A perfuração esofágica é uma patologia normalmente ocasionada por obstrução,
perfuração externa ou neoplasia. Uma vez diagnosticada uma das alterações citadas é necessário avaliar a realização de uma esofagostomia. Sendo este um procedimento cirúrgico com finalidade terapêutica ou exploratória. Este estudo visa relatar o caso de um cão que foi submetido a um procedimento de esofagostomia após ser diagnosticado com perfuração esofágica.. Foi atendido um paciente de 9 anos pesando 4,3 kg, sem raça definida, com histórico de briga com outro cão. O paciente havia sido levado à outra clínica, onde foi feita sutura da perfuração e analgesia. Ao exame clínico notou - se aumento de volume em região ventral ao pescoço, temperatura e mucosas normais, dispneia e tosse produtiva. Foi realizada a punção do tumor e retirado somente ar do local, também foi realizado toracocentese, porém com pouco volume de ar extraído. O animal foi internado para realização de terapia de suporte, acompanhamento do caso e estabilização do paciente. Foi solicitada a radiografia cervical onde foi identificado aumento de volume ventral ao aparato hióide, compatível com tecido mole causando estenose da faringe e laringe, fratura do aparelho hióide e provável fratura na cartilagem da tireóide. O paciente foi liberado após estabilização do quadro, solicitando o retorno em 10 dias para acompanhamento e reavaliação da sutura feita previamente. A prescrição para o paciente foi realizada com as seguintes medicações: cefalexina e prednisolona por 10 dias, dipirona por 4 dias. Dado o retorno do paciente, foram solicitados os seguintes exames: hemograma, bioquímico e radiografia cervical. Ao exame bioquímico apresentou enzimas hepáticas elevadas, ao hemograma apresentou anemia, trombocitopenia e neutrofilia e ao exame radiográfico o paciente apresentou aumento de volume na região da faringe e laringe, compatível com líquido e gás, deslocamento caudal da traqueia e desalinhamento dos ossos hióides. Assim sendo, foi receitado doxiciclina por 21 dias e marcado retorno em 2 semanas para realização de esofagotomia. No retorno, foi realizado novamente hemograma e notou-se uma melhora nos parâmetros, havendo uma discreta anemia com neutrofilia. O paciente foi encaminhado para esofagotomia em conjunto com a realização da redução de hérnia inguinal previamente diagnosticada. Após os procedimentos cirúrgicos, o animal foi liberado para casa com prescrição de flamavet durante 4 dias, dipirona durante 3 dias, doxitec durante 10 dias e limpeza dos pontos de sutura duas vezes ao dia. O retorno foi marcado após 10 dias para reavaliação cirúrgica. Na reavaliação o animal apresentou boa resposta ao tratamento dando por finalizada a terapia.