de montagens, altamente
carregada de símbolos e com técnicas que trazem algumas acaloradas discussões sobre
o que é ou não arte, quais valores devem ter as obras e qual é a relevância de
determinados trabalhos. Trata-se de uma verdadeira crise de valores.

Desde objetos do cotidiano até sacos com lixo ou detritos industriais passaram a
compor as mostras e galerias, e as instalações e performances ganharam cada vez mais
espaço. A arte adentrou o campo da circulação e do consumo como valores de
referência, e os valores estéticos acabaram sendo fortemente marcados por sua
capacidade de atrair público, views ou likes nas redes sociais ou mobilizar coletivos e
lutas identitárias.

A música, além do seu desenvolvimento, de seu amplo mercado, da presença na


vida contemporânea e da autonomia de linguagem, também se inseriu em grande parte
da produção multimídia e transversal da arte contemporânea. Assim, é aplicada em

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videoarte ou performances, trilhas para teatro e cinema e mesmo em algumas formas


de terapia.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARGAN, Giulio Carlo. A história da arte como história da cidade. Sāo Paulo: Martins
Fontes, 1992.

CANDÉ, Roland De. Historia universal de la música. Madrid: Aguilar, 1981.

CAUQUELIN, Anne. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes,
2005a.

CAUQUELIN, Anne. Teorias da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2005b.

CAVINI, Maristella P. História da música ocidental: uma breve trajetória desde a Pré-
História até o século XVII. São Carlos: UFSCar, 2011.

GOMBRICH, Ernst H.; CABRAL, Álvaro. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

SCHOENBERG, Arnold. Harmonia. São Paulo: Unesp, 2001.

SEVCENKO, Nivolau; NOVAIS, Fernando A. História da vida privada no Brasil: República:


da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. v. 3.

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