O documento discute a noção de individualismo versus hierarquia na sociedade brasileira. A autora argumenta que o Brasil apresenta múltiplos eixos ideológicos, sem que nenhum seja hegemônico. Enquanto o individualismo é valorizado no discurso, a hierarquia permanece presente nas relações sociais. O jeitinho brasileiro é vista como uma expressão desta tensão, tentando promover igualdade onde o sistema social falha.
O documento discute a noção de individualismo versus hierarquia na sociedade brasileira. A autora argumenta que o Brasil apresenta múltiplos eixos ideológicos, sem que nenhum seja hegemônico. Enquanto o individualismo é valorizado no discurso, a hierarquia permanece presente nas relações sociais. O jeitinho brasileiro é vista como uma expressão desta tensão, tentando promover igualdade onde o sistema social falha.
O documento discute a noção de individualismo versus hierarquia na sociedade brasileira. A autora argumenta que o Brasil apresenta múltiplos eixos ideológicos, sem que nenhum seja hegemônico. Enquanto o individualismo é valorizado no discurso, a hierarquia permanece presente nas relações sociais. O jeitinho brasileiro é vista como uma expressão desta tensão, tentando promover igualdade onde o sistema social falha.
DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA GERAL E JURÍDICA DOCENTE: GÊNIA DARC ACADÊMICO: AELMA DOS SANTOS CUNHA DE FREITAS
BARBOSA, Lívia. Individualismo e Hierarquia no Universo Social Brasileiro. In
BARBOSA, Lívia. O jeitinho brasileiro – a arte de ser mais igual que os outros. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 111-120. Igualdade Moral e Individualismo. In BARBOSA, Lívia. O jeitinho brasileiro – a arte de ser mais igual que os outros. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 121-157. Seletivo: O Estilo Brasileiro de Ser Moderno. Jeitinho e Identidade Nacional. . In BARBOSA, Lívia. O jeitinho brasileiro a arte de ser mais igual que os outros. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 159- 166.
“[...] o indivíduo como ser moral, racionalmente autônomo, não-social no sentido de
ser anterior à própria sociedade ,sujeito normativo de as instituições, é o centro do sistema, tendo como atributos igualdade e a liberdade”.(p.111) “[...] sociedade tradicional (Índia, China, Japão, etc.), o principio básico é a hierarquia”. (p. 112) “[...] universitas. Esta concebem os seres humanos como socialmente determinado, a sociedade é o fim e a vida de cada um o meio”. (p.112) “[...] Dumont afirma ser o holista uma característica quase “natural” da própria sociedade, enquanto o individualismo, quase um desvio, uma doença (Dumont, 1978, 1983)”. (p.113) “[...] o individuo, enquanto valor, e a pessoa [...] característicos da sociedade moderna, seu universo é constituído por leis e decretos universalizastes, buscam igualdade [...]não existindo mediação entre ele e a totalidade”. (p.113) “[...] o personagem simétrico oposto ao individuo, típico das sociedades tradicionais, hierárquicas e heloistas, é a pessoa”. (p.113) “[...] DaMatta (1979). A partir dela se organizou grande parte das discussões. O Brasil seria uma sociedade sui generis, no sentido de que apresentaria múltiplos eixos ideológicos - no caso, a hierarquia e o individualismo -sem que nenhum dos dois fosse hegemônico nem competitivo. (p.115) “[...] o grau da “aderência” e “compromisso” em relação aos princípios individualistas varia de sociedade para sociedade”. (p.116) “[...] O jeitinho era aprovado porque promovia a igualdade”. (p.121) “[...] porque ninguém é melhor do que ninguém”. (p.121) “[...] quem aprova o jeitinho o fazia porque ele promovia a igualdade onde o sistema social brasileiro não conseguia fazê-lo”. (p.122) “[...] o jeitinho exprimia uma reação central para toda sociedade brasileira: a de uma visão hierárquica com outra igualitária”. (p.122) “[...] ao tentar fugir da submissão à universalidade da lei, o jeitinho é holista e hierárquico.” (p.122) “[...] do índio herdamos o “amor à liberdade e a natureza”; do negro, a “musica” [samba], a sensualidade e também grande parte de nossa cozinha”; do português, grande parte de nossas instituições sociais e politicas, como a ausência de sentimentos em relação a outras raças, o que sempre nos levou a tratar de forma igualitária e humana as outras etnias com que convivíamos” . (p. 123). “Não só somos produto de uma mistura, como de uma mistura chique”. (p. 125). “[...] essa mistura qualificada de cultura, experiência e vivencia que recebe por parte da sociedade brasileira um peso altamente positivo”. (p.125) “[...] para o brasileiro, admitir-se ser um “cara” discriminatório, hierárquico, autoritário, ou mesmo que o universo brasileiro seja pontilhado de situações como essa, é fora de questão no nosso sistema de representação”. (p. 128). “[...] nenhum outro domínio expressa tão bem nosso fascínio pela ideia de igualdade como nosso sistema jurídico e legal, a começar pela nossa carta constitucional”. (p.129) “[...] Admitir a existência de diferenciações internas, de hierarquias, em formações sociais fascinadas com o igualitarismo do ponto de vista simbólico, é associar-se aos piores tipos de representações politicas e sociais”. (p.133) “[...] o político-partidário. [...]. Ela se expressa tanto pelo ideário dos diferentes partidos, de forma explicita e contundente, como pela postura de seus membros”. (p.135). “[...] a Constituição norte-americana é apresentada como o credo da liberdade, enquanto os Estados unidos se auto- intitulam os guardiões das liberdades do mundo”. (p.137) “[...] a Constituição norte-americana não possui nenhum artigo que explique a igualdade de todos perante a lei”. (p.138) “O self-reliance é o principio de que cada individuo é o seu próprio mestre, em controle absoluto de seu próprio destino e, portanto, absolutamente livre [...].nega a importância de outros indivíduos na vida de cada um e acredita que a capacidade de se valer a penas de si mesmo é fundamental”. (p.142). “[...] o sentido da igualdade norte-americana é restrito. Ela se refere a uma questão de direito, e não de fato”. (p.144) “[...], a igualdade se define em relação à sociedade – isto é, um sistema legal e jurídico que estabelece a medida de equivalência entre as pessoas e, como tal, tem um conteúdo social especifico. [...] é percebido como um direito, e não como um fato”. (p.144). “[...] o jeitinho pode ser encarado como um vetor que transforma um sistema no outro”. (p. 148). “[...] o direito de todos à igualdade é, permanentemente, relativizado pela igualdade de fato entre todos”. (p. 148). “A noção de igualdade – entendida pela nossa sociedade como um fato, e não como um direito”.(p. 149). “[...] o direito supremo e inalienável de um individuo ser, pensar, expressar-se, locomover-se e dispor do próprio corpo como bem lhe aprouver”. (p. 151). “[...] a hierarquia brasileira se funda na intimidade social, [...] fornece a base do esqueleto hierárquico”. (p. 152). “A intimidade individualista [...] se baseia no acesso ao espaço interior do individuo por ele franqueado a pessoas de sua livre escolha”. (p.153). “[...] fazer confissões a um “estranho”... é supor que o interlocutor tem capacidade de “entende-lo” e de “compartilhar” de seus sentimentos”. (p.154). “[...] decretos universalizastes não combinam com tratamentos pessoais”. (p.155). “[...] Identidade social é um rótulo geral para designar diversas modalidades dessa dinâmica”. (p.159). “[...] a identidade não é uma atribuição monolítica e estática”. (p. 160). “[...] são construções culturais, possuem um caráter não substantivo”. (p. 160). “[...] Frederik K. Lehman (1967) afirma que, na realidade, as categorias utilizadas numa identidade são formalmente como papeis e só muito pouco descritivas das características empíricas de grupos substantivos de pessoas [...]”. (p.161). “[...] a identidade nacional [...]. emerge em momentos específicos, quando o país (no nosso caso, o Brasil) está em causa. [...] é a simetria inversa de todas as outras identidades sociais”. (p.163). “[...] o jeitinho brasileiro [...] significa, apenas, que em determinados contextos ele sintetiza um conjunto de relações e procedimentos que os brasileiros “percebem”, como sendo deles”. (p.166).